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Chamas do Coração : Um Laço Proibido

Avisos da Autora

Antes de mergulhar na história de Juliana e Henrique, quero te dar as boas-vindas e, ao mesmo tempo, deixar um recado importante. Esta é uma obra de ficção que aborda temas delicados, intensos e, por vezes, controversos.

Juliana vive um relacionamento proibido com o sogro, Henrique, que vai além dos limites impostos pelas convenções sociais. A narrativa traz cenas de traição, conflitos familiares, culpa, desejo reprimido e a eterna luta entre dever e sentimento.

Embora seja um romance, esta história toca em feridas emocionais que podem ser sensíveis para alguns leitores. Se você já passou por situações de abandono, relacionamentos abusivos, manipulação emocional ou conflitos morais profundos, peço que leia com cautela.

Meu objetivo não é romantizar decisões erradas, mas sim explorar as complexidades humanas, os erros que nos tornam reais e a busca por redenção mesmo nos caminhos mais tortuosos.

Se você optar por seguir, espero que esta obra te provoque, emocione e, acima de tudo, faça refletir.

Nota Importante da Autora

Queridas leitoras,

Preciso compartilhar algumas coisinhas com vocês antes de começarmos:

• Não costumo revisar capítulo por capítulo. Escrevo com o coração, muitas vezes na emoção do momento, então erros podem escapar. Conto com a compreensão de vocês!

• Irei postar o livro completo de uma só vez, para quem gosta de maratonar a leitura sem pausas.

• Curtam e votem no final de cada capítulo — isso me incentiva muito a continuar escrevendo e compartilhando novas histórias com vocês.

• Temos um grupo no WhatsApp, onde brincamos, interagimos e nos divertimos juntinhas! Lá, autora e leitoras viram uma família.

• Sintam-se à vontade para comentar, surtar, xingar os personagens, mas lembrem-se: por trás da história existe uma autora que também sente, então vamos manter o respeito e o carinho.

E claro, me sigam no Instagram: @autora_sueferrasso para acompanhar novidades, bastidores e muito mais.

Obrigada por estarem aqui. Boa leitura!

Com amor,

Sue Ferrasso

O sol se põe preguiçosamente atrás das montanhas, banhando a fazenda em tons dourados que parecem aquecer até as lembranças mais frias. A casa branca, com sua varanda simples e flores ao redor, guarda segredos sussurrados entre paredes que já ouviram confissões proibidas.

Ali, Juliana caminhava descalça pelo gramado ao amanhecer, os cabelos soltos dançando com a brisa leve, tentando encontrar paz onde só havia confusão. Henrique, sempre firme, observava da cerca de madeira, com o chapéu nas mãos e o coração pesado — dividido entre o certo e o inevitável.

O celeiro ao lado, com sua estrutura imponente e o vermelho desbotado pelo tempo, foi testemunha de encontros silenciosos, de olhares que diziam mais do que palavras jamais ousariam. Naquele pedaço de terra, o amor floresceu onde jamais deveria, entre campos de silêncio e tempestades internas.

Essa é a fazenda onde o desejo e o dever colidiram. Onde o amor proibido entre uma nora e o sogro se enraizou, crescendo entre cicatrizes e esperanças.

O sol dourado banha o campo com uma luz morna, enquanto Henrique observa em silêncio os cavalos que pastam tranquilos à frente do celeiro. Seu chapéu cobre os olhos ligeiramente semicerrados, como se tentasse proteger não só do brilho do fim de tarde, mas também dos sentimentos que carrega no peito.

Com a camisa de flanela surrada e as mãos firmes cruzadas à frente do corpo, ele respira fundo, sentindo o cheiro da terra, do feno e da liberdade — aquela que ele só encontra ali, entre os animais que tanto ama. Cada cavalo tem nome, tem história, e com cada um ele aprendeu a domar mais que instinto: aprendeu a domar a solidão.

Mas por mais que seu amor pelos cavalos seja imenso, nenhum sentimento se aproxima do que pulsa por Juliana. Ela chegou como parte de um dever, e virou o seu desvio mais incontrolável. E ali, diante daquele cenário que parecia intocado pelo tempo, Henrique se permitia sentir. Porque entre o som suave dos cascos e o sopro do vento, ele sabia — o único lugar onde seu coração batia mais forte que naquele estábulo, era nos olhos da mulher proibida que mudou sua vida.

