Estou muito apressada é meu primeiro dia de trabalho no departamento de homicídios da polícia de Montecc. Sim, sou uma detetive, antes trabalhava na polícia cibernética investigando crimes dessa natureza. Sempre amei computadores, porém com o tempo foi ficando entediante. Então, tomei a decisão de fazer a prova para trocar de departamento.
Fui aprovada nesse teste em segundo lugar, e fui novamente para a Academia de polícia para ter um treinamento intensivo. Dei tudo de mim nesse treinamento e estou feliz por conseguir a vaga que tanto almejei. Finalmente, chegou o dia de assumir o meu posto na delegacia. Cheguei sem atrasos e adentro no estabelecimento, falo com um recepcionista:
- Bom dia, queria falar com o delegado Smith. Sou a nova detetive, Rina Mendes. Ele estar?
O recepcionista responde:
— Bom dia, sua documentação por gentileza.
Abro a minha bolsa e mostro meu distintivo:
— Certo, seja bem-vinda detetive Mendes. A sala do delegado é a terceira a esquerda, próximo à sala de espera 2. Estará a secretária dele que a receberá, não entre na sala dele sem ser anunciada.
— Certo, muito obrigada.
Sigo a orientação do recepcionista e me direciono até a sala de espera citada, me deparo com uma senhora que aparenta ter uns cinquenta anos ou mais. Caminho até a sua mesa, no percurso uma pessoa esbarra em mim e entra numa sala que nem um foguete. Ouço a secretária gritar:
— Não entre agora, Rooveryng! Esse moleque não tem jeito!
Puxo assunto com a mulher:
— Bom dia, sou a nova investigadora Rina Mendes. Fui orientada a vir até aqui para falar com o delegado, e me apresentar para assumir as minhas funções.
A veterana me olha e diz:
— Bom dia, sou Dana Silver a secretária da delegacia. Me mostre os seus documentos por favor, o seu distintivo ok?
— Aqui já estava na mão, senhora Silver. Respondi a entregar o distintivo.
Silver digita algo no computador e avisa:
— Achei os seus dados, seja bem-vinda. Vou ligar para a sala dele. Olha, aguarde aqui um pouco porque, estar acontecendo uma confusão na sala do delegado. E, para piorar um dos detetives entrou na sala dele sem ser anunciado. Deve ter visto né?
— Vi sim, tudo bem.
Dana interfona para a sala de Smith e ouço gritos:
— Já te disse para se anunciar antes de entrar, Rooveryng! Sai da minha sala agora!
A porta da sala se abre, e um homem que esbarrou em mim antes de entrar na sala sai. Eu fico estática observando, até que ele me olha e sai em dizer nada. Ele é muito bonito, alto, loiro e os seus músculos parece que vão saltar da camisa, totalmente o meu tipo. Rina para com isso, você tem que focar na sua carreira, abdicou da vida amorosa há muito tempo. Silver nota a situação e sorrir:
— Gostou do Rooveryng? Ele é mesmo muito lindo, mas é um desajuizado e marrento. Gostei de você, Mendes.
Fico envergonhada com essa observação de Silver, mas não demonstro e respondo:
— Ele esbarrou em mim e nem se desculpou, percebi a educação ótima dele. O chefe já atendeu?
— Vou interfonar novamente, se prepare que aqui só tem maluco. A mais normal sou eu.
Liga novamente e avisa:
— Delegado, a novata chegou. Senhorita Rina Mendes. Certo senhor, eu vou a encaminhar.
Dana desliga o telefone e diz:
— Pronto, pode entrar o senhor Smith a aguarda. Boa sorte, querida.
— Obrigada, Silver. Bom trabalho.
Caminho até a porta, bato de leve e ouço uma voz grave que fala:
— Entre.
Abro a porta da sala e entro na sala. Olhos castanhos curiosos e surpresos caem sobre mim, vejo um homem que aparenta ter uns quarenta anos. Com os cabelos castanhos curtos num corte social, muito bonito também, ele fala:
— Bom dia, senhorita Rina Mendes sente—se. Sou o delegado chefe do departamento, um prazer receber uma das agentes mais bem rankeada no ranking geral. Aqui apenas os mais adaptáveis e melhores duram.
