Personagens Principais
Ethan Montgomery (25 anos)
Empresário ambicioso, filho do dono de uma das maiores empresas do país. Para se tornar CEO, precisa estar casado. Tem uma namorada, mas a considera interesseira. Frio nos negócios, mas com um lado apaixonado escondido.
Traços: Dominador, possessivo, ciumento, atraente, inteligente.
Chloe Bennett (19 anos)
Filha única de um poderoso empresário americano. Virgem, nunca beijou, sonhadora e cheia de princípios. No início é contra o casamento, mas aceita para ajudar. Com o tempo, se apaixona por Ethan.
Traços: Doce, sorridente, inteligente, amorosa, inocente, determinada.
Veronica Blake (24 anos)
Namorada de Ethan no início da história. Bela e sedutora, mas extremamente interesseira. Não aceita o fim do relacionamento com facilidade e fará de tudo para separar o casal.
Traços: Manipuladora, ciumenta, perigosa, sexy.
Charles Bennett (pai de Chloe)
Empresário influente e sócio do pai de Ethan. Relutante no início, mas permite o casamento ao ver que a filha quer ajudar.
Helen Bennett (mãe de Chloe)
Protetora e tradicional, inicialmente contra a ideia, mas acaba apoiando a filha ao ver o seu crescimento e maturidade.
Começando o Capítulo
Capítulo 1 – A Condição para Ser CEO
O relógio marcava 9h da manhã quando Ethan Montgomery, com seu habitual terno preto sob medida, entrou na sala de reuniões da empresa Montgomery Industries. Os olhos frios e concentrados escondiam a ansiedade que tomava conta de seu corpo. Hoje seria o dia em que finalmente seu pai, Richard Montgomery, faria o anúncio que ele esperava desde os 18 anos: a nomeação oficial como CEO da empresa da família.
Ethan era respeitado, competente, e havia trabalhado duro para estar à altura do legado da família. Mas nada o prepararia para o que estava prestes a ouvir.
— Ethan — disse Richard, sentado à cabeceira da mesa de madeira maciça —, você está pronto para assumir. Mas há uma condição.
Ethan arqueou uma sobrancelha, confuso. — Condição? Que condição?
O pai cruzou os braços e encarou o filho com seriedade.
— Para garantir a imagem sólida e tradicional da empresa... você precisa estar casado. Estabilidade familiar importa, principalmente para nossos investidores e parceiros estrangeiros. Um CEO jovem e solteiro? Eles veriam isso como instabilidade.
— Está brincando comigo, pai? — Ethan disse, com raiva contida. — Eu sou o vice-presidente há três anos. Dou lucros à empresa. Casamento nunca fez parte do acordo.
— Está no novo estatuto. Assinado pelo conselho. — Richard respondeu friamente.
Ethan se levantou, andou de um lado para o outro da sala e então soltou uma risada sarcástica. — Ótimo. Quer que eu case com quem? Com a Veronica? Ela está comigo há dois anos.
Richard lançou um olhar penetrante. — Ela está com você porque ama o seu sobrenome, não você. Já investiguei. Ela tem envolvimento com um dos nossos concorrentes. Está te usando, Ethan.
O sangue de Ethan gelou.
— Como assim? Você mandou investigar minha namorada?
— Mandei proteger meu filho e a reputação da empresa — disse Richard. — E agora, você precisa encontrar alguém confiável. Alguém que não esteja interessada em fama, dinheiro ou status.
— E onde eu vou encontrar essa mulher?
O pai se inclinou, com um leve sorriso.
— Eu tenho uma sugestão. Charles Bennett.
— O magnata americano?
— Sim. Ele é nosso sócio nos Estados Unidos. Tem uma filha de 19 anos. Jovem, inteligente, discreta. Se ele permitir, e ela aceitar, você terá sua esposa de contrato. Dois anos. Nada mais. Depois você estará livre... e com o cargo garantido.
Ethan respirou fundo, massageando as têmporas. Casar com uma desconhecida? Por um cargo?
— Isso é loucura...
— Loucura é perder o império que construímos por causa de uma mulher interesseira. Pense bem, Ethan. Se quer ser CEO, é assim que tem que ser.
Naquela noite, deitado em sua enorme cama no apartamento de cobertura, Ethan não conseguia dormir. Seu olhar estava fixo no teto. A imagem de Veronica, os beijos, os sorrisos, as noites juntos... tudo parecia falso agora. Será que ela realmente o amava? Ou sempre o manipulou?
Pela primeira vez em anos, Ethan sentia que não estava no controle. Mas uma coisa ele sabia: ele faria o que fosse necessário para proteger seu legado.
Mesmo que isso significasse casar com uma completa estranha.
Ethan acordou com um incômodo que não era físico, mas emocional. Passara a noite quase inteira olhando para o teto, repassando cada conversa, cada gesto e cada “eu te amo” que Veronica havia dito nos últimos meses. O que antes parecia amor, agora começava a soar como um roteiro cuidadosamente encenado.