Vamos lá boa viagem …

2 Prólogo

Henrique sempre fora um homem de poucas palavras, mas sua presença era inconfundível. Aos 46 anos, ele parecia carregar em seu rosto o peso de uma vida vivida com sabedoria e paciência, refletindo o tempo e as histórias que a terra de sua vasta fazenda lhe contara. Alto, com uma barba cuidadosamente aparada, ele exibia um semblante sério, mas seus olhos verdes , profundos e atentos, denunciavam a experiência de um homem que havia aprendido a olhar além da superfície. Sua pele, curtida pelo sol e marcada pelas exigências do campo, parecia contar a história de uma vida de trabalho árduo, sem jamais ceder ao luxo da cidade. Apesar de sua imensa fortuna, adquirida ao longo de anos de dedicação à fazenda que herdara, Henrique jamais se deixou seduzir pela ostentação. Para ele, o que realmente importava era o legado, a terra e a família.

Eduardo, por outro lado, representava tudo o que Henrique não era. Com 28 anos, era um jovem imaturo, excessivamente mimado e perdido em um mundo de prazeres superficiais. Os cabelos sempre bem arrumados, a pele impecável e as roupas de grife faziam dele o estereótipo de um playboy. Seus olhos castanhos, muitas vezes vazios de verdadeira ambição, eram o reflexo de alguém que se acostumara a obter tudo com um simples pedido. O filho de Henrique nunca soubera o que era trabalhar duro, e sua vida parecia ser uma sequência de festas, viagens e relacionamentos passageiros. Mesmo após o falecimento de sua mãe, ele continuou a tropeçar nos próprios erros, sem jamais aprender o valor da responsabilidade.

Juliana, por outro lado, era um ser completamente distinto, uma alma delicada e doce que, aos 26 anos, parecia ser a antítese do caos ao seu redor. Seus longos cabelos castanhos ondulados caíam suavemente sobre os ombros, e seus olhos verdes irradiavam uma calma que contrastava com a turbulência do mundo em que vivia. Sua pele clara, quase etérea, e a postura graciosa a faziam parecer uma obra de arte, mas por dentro, Juliana era muito mais do que apenas a aparência que exibia. Ela tinha um coração gentil e uma mente curiosa, sempre buscando compreender os outros, mas suas circunstâncias a aprisionavam em um casamento sem amor, com um homem que nunca foi capaz de lhe dar o que ela realmente precisava: atenção, respeito e, principalmente, liberdade.

Os três estavam ligados por um fio invisível, puxados por destinos diferentes, mas entrelaçados por um mesmo núcleo: a fazenda, a herança e, de alguma forma, a obrigação que Juliana sentia em cumprir com o que foi imposto a ela. Mas, enquanto Eduardo parecia continuar vivendo em seu próprio mundo, sem perceber as nuances da vida ao seu redor, Henrique começava a perceber a fragilidade da sua nora, e, talvez por isso, ela fosse a única pessoa que ele ainda sentisse necessidade de proteger. O que parecia ser uma relação entre sogro e nora estava prestes a mudar para algo muito mais complexo. Algo que desafiará os limites do amor, da obrigação e dos sentimentos proibidos.

Juliana sempre soubera que seu casamento com Eduardo não passava de uma obrigação. Um acordo entre famílias, selado desde sua adolescência, quando seus pais acharam que era o melhor para sua estabilidade e futuro. O problema é que, no fundo, ela não amava Eduardo. Na verdade, mal conseguia entender como alguém tão acomodado, sem ambição e tão perdido na vida, poderia ser digno de sua atenção. Ele parecia sempre tropeçar nas próprias escolhas, frustrando até as expectativas mais básicas.

Henrique, seu sogro, nunca se casou. Sua história estava marcada por um erro no passado, que resultou em Eduardo, fruto de um descuido. Após a morte da mãe de Eduardo, Henrique assumiu a responsabilidade de criá-lo, um fardo que ele carregou silenciosamente, dedicando-se ao filho com todo o cuidado que ele jamais conseguiu transferir para os outros aspectos de sua vida. Agora, como homem maduro e com a sabedoria que vem com o tempo, ele via Juliana de uma maneira que ninguém mais parecia perceber: ela era mais do que a esposa de seu filho, ela era uma mulher perdida, tentando se encaixar em um papel que nunca foi realmente dela.

Henrique passou a ter uma atenção especial para Juliana, algo que jamais demonstrou a qualquer outra mulher. Seus gestos de carinho eram sutis, mas carregados de significado. Ele a escutava com paciência, oferecia conselhos sem pressa e estava sempre presente quando ela mais precisava, algo que Eduardo jamais fez. Henrique, com sua sensatez e sua vida marcada pela solidão, se tornou, sem querer, a figura que Juliana procurava em meio ao caos de seu casamento.

Enquanto Eduardo continuava a tropeçar na vida, deixando um rastro de erros e frustrações, a conexão entre Juliana e Henrique se tornava cada vez mais forte. Ela não sabia até onde isso poderia ir, mas o que começou como simples apoio e compreensão se transformava em algo mais complexo, algo que desafiava os limites familiares.

