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Nos Braços do Mafioso.

Vincenzo Marchese.

Dizem que quem nasce em berço de ouro tem tudo. Eu nasci em berço de ouro, aço e pólvora.

Sou Vincenzo, filho de Fabrizio Marchese e da Maya — um sobrenome que sozinho já mete medo.

Mas, sinceramente? Eu gosto mesmo é de pizza, treino e boas risadas. Letal quando preciso, sim. Sexy por natureza, fazer o quê. Engraçado? Bom, o pessoal aqui diz que sim — mas é aquele tipo de humor que às vezes vem seguido de um soco. Um charme.

Tenho vinte anos, mas carrego nas costas mais do que muito homem de trinta. O treinamento começou cedo. Meu pai dizia que o mundo não perdoa os distraídos, e minha mãe completava com um beijo na testa e um:

“Mas ele também não resiste aos fortes de alma”.

Entre balas e abraços, fui crescendo.

Paola é minha irmã gêmea, e a minha melhor metade, confesso. Enquanto eu treinava para matar, ela estudava para salvar. Medicina. Sempre teve mãos de fada e coração de aço. A gente cresceu como primos dos Rossi, dos Romanos, mas, na prática, éramos irmãos. Unidos. Misturados. Um grupo fechado, onde lealdade não é uma palavra bonita — é regra de sobrevivência.

Minha mãe sempre teve medo. Medo de me ver enfiado até o pescoço na máfia. Mas nunca tentou me impedir. Ela sabia que era o meu caminho. Meu pai... ah, ele entendia, apesar de não ser ligado diretamente e de cabeça na máfia, ele fez alguns bons trabalhos. Sabia que sangue corre em nossas veias, mas que o que faz a diferença é o que a gente escolhe fazer com ele. E eu escolhi proteger. A qualquer custo, ele não me julga, quando casou com minha mãe enfrentou o mundo, ela fugiu grávida de nós e ele moveu céus por seu amor.

Então é isso. Esse sou eu. Forte o bastante para derrubar um homem com um olhar, leve o suficiente para rir depois. Não sou herói. Nem vilão. Só carrego o peso de quem nasceu no topo, mas decidiu andar entre sombras para proteger quem ama.

O que eu não sabia é que, em breve, uma mulher de olhos tristes e alma em pedaços cruzaria meu caminho — e, naquele instante, nem todas as armas do mundo me preparariam para o que ela causaria em mim.

O cheiro de café fresco invadiu a casa antes mesmo de eu abrir os olhos. Aquele aroma era praticamente um chamado divino da minha mãe — café da Maya era sagrado. E eu, como bom devoto, obedeci.

Desci as escadas ainda com o cabelo bagunçado, sem camisa, só de calça de moletom, e fui recebido com o olhar reprovador da minha irmã gêmea.

— Você tá se achando o Adônis do submundo, é isso? — Paola perguntou, rindo com a xícara na mão. — Bota uma camisa, pelo amor.

— Tô dentro da minha própria casa, princesa. Se quiser me ver arrumado, marca consulta no consultório, que vou de terno — respondi, piscando para ela.

Mãe surgiu da cozinha com aquele olhar amoroso que aquecia até os dias mais gelados. Ela colocou uma bandeja na mesa com pães, frutas, ovos mexidos e um bolo de laranja que era minha perdição desde criança.

— Bom dia, meus amores. Aproveitem, hoje fiz com carinho extra — ela disse, beijando a testa da Paola e depois a minha bochecha com aquele perfume que sempre me fazia lembrar de segurança, casa... amor de verdade.

— Tá querendo nos engordar para quê, mãezinha? — brinquei, já me servindo. — Algum plano sinistro?

— Meu plano é manter vocês bem alimentados. E vivos — ela respondeu com um olhar que disse mais do que qualquer discurso.

Paola deu uma última mordida na torrada e se levantou, apressada.

— Plantão no hospital. Vou operar uma criança hoje. — Pegou a bolsa e me lançou um olhar cúmplice. — Vai treinar com o tio Julian?

— Claro. Ele disse que hoje vai pegar pesado — sorri, animado.

