Me chamo Isabele e todos me chamam de Isa, na verdade algumas pessoas que ainda conversam comigo.
Sou filha do Sr João Figueiredo, dono de uma fazenda aqui pras bandas das minas gerais, e uma fazenda produtiva que tem muito gado de corte e leiteiro, o Sr João era um viúvo. Ele perdeu sua esposa dona Ana mulher meiga, amorosa, e cheia de virtudes minha mae a 18 anos, ela faleceu de uma doença desconhecida até hoje ninguém sabia de que uma mulher tão forte e saudável morreu, do nada tão rápido, ficou doente em uma semana e na outra já estavam a enterrando, foi muito triste e dolorido para o Sr João mesmo porque eu tinha apenas 1 ano de idade e ele não sabia como lidar comigo.
Nesse tempo tinha uma prima do meu pai que se dizia muito amiga da minha mãe, Iolanda.
Iolanda era uma moça bonita e jovem e logo meu pai se apaixonou por ela e em menos de seis meses depois da morte de minha mãe eles já estavam morando juntos e logo em seguida ela ficou grávida , e nasceu minha meia irmã Renata. Eu não me lembro bem onde começou mas sei que desde que me entendo por gente eu sou extremamente mal tratada pela minha madrasta, e depois pela minha meio irmã, elas tornaram minha vida um inferno, eu não tinha paz, e meu pai ficou tão bobo e triste sem brilho depois que minha mãe faleceu, ele nunca me defendia, ele nunca fez nada por mim, as vezes ele até ajudava nos castigos que com o tempo foram ficando piores.
Eu não tinha roupas novas nunca, era sempre os restos da Iolanda aquilo que ela não vestia mais, e o pior e que eu era bem maior que ela então ficava umas roupas justas apertadas pequenas, minha sorte e que eu tinha minha Bah que costurava as roupas colocava emendas pra que me coubessem.
Bah tinha sido uma funcionária fiel de minha mãe eram inseparáveis, e quando minha mãe morreu ela cuidou muito de mim, e muitas vezes ela entrava na minha frente pra eu não apanhar demais e me escondia no quarto dela, na verdade a anos eu dormia na ala dos empregados eu coloquei uma cama no quarto da minha Bah e dormia lá com ela. Hoje com quase 20 anos eu já sabia me cuidar um pouco e ficava longe das duas já sabia como fazer pra que elas não me vissem então elas me deixavam em paz, eu tinha ido pouco na escola mas tinha aprendido a ler muito bem com a ajuda da minha Bah. Então lia romances e um dia imaginei um príncipe lindo que vinha me libertar daquele inferno em que eu vivia.
Então me olhou no espelho e o que vejo me deixa muito triste, eu estava muito feia, minha madrasta cortava meu cabelo com a mesma tesoura que cortava a crina dos cavalos da fazenda cortava no talo, eu lavava com sabão de bola nunca tinha shampoo ou condicionador pra usar, perfume só os que a Bah conseguia pagar com a micharia que ganhava. Enquanto isso minha irmã tinha tudo do bom e do melhor perfumes, hidratantes, cremes tudo chique, e meu pai nunca questionou.
Estava pensando nisso sentada na área externa da casa quando sem que eu visse chega às duas mãe e filha me puxam pelo cabelo e me derrubam de uma forma que eu caio encima de uns galhos machucando meus braços e rosto, e então elas riam, riam muito feito hienas elas sentiam prazer em me ver com dor machucada.
Sr Francisco. Sou Francisco um fazendeiro muito rico e conhecido, trabalho com gado de corte, leiteiro e inseminação, tenho várias fazendas espalhadas por Mg, MT e também fora do Brasil. Tenho o melhor da genética de gado em minhas fazendas, meus animais valem milhões.
Sou pai do Thiago meu filho hoje está com 25 anos e não tem juízo muito trabalhador, mas não quer saber de levar a sério uma moça e se casar , então disse a ele que se não casasse eu o deserdaria, ele ficou possesso mas eu não abri mão ele tentou negociar de todas as formas mas eu não cedi, então ele disse que era pra eu escolher uma mulher pra ele se casar, ele até se casaria mas não me prometia nada.
Mas eu sei que se ele se casar com uma moça boa responsável ele vai consertar criar juízo. Eu tenho muito medo dele se tornar uma pessoa fútil como a mãe era.
Fiquei sabendo que na casa de João Figueiredo meu vizinho tinha duas moças, fui atrás de saber sobre elas e fiquei sabendo que tinha uma muito bonita na faixa dos 18 anos, estudada mas que era muito mimada e fútil, em contrapartida tinha a mais velha 20 anos que não era bonita, que era muito judiada pela madrasta e que vivia como empregada da casa e nem a escola eles tinham deixado ela frequentar.