Juliana agora enfrentava um dilema profundo: seguir com a obrigação de seu casamento ou ceder aos sentimentos que cresciam em seu coração, algo que poderia mudar para sempre sua vida e a de todos ao seu redor.

3 Casa Silenciosa

A casa de Henrique era imensa, mas não de um jeito imponente e frio. Era uma casa antiga, com amplos corredores e paredes de pedra que pareciam guardar os segredos e as histórias de muitas gerações. O aroma do campo e do café fresco invadiu meu nariz assim que entrei pela porta, e, por um momento, senti um pequeno conforto. No entanto, ao olhar ao redor, meu coração apertou. Esse seria meu novo lar. Aquele lugar, com seus vastos jardins e seu silêncio profundo, agora seria minha casa.

Nunca imaginei que chegaria a esse ponto. Minha vida, até aquele momento, sempre foi uma sequência de pequenos sacrifícios para cumprir com expectativas que não eram minhas. Mas o casamento com Eduardo, que já me parecia uma obrigação desde o começo, agora me forçava a dar mais um passo: viver com ele, na casa de seu pai, onde eu passaria meus dias em uma tentativa desesperada de encontrar um pouco de paz.

A casa de Henrique era diferente da cidade, diferente do mundo que eu conhecia. Os móveis eram rústicos, mas confortáveis, como se a casa tivesse sido construída com a ideia de durar por séculos. As janelas grandes, com vista para o campo, deixavam a luz do sol entrar de forma suave, e isso me fazia sentir que havia algo de bom, algo de puro, naquele lugar. Mas também havia algo de pesado, algo de antigo, que não conseguia entender completamente. Uma energia no ar, como se a casa estivesse cheia de memórias, muitas delas que eu jamais saberia desvendar.

Quando entrei, Henrique estava na sala, lendo um livro com a calma de alguém que não tinha pressa. Ele me olhou e, pela primeira vez desde que cheguei ali, seus olhos pareciam realmente me ver. Não era como Eduardo, que raramente me prestava atenção. Henrique, com sua sabedoria silenciosa, sabia o que acontecia ao meu redor. Ele sabia da pressão, do peso de estar casada com seu filho, mas ao mesmo tempo, eu sentia nele uma espécie de acolhimento, como se fosse a única pessoa que entendesse a minha dor.

Henrique-Bem-vinda, Juliana”, disse ele, com a voz grave e suave, como se suas palavras pesassem no ar, mas de maneira reconfortante.

Henrique- Fique à vontade. Esta é sua casa agora.”

Eu sorri timidamente, tentando esconder a ansiedade que me consumia. Minha mão, sem saber o que fazer, foi até o cabelo, ajeitando uma mecha que caía sobre a minha testa. Eu sempre fui delicada, tímida até, e a sensação de estar em um lugar novo, com tantos olhos sobre mim, me fazia querer desaparecer.

Logo, Eduardo entrou na sala. Ele parecia mais preocupado com o celular em suas mãos do que com a minha chegada, o que não me surpreendeu. Seu comportamento era sempre assim: distraído, imaturo, perdido em um mundo que não era o meu. Ele olhou para mim rapidamente, um sorriso sem graça nos lábios, mas nada que demonstrasse uma verdadeira saudade ou carinho. Para ele, a vida seguia como sempre: sem muito propósito, sem maiores responsabilidades.

Eduardo-Oi, Juliana”, ele disse, com uma voz monótona, como se estivesse falando com alguém que acabara de encontrar na rua.

Eduardo-Espero que você se acostume com isso aqui.”

Eu não sabia o que responder. O que poderia dizer a ele? Eu não estava ali por vontade própria. Estava ali por uma obrigação que eu mesma me impus, por um destino que, de alguma forma, me parecia já traçado.

Henrique percebeu o desconforto e deu um passo à frente, como se quisesse suavizar a situação. Ele se aproximou de mim e colocou uma mão gentil sobre o meu ombro.

Henrique-Eu sei que é muito para assimilar de uma vez, Juliana. Mas tenha certeza de que aqui você encontrará o apoio que precisa.”

Eu agradeci com um sorriso tímido, sentindo um calor estranho se espalhar por meu corpo. Nunca fui tocada por um homem e o toque de Henrique, tão simples e cuidadoso, me causou uma sensação nova, confusa. Não sabia o que pensar. Era só um gesto de gentileza, mas algo dentro de mim despertava.

A casa estava silenciosa, com o vento batendo suavemente nas janelas, trazendo um frescor. Eu me senti pequena naquele ambiente grande e silencioso. O que viria a seguir? Eu não sabia, mas algo dentro de mim me dizia que, naquele lugar, algo mudaria. Algo que poderia ser bom ou perigoso, mas que, de alguma forma, eu precisaria enfrentar.

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