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Laços Proibidos

Capítulo 1 – Um Novo Começo, Um Novo Desafio

A chuva fina caía sobre o para-brisa do carro enquanto SN encarava o céu cinzento da nova cidade. Era um clima meio melancólico, perfeito para o que ela estava sentindo por dentro. O motor desligou, e sua mãe deu um sorriso meio nervoso enquanto tirava as chaves da ignição.

— “Sn, vá para o colégio primeiro. Depois nós vamos para a casa nova, e você vai conhecer seu padrasto e seu novo irmão,” disse, tentando parecer animada.

SN bufou, jogando a mochila no ombro com um certo drama. A última coisa que queria naquele momento era entrar em uma escola nova, com pessoas novas, e ainda por cima lidar com uma nova família. Mas não adiantava reclamar. Revirando os olhos, ela soltou um:

— “Tá... tanto faz...”

E saiu do carro, batendo a porta levemente, mas o suficiente pra demonstrar sua irritação.

A escola era enorme, moderna por fora, mas com aquele clima tenso de filme adolescente por dentro. Os corredores estavam cheios de estudantes animados com o começo das aulas, e SN se sentia uma figurante num filme onde todo mundo já sabia o roteiro — menos ela.

Com passos hesitantes, caminhava tentando encontrar a sala 204. As pessoas a olhavam, cochichavam, algumas riam. Ela tentou ignorar, mas a ansiedade fazia seu peito apertar. Logo, foi abordada por um grupinho de garotas que pareciam ter saído direto de uma revista de moda colegial.

— “Ei, você é nova aqui, né?” perguntou uma delas, com um sorrisinho venenoso nos lábios.

SN apenas assentiu com a cabeça.

— “Você é meio sem graça, mas talvez consiga chamar atenção se tentar não parecer tão… desesperada,” disse Minji, cruzando os braços.

Do lado dela, Soyeon sorria como uma cobra prestes a dar o bote.

— “Bem-vinda ao inferno,” disse, e num piscar de olhos, jogou um copo de leite gelado bem no meio do peito de SN, sujando completamente sua blusa.

A gargalhada que ecoou pelos corredores fez SN congelar. Seu rosto queimava de vergonha, as lágrimas subiam aos olhos antes mesmo que ela pudesse impedir. Ela mal tinha forças pra reagir, só queria sumir dali.

Mas então, a multidão se calou.

Os passos firmes de alguém se aproximando ecoaram pelo corredor como um aviso silencioso de que o jogo tinha mudado. E ele apareceu.

Taehyung.

Alto, com uma expressão séria, olhos intensos e uma aura que misturava perigo com charme. Era o típico bad boy que todos temiam e admiravam ao mesmo tempo. O colégio era o território dele, e todo mundo sabia disso.

Ele olhou para Minji e Soyeon com desdém e disse em voz firme:

— “Vocês perderam completamente a noção. Saiam da minha frente antes que eu perca a paciência.”

As duas congelaram. Minji tentou manter a pose, mas a presença dele era intimidadora demais. Sem falar nada, elas recuaram.

Taehyung então se virou para SN, que chorava em silêncio, com o leite escorrendo pela blusa. Sem hesitar, tirou o blazer do uniforme que usava e colocou sobre os ombros dela, protegendo-a do olhar curioso das outras pessoas.

— “Ei... você tá bem?” perguntou, com uma voz muito mais suave do que alguém esperaria vindo dele.

SN tentou responder, mas as lágrimas não paravam. Ele enxugou seu rosto com as mãos geladas, mas incrivelmente delicadas, e disse:

— “Vem comigo. Aqui não é lugar pra você agora.”

Ele então olhou pros outros garotos que estavam ao fundo: Seokjin, Yoongi, Hoseok, Jimin e Jungkook — os mais populares e influentes do colégio, tão respeitados quanto Taehyung.

— “Garotos, limpem o caminho. Não quero ninguém enchendo o saco.”

Eles se entreolharam e, sem dizer nada, começaram a afastar a galera curiosa que ainda se aglomerava ao redor. Taehyung segurou o pulso de SN com cuidado e a guiou até o banheiro feminino.

Lá dentro, algumas garotas tentaram protestar, mas ele só lançou um olhar e disse:

— “Vocês já sabem. Saiam.”

As meninas saíram sem hesitar, deixando os dois a sós. Taehyung se encostou na pia e a observou, enquanto SN tentava respirar fundo e entender o que estava acontecendo.

— “Qual o seu nome?” ele perguntou, agora com mais calma.

— “Kim... SN,” respondeu, com a voz ainda trêmula.