— Então boa sorte. E, por favor, sem quebrar costelas dessa vez. A médica da emergência já me olha com cara feia.

— Nada que um charme meu não resolva — falei, pegando uma maçã e jogando para cima como se fosse uma arma.

Ela saiu rindo, e minha mãe balançou a cabeça como quem já desistiu de entender meus modos. Terminei o café, beijei a mão dela e fui até a garagem, naquele dia meu pai já tinha saído cedo e mais tarde o encontraria.

O ronco da Ferrari preta cortou o silêncio da manhã como um aviso: o príncipe do caos estava a caminho do campo de guerra.

Dirigi pelas ruas com o vidro aberto, vento no rosto, música tocando — algo entre rock clássico e batidas italianas modernas. Cheguei ao galpão do tio Julian, o templo da disciplina, suor e socos.

Lá dentro, o cheiro de couro, ferro e testosterona me invadiu. Os rapazes já treinavam, suados, focados. Julian me viu chegar e sorriu de lado, aquele sorriso que diz “Hoje você vai apanhar um pouco, moleque."

— Pronto para suar ou só veio posar de modelo da máfia? — ele provocou.

— Vim dar aula, tio. Espero que os meninos estejam prontos para aprender.

— Deixa que vou quebrar a carinha de príncipe dele pai. — falou Luca já tirando a camisa. — e com músculos mais bonitos.

— Ah pronto, exibicionismo, na nossa época eram lutas. — falou Fernando rindo.

E ali, entre os sacos de pancada, os gritos abafados e os sons de impacto seco, meu dia começava de verdade.

O mundo podia ser cruel, mas aqui... eu mandava nas regras.

O que eu não sabia, era que enquanto socava aquele saco com a fúria de quem nasceu para lutar, o destino já estava preparando a mulher que me faria abaixar a guarda. Não com um golpe. Mas com um olhar.

Sonhos despedaçados.

Casei aos dezoito. Com o “homem perfeito”. Pobre como eu, mas cheio de sonhos. Trabalhador, carinhoso... dizia que eu era sua princesa. E eu, burra de amor, acreditei.

Mas os contos de fadas têm prazo de validade quando escritos com mentiras.

A primeira agressão veio dois meses depois do casamento. Uma discussão boba, uma resposta atravessada minha... e o estalo na bochecha ecoou mais alto que meu grito. Fiquei ali, paralisada, achando que tinha provocado, que talvez... tivesse merecido. Foi o que ouvi tantas vezes depois.

"Mulher obediente não apanha."

"Você deve ter feito algo."

"É o seu fardo, filha. O casamento é sagrado."

Minha própria mãe — sim, porque a minha família enterrada em uma falsa paz, religião, me disseram que a separação era pecado. Que o sofrimento purificava. Que, com paciência, ele mudaria.

Ele só mudou para pior, além das agressões, a traição, humilhações, no começo em casa, depois na rua e assim fui evitando sair, sempre quieta em casa com medo que alguém visse.

Engravidei com seis meses de casada. E pensei que aquilo seria redenção. Que a paternidade transformaria o monstro de volta no homem por quem me apaixonei. Mas Angeline veio com um diagnóstico que ele chamou de maldição. Paralisia cerebral. Três palavras que destruíram as poucas migalhas de esperança que me restavam.

"Ela é amaldiçoada"

Ele surtou. Me chamou de inútil. Me disse que Deus estava me castigando. E ali, com a barriga crescendo e o medo aumentando, eu percebi: eu não lembrava mais quantas vezes ele me bateu. Só sabia contar às vezes em que não dormi chorando.

Angeline nasceu. Um anjo frágil, puro, tão linda... e três meses depois, ele foi embora. Disse que não suportava ver uma filha "defeituosa", e uma mulher que mais parecia um trapo. Jogou a aliança no chão, cuspiu perto dos meus pés e saiu.

E eu?

Eu respirei aliviada.

Sim, sem um centavo. Sem apoio. Com um bebê que exigia tudo de mim. Mas, pela primeira vez em quase um ano e meio, o silêncio da casa não me dava medo. Era libertador.

Naquele momento, sozinha, com Angeline no colo, eu jurei que ninguém mais pisaria na minha alma com botas sujas. Eu não sabia como. Mas ia lutar. E vencer.

