Azul Pecado
••─⟡×⟡─▼ Chapter 1 ▼─⟡×⟡─••
•| Deixe sua marca aqui. ✍︎ |•
𝘼𝙩𝙚𝙣𝙘𝙖𝙤!⚠️
Essa obra terá o seguinte conteúdo:
* Yaoi/Yuri
* Máfia
* Sangue/Mortes
* Cenas +18
Se não gostar do conteúdo, sugiro que você se retire, não denunciem a obra. Agradeço!
𝘐𝘯𝘴𝘵𝘳𝘶çõ𝘦𝘴 𝘥𝘦 𝘤𝘳𝘪𝘢çã𝘰 𝘥𝘪𝘷𝘦𝘳𝘵𝘪𝘥𝘢:
• * Ação do personagem
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• ~ Sussurro ou gemido.
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• ABC Falas altas, ou gritos.
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• >> Narração do Personagem ou até mesmo do Autor.
●
• 💭 Pensamentos.
•| Itália 🇮🇹 Nápoles, Santa Luzia. 📍
Matteo acordava todos os dias às 6h42. O despertador — um rádio-relógio cinza, comprado por sua mãe quando ele tinha 12 anos — emitia um bipe grave e ritmado, não alto demais, não estridente. Matteo sabia que eram exatamente três bipes por segundo. Ele já tinha contado.
Agora, aos 25 anos, vivia sozinho em um apartamento de 40 metros quadrados no bairro de Santa Luzia, zona central da cidade. Tinha se mudado para lá três anos antes, com ajuda de uma assistente social e um programa de inclusão para jovens autistas em processo de autonomia. A mãe, com quem morara até os 22, havia falecido depois de uma luta silenciosa contra um câncer — silenciosa para os outros, mas ensurdecedora para ele.
A ausência dela ainda era um ruído constante na rotina meticulosa que ele tentava manter.
O apartamento era pequeno, mas perfeitamente funcional: sem espelhos desnecessários, sem cores fortes, com janelas duplas que abafavam sons externos. Os móveis seguiam um padrão simétrico que ele mesmo desenhara em papel quadriculado. Ele não recebia visitas. Não por medo, mas porque sua privacidade era o último território seguro que possuía.
Matteo era autista, com diagnóstico fechado aos oito anos. A infância fora um campo minado de tentativas mal orientadas: professores impacientes, terapeutas apressados, vizinhos maldosos. Mas sua mãe nunca desistira dele. Ela dizia que Matteo tinha um “coração afinado demais para um mundo desafinado”.
Ele trabalhava como arquivista em um escritório de advocacia, no subsolo de um prédio de vidro no centro financeiro. Tinha conseguido o emprego através de um programa de inclusão, mas já não era supervisionado. Havia três anos que cuidava dos arquivos físicos e digitais com uma precisão que nenhum dos advogados jamais questionou. Na verdade, poucos sequer falavam com ele. Matteo preferia assim. O silêncio e a previsibilidade do trabalho eram uma espécie de refúgio.
Sua rotina matinal era milimetricamente cronometrada. Depois de se levantar, ele arrumava a cama em doze movimentos precisos, lavava o rosto com água fria por exatos vinte segundos e ia até a cozinha. Lá, contava os vinte e quatro azulejos brancos da parede (seis fileiras de quatro), organizava os talheres em ordem de tamanho e preparava o café: três colheres niveladas de pó, 400 ml de água mineral, sete minutos no coador de pano.
Naquela manhã, algo deu errado.
Às 6h47, um alarme de carro começou a tocar no estacionamento do prédio. O senhor Alberto, morador do 302, provavelmente havia apertado o botão errado no controle. O som estridente ecoou pelo corredor e invadiu a cozinha de Matteo como um grito cortando vidro.
O som quebrou a sequência. O som quebrou o dia. O coração de Matteo disparou, e ele ficou paralisado por alguns segundos, fixado no ruído. Cada repetição do alarme era como uma martelada irregular no seu peito.
Tentou respirar. Sete vezes, como sempre. Mas só conseguiu quatro.
