Gabriel Costa – 28 anos, policial investigativo. Dono de um olhar analítico e uma mente estratégica, Gabriel sempre foi movido pelo senso de justiça que herdou de seu falecido pai, também policial. Cresceu acreditando que o bem e o mal estavam bem definidos, mas tudo muda quando precisa investigar a máfia Moretti e reencontra Enzo, seu antigo amor da universidade. Gabriel é intenso, teimoso e carrega o peso de escolhas difíceis. Seu maior desafio será distinguir entre seu dever com a lei e os sentimentos que voltam à tona com uma força avassaladora.
Enzo Moretti – 29 anos, líder da máfia Moretti. Formado em administração, Enzo sempre sonhou em deixar para trás o mundo criminoso herdado da família. No entanto, após o assassinato de seu pai, foi obrigado a assumir o comando da máfia, sacrificando seus próprios sonhos. Frio, calculista e implacável nos negócios, guarda uma vulnerabilidade que só Gabriel consegue despertar. Enzo é um homem que vive dividido entre o amor e a lealdade ao seu legado, e fará de tudo para reconquistar Gabriel – mesmo que precise enfrentar seu próprio sangue.
Luca Moretti – 34 anos, irmão mais velho de Enzo. Braço direito na organização e conhecido por sua brutalidade, Luca acredita que fraquezas sentimentais podem destruir tudo o que os Moretti construíram. Protetor ao extremo, enxerga Gabriel como uma ameaça real e está disposto a qualquer coisa para eliminá-lo. Porém, seu amor pelo irmão é genuíno, e isso o torna um antagonista complexo, capaz de atos impiedosos, mas também de sacrifícios silenciosos.
Ricardo Mendes – 35 anos, chefe de polícia e mentor de Gabriel. Um homem íntegro, rígido e experiente, Ricardo é como uma figura paterna para Gabriel. Apesar de confiar no talento investigativo do jovem, teme que o envolvimento emocional com Enzo possa comprometer a missão e colocá-lo em perigo. Entre a pressão da justiça e o cuidado com seu protegido, Ricardo terá que tomar decisões que afetarão o rumo da investigação – e da vida de Gabriel.
Sofia Almeida – 27 anos, analista forense e melhor amiga de Gabriel. Inteligente, sarcástica e leal, Sofia é a única que conhece toda a história entre Gabriel e Enzo. Sempre presente nos momentos mais difíceis, ela funciona como a voz da razão, tentando equilibrar os sentimentos e deveres do amigo. Mesmo fora do campo de batalha, Sofia será peça-chave para desvendar mistérios e auxiliar nas escolhas mais delicadas.
Matteo Rizzo – 30 anos, braço direito e melhor amigo de Enzo. Leal à máfia, Matteo é o conselheiro mais próximo de Enzo e seu protetor nas sombras. Embora desconfie de Gabriel, sente a tensão entre ele e Enzo e teme que esse relacionamento possa ser a ruína de ambos. Dividido entre a lealdade ao chefe e o instinto de sobrevivência, Matteo vai precisar escolher de que lado realmente está quando a guerra explodir.
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Gabriel Costa encarava a pilha de relatórios sobre a máfia Moretti como se pudesse incinerar cada folha apenas com o olhar. O som ritmado do teclado quebrava o silêncio do escritório vazio, mas sua mente estava a quilômetros dali, afogada em lembranças que se recusavam a morrer.
Entre os papéis, uma foto. Enzo Moretti. Ex-colega de quarto. Amor não declarado. O homem que Gabriel nunca esqueceu — e agora, seu principal alvo.
Era cruel. Ironicamente cruel. Ele havia ingressado na polícia com o ideal de proteger os inocentes, de combater o crime e honrar a justiça. Mas agora, tudo parecia um castigo do destino. Enzo não era apenas o nome mais temido nos relatórios da força-tarefa — era o homem que um dia ele quis chamar de lar.
— Gabriel — a voz grave de Ricardo Mendes, seu chefe e mentor, ecoou na porta.
Gabriel ergueu os olhos, lutando para esconder a névoa emocional que turvava seu raciocínio. Ricardo, de braços cruzados, o observava com atenção. Sabia o que aquele nome significava para o jovem policial. Sabia demais.
— Está pronto para a operação?
Gabriel forçou a postura, embora o peito parecesse esmagado por dentro.
— Sim, chefe. Quando começamos?
Ricardo se aproximou, o semblante mais tenso que de costume.
— Amanhã. Precisamos agir com rapidez. A máfia Moretti está crescendo como erva daninha. Se não cortarmos agora, será tarde demais.
Gabriel assentiu, engolindo a dor que ameaçava transbordar. Seu dever era claro, inquestionável. Mas no fundo, ele sabia: aquela missão era um campo minado emocional. Não era apenas sobre justiça. Era sobre Enzo. Sobre o que viveram. Sobre o que não viveram.