— Bom dia, senhor. Obrigada, é uma honra conseguir chegar aqui.
— Que bom, seja bem-vinda. A senhorita irá trabalhar com aquele detetive que estava aqui antes de entrar na sala, David Rooveryng. Serão uma dupla ok?
Algo me diz que não vai ser fácil ser dupla daquele gostoso, sou muito meticulosa e sistemática quando o assunto é trabalho. Ele parece ser impulsivo e bem arrogante. Disfarço esse meu pressentimento:
— Certo, senhor Smith.
— Sem o senhor, ainda tenho quarenta e três. Só Smith, ok? Disse o delegado.
— Ok, quando começo? Indaguei.
— O mais cedo possível, posso perguntar uma coisa? Questiona Smith.
— Pode, o que seria?
— O que fez a senhorita trocar de departamento?
— Os casos estavam bem maçantes e não tinha mais muito a agregar, e resolvi alçar novos voos. Respondi.
— Entendi, seja bem-vinda. Aconselho ter paciência quando começar a trabalhar com Rooveryng. Ele é um dos melhores detetives do departamento, muito habilidosos em resolver casos bem difíceis. Porém, ele tem uma personalidade difícil de lidar e pode ser um pouco impulsivo. Sugeriu.
— Obrigada, vou lembrar desse conselho.
Estou a imaginar o desafio que vai ser trabalhar com esse cara, ele aparenta ter uma impaciência palpável e impulsividade. Sou totalmente o oposto dele, vai ser um desafio enorme, eu amo desafios por isso mudei de departamento. A minha maior recompensa é superar obstáculos que surgem, esse será mais um. Smith diz:
— Agora me acompanhe para conhecer o seu local de trabalho, certo?
— Claro, vamos.
O acompanho até chegar numa sala grande, onde estão as mesas de cada detetive. Todas estão ocupadas com excessão de uma, que provavelmente será minha. Estamos no centro da sala, o delegado chama a atenção de todos:
— Pessoal atenção, quero comunicar algo para os senhores!
Todos olham na nossa direção, até o bonitão e Smith segue o comunicado:
— Vim apresentar a nova colega de vocês, a detetive Rina Mendes. Ela ocupará o posto vago desde a aposentadoria de Thompson, e será dupla de Rooveryng. A respeitem e a tratem como semelhante, não quero ouvir reclamações, ok Rooveryng?
David se aproxima e me olha de cima a baixo, vejo uma expressão de chateação da sua parte. Confesso que me assustei com essa aproximação, meu coração até acelerou do nada. Rooveryng pergunta:
— Que merda é essa, Smith? Eu não preciso de ter um ajudante, ainda mais uma novata. E me desculpe o que vou dizer, mas essa modelo não vai durar um dia nesse departamento. Ouviu, senhorita?
Eu já detesto Rooveryng e esse jeito preconceituoso dele, sou qualificada e uma detetive experiente. Resolvi vários casos no departamento de cibernética, posso ser novata aqui. Porém, sei como funciona uma investigação e sou bem preparada para o cargo. Respondo diretamente esse disparate:
— E quem disse que eu quero trabalhar com um preconceituoso idiota que nem você? Acha que também quero trabalhar com um arrogante? Mas, eu não tenho escolha no momento é uma decisão vindo de cima. Se liga, cara.
Smith respira fundo e se manifesta:
— Vocês dois vão trabalhar juntos sim, isso é uma decisão da superintendência e estar acima de nós! Se respeitem, peçam desculpas agora um pro outro e vamos trabalhar!
Rooveryng diz:
— Agora deu pra defender os seus casinhos, Smith? Eu não vou pedir desculpa para a sua "amiga" modelo, ela que aguente o tranco calada, isso se vai conseguir aguentar um dia aqui. Tá na cara que ela não tem noção alguma de como ser uma detetive nesse departamento.
É o quê? Já vi que irei precisar ter muita paciência pra trabalhar com esse babaca, a vontade que eu tenho é de socar esse belo rosto dele. Porém, eu não farei isso e não irei me rebaixar ao nível desse escroto. Sorrio e respondo:
— Já vi que a gente vai se dar muito bem, se estou aqui é porque fiz por merecer! E outra, você pode não gostar de mim, mas deve me respeitar! Eu não sou qualquer uma que fala o que quer e fica caladinha, falo mesmo. E eu não vou me desculpar, ele quem começou implicar. Vamos trabalhar juntos, mas não vou aturar desrespeito.