Fiquei pensando e fui fazer uma visita a meu vizinho João, pra ver se eu poderia arrumar uma das filhas dele pra casar com meu filho.
Cheguei na casa de João nos cumprimentamos na porteira pois ele estava chegando da cidade, me chamou pra entrar, quando estávamos chegando na casa dele ouvi umas risadas e quando olhei vi uma sena deprimente, tinha uma moça caída no chão na verdade encima de uns galhos e duas mulheres na verdade uma mocinha e uma mulher mais velha rindo horrores da moça que estava no chão até sangrando. Aquilo doeu meu coração.
Então pensei vou unir o ultil ao necessário.
Isabele. Eu nunca baixava a guarda pois sabia o quanto elas eram más, mas já fazia tanto tempo que isso não acontecia que eu imaginei que não mais aconteceria, não assim , o que mais me doía era a humilhação e saber que eu não poderia revidar pois não tinha ninguém pra me acolher me ajudar, a única pessoa que me amava era a Bah e o Tizil, Tizil era um menininho bem franzino tinha nascido fora de época, e quando ele tinha cinco aninhos os pais dele estavam indo de trator na casa de um amigo e no caminho passaram perto de uma ribanceira o pai perdeu o controle do trator e caíram no buraco eles morreram na hora pois o trator caiu encima deles, foi muito triste, eles eram muito queridos entre os colonos, então ninguém queria ficar com o menino que só não morreu pois tinha ficado dormindo e eu cuidando dele ele era muito franzino, aí eu pedi meu pai pra cuidar dele e pela primeira vez ele fez algo que eu quisesse, Iolanda foi a loucura pois não queria aquele ratinho na casa dela, segundo ela ele daria prejuízo mas meu pai gostava muito do pai do menino por isso acho que ele aceitou que eu cuidasse do Tizil juntamente com a Bahq, hj ele estava com nove anos muito esperto e me ajudava muito, meu menino.
Nesse momento saio do transe e percebo que elas calaram rapidamente de dar as risadas maldosas, então olho pro lado e vejo o motivo, meu pai tinha acabado de chegar e tinha uma visita junto um Sr muito distinto e muito bem vestido parecia gente muito rica, e ele não tirava os olhos de mim, então eu senti meu rosto queimar de vergonha, abaixei meus olhos e como a muitos anos não acontecia lágrimas caíram, de vergonha de tristeza de frustração, então vejo uma mão em minha frente sendo oferecida pra me ajudar a me levantar, me levanto e vejo ele me estendendo um lenço muito branco muito limpo, disse que não precisava então ele disse que era pra limpar o sangue que escorria do meu rosto. Peguei o lenço e nesse momento ouço meu pai chamando o Sr pelo nome de Francisco , e dizendo a ele que não se preocupasse comigo que isso era brincadeirinha de mãe e irmãs. então levantei os olhos e consegui ver o desprezo com o qual aquele Sr distinto olhou da minha madrasta para minha irmã até meu pai.
Nessa hora eu sai dali correndo e fui pro lado dos estábulos , lá eu me sentia bem, na verdade eu me sentia bem em qualquer lugar que fosse longe daquelas duas.
Aproveitei pra alimentar os animais pequenos, era obrigação de Tizil mas como ele estava pra escola e eu estava fugindo da casa grande eu fui tratar das galinhas, dos porcos e quando já estava quase acabando eu olho e vejo minha Bah vindo em minha direção toda esbaforida, me dizendo que meu pai estava me chamando e que era pra eu ir rápido pois precisava falar comigo.
Meu coração fica apertado, não sei dizer mas senti que algo grave iria acontecer, fui chegando em casa pela cozinha e minha madrasta e minha irmã estavam lá e logo vieram perguntar o que eu tinha feito de errado pois eu nunca era chamada a lugar nenhum, passei por elas sem ao menos olhar na cara , estava com uma raiva, a humilhação ainda doía em minha cabeça o coração sangrava mais que as feridas deixada pelos gravetos.
Chego na porta do escritório do meu pai bato e ouço pra entrar, entro e vejo que o Sr Francisco ainda estava ali, abaixo a cabeça e pergunto a meu pai como posso ajudá-lo, então ele fala com uma alegria fora do comum.
- Filha você não acredita o Sr Francisco acaba de te pedir em casamento, não e uma maravilha.
Meu mundo desabou, como assim me casar, e com um homem que poderia ser meu pai, como me enganei, quando olhei nos olhos dele achei que fosse um bom homem, agora querer se casar comigo? E onde ficaria meu príncipe encantado e quando ele chegasse eu estaria casada com um Sr.