Levantou-se e foi direto até a geladeira. Leu a lista de tarefas. Três vezes. Tocou os azulejos, como se precisasse confirmar que o mundo ainda era sólido. Ainda havia vinte e quatro. Isso o acalmou um pouco.
Vestiu a camisa preta sem etiquetas — a terceira da esquerda no armário — e calçou os tênis com os cadarços já prontos. Saiu de casa às 7h38.
Exatamente dez minutos atrasado.
Matteo odiava atrasos. Um atraso podia significar cruzar com pessoas no elevador, perder o ônibus preferido, ter de interagir mais do que o necessário. O dia inteiro podia virar uma sucessão de pequenos acidentes.
E ele não sabia — como poderia saber? — que esse atraso específico o colocaria diante de algo que jamais poderia prever.
Naquela manhã, ele não chegaria ao trabalho. E ao contrário de tudo que desejava, alguém notaria sua presença.
O mesmo havia pegado um atalho para chegar a sua parada a tempo, mas logo acabou se perdendo em um beco. E foi ali que...
𝘔𝘢𝘳𝘤𝘦𝘭𝘰 𝘝𝘢𝘳𝘦𝘭𝘢
Senhor, me perdoe.
𝘔𝘢𝘳𝘤𝘦𝘭𝘰 𝘝𝘢𝘳𝘦𝘭𝘢
Eu imploro... Não me mate!
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*atira no mesmo*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*tapa os ouvidos fechando os olhos*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*respira fundo*
Ele respirou fundo, sete vezes como sempre, assustado com os barulhos dos tiros.
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
💭 Um, dois, três... 💭
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*se vira ao ver a sombra do mesmo*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Veja só o que temos aqui...
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*sorri levemente*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*da um passa para trás*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*se assusta mais uma vez ao ver uma poça de sangue se formando ao redor do homem caído no chão*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*sobressalto*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
O-o que vocês fizeram com aquele homem?
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Ninguém vai ficar sabendo disso.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*faz sinal de silêncio*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*da mais um passo para trás*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Eu não vou falar novamente, fique onde está!
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*se vira e aponta uma arma para o mesmo*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Se acalme, Luca.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Seu irmão não vai gostar de saber que você anda matando por aí.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Não foi um pedido, foi uma ordem!
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*ainda assustado*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*tenta correr*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*vai atrás do mesmo*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Vem cá docinho...
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Eu não irei lhe fazer mal.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*corre atrás do mesmo*
Matteo não era tolo, o mesmo tentou fugir mas logo Adrian o alcançou... O mesmo estava tentava respirar enquanto Adrian o sufocava com um pano, não demorou muito para ele desmaiar.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Ande logo com isso!
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*caminha em direção a um carro*
Adrian pegou o menor em seus braços, com certa delicadeza, o carregando estilo noiva. Os mesmos estavam em um bairro pouco movimentado, Adrian logo abriu o porta-malas e ali colocou Matteo com cuidado.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*fecha o porta-malas*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*entra no carro e senta no banco do motorista*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Para onde vamos agora?
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Iremos para a casa principal...
•| Apresentação dos personagens |•
•{ Pode conter Spoilers }•
Status: Testemunha indesejada e protegido (ou prisioneiro?) do chefe da máfia Moretti.
Aparência: Cabelos escuros, lisos e sempre cortados de forma simples; pele clara, magro, de postura contida. Os olhos são de um azul profundo, quase etéreo, sempre em movimento, como se buscassem padrões invisíveis no mundo. Costuma vestir-se de maneira neutra e funcional: camisetas lisas, tênis gastos, roupas que não chamem atenção.
Personalidade: Reservado, introspectivo e metódico. Matteo é sensível a estímulos, mas possui uma inteligência aguçada, com um olhar que percebe o que os outros ignoram. Dificulta conexões sociais, mas é genuinamente sincero e leal quando se sente seguro. Seu mundo interior é vasto, rico em ordem, e profundamente afetado por qualquer mudança externa.
Histórico: Diagnosticado com autismo na infância, Matteo foi criado por uma mãe solo que o protegeu do mundo até onde pôde. Após sua morte, precisou aprender a viver sozinho em uma sociedade que raramente o compreende. Trabalha como arquivista e vive através de rotinas rígidas que o mantêm funcional em meio ao caos externo. Sua vida muda drasticamente ao testemunhar um crime ligado à máfia, onde passa a viver entre o medo e a atenção inesperada de Dante.