Ele responde:
— Se eu não quiser te respeitar, o que vai fazer, Mendes? Vai reclamar com o chefinho? Vai chorar no banho como covardes que nem você?
Smith tenta apaziguar os ânimos, estou a um fio de esmurrar esse maldito. E é só o primeiro dia, mas eu não vou desistir da vaga que tanto quis por causa desse ridículo:
-- Parem de discutir agora, vão trabalhar! E já tem um caso pra vocês.
Reviro os olhos e fico inexpressiva, David fala:
-- Qual é a ocorrência?
— Ocorrência em Gold Freestein, um homem de trinta e cinco anos, foi aparentemente baleado e morto na entrada da sede da Green Horizon Interprises. Investiguem isso, o caso estar nas mãos de vocês. Vão na frente que encontro vocês lá. Sem brigas, ok?
Balanço a cabeça em concordância, David bufa. Porém, concorda e diz:
— Ok, Smith.
Me direciono até a minha mesa, a organizo e Rooveryng se aproxima da mesma e pronuncia:
— Vamos, modelo. Quero ver se vai aguentar um dia aqui, a cibernética é fichinha perto dos casos daqui.
Continuo a organizar as minhas coisas e ignoro essa provocação idiota desse cretino. Ele continua em pé a frente da minha mesa, e questiona:
— Não vai falar nada? Pra ofender é boa!
Respiro fundo e devolvo:
— Vou terminar de organizar a minha mesa, e depois vamos para o local do crime. Saiba que também não gosto nem um pouco de você, é recíproco.
O idiota me olha com desdém e responde:
— Que bom, estamos acertados então, modelo.
Termino de organizar e me aproximo da mesa dele:
— Vamos, Rooveryng.
Ele concorda e se levanta. Caminhamos em silêncio até o estacionamento, e David avisa:
— Eu dirijo, certo?
Respondo impaciente:
— Não sei se posso confiar, vai que você joga o carro num poste pra me matar.
— Relaxa, eu não vou fazer isso. Sei que não vai resistir muito tempo, e vai voltar pra cibernética ou pra agência de modelos de onde saiu.
— Vamos ver, Rooveryng.
Continuo inexpressiva e entro no carro. Me acomodo no banco do carona e coloco o cinto, durante o percurso ele pergunta:
— Quantos anos têm?
— Por que quer saber disso? Rebati.
— Ué, saber. Chuto que você tem uns vinte e três, acertei?
— Não, tenho vinte e oito.
— Deveria estar desfilando e não aqui sendo detetive.
— Estou no trabalho que sempre quis estar, tô nem pro que pensam de mim.
David me olha e muda de assunto:
— O que será que aconteceu com essa vítima?
— No local teremos uma ideia.
No percurso restante, sigo calada e noto que esse ridículo me fita quando para nos semáforos. A minha vontade era perguntar se ele perdeu alguma coisa na minha cara, a minha paciência decaiu uns 35% apenas hoje e olha que nem entardeceu ainda.
Ele estaciona e saio do veículo, sem olhar para atrás ou esperar esse cretino. Logo reconheço a entrada da empresa Green Horizon, já estive aqui antes investiguei um vazamento de dados da empresa há um ano e meio. Quando me distanciou, sinto uma mão me puxando pelo braço, pelo visto alguém quer apanhar hoje. Escuto uma voz familiar:
— Aonde pensa que vai sem mim, modelo?
— Tire as suas patas imundas de mim agora, porr4!
Rooveryng aumenta a força na qual segura o meu pulso esquerdo, parece que quer deslocar ou quebrar os ossos dali. Esse m3rda questiona:
— Se não vai fazer o quê?
— Me solta agora, que merda! Ai! Você estar me machucando, porr4!
— Vem me fazer soltar, Mendes.
Num movimento rápido, acerto uma joelhada no estômago dele que me solta na hora e resmunga de dor:
— Ai! Ai...sua...sua...