Taehyung repetiu o nome baixinho, como se estivesse guardando na memória.

— “Kim SN... bonito. Olha, eu não sei quem te provocou assim logo no primeiro dia, mas comigo aqui, ninguém mais vai encostar um dedo em você. Eu prometo.”

SN olhou nos olhos dele. Era como se enxergasse algo a mais por trás daquela imagem de garoto problema — como se houvesse um lado protetor, quase carinhoso, escondido ali.

Pouco depois, os outros garotos entraram no banheiro.

— “Ela tá bem?” perguntou Seokjin, preocupado.

— “Vai ficar,” respondeu Taehyung.

Jungkook se aproximou com um sorriso gentil:

— “SN, qual é o número da sua sala? Vamos te levar até lá.”

— “Sala 204... acho que é no segundo andar,” disse, ainda um pouco confusa.

Yoongi deu um sorriso de canto:

— “Sério? A gente também estuda nessa sala. Parece que você deu sorte.”

SN se sentiu estranha. Uma mistura de vergonha, gratidão e um calor esquisito no peito. Como assim, os garotos mais populares da escola estavam do lado dela?

Eles a ajudaram a se recompor. Jimin emprestou um moletom extra, Hoseok limpou os respingos do leite com papel toalha, e Seokjin a fez rir com uma piadinha boba.

Quando saíram do banheiro juntos, o colégio todo ficou em choque.

A novata que foi humilhada na entrada... agora andava lado a lado com os garotos mais intocáveis da escola.

E naquele instante, enquanto subia as escadas com o coração acelerado e os olhos secos pela primeira vez desde que chegou, SN percebeu algo importante:

Seu mundo tinha acabado de virar de cabeça pra baixo.

E talvez... só talvez... aquele novo começo não fosse um desastre. Talvez fosse o início de algo muito maior.

Capítulo 2 – Um Novo Início na Sala de Aula

O corredor parecia ainda mais longo com os olhares que acompanhavam SN até a porta da sala 204. Mesmo cercada por Taehyung e os outros garotos, ela sentia o coração bater acelerado. Era como se, a qualquer segundo, tudo pudesse desmoronar de novo.

Ao empurrarem a porta, o barulho da sala cessou.

A professora, uma mulher de expressão rígida, cabelos presos num coque impecável e óculos de armação dourada, olhou para o grupo com as sobrancelhas arqueadas. Cruzou os braços e encarou Taehyung como se estivesse acostumada a lidar com as “entradas dramáticas” dele.

— “Por que vocês demoraram tanto para chegar?” perguntou, séria, mas com um certo tom de impaciência.

Taehyung respondeu com a mesma calma que usava pra intimidar meio mundo:

— “A SN sofreu um pequeno acidente, mas está tudo bem agora.”

A professora avaliou SN por um momento. Seus olhos foram da blusa manchada até os olhos ainda vermelhos pelo choro. Depois suspirou e disse:

— “Ok. Sentem-se e prestem atenção.”

Os garotos caminharam até seus lugares como se nada tivesse acontecido. SN, por outro lado, se sentia como uma peça fora do tabuleiro. Queria sumir. Mas aí a professora voltou o olhar para ela.

— “Você deve ser a nova aluna. Por favor, se apresente para a turma.”

SN engoliu em seco. As pernas pareciam de gelatina. Caminhou até a frente da sala, cada passo ecoando como se estivesse num tribunal. Sentiu todos os olhos sobre ela — alguns curiosos, outros debochados. Respirou fundo, tentando manter a voz firme.

— “Meu nome é Kim SN... Eu vim do Brasil,” começou, com o sotaque escapando leve no final da frase. “Estou tentando me acostumar com tudo aqui.”

Um silêncio desconfortável se instalou. Ninguém aplaudiu, ninguém comentou. Só um ou outro cochicho. SN voltou para seu lugar sentindo o peso do julgamento silencioso da turma, mas ao menos encontrou um ponto de apoio: Yoongi, ao seu lado, lhe deu um pequeno sorriso, quase imperceptível, mas sincero.

A professora então caminhou até a lousa e anunciou:

— “Hoje, vocês vão fazer um trabalho em grupo. Duplas ou trios. Tema: ‘Raízes e histórias familiares’. Quero que discutam com seus colegas sobre suas origens, tradições e o que a história da sua família representa para vocês. O trabalho será apresentado semana que vem.”