Curiosidade: Tem fascínio por números primos e sons repetitivos, que o acalmam. Nunca foi tocado por ninguém de forma íntima — até Dante.
Status: Irmão mais novo e braço direito do chefe da máfia Moretti.
Aparência: Moreno de porte atlético, olhos escuros e intensos, expressão fechada. Quase sempre com roupas escuras e discretas, mas com uma presença que impõe respeito.
Personalidade: Protetor, disciplinado, extremamente leal à família. Tem um lado explosivo que esconde sob o dever. Vive sob a sombra do irmão mais velho, tentando provar que é mais que um “segundo no comando”.
Histórico: Cresceu no coração da máfia, treinado desde cedo para ocupar o cargo ao lado do irmão. Carrega o peso do nome da família com honra, mas também com uma frustração silenciosa.
Status: Estrategista da máfia, aliado fiel da família Moretti, amigo próximo de Luca.
Aparência: Cabelos platinados, pele clara, olhar frio. Sempre com uma aparência impecável, carrega um charme perigoso.
Personalidade: Racional, reservado e metódico. É o cérebro por trás de operações limpas e silenciosas. Confia em poucos, mas tem uma ligação especial com Luca.
Histórico: Nascido na Rússia, foi acolhido pela máfia italiana após a morte do pai, um antigo aliado dos Moretti. Cresceu ao lado de Luca e do irmão mais velho, se tornando uma peça indispensável.
Aparência: Marcelo Varela é um homem de presença forte e refinada, com traços marcantes que exalam autoridade e charme perigoso. Seu cabelo castanho, levemente ondulado, é penteado para o lado com um toque casual que contrasta com sua postura impecável. Usa uma barba bem cuidada que reforça seu ar maduro e misterioso.
••─⟡×⟡─▼ Chapter 2 ▼─⟡×⟡─••
Narrador > Anteriormente, em "Azul Pecado"...
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*fecha o porta-malas*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*entra no carro e senta no banco do motorista*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Para onde vamos agora?
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Iremos para a casa principal...
O ronco contido do motor de alta performance cortava o silêncio que pairava sobre as ruas desertas, enquanto o automóvel de linhas elegantes deslizava para longe, abandonando o bairro Santa Lucia à sua poeira e quietude.
Mesmo com o conforto do chassi de luxo, o carro vibrava sutilmente sobre o asfalto antigo, enquanto Matteo, ainda desacordado, permanecia enclausurado no porta-malas.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Quanto tempo até lá?
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Quarenta minutos. Talvez menos, se não nos seguirem.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*dar a partida*
Conforme previsto, o veículo alcançou seu destino aproximadamente quarenta minutos após a partida, estacionando diante da imponente propriedade que servia como residência principal da família Moretti.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*pisa o chão ao sair do automóvel*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*respira fundo*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Enfim, de volta à toca do lobo.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Não seja tão negativo. Ainda temos controle aqui.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*avança em direção aos portões principais*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Traga o garoto...
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*concorda com o que foi estabelecido*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*com um movimento firme, abre os portões da propriedade*
Luca atravessou os portões com a mesma naturalidade de quem retornava a um território familiar. O som dos portões se fechando atrás dele ecoou como uma marca registrada de sua chegada.
A luz fraca das lâmpadas internas iluminava vagamente o seu caminho, enquanto o mesmo seguia em frente.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*abre os portões, novamente*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*fecha os portões com cuidado, enquanto carrega Matteo em seus braços*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*se aconchega*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
💭 Que adorável... 💭
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*ia abrir uma porta*
𝘌𝘭𝘪𝘢𝘴 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘢𝘶
*sobressalto*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Por que demonstrava tamanha surpresa?
𝘌𝘭𝘪𝘢𝘴 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘢𝘶
Você sumiu por cinco dias, sem ao menos deixar um rastro sequer...
𝘌𝘭𝘪𝘢𝘴 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘢𝘶
Por onde andou?
