Entre Girassóis e Segredos (BakuDeku)
Capítulo 1 – O Menino no Jardim
𝐄𝐮𝐳𝐢𝐧𝐡𝐚
𝐨𝐥𝐡𝐚 𝐞𝐮 𝐚𝐪𝐮𝐢 𝐝𝐞 𝐧𝐨𝐯𝐨 𝐜𝐨𝐦 𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐮𝐦𝐚 𝐟𝐢𝐜 𝐝𝐞 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐃𝐞𝐤𝐮
𝐄𝐮𝐳𝐢𝐧𝐡𝐚
𝐄𝐧𝐟𝐢𝐦 𝐛𝐨𝐫𝐚 𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐚𝐫
O sol da manhã iluminava suavemente o quintal da família Bakugou. Girassóis altos se estendiam para o céu azul, dançando ao sabor do vento. Era uma cena pacífica… até que um farfalhar entre as folhas chamou a atenção de Mitsuki Bakugou.
Ela se aproximou devagar e arregalou os olhos ao ver uma figura pequena e confusa entre os girassóis.
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
Mas… o que é isso? Um garoto?
A criança de cabelos verdes e desgrenhados estava com os olhos bem abertos, observando uma borboleta pousada em seu nariz. Usava um macacão marrom e um suéter amarelo que pareciam um pouco velhos, mas limpos. Havia algo de estranho nele… algo que Mitsuki não conseguia explicar.
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
Ei, garoto! Você tá bem?
O menino piscou devagar. Depois de alguns segundos, falou, com uma voz calma e gentil.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
A luz aqui é… quente. Muito diferente dos tubos…
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
Tubos? Como assim? Onde estão seus pais?
Izuku virou o rosto lentamente. Seu olhar parecia perdido.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
Eu… fugi. Eles queriam ver até onde eu podia resistir. Quantos choques. Quanta dor. Mas eu não queria mais.
O sangue de Mitsuki gelou. Antes que pudesse reagir, uma voz explosiva surgiu atrás dela.
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
MÃE?! Que bagunça é essa aí no jardim?
Katsuki apareceu usando um moletom e expressão impaciente. Mas ao ver a cena, parou no mesmo instante. O garoto entre os girassóis tinha feições delicadas, mas algo em seus olhos revelava… que ele não era uma criança comum.
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
…Que merda é essa?
Izuku olhou para Katsuki, como se estivesse hipnotizado. Seus olhos verdes brilharam um pouco.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
Você é… quente como o fogo. Mas não dói.
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
Katsuki! Fica quieto. Esse menino tá machucado de alguma forma. Vai buscar uma toalha e água, rápido!
Katsuki resmungou, mas saiu correndo.
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
💭De onde esse garoto veio? O que fizeram com ele? E por que parece tão… quebrado por dentro?💭
Izuku acariciou suavemente um girassol ao lado.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
(baixo):
Será que… eu posso ficar aqui só mais um pouco? Antes que eles me encontrem de novo?
Capítulo 2 – A Criatura Que Sussurra
Katsuki voltou com uma toalha e uma garrafa de água, ainda desconfiado.
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
Aqui. Mas que isso fique bem claro: se esse moleque fizer alguma coisa estranha, eu vou explodir ele.
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
Cala a boca, Katsuki. Olha pra ele! Parece mais assustado do que perigoso.
Izuku segurou a garrafa com as duas mãos, tímido, como se nunca tivesse visto uma antes. Abriu devagar, observando o reflexo da luz na água, e então bebeu com cuidado.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
Isso… é limpo. Não tem gosto de metal.
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
(arqueando uma sobrancelha):
— Que tipo de lugar você vivia?
Izuku ficou em silêncio por um momento, olhando para o céu.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
Um laboratório subterrâneo. Eles me chamavam de "Projeto Deku". Era um experimento… para criar um ser com alta capacidade de regeneração e sensibilidade emocional. Eu sou… um fracasso.
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
"Deku"? Que tipo de nome é esse?
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
(sorri fraco):
É como eles me chamavam. Significa "inútil". Mas eu… gosto do som. Parece suave.
Katsuki cruzou os braços, incomodado.
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
Tch. Isso tá ficando cada vez mais estranho.
Mitsuki se ajoelhou ao lado de Izuku e colocou a toalha úmida em sua testa, gentilmente.
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
Não importa de onde você veio, garoto. Aqui você tá seguro. Vamos cuidar de você, tá bom?
Izuku hesitou, depois assentiu lentamente.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
Obrigado… senhora Bakugou.
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
Como sabe nosso nome?
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
Eles tinham arquivos. Dos filhos de heróis. Analisavam suas individualidades. Suas famílias. Você era um dos mais... vigiados.
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
Tão te usando como espião ou o quê?!
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
(séria):
Katsuki, basta! Olha pra ele. Ele não tá mentindo. Tá assustado. E ferido.