Olhei bem nos olhos dele e vi que ele estava com pena de mim, talvez fosse isso ele tenha tido pena de mim de me ver acabada no chão humilhada, talvez ele fosse não meu príncipe mas meu salvador, isso meu salvador aquele que Deus mandou pra me tirar desse martírio que era minha vida ali naquela casa.
Então levantei minha cabeça e disse se o Sr me deixar levar minha Bah, meu Tizil e meu cavalo eu me caso.
Meu pai logo abriu um sorriso de orelha a orelha, afinal ele iria se ver livre de mim, seria um problema a menos, meu coração doeu mais um pouco, eu não entendia o porquê de meu pai nunca ter me ajudado em nada de sempre ter sido conivente com toda maldade que haviam feito comigo, tinha dias que eu implorava pra ele me tirar do castigo ou implorava pra me deixar estudar e nada, ele só me olhava, as vezes bravo as vezes apático mas nada fazia.
Olhei pra ele e também sorri, pensando até que enfim eu ficaria longe desse Sr que se dizia meu pai mas que a vida inteira foi só um Sr sem ação nenhuma pra defender sua filha órfã de mãe.
Sr Francisco. Quando cheguei naquela fazenda pensando em arrumar uma esposa para meu filho não imaginei que iria ver tudo que vi lá, cheguei com o dono da fazenda em sua casa e a primeira coisa que vi foi uma moça caída no chão no meio de um monte de galhos de árvores que tinha sido podadas e jogadas ali , ela sangrava no rosto e nos braços, seu olhar era de humilhação de tristeza frustração tudo junto, naquele momento que ela me olhou vi também um resquício de dignidade de altivez e apesar de ela estar mal vestida com cabelos cortados bem curto,ate parecia que tinham pegado uma faca e passado no cabelo dela , sem nada artificial naquela moça, mas ela era de uma beleza e de uma dignidade que aquelas duas que estava perto e rindo dela nunca tiveram e nunca teriam.
Incrível como as qualidades das pessoas está na alma nos olhos na postura, mesmo quando estão na lama quem tem sensibilidade pode ver e sentir. Aquela moça era uma lady.
Nessa hora eu tive certeza, essa seria minha nora a esposa do meu filho, só espero que ele consiga ver nela o que eu vejo, espero que ele tenha a sensibilidade de ver a alma dessa moça .
Quando cheguei no escritório falei com o pai dela que eu queria que sua filha casasse com meu filho, no primeiro momento ele achou que fosse a filha mais nova a arrumadinha, bonitinha mas na verdade ela não tinha beleza nenhuma dava pra ver o quanto era má e de índole duvidosa.
Então disse a ele que queria a moça mais velha, ele riu muito e disse que eu estava doido que a filha mais velha não tem requisitos de beleza pra ser sua nora,
então olhei pra ele sério e disse, sinto muito meu amigo se você não e capaz de ver o quão linda é sua filha mais velha talvez por ser negligenciada sua beleza física esteja escondida mas a sua beleza de caráter e de alma essa está na cara.
Nessa hora João olha pra mim sério, mas não fala nada.
Logo chama a empregada e pede pra chamar a menina.
Quando ela chega toda desconfiada pude olhar direito pra ela e que lamentável tão bonita e tão descuidada.
Iria fazer dessa moça a mais bela da região quiçá do país. Minha nora seria um rainha, meu filho merecia o melhor. Percebi que quando o seu pai disse que eu havia pedido ela em casamento que ela teve vários pensamentos conflitantes, com certeza ela achou que se casaria comigo e deu pra perceber que o pai dela também percebeu mas não disse hora nenhuma a ela que ela se casaria com meu filho, eu fiquei calado não queria criar conflitos até essa moça ser minha nora, depois disso faria com que essas pessoas se arrependessem do que estavam fazendo a ela.
Depois de pensar por um tempo ela disse que se pudesse levar a Bah o Tizil e o cavalo dela ela se casaria, eu ri por dentro o que era importante pra ela eram as pessoas que talvez eram as únicas que ela amava ou que a amavam.
Concordamos com suas condições e ela saiu do escritório percebi bem abatida, mas eu pensei isso vai mudar.
Olhei para João e fomos acertar tudo.
Ficou acertado que o casamento seria realizado dali a três dias e que seria só no papel deixariamos pra fazer a igreja depois que eles se conhecessem melhor, o casório seria realizado lá na minha fazenda mesmo, o pai a levaria até lá, e assinariamos os papéis.
Tudo combinado fui pra casa enfrentar a fera teria que amansar meu filho senão essa moça iria sair do espeto e cair na brasa .
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