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Meu irmão... Está?
𝘌𝘭𝘪𝘢𝘴 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘢𝘶
Sim, está... E bastante furioso aliás.
𝘌𝘭𝘪𝘢𝘴 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘢𝘶
Espere um estante, quem é esse garoto?
𝘌𝘭𝘪𝘢𝘴 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘢𝘶
*aponta, e se refere a Matteo que estava sendo carregado por Adrian*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*sorri sem graça*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Apenas um ser insignificante, que apareceu na hora e no momento errado.
𝘌𝘭𝘪𝘢𝘴 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘢𝘶
💭 Esse garoto não parece ser perigoso... 💭
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Eu não tenho tempo para conversas, onde está o meu irmão?
𝘌𝘭𝘪𝘢𝘴 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘢𝘶
Descansando em seus aposentos...
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*passa adiante com desdém, roçando-lhe o ombro sem se importar*
Luca avançou pelo corredor com passos firmes e decididos, os olhos fixos na escadaria à frente. Elias, que se preparava para dizer algo, mal teve tempo de abrir a boca — foi silenciado não por palavras, mas pela atitude impiedosa de Luca, que o ultrapassou com frieza.
Esbarrou-lhe o ombro de leve, sem desviar o curso nem oferecer um olhar. O gesto, seco e deliberado, bastava para deixar claro que qualquer tentativa de diálogo naquele momento seria inútil.
Sem interromper o ritmo, Luca começou a subir os degraus em silêncio, cada passo ecoando pela casa com o peso da autoridade que carregava. O mármore sob seus pés refletia a luz dourada dos lustres, mas seus pensamentos estavam muito acima daquele brilho passageiro.
Ao alcançar o patamar superior, não hesitou: seguiu diretamente pelo longo corredor até os aposentos de seu irmão mais velho — Dante, o chefe da família Moretti. Lá, onde decisões não eram discutidas, apenas obedecidas.
𝘌𝘭𝘪𝘢𝘴 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘢𝘶
*coloca a mão em seu próprio ombro*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Onde eu despejo esse pacote?
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*sem graça, se refere a Matteo*
Subitamente, uma porta se abriu no fim do corredor, rompendo o silêncio com o leve rangido das dobradiças. Da penumbra dos aposentos, surgiu Dante.
A luz difusa do corredor delineou sua figura imponente, envolta em sobriedade e controle absoluto. Vestia-se com a habitual elegância contida — camisa escura, os primeiros botões abertos, e o olhar afiado como uma lâmina recém-afiada.
Por um breve instante, ele permaneceu ali, imóvel, observando Luca com aquela expressão indecifrável que misturava cálculo e autoridade.
Não precisou dizer nada. Sua presença por si só bastava para silenciar o ambiente e impor a ordem natural das coisas. Era Dante Moretti — e o mundo ao redor sabia se dobrar diante dele.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*para abruptamente*
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*observa com os olhos semicerrados*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Você parece... Surpreso em me ver, irmão.
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Por onde andou?
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*fala num tom autoritário*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
De Caserta a Génova, passando por muitas cidades...
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Qual o propósito de sua viagem?
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Perdão irmão, mais não posso dizer.
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*levemente surpreso com as palavras do irmão*
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
O que você deseja?
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Apenas gostaria de dar-lhe um pequeno aviso...
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
A sua teia está se desfazendo, irmão, e todos estão percebendo.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Já deve estar ciente de uma nova máfia, presente nas nossas redondezas...
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Aonde exatamente você quer chegar?
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Você está perdendo seu poder político nessa casa.
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Ouvi rumores, de que existe infiltrados entre nós!
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*com Matteo nos braços, passa pelos mesmos*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Perdão por atrapalhar, senhor...
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*faz reverência, e caminha com Matteo em seus braços até um quarto*
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
E esse, quem é?
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*se refere ao menor desacordado*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Um garoto qualquer, nosso possível... prisioneiro?
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*chega mais perto, ficando frente a frente mostrando autoridade*
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Eu não sei o que você pretende fazer, irmão, mas sugiro que pense com muito cuidado antes de dar o próximo passo.
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Eu não estou afim de brigar com você, irei descer e tomar meu café...