Katsuki respirou fundo, o olhar ainda firme em Izuku. Apesar de tudo, havia algo naquele garoto que mexia com ele. Uma fragilidade escondendo algo muito maior.
De repente, Izuku levou a mão ao peito, como se sentisse dor.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
(sussurrando):
Eles... ainda me procuram. Posso sentir as vozes...
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
Do que você tá falando?
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
Eles implantaram... receptores. Eu escuto comandos. Sussurros em minha mente. Mas quando estou aqui… entre flores… os sussurros se calam.
Um silêncio pesado caiu sobre o jardim. Katsuki finalmente se ajoelhou, olhando Izuku nos olhos pela primeira vez com menos dureza.
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
Escuta aqui, "Deku"... Se você quiser ficar, vai ter que aprender a se defender. E a calar essas vozes.
Izuku sorriu pela primeira vez. Um sorriso pequeno, mas verdadeiro.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
Eu... gostaria disso. De aprender. De viver.
E ali, entre os girassóis, algo começou a florescer. Não apenas esperança — mas uma conexão inesperada entre dois mundos tão diferentes.
Capítulo 3 – Um Adolescente Preso num Corpo de Criança
O sol já estava mais alto quando Mitsuki voltou do interior da casa com uma tigela de frutas cortadas e um copo de leite morno. Izuku ainda estava sentado no jardim, abraçado aos joelhos, observando uma borboleta pousar numa das flores.
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
(com um sorriso gentil):
Aqui, Izuku. Come um pouco, você tá magro demais.
𝐄𝐮𝐳𝐢𝐧𝐡𝐚
𝐎 𝐢𝐳𝐮𝐤𝐮 𝐟𝐚𝐥𝐨𝐮 𝐨 𝐧𝐨𝐦𝐞 𝐝𝐞𝐥𝐞, 𝐭𝐚́... 𝐏𝐨𝐫 𝐢𝐬𝐬𝐨 𝐚 𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢 𝐬𝐚𝐛𝐞
𝐄𝐮𝐳𝐢𝐧𝐡𝐚
𝐄𝐫𝐚 𝐬𝐨́ 𝐢𝐬𝐬𝐨 𝐦𝐞𝐬𝐦𝐨
Ele pegou a tigela com as duas mãos, os olhos brilhando de surpresa.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
Isso é… comida de verdade?
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
(encarando com estranheza):
Claro que é. Você parece nunca ter comido algo normal.
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
(encostado na porta):
Tô dizendo que ele é um alienígena…
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
(revirando os olhos):
Katsuki, vá arrumar seu quarto. Ele vai dormir lá hoje.
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
(gritando):
O QUÊ?! Mãe, não!
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
(sem paciência):
Anda logo, moleque!
Enquanto Katsuki resmungava, Mitsuki se sentou ao lado de Izuku e o observou com mais atenção.
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
Izuku… posso te perguntar uma coisa?
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
(mordendo um pedaço de maçã):
Pode.
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
Quantos anos você tem?
Ele hesitou por um momento, depois respondeu, tranquilo:
Mitsuki arregalou os olhos, quase deixando o copo cair.
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
DEZESSEIS?! Você parece ter no máximo seis!
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
(encolhendo os ombros):
É um efeito colateral do experimento. Meu crescimento físico foi alterado... mas minha mente envelhece normalmente.
Mitsuki levou a mão à boca, comovida.
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
(sussurrando):
Meu Deus, você viveu tudo isso sozinho… como uma criança...
Izuku apenas abaixou a cabeça. Katsuki, que escutava tudo do corredor, voltou silenciosamente e ficou parado ali, olhando para ele. Pela primeira vez, não viu apenas um "ser estranho" — viu alguém... quebrado.
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
(cruzando os braços, sem jeito):
Tch. Então você tem a minha idade, hein?
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
(sorri):
Acho que sim. Só pareço… bem menor.
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
Pelo menos você vai pagar meia no cinema. Hah.
Izuku riu baixinho. Um riso verdadeiro, leve… quase infantil.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
Isso é... engraçado. Ninguém nunca tentou me fazer rir antes.
Katsuki desviou o olhar, corado.
𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮
Não se acostuma. Eu não sou legal.
𝐌𝐢𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢
(sorrindo):
Não liga pra ele. No fundo, o Katsuki é um docinho.
𝐈𝐳𝐮𝐤𝐮
(olhando pra Katsuki, tímido):
Eu… gosto de você assim.
Katsuki congelou por um segundo. O coração bateu estranho no peito.
Mas não havia raiva na voz. Só… embaraço.
E naquela manhã, sob o brilho do sol e o perfume dos girassóis, nascia o começo de algo novo. Uma amizade inocente, carregada de ternura, entre dois garotos que o mundo tentou quebrar.
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