Nem que fosse rastejando.

As rodas do carrinho de Angeline rangiam a cada buraco da calçada. Era como se a cidade fizesse questão de lembrar que ela não foi feita para gente como eu. Mas eu continuava. Um passo de cada vez. Um empurrão a mais. Com o sol forte batendo no meu rosto, o suor escorrendo pelas costas, e aquele peso constante no peito que já não me doía como antes. Virou parte de mim.

Vi minha mãe de longe. Cabelos presos num coque simples, a bolsa de tecido no ombro, os mesmos olhos que um dia me diziam “vai ficar tudo bem”. Ela me viu também. Por um segundo. Eu senti. Porque ela desviou o olhar como se olhar para mim fosse pecado. Como se eu fosse a vergonha que ela nunca quis admitir que pariu, para eles ter um filho com uma deficiência foi maldição, além do divórcio que já era um terrível pecado.

Meu pai estava alguns passos à frente, como sempre. Caminhando com as mãos para trás, postura ereta, altivo, impenetrável. Ele não olhou. Nunca olhava. Ele era o tipo de homem que se orgulhava de seguir os preceitos da fé, mesmo que isso significasse abandonar a filha por ter “fracassado” no casamento.

Tudo bem, eu disse a mim mesma. Tudo bem.

Continuei andando. Entrei no prédio das autoridades locais. Subi as escadas carregando o carrinho nos braços porque, claro, o elevador estava quebrado — de novo. Esperei quase três horas para ser atendida. Quando finalmente sentei diante da assistente social, meu corpo já estava exausto, mas minha voz saiu firme.

Expliquei tudo. A situação de Angeline. A ausência do pai. Os medicamentos, os exames, as terapias que não dava pra pagar. E ela me olhou com um certo pesar que eu já conhecia — aquele olhar que diz “temos tantos casos parecidos”, mas, por sorte ou misericórdia, conseguiu aprovar uma pequena ajuda. O suficiente para comprar fraldas, alguns remédios e um leite especial.

Saí com Angeline nos braços e os papéis na mão. Um misto de alívio e vergonha. A cidade seguia seu ritmo impiedoso lá fora.

E foi então que eu vi.

Um prédio de vidro espelhado, fachada elegante, vasos de flores impecavelmente alinhados. E ali, uma placa dourada com letras refinadas:

LAVÍNIA ROSSI – A MAIS NOVA ADVOGADA DO GRUPO ROSSI X ROMANO.

Justiça também é para quem precisa.

Aquilo me travou no lugar. Meu reflexo no vidro era quase uma piada: rosto cansado, cabelo preso às pressas, camiseta lavada à mão e as olheiras mais profundas do que minha fé. Mas havia algo naquela placa... naquela promessa silenciosa. Algo que me fez segurar Angeline com mais força.

O não eu já tinha. E a dor também.

Mas ali, pela primeira vez em muito tempo, eu senti uma faísca. E às vezes... uma faísca é tudo o que uma mulher em ruínas precisa para tentar se reconstruir.

Empurrei a porta.

E entrei.

O saguão era amplo, iluminado por luz natural, com um leve aroma de café e lavanda no ar. Pessoas esperavam sentadas em cadeiras elegantes, todas com olhares cansados, histórias pesadas e as mãos apertadas no colo. Eu me juntei a elas, sentindo o peso da minha vida sobre os ombros, enquanto Angeline dormia no carrinho ao meu lado, como um anjo que descansava depois de mais uma luta.

Chamaram meu nome.

Fui conduzida até uma sala menor, com uma mesa de madeira clara e uma jovem atrás dela — cabelos presos em um coque frouxo, um crachá com o nome Isadora pendurado no peito. Ela parecia nervosa, mas sorria com uma ternura que me deu algum conforto.

— Pode se sentar, dona Maria — disse ela, com gentileza. — Estamos fazendo triagens para encaminhar casos que a doutora Lavinia poderá atender pessoalmente. São muitos, então estamos ouvindo todos com muito carinho, tá bom?

Assenti, ajeitando a blusa simples e tentando não parecer menor do que já me sentia.