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Espero te ver na mesa.
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*caminha em direção a escada, e logo começa a descer até o andar inferior*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*suspira exausto*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Sua teia está se desfazendo, irmão...
Após o breve cumprimento a Dante — contido, respeitoso, e carregado de tensão silenciosa — Adrian não aguardou resposta.
Simplesmente seguiu em frente, mantendo o passo firme pelo corredor longo, com Matteo ainda aninhado em seus braços como um fardo inesperado, mas que ele agora carregava com um cuidado quase instintivo.
O corredor levou-o à ala leste da casa, menos movimentada, onde quartos pouco usados serviam para hóspedes, aliados em trânsito... ou situações que não podiam ser expostas à casa inteira.
Parou diante de uma porta de madeira escura, girou lentamente a maçaneta e empurrou-a com o ombro, sem soltar Matteo em nenhum momento.
O quarto estava silencioso e levemente empoeirado, mas ainda assim confortável. Luz suave entrava pelas persianas entreabertas, riscando o chão de faixas douradas.
Adrian atravessou o espaço com calma, como se cada passo fosse parte de um ritual que nem ele mesmo entendia direito, até pousar o corpo desacordado do garoto sobre a cama. Matteo não reagiu, até certo momento...
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*deixa Matteo sob uma cama, com certo cuidado*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*esfrega os olhos*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*sobressalto*
•| Apresentação dos personagens |•
•{ Pode conter Spoilers }•
Status: Chefe da máfia Moretti, herdeiro do império criminoso da família.
Aparência: Alto, cabelos escuros sempre bem arrumados, olhos castanho-escuros intensos. Veste-se com elegância quase ritual, ternos sob medida e cheiro de cigarro caro.
Personalidade: Frio, calculista, protetor com quem considera “seu”. Tem um lado introspectivo e solitário que raramente mostra. Fascinado por mentes difíceis de decifrar.
Histórico: Criado para herdar a máfia, Dante aprendeu desde cedo que o amor é fraqueza — até Matteo aparecer em sua vida. Seu maior medo é que sua obsessão pelo garoto comprometa o império que construiu com sangue.
Curiosidade: Toca piano sozinho nas madrugadas, uma herança de sua mãe, a única pessoa que ele amou sem reservas.
Status: Contrabandista ligado à máfia / amante de arte.
Aparência: Elías tem um rosto de traços suaves e quase etéreos. Cabelos claros e desgrenhados contrastam com seus olhos intensos e lábios marcados, sempre entreabertos em um sorriso enigmático. Veste-se com um toque de descuido elegante — camisas meio abertas, joias discretas e um ar de quem dormiu pouco mas vive intensamente. Usa óculos finos presos por correntes que pendem com charme.
Personalidade: Sedutor e poético, Elías parece flutuar entre o mundo do crime e o da arte. É imprevisível, criativo e um pouco volátil. Trabalha com objetos roubados e antiguidades.
Histórico: Elías cresceu entre antiquários e ladrões de galeria. Entrou na máfia ao contrabandear obras valiosas e relíquias para clientes influentes. Tem um passado envolto em escândalos.
••─⟡×⟡─▼ Chapter 3 ▼─⟡×⟡─••
Narrador > Anteriormente, em "Azul Pecado"...
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*deixa Matteo sob uma cama, com certo cuidado*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*esfrega os olhos*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*sobressalto*
O silêncio do quarto foi interrompido por um leve movimento sobre os lençóis. Matteo despertou bruscamente, como se algo o tivesse arrancado do fundo de um sonho ou de um pesadelo. Os olhos se abriram de súbito, arregalados, ainda embaçados pela confusão. O teto estranho, o cheiro diferente do ambiente, o leve peso do cobertor... Nada era familiar.
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*levanta assustado*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
Onde eu estou?
O pânico veio em ondas rápidas.
