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Ela é uma nerd, linda de parar o trânsito, com curvas que desafiam qualquer lógica — mas vive se escondendo sob moletons largos, óculos de grau grosso e capuz sempre enfiado na cabeça. Quem a vê passando, juraria que é só mais um garoto magrelo e desajeitado. Ninguém imagina que por trás daquela fachada simples existe uma loira deslumbrante de olhos verde-floresta. Uma das melhores hackers do país, ela passa os dias enterrada em telas e códigos, quase invisível para o mundo.
Do outro lado, temos ele: um mafioso cruel, perverso, sem um pingo de piedade. Lindo como o pecado, um convite ambulante para a perdição. Agora, ele precisa de um hacker — não qualquer um, mas alguém tão bom em rastreamento que possa fazer o impossível. Por indicação, ele acaba chegando nela. Ou melhor, "nele", como ele pensa.
O primeiro encontro é rápido, tenso. Ele encara a figura de capuz e óculos e presume ser um garoto estranho e tímido. Deixa claro: se o hacker trair a confiança dele, vai morrer. Ela, já acostumada a lidar com esse tipo de ameaça, tem a resposta pronta na ponta da língua, mas segura. Sabe que não é esperto provocar gente desse calibre. Então, deixa ele acreditar no que quiser — que ela é um moleque qualquer — enquanto por dentro já planeja cada passo com a frieza de quem entende que, nesse jogo, o erro custa a vida.
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No caminho para a base — um esconderijo equipado com o que há de mais avançado em tecnologia — eles são emboscados. Tudo acontece rápido: tiros cortam o ar, e ela, com reflexos afiados, vê que ele está prestes a ser acertado.
Sem hesitar, ela puxa a arma que sempre carrega escondida e atira certeiro: um tiro no meio da testa do agressor. Mas no meio do caos, não escapa ilesa — um disparo a acerta no abdômen. Ela cambaleia e cai.
Ele, que nunca deve nada a ninguém, vê tudo acontecer. Pela primeira vez, alguém salvou sua vida. Sem pensar, corre até ela.
Ela tenta impedir que ele tire seu moletom, ainda tentando proteger sua identidade, mas já está fraca demais. Ele puxa o tecido e congela.
O que vê o deixa sem fôlego: um corpo lindo, feminino, cheio de curvas, ferido e sangrando. O capuz cai, revelando um cabelo loiro, dourado como ouro puro. Como ninguém tinha percebido antes? Como ela conseguiu se esconder tão bem?
Mas não há tempo para respostas. Ela está perdendo muito sangue. Ele a pega nos braços e corre — rápido, feroz — porque agora tem uma dívida impagável com ela. E ele sempre paga suas dívidas.
Enquanto ela era atendida às pressas no hospital clandestino, ele ligou para o contato que havia indicado o hacker.
A voz do outro lado da linha atendeu com calma.
— Você mandou investigar direito? — a pergunta dele saiu carregada de raiva contida.
O contato não hesitou:
— Eu te enviei o dossiê completo. Confiei que você iria ler.
Ele cerrou os dentes. Nem tinha olhado. Apenas confiou. Agora, arrependido, puxou o celular e acessou o arquivo que deveria ter verificado antes.
E ali, na primeira linha, o choque: Lily, 23 anos.
Uma das melhores hackers do país. Especialista em rastreamento, invasão de sistemas e... habilidades em tiro e defesa pessoal.
Ele se recostou na cadeira, rindo sem humor. Foi enganado e nem percebeu. Uma mulher. E não qualquer mulher — uma profissional impecável que tinha acabado de salvar a vida dele.
Agora, tudo o que podia fazer era esperar ela acordar. Porque ele queria respostas. Queria entender quem era de verdade aquela garota que conseguia enganar até a máfia... e que agora carregava uma dívida de vida com ele.
E dessa vez, ele ia olhar bem de perto. Nada mais ia passar despercebido.
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Horas depois, Lily acordou, grogue pela dor e pelos remédios. Tentou se mover, mas o corpo pesava. Quando abriu os olhos, ele estava ali. Sentado à sua frente, braços cruzados, olhar fixo nela como um predador estudando a presa.