— Agradeça por ter sido leve, aceite isso como um presente da minha parte.
Sigo sem esperar ele novamente, me direciono rumo à um policial protegendo a área isolada por eles, e pergunto:
— Bom dia, sabe me dizer o que houve?
Ele me olha com desdém e responde:
— É da imprensa? Não tenho interesse em ser fonte.
Mostro o distintivo e digo:
— Sou a detetive Rina Mendes, da homicídios.
A expressão dele muda, abro a minha bolsa e pego o meu caderno de bordo, uma caneta. O policial fala:
— Desculpe—me pelo equívoco, inspetora Mendes. Fomos chamados aqui para intervir numa confusão e briga causadas por dois homens, sendo que os dois e uma mulher foram baleados. Quando chegamos encontramos o cadáver de um homem de aparentemente trinta anos, e outro homem vivo baleado na barriga e sagrando bastante que foi socorrido e deve estar no hospital. Haviam muitas testemunhas que viram o crime, inclusive o irmão de uma das vítimas, funcionários da empresa Green Horizon. Essas testemunhas algumas estão aqui, e outras foram embora antes de chegarmos.
Anoto tudo que ele relata e questiono:
— Sabe o nome da vítima assassinada?
— Sim, o irmão dele disse que se trata de Kyle Greenvell presidente da empresa.
— O nome desse irmão, sabe?
— Charlie Greenvell, vice-presidente da empresa. Evacuamos o prédio pelos fundos, para não haver contaminações na cena do crime.
— E o nome do homem que foi levado ao hospital?
— Relataram ser Jimmy O’Rell, namorado de Jasmine Dwith,ex - esposa de Kyle Greenvell.
— Vou apurar mais coisas, obrigada Nielsen.
Li o seu nome na sua farda, anotei tudo. Ele sorriu e continuou a vigiar para a imprensa não se aproximar. Coloco equipamentos para não contaminar a cena do crime, e entro no local. Vejo Kyle Greenvell caído ao chão numa poça de sangue, sem vida, vestindo um terno preto, uma camisa social branca, calça preta.
Me aproximo e vejo dois ferimentos que indicam que fora alvejado duas vezes na cabeça, alguns ferimentos que sugerem que ele participou de um embate físico antes de ser morto. Reconheci as suas feições, era o mesmo homem que havia denunciado um vazamento de dados variados da sua empresa de tecnologia. Lembro que investiguei isso, descobri que se tratara de um ex—funcionário demitido na época e tinha acesso aos dados e os vazou na Internet. Será que o seu assassinato tem relação com esse caso do passado?
Ouço Rooveryng dizer:
— Já liguei pra perícia e eles estão vindo, modelo.
— Pela posição do corpo o tiro pode ter partido de um carro na rua, vamos ver quando tivermos acesso às câmeras de segurança. Disse para ele.
— Realmente sugere isso, mas as imagens dirão. Respondeu a analisar a cena.
Observo que há uma correntinha com um pingente de crucifixo dourada, do outro lado quatro projéteis. Mais sangue no chão e deduzo ser da outra vítima levada ao hospital, um pouco mais adiante entro na recepção e vejo algumas pessoas ali. David me segue e diz:
— Vamos conversar com essas testemunhas e as liberar, amanhã prestarão o depoimento oficial, ok?
Respondo ainda focada no ambiente:
— Ok, por quem começo?
— Vamos seguir primeiro para a sala do Kyle Greenvell, vamos ver se tem provas ou pistas. Respondeu tranquilo.
Acenei em concordância e entramos no elevador. Fiquei a pensar naquela correntinha, aperto para irmos pro último andar:
— Como sabe que é no último andar a sala da presidência?
— Já estive aqui antes, na época vim investigar um vazamento de dados dessa empresa. Um funcionário demitido, resolveu se vingar vazando os dados na Internet.
Ele franze o cenho:
-- Sério, então conhecia Kyle Greenvell?
— Não muito, falei mais com o vice-presidente Charlie Greenvell. Mas, uma vez falei com Kyle.
— Hum, interessante. Isso não vai complicar nada né?
— Não mesmo, o caso aqui é outro.
— Então, você vai falar com Charlie Greenvell.
— Beleza.