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*se afasta lentamente*
Seu corpo reagiu antes da mente conseguir organizar os pensamentos. Sentou-se de forma abrupta na cama e recuou até bater as costas contra a cabeceira, o peito arfando com uma respiração curta e descompassada.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Eu não vou te machucar-
A fala de Adrian foi o suficiente para que Matteo entrasse em defesa. Seus olhos buscaram desesperadamente por algo ao alcance. Encontrou um pequeno abajur de mesa. Com mãos trêmulas, agarrou-o sem pensar e o lançou na direção de Adrian, o objeto cortando o ar com um baque seco ao atingir a parede ao lado do homem.
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*tapa os ouvidos, e fecha os olhos com força*
Adrian não reagiu com raiva apenas se enrijeceu por reflexo, desviando levemente o corpo para o lado.
Matteo apertou ainda mais os joelhos contra o peito, os olhos fixos nele como os de um animal encurralado. As mãos tremiam. O peito subia e descia rapidamente, em choque.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Acalme-se...
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Eu já falei, eu não irei machuca-lo!
Adrian deu um passo atrás, diminuindo a pressão no ambiente. Não era a primeira vez que via alguém acordar em estado de fuga. Mas com Matteo, havia algo diferente um terror moldado não apenas pela situação, mas por camadas mais profundas, mais antigas. E por isso, ele se manteve ali, quieto, à distância. Esperando que o tempo fizesse o que as palavras, por ora, não podiam.
O sol filtrava-se pelas janelas altas da sala de refeições, desenhando padrões claros sobre a toalha branca perfeitamente estendida. A mesa era ampla, com pratos de porcelana, talheres de prata e um bule de café recém-servido que exalava um aroma forte e amargo o tipo de detalhe que Dante apreciava pela manhã. Ao seu lado, Luca mexia distraidamente o açúcar em sua xícara, o olhar fixo no movimento circular, como se qualquer coisa fosse melhor do que encarar o irmão.
Apesar da tensão evidente entre eles resquício da conversa ríspida no corredor, minutos antes, o ambiente se mantinha artificialmente calmo. Havia algo meticulosamente ensaiado naquele café da manhã: como se ambos fingissem que as palavras afiadas de antes não haviam sido ditas.
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Você saiu por cinco dias, Luca...
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*fala em um tom sério, enquanto corta uma fatia de pão*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*ergue o olhar com lentidão, sem sorrir*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Ainda estou avaliando o que vale a pena ser dito.
Dante soltou um leve som com a garganta, mais próximo de um suspiro resignado do que de uma risada.
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Então avalie com sabedoria.
Antes que o silêncio voltasse a pesar, um estrondo seco ecoou do andar superior alto o suficiente para interromper qualquer conversa. Dante levantou ligeiramente o olhar, as sobrancelhas franzidas com discreta irritação. O som de algo se quebrando. Vidro? Cerâmica?
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*coloca calmamente a xícara sobre o pires*
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Elias. *chama sem levantar a voz*
O mesmo, que aguardava a poucos metros, aproximou-se com prontidão e uma leve inclinação da cabeça.
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Vá ver o que foi isso.
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*olha para Luca*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*para de mecher a xícara*
𝘌𝘭𝘪𝘢𝘴 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘢𝘶
*se afasta com passos controlados, em direção a escadaria*
𝘋𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Quem era aquele garoto!?
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*fala em um tom irônico, enquanto sustenta o olhar no irmão*
A porta se abriu com um estalo seco, e Elias surgiu no batente alto, de ombros largos, a expressão carregada com aquela impaciência fria típica dos homens da organização. Os olhos dele se estreitaram ao analisar a cena.
Matteo estava de pé sobre a cama, tremendo, com o corpo rígido e os olhos arregalados. Nas mãos, uma pequena escultura de metal erguida como uma arma improvisada. Diante dele, Adrian, com as mãos erguidas em sinal de calma, permanecia imóvel, num esforço delicado para não agravar a situação.
Elias franziu o cenho, dando um único passo para dentro do quarto, mas sem se aproximar demais.
𝘌𝘭𝘪𝘢𝘴 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘢𝘶
O que, exatamente, está acontecendo aqui?
𝘌𝘭𝘪𝘢𝘴 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘢𝘶
*pergunta em tom baixo, mas firme*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*sem desviar o olhar de Matteo*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Ele acordou assustado. Está confuso... e pensa que estamos aqui pra machucá-lo.
