No Rastro do Amor 2, contarei a história da Elis. Como algumas leitoras já haviam pedido a história dos filhos do meu casal preferido, Carol e Jake, eles vão se encontrar num acontecimento trágico. Quem não leu, Combinação Perfeita e De volta ao lar, vai lá conferir para entender melhor a história.
Boa leitura para vocês! E mais uma vez obrigada pela companhia. Não esqueçam de comentar, curtir, dar estrelas, eu adoro saber o que vocês estão achando da história.
Beijos 💋 💋
ELIS
(Foto tirada da Internet)
Os últimos anos da minha vida foram perfeitos. Não tenho do que me queixar, desde que os meus irmãos me acolheram e eu me tornei a sexta mosqueteira.
Adoro trabalhar na empresa da família, sinto-me parte dela, mas ainda sou muito introvertida, apesar das minhas cunhadas sempre estarem querendo que eu fale dos meus sentimentos, eu sou mais reservada. Eu nunca fiquei com ninguém, simplesmente não me interesso por homens.
Uma colega da faculdade disse que sou assexuada, ouvi comentários que sou lésbica, mas eu também não me interesso por mulheres. Elas sempre estão suspirando por homens bonitos e eu não ligo, por estar cercada dos meus irmãos que são lindos, eu não acho qualquer um bonito.
Talvez eu tenha ficado com um pouco de nojo de certas coisas. Lembro daquele homem agarrando a minha mãe, beijando e se esfregando nela, quando os seus olhos não saiam de mim.
Aquilo me causava tanta repulsa, que nunca sequer beijei alguém. Tenho 23 anos e nem sequer beijei, ainda bem que ninguém sabe disso.
Elas se despedem de mim, me desejando sorte, me mandando usar preservativo, eu sorrio e concordo com tudo, mas não tenho esperança nenhuma de encontrar alguém. Se isso fosse acontecer, já teria acontecido pelo menos um leve interesse da minha parte, os homens mostram interesse, mas é sempre interesse lascivo e isso me incomoda e não me sinto valorizada e nem lisonjeada como as minhas amigas.
Elas insistiram muito para que eu fosse nessa viagem, acham que sem a presença dos meus irmãos, eu irei me soltar mais. Eu não queria ir, mas comentei com as minhas cunhadas que o pessoal estava querendo fazer uma viagem para a Europa e elas uniram-se e convenceram os meus irmãos e eles pagaram a viagem como presente. Depois disso eu não pude recusar.
Vamos em turma, homens e mulheres, dez pessoas no total.
Começamos por Portugal, Espanha, França e agora estamos na Bélgica, mas até agora não fizemos nada do que eu gostaria, museus? Nem pensar! Elas acham aborrecidos, experimentar sabores exóticos, comidas novas? Não eles preferem fast-food. Para que vir ao velho mundo e não conhecer os lugares históricos? Até agora foi uma sucessão de boates infindáveis, na minha opinião, os lugares parecem os mesmos, só diferem a língua, até a música uma batida constante, que só me deu dor de cabeça. Elas beberam e eu fiquei de vigia para todas elas. E sem contar no August, ele tenta de tudo para que eu fique com ele, mas se eu perguntar a ele a cor dos meus olhos, garanto que não sabe.
Fizeram uma votação, os homens queriam conhecer uma estrada sobre o oceano, e as mulheres queriam conhecer uma badalada casa noturna na Noruega, como estão cinco mulheres e cinco homens o voto decisivo foi o meu. Sinceramente prefiro a estrada, disseram ser um passeio emocionante e ainda a estrada liga pequenas ilhas. Não é possível que tenha vida noturna nessas pequenas ilhas. Então o meu voto foi para a estrada.
Elas ficaram aborrecidas, mas até agora o meu gosto não foi respeitado. É bom para variar.
Fomos de trem até Amesterdã, para mim o melhor passeio até agora. De manhã pegamos um vôo de Amesterdã para a Noruega.