— Estou estranhando você concordando comigo, modelo.
— Em nome da investigação apenas isso, por que me chama de modelo?
— Porque você é bonita e tem uma estatura de modelo, já namorei uma modelo por isso sei bem.
Solto uma risada e respondo:
— Eu nunca nem pisei num desfile, nem pra assistir, quem dirá desfilar.
— Preferiu ser policial, mas será que vai aguentar o tranco?
— Isso mesmo, e quanto a isso você verá que não vou desistir. Sou bem determinada, Rooveryng. Chegamos no último andar.
O elevador se abre e sigo rumo a sala de Kyle, mas antes decido olhar a mesa da secretária. E vejo uma bagunça na mesa da mesma, descobri o nome da funcionária, Daisy Milane. Anoto e David diz:
— Você ainda usa caderno de bordo?
— Claro, idaí?
Ele rir e acabou me deixando desconcertada, o filho da mãe é muito bonito. Ele diz:
— Eu uso um ‘tablet’ para fazer anotações, apresento a tecnologia, Mendes.
Respondo a rir:
— Ria mesmo, quando invadirem essa m3rd4 vou rir de volta.
— Vai nada, é confiável.
— Eu não diria isso, sei invadir um negócio desse e os criminosos então nem se fale.
-- Qualquer coisa, você me ajuda.
— Eu hein, prefiro o meu caderno e caneta.
Sigo para a sala da vítima e constato uma bagunça, sinal que houve uma briga aqui. O que chama a minha atenção são os papeis de divórcio, e um aviso da justiça sobre a decisão da separação entre Jasmine Venus Dwith e Kyle Joshua Greenvell. E mais papeis sobre a guarda de Marvin Sun Greenvell, então a guarda do filho ficou com Kyle. Anoto isso, Rooveryng diz:
— Aqui teve uma briga feia viu, quebraram muita coisa.
— Aqui na mesa dele tem uns papéis sobre divórcio e guarda do filho da vítima, olha. Indiquei.
Ele se aproxima e fala:
— Verdade, vou anotar aqui. Muito suspeito, né?
— Sim, a perícia vai ter que vir aqui também. E na sala da vice-presidência, e a mesa da secretária.
— Isso mesmo.
David caminha um pouco e encontra um celular:
— Um celular de quem será?
— Deve ser de um deles.
Saímos e fomos para a sala de Charlie, bem organizada e uns papéis sobre a empresa. O celular dele também ficou aqui, nada suspeito. Descemos e a perícia havia chegado, o delegado Gunter também:
— E aí pessoal, como estão indo?
— Bem, vamos conversar com umas testemunhas. Disse David.
— Temos que avisar a perícia pra ir pra sala do Kyle Greenvell, ela tem várias provas e evidências. Incluindo um celular de um dos envolvidos na briga dos dois homens.
Smith responde:
— Eu faço isso, enquanto isso vão falar com as testemunhas.
— Certo. Respondemos juntos e que estranho essa sincronia.
Fui falar com Charlie e percebo o mesmo fitando o chão, como se estivesse em choque. Será que ele estar em condições de conversar hoje? Vou ver agora:
— Olá, sou a detetive Rina Mendes. O senhor pode conversar agora?
Ele me observa, e noto desejo nos seus olhos. Charlie diz:
— Sim, senhorita. Acho que já a vi em algum lugar, o seu lindo rosto é inconfundível.
— Eu investiguei um vazamento de dados há um ano e meio, lembra?
— Claro, lembrei agora.
Como que ele tem coragem de flertar com alguém, após ter supostamente visto o seu irmão ser morto? Tinha que ser macho pra fazer uma patifaria dessa, ou ele é um suspeito:
— O que aconteceu hoje aqui?
