"Entre Livros e Silêncios" (BakuDeku & DekuBaku)
Capítulo 1: “O aluno novo“
O sol da manhã filtrava-se pelas janelas da sala 2-A, iluminando o ambiente com uma luz suave. As árvores balançavam lá fora, e o som das folhas misturava-se com o burburinho típico de adolescentes iniciando mais um dia escolar.
Izuku Midoriya entrou na sala com o coração acelerado. Novo na cidade, novo no colégio, novo em tudo. Seus olhos verdes buscaram um lugar vazio, e só encontrou um... ao lado de um garoto de cabelo loiro espetado, que estava com os fones de ouvido pendurados no pescoço e um livro aberto nas mãos. Ele não parecia do tipo sociável.
Izuku hesitou, mas se aproximou.
Izuku
— Posso sentar aqui?
(perguntou, com um sorriso tímido.)
O garoto levantou os olhos. Seu olhar era afiado, quase desafiador. Mas ao ver Izuku, algo nele pareceu suavizar — por apenas um segundo.
Bakugou
— Tanto faz
(respondeu, voltando o olhar para o livro.)
Izuku se acomodou, ajeitou a gravata do uniforme e tirou um caderno da mochila. Por alguns minutos, o silêncio reinou entre os dois. O loiro, que se chamava Katsuki Bakugou, percebia o olhar curioso que Izuku lançava para o livro que ele lia.
Izuku
— "Estratégias de Guerra e Liderança"...
(murmurou, reconhecendo a capa.)
Bakugou
(olhou de lado.)
— Você lê isso?
Izuku
— Já li. É interessante como o autor compara a guerra com as relações humanas...
Bakugou fechou o livro devagar, quase surpreso.
Bakugou
— Você é novo aqui, né?
Izuku
— Izuku Midoriya. Acabei de me mudar pra cá.
Bakugou
— Bakugou. Katsuki Bakugou.
Izuku
(sorriu.)
— Prazer, Bakugou.
Bakugou ficou em silêncio por um momento, depois virou-se totalmente para ele. Havia algo intrigante naquele garoto. Um olhar que parecia ver além, que não o temia, que não o julgava.
Bakugou
— Você parece inteligente... Mas não se mete comigo
Disse, mas sem a típica agressividade. Era mais uma defesa do que uma ameaça.
Izuku
— Eu não vim pra competir, só quero aprender e fazer amigos
(respondeu com sinceridade.)
Bakugou olhou para ele por mais um momento, como se estivesse testando a veracidade daquelas palavras. Por fim, voltou ao livro, mas agora... com um leve sorriso no canto dos lábios.
Capítulo 2: “Olhos Que Observam”
Os dias foram passando, e Izuku continuava o mesmo: tímido, educado, sempre com um sorriso gentil e um caderno nas mãos, onde vivia anotando tudo. Sentava sempre ao lado de Bakugou, mesmo quando o loiro rosnava um "Tanto faz" ou simplesmente ignorava sua presença.
Por fora, Izuku era só mais um aluno esforçado. Mas tinha algo... algo que Bakugou não conseguia explicar.
Certa tarde, depois da aula, Bakugou ficou para trás na sala, fingindo estar terminando uma anotação, mas na verdade, só observava.
Izuku, como sempre, era o último a sair. Estava de costas, organizando cuidadosamente suas coisas. Mas por um breve segundo, Bakugou viu algo estranho. O reflexo na janela mostrava Izuku parado, olhando diretamente para ele. Só que... ele não havia virado.
Era como se soubesse que Bakugou estava observando. Como se estivesse sempre ciente.
Bakugou se levantou de repente, fazendo barulho com a cadeira.
Izuku se virou rapidamente, com o mesmo sorriso doce de sempre.
Izuku
— Oh! Achei que já tinha ido embora.
Bakugou
— Você sempre faz isso
(perguntou, direto.)
Bakugou
— Ficar me observando quando acha que eu não tô vendo.
Izuku
— Eu? Não, claro que não. Por quê?
(piscou, confuso.)
Bakugou se aproximou, devagar, como se testasse uma teoria. Ele encarou Izuku nos olhos.
Verdes. Claros. Inocentes. Mas... algo lá no fundo. Algo escondido. Como um lago tranquilo que escondia um abismo.
Bakugou
— Você é estranho..
(murmurou.)
Izuku
— Já me disseram isso antes
Respondeu Izuku, com uma risadinha baixa, mas sem desviar o olhar.
Bakugou sentiu um arrepio. Pela primeira vez, ele quis recuar. Mas não recuou. Em vez disso, virou-se e saiu da sala, sem dizer mais nada.
Naquele dia, enquanto caminhava para casa, ele não parava de pensar:
Bakugou
💭"Por que aquele nerd me incomoda tanto?"💭
Pela primeira vez, ele sonhou com olhos verdes o observando no escuro.
Capítulo 3: “O Carro Preto”
O pátio principal da escola sempre era barulhento pela manhã — alunos se reunindo, rindo, falando alto e se espreguiçando enquanto esperavam o sinal tocar. Bakugou, como sempre, estava encostado num canto mais afastado, fones no pescoço, os olhos varrendo tudo ao redor. Um hábito. Não por desconfiança. Era instinto.
O mesmo garoto do dia anterior... Izuku Midoriya... chegando de forma bem diferente do que se esperava.
Um carro preto, brilhando sob o sol, parou suavemente em frente ao portão. Vidros escuros, impecáveis.
Luxuoso demais para alguém que dizia ter se mudado “há pouco” e que aparentava uma vida simples.
Ninguém conseguia ver quem estava dirigindo. Nenhum aluno se aproximava. Era como se o carro impusesse distância.
A porta traseira se abriu, e Izuku desceu calmamente, com a mochila nas costas e aquele mesmo jeitinho gentil de sempre. Fez uma leve reverência ao carro — embora ninguém pudesse ver quem estava dentro — e o veículo partiu silenciosamente.
Por um breve segundo, antes que a porta se fechasse, ele jurava ter visto uma mão com luvas pretas... e um olhar, frio como gelo, dentro do carro.
Izuku caminhou até o pátio como se nada tivesse acontecido. Sorriu para algumas pessoas que o cumprimentaram, mas ninguém parecia ter notado a estranheza da cena.
Ele se aproximou, encarando o garoto com desconfiança.
Bakugou
— Carro chique pra alguém que disse que era "normal", hein?
Izuku
— Ah, meu tio insistiu em me trazer hoje. Ele... é meio protetor.
(piscou, surpreso, mas não perdeu o sorriso.)
Bakugou
— E os vidros escuros? E as luvas?
Por um instante, o sorriso de Izuku pareceu hesitar.
Izuku
— Como você viu isso?
Bakugou
(ergueu uma sobrancelha.)
— Então você confirma?
Izuku ficou em silêncio. Depois deu uma risada, baixa e contida.
Izuku
— Você é observador, Bakugou.
O sinal tocou. Os dois começaram a andar em direção à entrada da escola, mas o loiro manteve o olhar firme em Izuku, como se tentasse arrancar a verdade com os olhos.
E Izuku... apenas caminhava tranquilo.
Mas algo ali estava fora do lugar.
Aquele novo aluno escondia alguma coisa.
E ele estava determinado a descobrir o que.
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