— Então, Lily — a voz dele saiu baixa, arrastada, carregada de algo que ela não soube definir na hora —, tem muita coisa que você esqueceu de me contar.
Ela arqueou uma sobrancelha, mesmo sentindo dor.
— Você devia ter lido meu dossiê. Não é culpa minha se é preguiçoso.
A resposta cortante caiu como uma provocação no ar.
Ele sorriu — um sorriso perigoso. Quase ninguém ousava falar assim com ele. Quase. Só ela. E isso o deixava mais do que irritado... deixava louco.
Se levantou devagar, se aproximando da cama.
— Sabe que agora você está em minhas mãos, né? — murmurou, a voz rouca, carregada de uma promessa sombria.
Ela não recuou. Nunca recuava.
— Eu não sou propriedade de ninguém. Nem da máfia. Nem sua.
Ele inclinou o corpo sobre ela, tão perto que ela sentiu o cheiro dele — uma mistura de perigo e desejo.
— Você é sim. Só não percebeu ainda.
O olhar verde-floresta dela cravou no dele, desafiador.
— Você vai se decepcionar, bonitão.
Ele soltou uma risada abafada. Aquela mulher era feita sob medida para destruir qualquer autocontrole que ele achava que tinha. E pela primeira vez, o rei da máfia — temido, adorado, obedecido — descobria o que era desejar algo com tanta força que chegava a doer.
Desejava Lily. E faria dela sua. Quisesse ela ou não.
Mas tinha tempo. E ele era paciente quando o prêmio valia a pena.
E ela valia.
Valia cada maldito segundo.
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Lily não era de ficar parada. Assim que conseguiu se recuperar o suficiente, saiu do hospital sem avisar ninguém. Voltar pra sua toca, seu refúgio escondido, foi questão de sobrevivência. Lá, com seus computadores, armas e equipamentos, se sentia invencível outra vez.
Resolveu trabalhar no serviço que ele tinha pedido. Queria terminar tudo rápido, sem frescura, e sumir das vistas do diabo que agora sabia que ela existia. Não podia se dar ao luxo de se envolver. Não com alguém como ele.
Mas do outro lado da cidade, quando ele soube que ela havia fugido, a reação foi explosiva.
Quebrou a sala onde estava, jogou o celular contra a parede e rosnou ordens aos seus homens.
— Fechem a cidade. Quero ela encontrada. Agora.
Carros pretos começaram a circular pelas ruas. Homens armados vasculharam bairros inteiros. Portas foram batidas. Câmeras de segurança hackeadas.
Mas encontrar Lily não era fácil.
Ela sabia desaparecer como ninguém.
Cada hora que passava sem notícias dela só alimentava a fúria dele. Nunca em toda a sua vida alguém tinha fugido dele. Nunca.
Só ela.
E isso fazia algo dentro dele queimar. Raiva. Desejo. Obsessão.
Mas ele sabia de uma coisa: cedo ou tarde, ela teria que entrar em contato. Ela precisava terminar o serviço. Ela precisava dele — ou achava que precisava.
E quando ela voltasse...
Dessa vez, ela não iria fugir.
Dessa vez, ela seria dele.
Lily terminou o serviço. Rápida, precisa, fria como sempre. Separou todas as pastas e provas do que havia rastreado. Hora de sumir. Mas antes, precisava entregar pessoalmente — sabia que Lorenzo odiava surpresas.
No espelho, se olhou. Decidiu jogar com ele.
Trocou o moletom surrado por uma camisa branca social, justa, marcando suas curvas, e uma calça social preta de cintura alta que alongava ainda mais suas pernas. Nos pés, saltos de sola vermelha que batiam no chão com autoridade. Prendeu o cabelo em um coque bagunçado, deixando algumas mechas loiras caírem de propósito. Tirou os óculos de grau grosso e colocou um modelo mais fino, elegante. Um toque de batom vermelho nos lábios — uma arma letal.
Ficou linda. Não — ficou fatal.
Quando entrou na empresa de fachada dele, os olhares foram imediatos. Homens e mulheres pararam o que estavam fazendo para olhar a loira deslumbrante que parecia ter saído de uma revista.
Assim que Lorenzo soube, deu a ordem sem pensar:
— Manda subir. Agora.