— Pode me contar um pouco do seu caso?

Respirei fundo. A voz quase falhou no começo, mas quando comecei a falar... as palavras vieram como uma avalanche. Falei do casamento. Da violência. Do abandono. Do diagnóstico da minha filha. Da solidão. Do medo. Do alívio de vê-lo ir embora. Da pequena ajuda que consegui naquele dia, e do quão grande ela foi para mim.

Isadora me escutou em silêncio. Os olhos marejados, o coração visível no olhar.

— Meu Deus… — sussurrou ela ao final. — Você é tão forte… me desculpa, é que… às vezes a gente ouve tanto sofrimento aqui, mas o seu... tocou diferente.

Eu sorri, tímida. Pela primeira vez em muito tempo, não era um sorriso triste.

— A doutora Lavinia vai querer ver isso. Ela é maravilhosa, sério… um coração raro. Ela tem um carinho especial por causas de família. Luta com unhas e dentes, essa família se envolve de verdade. Eu vou passar seu caso diretamente para ela, pessoalmente.

Senti meu peito aquecer.

— Obrigada — murmurei, emocionada. — De verdade. O que você está me dizendo… já é mais do que muita gente fez por mim, a audiencia é em duas semanas e se não achar um advogado vou perder minha única chance.

Ela sorriu com doçura.

— Você merece ser ouvida. Agora me passa um telefone para contato, por favor?

Peguei um papel da bolsa e anotei o número. Meu único celular, antigo, com a tela trincada, mas ainda funcionando como um fio de esperança.

— Aqui. Pode ligar a qualquer hora — disse, com a voz mais firme. — Vou aguardar. Ansiosa.

Isadora segurou o papel como se fosse uma promessa.

E eu saí dali... sentindo que, talvez, só talvez, alguma coisa estivesse prestes a mudar.

Jantar entre amigos.

A mesa da sala de jantar parecia saída de um daqueles filmes antigos: rústica, longa, cheia de comida caseira, vinho sendo servido como se a vida dependesse disso — e talvez dependesse mesmo. Toda vez que nos reuníamos assim, duas ou três vezes por semana, eu pensava no quão necessário apesar de raro era um momento de paz entre tanta gente armada até os dentes.

— Giovanni tá cada vez mais mandão — Enrico provocou, com um sorriso de canto enquanto mergulhava um pedaço de pão no molho vermelho. — Aposto que depois do casamento vai ficar ainda pior.

— Aposto que depois do casamento quem vai mandar é a Julia — retruquei, rindo. — Giovanni só tá no comando até o vestido branco aparecer. Depois disso, irmão, adeus autoridade.

— E você meu filho, quando pensa em me arrumar um neto? Claro que casando primeiro. — falou minha mãe.

— Mãe, para que uma nora, se posso ter vários amores. — respondi rindo.

— Luca não pode nem falar, tem que andar na linha, Serena é furiosa. — Enrico provocou.

Todos riram. Luca até sorriu, com aquele olhar que dizia “fiquem zombando, seus idiotas, mas eu sou o mais feliz aqui”.

Julia, sentada ao lado dele fazia carinhos como quem diz que são só bobagens, mas sabe que vai mandar.

Serena, também com um brilho nos olhos, trocava olhares com Luca. Era bonito de ver. Casais feitos em meio ao caos, sobrevivendo ao improvável.

— Pelo menos agora tá tudo calmo — comentou Lavinia, colocando uma porção de salada no prato de Paola. — Nenhuma ameaça deixou de ser ameaça nas últimas semanas, nenhuma movimentação estranha nos territórios...

— Vamos esperar que eles não tenham coragem e fiquem só em ameaças, eles podem não ser fortes o bastante e por isso não saem das ameças. — falou Fernando.

— Ou sinal de que fizemos direito — retruquei, dando de ombros. — Às vezes, os inimigos aprendem que brincar com os Rossi, marcheses ou os Romanos não vale a pena.

Minha mãe me lançou aquele olhar clássico de "não fale sobre isso com a boca cheia", mas eu sorri mesmo assim.