Depois de esperar horas no aeroporto, por causa do mal tempo, finalmente embarcamos. No embarque uma comoção chama a atenção dos passageiros.
August_ O que está acontecendo ali?
Erick _ Alguma celebridade.
Maya_ Não é possível! Além de celebridades são americanos. É a dupla dinâmica!
Elis_ Dupla dinâmica? Batman e Robin? Precisa de tudo isso para duas pessoas com fantasias?
August _ Não! São jogadores de futebol! O melhor quarterback de todos os tempos e o melhor kicker.
Elis_ Não conheço. Vamos, por ali dá para passar.
Maya_ Eu não saio daqui sem uma foto com eles!
Elis_ Eles vão no mesmo vôo que a gente. No avião você pega.
Maya_ Vou fazer mais que isso! Talvez eu caia "acidentalmente" no colo de um deles. kkkkk
Eu não sei como ela pode ter essa cara de pau, cair no colo de alguém por querer.
Embarcamos e logo vejo os dois jogadores, entrando no avião, a mulherada toda suspira. Não vejo nada de mais em nenhum deles, abro o meu livro, a melhor companhia, nessa viagem tediosa.
Creio que depois dessa visita à estrada, eu vá para casa, já cansei. Invento uma desculpa qualquer e dou o fora.
A Maya se levanta e vai até um dos jogadores, finge que tropeça, mas antes de cair no colo de um deles, uma mulher a segura pelos braços e a põe de pé. Deve ser namorada do cara e eu dou risada disfarçada, parece que o plano não deu certo. Mas ela não se dá por vencida e pede para tirar fotos com eles, que educadamente concordam, dali a pouco, os coitados não tem mais sossego. Praticamente a aeronave inteira está incomodando os dois, até a comissária ir falar com os dois se quiserem trocar, tem lugares na primeira classe para o dois, mas ele se recusam, o maior diz que não ficaram com a primeira classe, pois só tinham dois lugares disponíveis, e eles estão em três.
Pelo menos foram cavalheiros em não deixar a moça sozinha. Volto a atenção ao meu livro e tento esquecer o bonitão, mas estou como todas as mulheres, com os olhos grudados naqueles braços musculosos.
Digo a mim mesma para deixar de bobeira e foco atenção no livro.
Depois de algumas horas de vôo me levanto para ir ao banheiro, estou saindo quando o avião parece dar um solavanco para a esquerda, eu já havia aberto a porta e uma parede de músculos cai por cima de mim e nós dois ficamos presos no banheiro, eu sentada no chão e ele em cima de mim, com a cabeça nos meus seios.
Elis_ O quê pensa que está fazendo?
Homem _ Tentando levantar.
Ele se apoia na parede e tenta erguer-se, mas um novo solavanco o derruba novamente. Começo a ouvir gritos.
Elis_ O avião está caindo!?
Homem _ Liv!
Ele grita o nome da namorada e se levanta a todo custo. Eu me agarro na sua cintura tentando ficar de pé.
Elis_ Precisamos sair daqui e ficar sentados nas cadeiras com o cinto.
Homem _ Eu não consigo abrir a porta.
Um barulho ensurdecedor corta o ar, ouvimos pessoas gritando e o som de vento bem forte.
Eu só penso que a minha vida chegou ao fim.
Elis_ Vamos morrer!
Ele se vira e me pega pelos braços
Homem _ Eu me recuso a morrer hoje! Recuse-se também.
Eu só olho para ele.
Homem _ Vamos diga!
Ele comanda e eu digo.
Olho em seus olhos e afirmo.
Elis_ Eu me recuso a morrer hoje!
É a última coisa que digo antes do barulho parar depois do impacto e só restar o silêncio.
RAPHAEL
Termino mais um jogo vencedor. Sou jogador profissional da NFL, comecei a jogar no colégio e ganhei bolsa para a faculdade da Califórnia, jogava mais pela bolsa, mas sempre fui uma pessoa concentrada, se é para fazer, faço bem-feito.