Ele não era ingênuo. Cresceu cercado por jogos de poder, manipulações e interesses. Mas, por alguma razão, com Veronica ele tinha baixado a guarda. E agora se sentia um idiota.
Depois de um banho frio e uma xícara de café preto amargo, Ethan pegou a chave de seu carro e dirigiu direto até o luxuoso apartamento de Veronica. O porteiro, já acostumado a vê-lo por lá, abriu sem questionar. O elevador até a cobertura parecia lento demais, como se o universo estivesse lhe dando tempo para mudar de ideia. Mas ele não ia recuar.
Assim que a porta se abriu, foi recebido com uma cena já familiar: Veronica vestia um robe curto de seda vermelha, cabelo solto em ondas perfeitas e um sorriso sedutor nos lábios carmesim.
— Olha só quem resolveu aparecer — ela disse, aproximando-se com passos lentos e provocantes. — Estava morrendo de saudade, meu amor…
Ela o abraçou, colando o corpo no dele. Ethan retribuiu o gesto com frieza, os braços rígidos ao redor da cintura dela.
— Precisamos conversar.
Veronica afastou-se um pouco, os olhos buscando os dele. Ela franziu o cenho, tentando identificar o tom grave em sua voz.
— Aconteceu alguma coisa?
— Sim. E é sério.
Ele entrou no apartamento, ignorando o aroma do perfume dela que costumava encantá-lo. Sentou-se no sofá de couro branco, encarando-a enquanto ela caminhava até o bar e se servia de uma taça de vinho branco.
— Estou ouvindo — disse ela, cruzando as pernas com sensualidade.
— Falei com meu pai ontem — começou Ethan. — Ele me contou sobre suas “reuniões” com o CEO da Taylor & King. Você quer me explicar o que foi aquilo?
Veronica gelou por dentro, mas seu rosto manteve a máscara de despreocupação.
— Ethan, sério isso? Agora você está me espionando?
— Não é espionagem quando envolve meu nome, minha empresa e minha vida, Veronica. Você foi atrás do nosso maior concorrente sem me dizer nada. E usou meu sobrenome.
— Eu estava tentando ajudar! — ela explodiu, levantando-se. — Você está prestes a virar CEO. Pensei que uma possível fusão fosse uma boa ideia. Você deveria me agradecer!
— Me agradecer? — ele riu, sarcástico. — Por ter se encontrado às escondidas com o cara que está tentando sabotar nossos contratos? Por ter mentido pra mim?
— Eu não menti! — rebateu ela, com os olhos brilhando de raiva. — Eu omiti. Por que você sempre me trata como se eu fosse uma ameaça?
Ethan levantou-se devagar, caminhando até ela, a voz firme.
— Porque você é. Eu confiei em você, Veronica. E agora descubro que meu pai estava certo. Você se aproximou de mim por conveniência.
— Isso é o que ele quer que você pense! — ela gritou, batendo a taça na mesa com força. — Richard nunca gostou de mim. Sempre quis te afastar de mim!
— E você deu motivos pra isso — respondeu Ethan, gelado. — Estou fora. Nosso relacionamento acabou.
O silêncio foi brutal. Veronica encarou Ethan como se ele tivesse arrancado o chão sob seus pés.
— Você... vai me deixar assim? Depois de tudo?
— Já tomei minha decisão. E tem mais: vou me casar.
— Você tá brincando. Vai se casar… com quem?
— Com a filha de Charles Bennett. Chloe.
O nome caiu como uma bomba. Veronica arregalou os olhos, completamente incrédula.
— Com aquela virgemzinha mimada? Que nem sabe o que é um homem de verdade? — ela cuspiu com desprezo. — Você tá louco, Ethan! Vai jogar tudo fora por causa de um joguinho de poder do seu pai?
— Não é um jogo. É o futuro da empresa. E o meu.
Ela caminhou até ele, furiosa, o rosto a centímetros do dele.
— Eu vou acabar com isso. Você me ouve? Você não vai me trocar por uma garotinha qualquer e sair impune!
Ethan a olhou nos olhos, sem se abalar.
— Você já me perdeu, Veronica. Só não percebeu ainda.
E saiu, batendo a porta atrás de si.
Do outro lado, Veronica gritou, atirando a taça contra a parede. O vidro estourou, e o vinho escorreu como sangue.
Ela não seria descartada como lixo. E faria de tudo — tudo — para retomar o que era dela.
Do lado de fora, o mundo parecia girar como sempre, mas dentro de Ethan, tudo havia mudado. Depois de terminar com Veronica, ele se sentia como se tivesse rompido com uma parte da própria identidade. Ele sempre soube que havia algo errado naquele relacionamento, mas encarar a verdade doía mais do que esperava.
Agora, havia uma nova missão: conquistar o apoio de Charles Bennett.
Charles não era apenas o homem mais influente dos Estados Unidos, mas também um dos maiores acionistas da Montgomery Industries. Respeitado, temido e adorado por uns poucos, era conhecido por sua personalidade meticulosa e sua postura protetora em relação à única filha: Chloe Bennett.