Ele respira fundo e noto o seu rosto se entristecendo:
— Estava conversando com meu irmão na sala dele, quando Jasmine entrou exigindo ver o filho. Eles já estão separados, mas a guarda completa ficou com meu irmão devido ao vício em drogas e jogos de azar que ela tem. Ela veio acompanhada do namorado Jimmy O’Rell; e Kyle e essa mulher começaram a brigar ali mesmo na minha frente. O namorado dela se meteu até que ambos partiram pra vias de fato, Jasmine gritava para eles pararem de se baterem. Eu tentei separar a briga e não consegui também, chamei os seguranças que apartaram finalmente essa briga. Porém, Kyle é um pouco reativo e vingativo, decidiu que ia humilhar eles os expulsando da empresa pessoalmente. Ele fez isso, alguns funcionários da empresa viram na recepção quando o meu irmão estava a expulsar eles. Começaram …os ...os...disparos me joguei no chão para salvar uma das funcionárias e a mim. Os tiros atingiram quem estava na porta da empresa, quando...quando...quando eu levantei vi, Kyle, Jimmy e Jasmine caídos no chão na entrada. No entanto, ela estava em choque em posição fetal deve ter se abaixado pra não ser atingida. Mas, os outros estavam caídos...
Lágrimas começam a inundar seus olhos e vejo dor ali, estou anotando tudo:
— Se não puder continuar, vou entender ok?
Charlie respira um pouco e diz:
— Quero continuar sim, posso te chamar de Rina?
— Pode sim. Falei tranquilamente.
Ele continua:
— Me aproximei e vi a pior cena da minha vida, Kyle estava morto com dois tiros na cabeça… Meu… meu irmão havia morrido ali mesmo, ao lado dele estava Jimmy ferido com três tiros sangrando muito. Ele estava ofegante e gemendo de dor, Jasmine estava em completo choque, até que começa a gritar não. Eu… eu fiquei sem chão ali, tudo que consegui fazer foi ligar pra polícia e para emergência pra vir salvar o Jimmy.
— E depois como foi? Perguntei.
— Depois vocês chegaram, a ambulância chegou e levou Jimmy, e Jasmine que levou um tiro de raspão. Eles constataram a morte do meu irmão...meu irmão.
Ele chora bastante após isso e fala:
— Peço que pegue o desgraçado ou desgraçada que fez isso com meu irmão, eles destruíram a minha família e deixaram...deixaram um menino de quatro anos órfão de pai.
— Vamos descobrir quem fez isso e prender, vão sentir o peso da mão da Justiça. Respondi.
— Eu espero mesmo, Rina. Disse Charlie.
— Antes lembra se seu irmão comentou com você se estava sofrendo ameaças? Indaguei.
— Que eu me lembre não, ele estava bem feliz. Estava namorando novamente, mas acabaram com isso de vez...me dói...dói demais. Eu...eu...eu não pude fazer nada pra salvar ele.
— Você não tem culpa de nada, o culpado será pego em breve. Lembra se Kyle tinha inimigos?
— Apenas nos negócios, mas estava mais pra uma concorrência saudável. Peter Elfmann, da Sunrise Sunset. Uma empresa no mesmo ramo que o nosso.
— Ok, nome da namorada dedo seurmão.
— Daisy Milane, a secretária dele, mas ela não estava aqui hoje. O que o meu irmão me disse foi que ela foi pra uma consulta médica, ela pode ser suspeita?
— Não necessariamente, mas precisamos descartar as pessoas próximas. Faz parte da investigação, mas não fique com medo ou intimidado.
— Tudo bem, Rina. Eu confio em você, resolveu o caso dos vazamentos com seu colega, Heitor Larry.
— Agradeço a sua confiança, e vou fazer o possível pra pegar quem fez isso.
Ele me surpreende com um abraço e fala:
— Eu sei disso, agradeço por ter você nessa investigação.
O mesmo chora no meu ombro, e tento acalmar ele rapidamente:
— Eu sinto muito, nem imaginar a sua dor. Podemos continuar?
— Sim, podemos.
Ele sai do abraço e questiono:
— Lembra de mais alguma coisa relevante?
— Não, apenas isso. Eu nem sei como vou contar pro meus pais que...que...que Kyle morreu.
— Nessas horas descobrimos uma força que nem sabíamos que existia. Vamos parar por aqui, amanhã haverá o depoimento formal, ok?
— Estarei lá, Rina. Até breve, então?
— Até.
Ele sai dali e segue rumo a saída, Rooveryng surge e diz:
— A conversa tava boa que ele até te abraçou, por isso que modelos na polícia.
— Vai se catar, p0rr4. Já vai começar?
Para mais, baixe o APP de MangaToon!