— Eu vou fazer o meu trabalho, chefe — disse, a voz firme, embora por dentro estivesse em pedaços.
"Por que tinha que ser ele?", pensou.
A noite caiu, e Gabriel já estava posicionado no restaurante onde a operação teria início. O local era sofisticado, envolto por uma iluminação elegante e um luxo silencioso que escondia o perigo nas entrelinhas. Vestia o terno escuro que usava em missões delicadas, como se o tecido pudesse blindá-lo da tempestade interna que se formava.
Sabia que Enzo estaria ali. Sabia que o reencontro era inevitável. Só não sabia o que fazer quando o momento chegasse.
Sentou-se em uma mesa discreta, de onde podia observar a entrada com precisão. Tentava manter a postura, o olhar analítico, mas por dentro… o caos. O destino, caprichoso, parecia rir da sua desgraça. Na juventude, ele e Enzo haviam sido mais do que colegas de quarto. Tiveram algo intenso, mas nunca nomeado. Nunca vivido por completo.
E então, ele o viu.
Enzo Moretti surgiu como um fantasma do passado, vivo, perigoso e sedutor. Impecável num terno escuro, caminhava com a confiança de quem sabia ser observado. E foi direto ao ponto: olhou nos olhos de Gabriel. E o mundo parou.
— Gabriel — disse Enzo, a voz baixa, com aquele tom inconfundível que fazia o coração de Gabriel acelerar. — Quanto tempo, não?
Por um momento, Gabriel se perdeu. Queria gritar. Queria fugir. Mas não conseguiu. Enzo ainda tinha esse poder: o de congelar seu mundo com um simples olhar.
— É… muito tempo — murmurou Gabriel. Depois, ergueu o queixo e completou com frieza: — Você está sendo investigado, Enzo. Devia tomar mais cuidado.
Enzo sorriu. Não era um sorriso cordial. Era provocador, cortante.
— Eu sei por que você está aqui. Mas também sei que não veio só por causa da missão.
O sangue de Gabriel ferveu sob a pele. A provocação era clara. E ele odiava o quanto ainda reagia à presença daquele homem.
— Você não sabe nada sobre mim. Vim aqui para cumprir meu dever.
Enzo deu um passo à frente, os olhos nunca deixando os dele.
— Não acredito nisso. Você nunca foi só um policial para mim. E eu... nunca fui apenas o vilão da sua história.
A tensão era palpável. Palavras não ditas pairavam no ar. Gabriel sabia que estava num ponto sem retorno. A linha entre o dever e o desejo se tornava cada vez mais tênue.
E o que ele não sabia era que Enzo faria de tudo para mantê-lo por perto — mesmo que isso significasse destruir tudo o que Gabriel acreditava.
Horas depois, Gabriel dirigia pelas ruas vazias, tentando deixar para trás o turbilhão que o encontro despertara. Mas era impossível. As palavras, os olhares, o toque não dado — tudo queimava em sua memória como se tivesse acabado de acontecer.
Seu celular vibrou no painel. Uma mensagem de Sofia.
Sofia: “Preciso falar com você. Encontrei algo sobre a operação. Me liga assim que puder.”
Gabriel suspirou e estacionou o carro perto de um parque abandonado, um lugar onde costumava ir para pensar. Mas antes que pudesse responder, outro nome apareceu na tela.
Enzo Moretti.
Seu coração parou por um segundo. Ele não devia atender. Não podia. Mas seus dedos se moveram antes que a razão conseguisse impedi-lo.
— Você não devia me ligar, Moretti — disse, tentando soar firme. Mas a firmeza estava longe dali.
— E você não devia ter me olhado daquele jeito hoje — veio a resposta, carregada de veneno doce. — Não como policial. Como o Gabriel que eu conheci.
O silêncio se arrastou por segundos longos demais.
— O que você quer?
— Te ver.
— Já nos vimos. E foi o suficiente.
— Não. Você sabe que não foi.
Gabriel fechou os olhos. Devia desligar. Encerrar aquilo. Mas, em vez disso, disse:
— Onde?
Meia hora depois, Gabriel estacionava em frente a um galpão abandonado na zona industrial. O coração batia como se quisesse escapar do peito. Sabia que era um erro. Mas não conseguia ir embora.
A porta metálica rangeu ao se abrir, revelando Enzo nas sombras. Agora sem o terno impecável — vestia apenas uma camisa escura e jeans. Desarmado. Exposto.
— Eu sabia que você viria — disse Enzo, se aproximando.
— Isso não significa nada.
Enzo parou a centímetros dele, encarando-o nos olhos.
— Não mente pra mim, Gabriel. Nunca funcionou.