Conheci o Dylan, no dia que nós dois entramos no time. Ele é o melhor quarterback que há na liga, e eu sou o melhor kicker. Nós dois somos uma dupla imbatível. E se não fosse ele, eu já teria me perdido nesse mundo. No começo, depois da faculdade, quando entramos na liga com contratos milionários, fiquei deslumbrado com tanto poder que o dinheiro pode comprar.
Acabava as minhas noites na farra, bebidas e mulheres que eu perdia a conta. As vezes três numa mesma noite.
Um dia me atrasei para o treino e o Dylan foi resgatar-me, na mansão a beira-mar que comprei na Califórnia, com a garagem repleta de carros que eu nem mesmo tinha tempo de dirigir.
Eu estava nu na cama com três garotas. Ainda de ressaca. Ele arrastou-me para o chuveiro, e me encheu de café para que eu acordasse.
Dylan_ Olhe em volta! Você acha que essas garotas querem o que de você?
Raphael _ Sexo cara!
Dylan_ Não, seu otário! Elas e aquele bando de sanguessugas, que estão dormindo na sua sala, com a cabeça cheia de drogas, não são seus amigos, só estão atrás do seu dinheiro.
Raphael _ Não é droga, os caras só estão bêbados.
Dylan_ Venha olhar com os seus próprios olhos!
Nós fomos para a sala e eu vejo carreiras de um pó branco sobre a mesa.
Dylan_ Você teve sorte de eu ter vindo até aqui. Se fosse o treinador você estaria ferrado. Imagine os patrocinadores da marca que você fez propaganda de produtos de saúde, chegarem aqui e veem isso? Você não leu o contrato?
Raphael _ Confesso que não! Quando vi tantos zeros na minha frente, assinei.
Dylan_ Você terá que pagar uma quantia duas vezes maior, do que recebeu. Qualquer deslize, não tem conversa. Pode perder tudo! Até um desses parasitas se postar as festas com drogas nas redes sociais, você estará fora e com uma dívida considerável. Se livra de tudo isso antes que seja tarde.
Eu segui o conselho dele, e me livrei de gente que só estava interessada no meu dinheiro. Parei de dar festas e investi, como o Dylan fez, na minha própria marca. Temos uma parceria nos negócios. Ele tem razão, a fama não dura para sempre e nem o nosso corpo. Com trinta anos, um jogador já é considerado velho.
Estou com vinte e cinco anos, ou melhor vinte e seis, pois faço aniversário mês que vem.
Dylan _ Hei, o que houve? Você estava mais lento hoje. Não tomou as suas vitaminas?
Raphael _ Não é isso cara! O meu irmão me ligou antes do jogo. A minha mãe não está bem. Ela pode ser meio louca, mas é a única mãe que eu tenho. Vou viajar para casa hoje mesmo.
Dylan_ Que pena irmão, logo hoje que você ia conhecer a minha irmã.
Raphael _ A famosa Olivia? Ela está de volta das suas viagens pelo mundo?
Dylan_ Está! Ela vai fazer a primeira exposição de suas fotos.
Raphael _ Que pena, vou perder, mas assim que voltar, você me leva na exposição dela.
Dylan_ Espero que a sua mãe fique bem.
Eu viajo naquela noite mesmo.
Assim que entro na casa que comprei para ela, olho e vejo para onde vai todo o dinheiro que ela me pede. A casa era tão perfeita, aconchegante e linda e ela transformou tudo numa caricatura de riqueza, ostentação e mal gosto.
O meu irmão faz faculdade na Virgínia, está no último semestre, ele é um cara esforçado, ganhou bolsa, como eu, mas não pelo futebol e sim por ser muito inteligente. Agora que eu tenho dinheiro, ele não precisa mais trabalhar, mas ele não gosta de viver as minhas custas. É um homem sério e bem maduro para a idade, ele é mais novo do que eu, tem somente 23 anos.
Cole_ Oi, que bom que chegou! Como você está?
Raphael _ Estou bem! O que houve com a mãe?