O som de cadeiras sendo arrastadas logo tomou conta da sala. Os alunos rapidamente se juntavam, alguns com amigos de sempre, outros com pressa de garantir os melhores parceiros. SN permaneceu imóvel. Olhou para os lados e viu que ninguém a chamava. Ninguém oferecia lugar. Seu estômago embrulhou. Ela murmurou baixinho:

— “Ninguém vai querer fazer o trabalho comigo...”

Mas então, algo aconteceu.

As cadeiras ao redor dela começaram a ser arrastadas, uma a uma. Primeiro, foi J-Hope, com seu sorriso ensolarado e olhar acolhedor.

— “Vai ficar tudo bem, SN. A gente vai ser seus amigos. Você não precisa passar por isso sozinha.”

Logo em seguida, vieram os outros: Jungkook, Jimin, Seokjin, Yoongi e, por último, Taehyung, que puxou a cadeira com aquele jeito despreocupado, mas determinado.

SN piscou, sem saber o que dizer. As lágrimas surgiram novamente, mas dessa vez por outro motivo. Jimin, sentado ao seu lado, notou na hora.

— “SN, por que você tá chorando?” perguntou com a voz suave.

Ela tentou limpar os olhos rapidamente e respondeu com sinceridade:

— “Eu... eu nunca tive amigos antes. Sempre fui sozinha... e não sei como agir.”

Jungkook sorriu e se inclinou um pouco, colocando a mão sobre a mesa dela de forma leve:

— “Você não precisa se preocupar. Agora você tem a gente como amigos. Vamos te ajudar, com tudo.”

Seokjin, o mais velho, completou com seu jeito carinhoso:

— “Exatamente. Estamos aqui pra te apoiar, SN. Família não é só de sangue, às vezes a gente encontra ela em lugares inesperados.”

SN sorriu timidamente, emocionada com tanta gentileza.

— “Que tipo de trabalho é esse?” perguntou, tentando mudar o foco e controlar os sentimentos.

Jimin pegou o papel que a professora distribuiu e começou a explicar:

— “É sobre a origem da nossa família, de geração passada. A gente tem que escrever sobre nossos ancestrais, de onde vieram, contar histórias ou tradições que a gente tem, e como isso molda quem somos hoje.”

Ele deu uma piscadela pra SN, tentando deixar o clima mais leve.

— “Você pode falar sobre suas raízes no Brasil, como foi crescer lá, o que sente falta, e como tá sendo começar tudo de novo aqui. Vai ser legal conhecer mais de você.”

Os meninos começaram a se reunir, já discutindo ideias e montando um pequeno grupo só deles, como se SN já fosse parte do círculo desde sempre.

Yoongi sugeriu que cada um contasse algo único de sua família, e SN compartilhou, pela primeira vez, uma lembrança feliz:

— “Minha avó costumava fazer um doce chamado brigadeiro quando eu me sentia triste. Era como um abraço em forma de comida.”

Todos sorriram, especialmente Hoseok, que ficou curioso:

— “Brigadeiro? Já quero provar isso aí.”

Enquanto o tempo passava, SN começou a relaxar. Ela ria das piadas bobas de Seokjin, se impressionava com as histórias de Jungkook sobre seus avós coreanos, e sentia o coração aquecer toda vez que Jimin tocava levemente em seu braço pra chamar sua atenção.

Taehyung, quieto até então, observava tudo com atenção. Seus olhos estavam sempre nela, como se ainda estivesse em modo protetor. Quando SN o encarou sem querer, ele apenas sorriu de leve e murmurou:

— “Você se encaixa bem aqui, sabia?”

Ela não respondeu. Mas aquele comentário ficou com ela pelo resto do dia.

E quando o sinal tocou, anunciando o fim da aula, SN se levantou com os outros. Pela primeira vez, saiu da sala com pessoas ao seu redor. Não era mais a garota invisível. Nem a menina do leite derramado.

Era Kim SN.

A garota nova que, em menos de um dia, ganhou seis aliados improváveis, uma amizade sincera — e talvez, sem perceber, tenha despertado algo a mais no coração de um certo bad boy.

Capítulo 3 - "As Raízes da Família Kim"

O ambiente da sala de aula estava mais descontraído agora. O som de risadas e conversas baixas preenchia o ar enquanto o grupo se reunia para discutir o trabalho. SN estava sentada com os meninos, ainda sentindo o nervosismo, mas havia algo diferente. Eles a faziam se sentir confortável, como se fosse uma parte genuína daquele círculo de amigos. O olhar de todos estava focado nela, esperando que ela compartilhasse mais sobre sua família. Ela deu um leve sorriso nervoso e respirou fundo, tentando reunir coragem.