Elias retrucou, com um meio sorriso cético, os olhos ainda analisando o garoto como quem avalia uma variável inesperada.
Matteo então o encarou com mais intensidade, ofegante, e agarrou com mais força o objeto em mãos. Seus olhos corriam da porta para a janela, da parede para Adrian. O mundo era um labirinto desconhecido, e ele estava preso no centro.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Fique onde está!
𝘌𝘭𝘪𝘢𝘴 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘢𝘶
*cruza os braços com lentidão*
𝘌𝘭𝘪𝘢𝘴 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘢𝘶
Esse é o garoto que vocês trouxeram, hoje mais cedo?
O tom era de crítica velada, ainda que sua voz permanecesse baixa.
𝘌𝘭𝘪𝘢𝘴 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘢𝘶
Luca passou por mim como se eu fosse invisível. E agora isso.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*solta um leve suspiro*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Luca mandou trazê-lo. Achei melhor não questionar.
𝘌𝘭𝘪𝘢𝘴 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘢𝘶
*avalia Matteo, com um olhar frio, sua cabeça inclinada*
Matteo mantinha os olhos arregalados, o peito subindo e descendo rapidamente, o objeto ainda em mãos. Mas, ao ouvir a troca de palavras, a tensão nos ombros diminuiu apenas um pouco. O braço tremeu, hesitante... e a escultura de metal foi baixada lentamente, com os dedos ainda contraídos ao redor dela.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Ele vai se acalmar, só precisa de espaço.
Elias não respondeu de imediato. Apenas observou. Então se virou sem pressa.
𝘌𝘭𝘪𝘢𝘴 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘢𝘶
Vou avisar Dante que o "convidado" está acordado...
O mesmo desapareceu pelo corredor, deixando para trás o som oco da porta se fechando.
Adrian soltou o ar lentamente, abaixando os braços. Deu um passo mais próximo, mas manteve a voz baixa, quase num murmúrio.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Certo... um passo de cada vez.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*se aproxima*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*se prepara para jogar a escultura, mais uma vez*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*fala alto, quase como um grito*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Não irei te fazer mal, abaixe isso, vamos conversar como pessoas civilizadas.
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*abaixa lentamente*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
Você não parece ser mal...
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*olha bem para o mesmo*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*senta lentamente, no canto da cama*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Qual é o seu nome?
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
Eu não te conheço, a minha mãe dizia que eu não deveria dizer meu nome para estranhos!
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*olha estranho*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Eu não sou um estranho, ou sou?
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*levemente pensativo*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
Só vou dizer, por que você parece ser uma pessoa legal.
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
Me chamo Matteo... *sorri levemente*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
E você, senhor, como se chama?
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*assusta, tapando os ouvidos lentamente*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Eu não sou tão velho assim...
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*leve risada*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
Onde eu estou?
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Um pouco... afastado de sua casa, eu poderia dizer assim?
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*entrando em desespero*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Ei, ei, se acalme!
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
💭 Demorou tanto para ele se acalmar... E agora voltamos ao começo. 💭
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
💭 Ele se parece com uma... Criança? 💭
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
Você foi quem me trouxe aqui?
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
Me leva de volta para casa!
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
Eu não gostei de você.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*levemente surpreso*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*abre a porta com tudo*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*sobressalto*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
Resolveu acordar é?
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*vai até o mesmo, o segurando com força*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Ei, Luca, espere!
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
O que você está fazendo?
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*assustado*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
*tentando respirar, sete vezes como sempre*
𝘔𝘢𝘵𝘵𝘦𝘰 𝘉𝘪𝘢𝘯𝘤𝘩𝘪
Você vai me machucar?
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*rir, um tanto irônico*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Eu não vou permitir que machuque ele!
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*direciona o olhar para Adrian*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
Ele não fez absolutamente nada, e você o arrastou até aqui.
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
O que você pretende fazer?
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*solta Matteo*
𝘓𝘶𝘤𝘢 𝘔𝘰𝘳𝘦𝘵𝘵𝘪
*vai até o mesmo*
𝘈𝘥𝘳𝘪𝘢𝘯 𝘝𝘰𝘭𝘬𝘰𝘷
*encara Luca*
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