— Falando em aprender… — disse Dante, servindo-se mais uma vez de lasanha — alguém aí vai dar aula de luta para esses meninos? Vão treinar ou se exibir no tatame?

— Isso aí é com o Vincenzo — Luca riu. — O cara é basicamente autoestima diariamente.

Mais risadas. O ambiente era leve, familiar. O tipo de cena que ninguém imaginaria se dissesse que ali, ao redor daquela mesa, sentavam algumas das pessoas mais temidas da Itália.

Mas ali… a gente era só família.

— A gente precisa mesmo marcar outro almoço no jardim — disse Lavinia. — Com as crianças, com as mulheres, sem armas escondidas nos bolsos dessa vez, por favor.

— Sem promessas — brinquei, erguendo a taça. — Mas por você, Lavínia, a gente tenta.

Enquanto os talheres tilintavam nos pratos e a conversa se dividia em mil pequenos assuntos ao mesmo tempo — de armas a fraldas, de operações a convites de casamento — Lavinia repousou a taça sobre a mesa e limpou os lábios com o guardanapo de tecido. O gesto foi calmo, mas o olhar dela se acendeu de um jeito diferente.

— Hoje eu entrevistei uma mulher… — começou ela, com a voz mais suave, fazendo Paola erguer o olhar com atenção — ...um dos casos mais tristes que já escutei em muito tempo.

As conversas foram silenciando aos poucos. Aquilo sempre acontecia quando Lavinia trazia à mesa uma das histórias que carregava no peito.

— Ela se chama Maria. Muito jovem. Casou com um idiota agressivo aos dezoito, engravidou e, durante a gravidez, ele se revelou um monstro. Abusos físicos, humilhações, abandono. A filha dela, Angeline, tem paralisia cerebral. Ele sumiu quando a menina tinha apenas três meses.

Giovanni franziu o cenho, Serena abaixou os olhos e Luca mordeu o interior da bochecha, como se engolisse a raiva. Eu… bom, eu fiquei em silêncio, mas algo no nome Maria mexeu comigo. Talvez fosse o modo como Lavinia pronunciava, como se já a tivesse adotado no coração.

— E ela está lutando sozinha — continuou Lavinia — sem apoio dos pais, sem recursos. Procurou ajuda pública e acabou vendo a placa do nosso escritório, mesmo que o estagiário tenha feito errado colocando aquela placa, isso a trouxe até mim, e minha meta para essas duas semanas é justamente derrubar esse idiota. Disse que o “não” ela já tinha, então resolveu tentar, a audiência é em duas semanas. Quero que todos estejam lá, se puderem — ela olhou em volta. — Não só para apoiar… mas porque essa mulher precisa sentir que não está mais sozinha no mundo.

— Todos que puderem te acompanharão filha, não só por ser sua primeira audiência, mas por ser uma moça vulnerável que precisa de ajuda. — respondeu tia Luna acariciando a mão dela.

— Conte comigo — disse Giovanni, de imediato, nós temos várias situações com vulnerabilidade na família, o sangue sempre arde quando a proteção se faz necessária.

— E comigo — reforçou Serena.

— Eu também vou — Paola afirmou, com aquele brilho protetor nos olhos.

Virei a taça lentamente e encarei Lavinia, fingindo despreocupação. Mas o interesse já estava aceso.

— É bonita? — brinquei, arqueando uma sobrancelha, arrancando risos da mesa.

Lavinia revirou os olhos, mas sorriu.

— Mais do que bonita. É digna. Mesmo com tudo, ela continua de pé. Só isso já me fez querer lutar com tudo que eu tenho.

Fiquei quieto por um segundo. Digna. Essa palavra me pegou. E se Lavinia acreditava nela… então eu já estava meio convencido também.

— Então tá decidido — falei, largando o garfo e erguendo a taça de novo. — Que ela saiba que agora tem uma mesa inteira lutando com ela.

Todos brindaram. E, sem saber ainda… brindamos também ao início de algo que mudaria minha vida.

O brinde foi geral. O clima era de paz, e mesmo que fosse só por uma noite... a gente se permitia viver como se o mundo fosse justo.

E naquela noite, olhando para cada rosto ali, eu pensei... talvez valesse a pena continuar lutando por isso.

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