— "Bem, eu não expliquei muito sobre a minha família antes..." começou, hesitante. "Minha família vem da Coreia, mas o sobrenome Kim tem um significado mais profundo. ‘Kim’ significa ouro, metal e ferro. No tempo antigo, antes de Cristo, o sobrenome era dado às famílias que tinham conexão com esses materiais. Eles eram considerados símbolos de força, riqueza e durabilidade."

Todos os meninos ficaram em silêncio, prestando atenção nas palavras de SN. Seus olhares estavam curiosos e interessados, algo que SN não estava acostumada a ver. Era como se, pela primeira vez, ela estivesse sendo ouvida de verdade.

Seokjin foi o primeiro a reagir, levantando as sobrancelhas e sorrindo de forma impressionada.

— "Nossa, eu sabia que o sobrenome Kim era comum, mas não fazia ideia de que tinha uma história tão interessante por trás! Isso é incrível!"

Yoongi, com sua expressão pensativa, assentiu.

— "É fascinante como os significados dos sobrenomes estão ligados à história e às tradições. Faz sentido que o ouro represente força e valor."

Hoseok, sempre cheio de energia, olhou para SN com os olhos brilhando.

— "Eu não sabia nada disso! Kim... ouro... metal... Uau! Agora o nome parece até mais poderoso!"

Jimin sorriu, interessado.

— "Isso é muito legal, Sn. Mostra que sua família carrega uma herança forte. É como se vocês tivessem uma ligação com algo antigo e valioso."

Jungkook parecia particularmente impressionado, inclinando-se para frente.

— "Então, de certa forma, sua família sempre foi especial, conectada à riqueza e ao poder. Isso explica muita coisa sobre você."

Taehyung, com seu olhar mais introspectivo, observava tudo em silêncio, mas seu sorriso suave não passou despercebido.

— "Você tem uma história interessante, Sn. É bom saber mais sobre você, especialmente quando envolve algo tão significativo quanto suas raízes."

SN sentiu um calor se espalhando em seu peito ao ouvir as reações deles. Pela primeira vez, ao contar sobre sua história, ela não se sentiu julgada ou deslocada. Pelo contrário, ela sentiu um orgulho crescente em ser quem era, com sua história única e sua linhagem especial. Viu nos rostos deles uma genuína curiosidade e respeito, algo que ela jamais imaginara encontrar ali.

Seokjin, com seu jeito descontraído, riu levemente e acrescentou:

— "Agora, além de ser nossa amiga, você também é nossa especialista em história antiga! Vamos mandar muito bem nesse trabalho juntos."

SN sorriu de volta, sentindo-se mais leve e, de alguma forma, mais forte. A sensação de ser aceita, de finalmente encontrar um grupo que a respeitava e a valorizava, era como um abraço acolhedor que ela nunca imaginara viver.

Enquanto o grupo começava a discutir sobre o próximo passo no trabalho, ela olhou ao redor e percebeu que estava, de fato, cercada de aliados. Com os meninos ao seu lado, ela não era mais a "nova garota" com um passado desconhecido. Ela tinha amigos, e mais importante ainda, ela estava começando a se sentir parte de algo maior, algo que ela desejava há tanto tempo: uma família. E talvez, de maneira inesperada, ela já tivesse encontrado um pedaço dessa nova família ali, naquela sala, com aqueles garotos que estavam dispostos a ouvi-la e conhecê-la por inteiro.

Seokjin, com sua alegria contagiante, parecia perceber isso também e comentou:

— "Sabem, pessoal, esse trabalho vai ser mais do que uma simples tarefa. Vai ser uma oportunidade de aprender mais uns sobre os outros, de conhecer as nossas histórias e ver o que realmente nos conecta."

Aquelas palavras fizeram SN refletir. Ela não sabia ao certo o que o futuro reservava, mas naquele momento, ela sentia que, talvez, sua vida estivesse prestes a dar uma virada. O que parecia ser apenas um trabalho escolar, agora parecia ser o início de um novo capítulo, onde suas raízes, suas origens e seu futuro se entrelaçavam com os de outras pessoas que, de repente, pareciam estar tão dispostas a fazer parte da sua jornada quanto ela estava de fazer parte da deles.

Ela olhou para Taehyung, que estava quieto ao seu lado, mas com o olhar atento. O rosto dele não mostrava muita emoção, mas o leve sorriso ainda estava lá. Ele era alguém difícil de decifrar, mas de uma coisa SN tinha certeza: ele era, de alguma forma, importante para sua nova vida aqui. E, talvez, com o tempo, ela fosse descobrir o quanto as raízes deles estavam mais entrelaçadas do que ela imaginava.

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