Cole _ A vizinha me ligou ontem, disse que ela arrancou toda a roupa e saiu pelas ruas.
Raphael _ O quê? Ela enlouqueceu de vez?
Cole_ A polícia a levou para um hospital aqui de Miami. Eu fui vê-la e ela me contou algumas coisas que me deixaram estarrecido.
Raphael _ E o que ela te contou?
Cole _ Ela disse que não somos filhos dela!
Raphael _ Claro que somos, mesmo que sejamos adotados, somos seus filhos.
Cole _ Nós não fomos adotados. Nós fomos roubados!
Raphael _ Isso é impossível! Deve ser os efeitos dos remédios, e nós sempre soubemos que ela nunca foi normal, mas ela não iria nos roubar? Iria?
Cole_ Eu não sei! Por isso estou no quarto dela procurando algo para saber se ela está dizendo a verdade.
Raphael _ Podemos fazer um exame de DNA.
Cole _ Então vamos agora mesmo ao hospital, pedimos o exame e você conversa com ela, enquanto esperamos o resultado. Vamos ver o que ela diz para você.
Fazemos isso e vou conversar com ela. Assim que entro no quarto, ela abre os olhos e me encara.
Fiona_ O que está fazendo aqui Raphael?
Raphael _ Vim te ver mãe.
Fiona_ Porquê está me chamando de mãe? Está maluco? Você me expulsou da sua vida. Não quis nada comigo, preferiu aquela sem graça da Meg, então fique com ela.
Raphael _ Você é a minha mãe, não se lembra? Ou está me confundindo com o meu pai?
Fiona_ Kkkk É mesmo! Você é o bebê deles que eu roubei. É que você se parece com o seu pai.
Raphael _ E quem é o meu pai? Você não informou quando me registrou. E nunca me disse o nome dele.
Fiona _ Acabei de dizer. O nome dele era Raphael, mas não adianta procurar, ele já morreu procurando você.
Raphael _ Isso é verdade, mesmo? Me diz o nome dele.
Fiona_ Eu não lembro. Eu era vizinha da Meg, nós conhecemos o Raphael na escola, eu gostava dele, e ela o roubou de mim. Eu tive que sair de casa, por um tempo, e quando eu voltei os dois já tinham se casado e tinham uma menina, eu convivi com eles por um tempo, sempre que eu podia, eu ia na casa deles. Quando eu achei que ele estava interessado em mim, ela teve você e os meus planos não deram certo, ele ficou doido por você. Eu falei com a Meg para sair da vida dele, mas ela não quis, e ainda contou para a minha mãe que me internou de novo.
Eu fugi da clínica e entrei lá na casa deles e peguei você. Fui para outra cidade e nunca ninguém me achou.
Raphael _ E que cidade era essa?
Fiona_ Nova York! Não adianta procurar a cidade é grande.
Raphael _ E o Cole, você o roubou também?
Fiona_ Sim, arrumei um emprego como secretária em Jersey City e vivia muito bem com você. E conheci o Cole, ele era muito lindo, era casado e eu era a sua secretária. Um dia nós ficamos até mais tarde no escritório, eu sabia que aquilo era uma desculpa para ficar comigo, mas quando eu tentei beijá-lo, ele não quis e me despediu.
Eu sabia que a esposa dele estava prestes a ter um bebê. Então esperei, arrumei uma roupa de enfermeira, entrei no hospital e peguei o bebê. Saí com ele junto com a roupa suja e peguei você e sumi da cidade, viemos para Miami.
Saio do hospital desnorteado, eu tenho uma irmã e ela não disse se a minha mãe morreu, só disse que o meu pai morreu.
Raphael _ E agora o que faremos enquanto esse exame não sai?
Cole_ Acredito que esse exame é mera formalidade. Eu, pelo menos acreditei nela, você não?
Raphael _ Também acreditei, foi a primeira vez que ela conversou comigo e não desviou o olhar daquele jeito dissimulado dela.
Cole _ Não temos outra opção a não ser lidar com a verdade!
(Foto tirada da Internet)
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