No caminho até o escritório, Lily teve que esperar alguns minutos. E, claro, um dos funcionários, achando-se irresistível, foi até ela. Puxou conversa, fez piadas, tentou flertar descaradamente.
Ela riu. Um riso leve, debochado, como se estivesse apenas se divertindo com a ousadia dele.
Foi nesse exato momento que Lorenzo saiu da sala e viu a cena.
Parou. O sangue ferveu.
O idiota estava tocando nela. Ela estava rindo.
Sem disfarçar a irritação, Lorenzo caminhou até eles.
— Pode voltar pro seu lugar. Agora.
A voz dele saiu gelada, sem espaço para discussão. O funcionário, sem entender direito o perigo, obedeceu.
— Entre — ordenou a ela, abrindo a porta do escritório.
Assim que Lily entrou, Lorenzo fechou a porta atrás dela e encostou, olhando.
E pela primeira vez, de verdade, viu.
Ela não era apenas bonita. Ela era uma visão.
O salto, o batom vermelho, a roupa justa moldando aquele corpo que ele lembrava ferido, ensanguentado, frágil — agora estava ali, inteiro, provocante, inalcançável.
Ele apertou o punho para se controlar.
Será que estava ficando louco? — pensou.
Talvez estivesse. Mas não importava. Aquela mulher ia ser dele. E dessa vez, ela não ia rir. Não ia fugir.
Porque Lorenzo De Luca sempre tomava o que queria.
E agora, ele queria Lily.
Inteira.
Só pra ele.
Lily atravessou a sala com calma, como se não sentisse o peso do olhar dele queimando em cada passo.
Jogou as pastas em cima da mesa dele, sem cerimônia.
— Trabalho entregue. Meu serviço aqui tá feito.
A voz dela era firme, desafiadora.
Lorenzo não respondeu de imediato. Se afastou da porta e veio em direção a ela, passos lentos, pesados. Cada movimento dele parecia conter uma violência prestes a explodir.
— Você acha que é assim? — ele perguntou, voz baixa e rouca.
Ela ergueu o queixo.
— Eu cumpri minha parte. Agora, você me deixa em paz.
Lorenzo riu, um som seco, quase sombrio.
— Paz? Depois do que você fez comigo?
Se aproximou ainda mais. Estava tão perto agora que ela podia sentir o calor que emanava dele. Um calor perigoso, denso.
Ela se recusou a recuar.
— Se não gostou do serviço, pode descontar da fatura.
Foi a gota.
Em um movimento rápido, ele a prensou contra a mesa. Não com brutalidade — mas com uma força possessiva, irresistível.
A respiração dela acelerou. Mas ela ainda manteve o olhar firme, desafiador.
— Você me deixou louco — ele rosnou, o rosto tão próximo que os lábios quase tocavam os dela. — Sumiu... se escondeu... riu na minha cara...
As mãos dele deslizaram para a cintura dela, segurando com força suficiente para fazer seu corpo inteiro reagir.
— E agora vem vestida assim? — a voz dele era puro veneno e desejo.
Lily sorriu de lado, provocativa.
— Eu vim como eu quis. E você... não manda em mim.
Aquela resposta foi como jogar gasolina na fogueira.
Lorenzo a puxou ainda mais para si, o quadril dele pressionando o dela, sem espaço entre os dois.
— Não mando? — murmurou, roçando a boca no canto da boca dela, sem beijar, provocando, testando seus limites. — Então vamos ver quanto tempo mais você aguenta mentindo pra si mesma.
Ela tentou responder, mas a proximidade, o toque, o cheiro dele embaralharam seus sentidos.
E antes que pudesse reagir, ele tomou a boca dela num beijo brutal e possessivo, como se quisesse marcar seu território ali, agora. Um beijo que era uma mistura de raiva, desejo e algo mais sombrio — algo que dizia sem palavras: Você é minha.
Lily lutou por um segundo. Só um segundo.
Depois, sentiu o corpo trair sua mente, se entregar ao toque dele, ao calor insuportável que Lorenzo provocava.
Mas mesmo enquanto o beijava de volta, a mente dela gritava: perigo. Muito perigo.
Porque não era só o corpo que Lorenzo queria.
Ele queria tudo.
E Lorenzo De Luca não aceitava não como resposta.
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