Ethan viajou para os Estados Unidos em seu jatinho particular. Chegou à propriedade dos Bennett numa manhã clara, em que o céu azul refletia o brilho imponente da mansão no alto de uma colina cercada por seguranças, jardins esculpidos e uma arquitetura que misturava o clássico com o moderno.
Ao chegar, foi recebido por William, o mordomo da família há mais de vinte anos, que o conduziu diretamente ao escritório de Charles.
A porta de carvalho se abriu silenciosamente, revelando o homem atrás de uma enorme mesa de mogno, cercado por livros, papéis e uma lareira acesa apesar do clima ameno. Charles ergueu os olhos e sorriu com ironia.
— Montgomery... finalmente criou coragem?
— Vim ser direto com o senhor — disse Ethan, sentando-se. — Estou pronto para assumir a empresa. Mas meu pai impôs uma condição: eu preciso estar casado. E ele acha — e eu concordo — que a pessoa ideal seria alguém que não esteja interessada em fama ou poder. Alguém com princípios.
Charles cruzou os braços, observando-o com olhos experientes. — E você acha que minha filha se encaixa nesse perfil?
— Sim. Ela é discreta, inteligente, tem personalidade. E... pelo que ouvi, é o tipo de mulher que não se deixa corromper. Eu não estou pedindo amor, senhor Bennett. Estou pedindo confiança. Um casamento de dois anos, sem obrigações emocionais. Apenas uma aliança mútua. Em troca, sua filha teria tudo que precisar: segurança, respeito e liberdade.
Charles se levantou, andando lentamente até a janela, de onde observava os jardins da propriedade.
— Chloe é meu bem mais precioso. Ela não é como as outras meninas que você deve conhecer. Ela é... inocente. Nunca namorou. Nunca beijou. Ainda acredita em contos de fadas, Ethan. Você tem ideia do que está pedindo?
— Tenho. E eu não vou machucá-la. — A voz de Ethan estava firme, mas sincera. — Eu posso prometer isso.
Charles virou-se, encarando-o com seriedade.
— E se ela disser não?
— Eu aceitarei.
Houve um silêncio pesado. Então Charles respirou fundo, pegou o telefone sobre a mesa e disse ao mordomo:
— Mande chamar Chloe. Agora.
Minutos depois, a porta se abriu, e Chloe Bennett entrou no escritório.
Ela usava um vestido leve de verão, azul-claro, que contrastava com sua pele alva e olhos cor de mel. Os cabelos estavam soltos, caindo em ondas naturais sobre os ombros. Ela parou ao ver Ethan, surpresa.
— Pai? O que está acontecendo?
— Sente-se, querida. — Charles apontou para a poltrona ao lado de Ethan.
Chloe obedeceu, desconfiada, mas educada. Seus olhos se voltaram para o homem ao seu lado com uma mistura de curiosidade e desconfiança.
— Chloe, o sr. Montgomery tem um pedido... inusitado.
Ethan então contou tudo, com calma. Explicou o contrato, os dois anos, a ausência de pressões, o respeito que teria por ela e a proteção que ofereceria. Falou de sua responsabilidade como CEO, da pressão familiar, e de como acreditava que ela era a única pessoa que poderia aceitar esse acordo sem segundas intenções.
Quando terminou, Chloe estava em silêncio. O coração acelerado, as mãos frias no colo. Seu olhar inocente, mas não ingênuo, estava fixo em Ethan.
— Você quer se casar comigo... por obrigação?
— Por necessidade. Mas não estou te oferecendo uma prisão. E sim um contrato. Um acordo que termina em dois anos. Prometo nunca ultrapassar os seus limites. E te proteger da exposição.
Ela baixou o olhar. Tinha apenas dezenove anos. Nunca tinha namorado. Nunca beijara ninguém. Era romântica, mas não burra. Sabia o que aquele pedido significava.
— Você... está me escolhendo porque sou virgem e ingênua? Porque acha que vou aceitar calada?
Ethan se surpreendeu com a firmeza da voz dela.
— Não. Estou te escolhendo porque, apesar de não te conhecer, já ouvi o suficiente pra saber que você é diferente. E porque preciso de alguém em quem eu possa confiar.
Chloe olhou para o pai, depois de volta para Ethan. Respirou fundo.
— E se eu disser sim... você vai manter sua palavra? Vai conversar comigo... vai me respeitar, mesmo se um dia eu me apaixonar por você e você não sentir o mesmo?
A pergunta atravessou Ethan como uma lâmina. Ele não esperava ouvir algo tão sincero e vulnerável.
— Sim. Eu vou te respeitar. Sempre.
Chloe ficou em silêncio por alguns segundos que pareceram eternos... então respondeu:
— Me dê até amanhã. Preciso pensar.
E saiu, com o coração disparado e a cabeça girando.
Naquele momento, Ethan percebeu: ela era muito mais do que ele imaginava. E, talvez... fosse ele quem corria o risco de se apaixonar.
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