O ar parecia denso. Gabriel sentia o calor do corpo de Enzo, o cheiro amadeirado familiar que evocava memórias perigosas. Enzo ergueu a mão devagar, tocando seu rosto com os dedos. O polegar roçou sua mandíbula, como um pedido mudo. Ou uma sentença.
— Se você não sente mais nada… então me afaste.
Era um desafio. Um convite. Uma queda livre.
E Gabriel falhou.
Agarrou Enzo pela nuca e o beijou com urgência, raiva e saudade. Suas bocas se encontraram como duas forças em colisão, vorazes, feridas e famintas. As mãos de Enzo o puxaram pela cintura, prendendo-o num abraço que dizia tudo o que os anos calaram.
O beijo era tudo o que não deveriam sentir — mas era real. Era inevitável.
Quando se separaram, Gabriel estava ofegante. Os olhos perdidos, carregados de culpa.
— Isso... nunca deveria ter acontecido.
Enzo sorriu de lado, a voz rouca:
— Mas aconteceu. E vai acontecer de novo.
Gabriel deu as costas, o corpo ainda em chamas. Enquanto caminhava de volta ao carro, uma certeza o consumia: da próxima vez… ele talvez não tivesse forças para resistir.
A manhã seguinte chegou mais cedo do que Gabriel gostaria. Ele não conseguiu dormir naquela noite, o encontro com Enzo estava martelando em sua mente, como um tambor que ecoava dentro de seu peito. As palavras de Enzo ainda reverberavam, e a intensidade daquele olhar parecia ter queimado sua alma.
Ele estava em pé na sala de operações, os olhos fixos na tela à sua frente, observando as imagens das câmeras de segurança em um prédio no centro da cidade. O plano para capturar um dos membros-chave da máfia Moretti estava em andamento, e Gabriel tinha um papel importante a desempenhar.
Mas, ao invés de se concentrar nos detalhes da missão, sua mente continuava a vagar para aquele momento no restaurante. O jeito como Enzo se aproximou, o sorriso desafiador, a tensão que ficou no ar. Gabriel sentia o peso da missão, mas também sentia o peso de algo que não conseguia ignorar: o desejo. Um desejo proibido, mas que ele sabia que nunca havia desaparecido.
— Você está distraído hoje, Gabriel. — A voz de Sofia Almeida, sua melhor amiga e analista forense, soou ao seu lado, puxando-o de volta à realidade. — Está tudo bem?
Gabriel deu um sorriso forçado, tentando esconder sua preocupação. Sofia o conhecia há anos, desde a universidade, e sabia quando algo estava errado. Mas ele não podia contar a ela sobre Enzo. Não podia contar a ninguém. Isso significaria colocar tudo em risco.
— Tudo certo, Sofia. Só... um pouco cansado. — Ele desviou o olhar, focando novamente nas telas de segurança.
Sofia observou por um momento, com uma expressão que indicava que ela não acreditava no que ele dizia. Mas, como sempre, preferiu não insistir.
— Se precisar de algo, me avise. — Ela murmurou antes de se afastar para a mesa de operações.
Gabriel assentiu sem dizer mais nada. Seus olhos se fixaram nas imagens da tela novamente, mas ele não conseguia escapar do pensamento que o atormentava: Enzo. O que ele faria agora? Estaria ele mesmo, novamente, tão perto de Gabriel por causa da missão ou por algo mais?
A resposta era clara: Enzo queria algo mais. E Gabriel também queria. Mas esse "algo mais" era um caminho perigoso demais para seguir, uma estrada sem volta.
Ele ainda estava perdido em seus próprios pensamentos quando o som do telefone quebrou o silêncio. Era uma mensagem criptografada, um alerta sobre a operação que estava prestes a acontecer. Ele precisava ir até o local indicado imediatamente, com ou sem sua concentração.
Gabriel se levantou da cadeira e pegou a jaqueta, colocando-a rapidamente enquanto ajustava sua arma. Era hora de agir. Não havia mais espaço para dúvidas.
A operação começou como esperado. Gabriel e sua equipe estavam posicionados nos pontos estratégicos ao redor do prédio onde a transação de drogas da máfia Moretti estava prestes a acontecer. Ele estava pronto, cada movimento calculado, cada respiração controlada. Mas quando ele se aproximou da entrada principal do edifício, seu coração acelerou.
Enzo estava ali. Não no campo de visão de Gabriel, mas ele sabia que Enzo estava nos bastidores, controlando tudo. O instinto de Gabriel dizia que ele não seria capaz de escapar tão facilmente.
— Posição 4, repito, posição 4. — A voz de Ricardo Mendes soou no comunicador de Gabriel, trazendo-o de volta à realidade da missão. — A transação está em andamento. Cuidado com as saídas de emergência.
Gabriel acenou com a cabeça, ignorando o nervosismo crescente dentro dele. Sua missão era clara. Desmantelar a operação e capturar os responsáveis. Mas, à medida que se movia entre as sombras, ele sentia que havia algo mais, algo além do que seus olhos podiam ver.
Ele entrou silenciosamente no prédio, seus passos abafados pela espessa carpete do corredor. As luzes fracas da sala de segurança iluminavam os rostos de homens armados e pessoas importantes da máfia. Ele estava quase lá, perto de alcançar os líderes da operação, quando algo aconteceu.
Uma sombra se movia na escuridão à sua esquerda. Gabriel girou rapidamente, posicionando a arma, mas antes que pudesse agir, a figura apareceu à sua frente.
— Você não aprendeu, Gabriel? — A voz de Enzo foi como um sussurro, mas tinha o peso de uma acusação. — O que você está fazendo aqui? Não percebeu ainda que a batalha entre nós não acabou?
Gabriel sentiu seu corpo se tencionar, o suor frio percorrendo sua espinha. Não era possível. Como ele estava aqui? Como Enzo sempre conseguia estar no lugar certo, no momento certo?
— Você... — Gabriel gaguejou, sem conseguir processar o que estava acontecendo. — Não devia estar aqui. Isso não é mais seu mundo.
Enzo riu baixinho, a arrogância em seu sorriso claro, enquanto dava um passo em direção a Gabriel.
— E quem decide isso, Gabriel? Você? — Enzo deu mais um passo, agora tão perto que Gabriel podia sentir a pressão de sua presença. — Você está lutando por algo que nunca vai alcançar. No fim, você vai ter que escolher entre a lealdade à lei ou a lealdade a mim.
Gabriel sentiu a pressão aumentar. Ele estava a um fio de cair na armadilha que Enzo havia armado para ele. Mas ele não podia ceder. Não agora. Não quando havia tanto em jogo.
— Eu não sou mais aquele garoto que você conheceu, Enzo. Não sou mais seu amigo. Sou um policial. E vou fazer o que é certo, mesmo que isso signifique destruir tudo o que você construiu. — As palavras saíram com uma força que surpreendeu Gabriel, mas não havia como voltar atrás.
O sorriso de Enzo desapareceu por um momento, e seus olhos se tornaram sombrios, perigosos.
— Então prepare-se, Gabriel. Porque a guerra que você está começando vai mudar tudo.
Gabriel sentiu o peso das palavras, como se o chão estivesse se abrindo abaixo de seus pés. Ele sabia que estava entrando em um jogo onde as apostas eram mais altas do que ele jamais imaginou.
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O silêncio entre eles se tornou insuportável. Gabriel sentia seu coração martelando contra o peito, mas sua expressão permaneceu firme. Ele não podia fraquejar.
Enzo inclinou ligeiramente a cabeça, observando cada reação de Gabriel como um predador estudando sua presa. Então, com um movimento ágil e inesperado, ele se aproximou ainda mais.
— Você acha que pode me derrotar, Gabriel? — sussurrou, sua voz carregada de ironia e algo mais sombrio. — Que pode me apagar da sua vida como se eu nunca tivesse existido?
Gabriel queria recuar, mas não podia demonstrar fraqueza. Seu olhar encontrou o de Enzo, e por um instante, ele viu algo ali. Uma chama. Algo que não deveria estar presente naquela guerra velada entre eles.
— Não importa o que aconteça, Enzo. Vou cumprir minha missão.
Um sorriso torto surgiu nos lábios do mafioso. Ele levou uma das mãos ao bolso do paletó e puxou um pequeno papel dobrado.
— Então me diga, policial... por que isso estava no meu bolso depois daquela noite no restaurante?
Ele jogou o papel no peito de Gabriel, que o pegou instintivamente. Suas mãos hesitaram antes de abrir o bilhete. Quando o fez, sentiu o sangue gelar.
Era um guardanapo do restaurante. Seu próprio rabisco estava ali, um número de telefone escrito às pressas.
— Eu nunca escrevi isso... — Gabriel murmurou, a confusão tomando conta de sua expressão.
Enzo riu baixinho.
— Não? Então talvez tenha sido seu subconsciente, te traindo.
Antes que Gabriel pudesse responder, um barulho de passos apressados ecoou pelo corredor. O comunicador em seu ouvido chiou.
— Gabriel! Saia daí agora! A operação foi comprometida! Repito, retire-se imediatamente!
Ele desviou o olhar por um segundo, mas quando voltou a encarar Enzo... ele já não estava mais lá.
O mafioso havia sumido como uma sombra na escuridão, deixando apenas o bilhete em suas mãos e um turbilhão de dúvidas em sua mente.
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