Arthuro Vasquez, 33 anos. Um homem alto, cabelos negros, olhos azuis claros, dono de um corpo forte, coberto por tatuagens. Arthuro sempre esteve acostumado a ver sua vida como uma sequência de triunfos. Um dos príncipes da imponente mansão e empresa da família Vasquez sempre teve o mundo aos seus pés.
A discussão com o seu irmão mais velho Osgur, deixou um peso insuportável no seu coração, e a ordem irrefutável do seu pai para que deixasse a mansão foi a gota d’água. Com a empresa em mãos de Osgur e a vida desmoronando ao seu redor, Arthuro decidiu que era hora de escapar da agitação de Nova York.
Durante o período que viveu sozinho, se tornou um homem solitário e imponente. Ele havia construído uma vida em torno da solidão; a sua presença era tão forte que fazia com que as pessoas evitassem a abordagem. Com um corpo robusto e uma postura que emanava confiança, parecia um colosso às margens de um oceano de emoções reprimidas.
Após finalizar sua estadia no hotel, ele sabia que havia chegado a hora de começar um novo capítulo na sua história.
O taxi parou. Ele pegou o seu paletó e saiu do carro com apenas uma mala em mãos. Ao subir no avião, cumprimentou o piloto e se sentou na poltrona macia.
A comissária de bordo, uma mulher loira de curvas exuberante, exibia sua beleza por onde quer que ela passasse.
-Senhor, deseja algo? -Pergunta com uma voz sexy.
-Um uísque com uma pedra de gelo, por favor.
Na medida que ela retornava para pegar a bebida, ele inclina a cabeça para o lado assim poderia dar uma bela olhada nela, claramente ela sabia que ele estava olhando-a e sim, estava gostando do que via.
Não demorou muito para que ela retornasse com a bebida, ao olha-la novamente ele notou que a sua camiseta branca estava mais aberta do que antes.
"Sua safada, está doidinha para que a fodo". Pensou ainda com os olhos no seu decote.
-Posso te ajudar em algo mais? -A moça pergunta sorrindo, naquela altura do campeonato ela já tinha notado o volume na calça de Arthuro, já que claramente ele não fazia questão de esconder.
-Pode decolar! -Gritou para o piloto.
Ele pegou a mulher pela, a mão e carregou a para aparte privada do jatinho.
-Ajoelha -Fala abrindo o zíper da calça. -Me surpreenda com essa boca linda. -Fala alisando os lábios dela com os dedos.
Após aquele momento de prazer, ele retornou para sua poltrona e continuo tratando-a, como se nada estivesse acontecido. Durante aquele voo de tarde, ele observou as nuvens se dissiparem através da janela do seu jatinho particular. Cada milha percorrida parecia cortar os laços com a vida que conhecia. Ele decidiu que a única opção viável era buscar refúgio na fazenda dos seus avós maternos, os Navarros, um lugar que guardava doces memórias de infância. Aquela era a terra onde ele aprenderá a amar a simplicidade, longe dos negócios e conflitos familiares.
Ao pousar, sentiu o aroma fresco do campo invadir as suas narinas, junto com aquele delicioso cheiro de café torrado. O som suave do vento nas árvores e o canto distante de pássaros criaram uma sinfonia que acalmava a sua alma atribulada.
Ele desce do avião e ao chegar encontra o capataz da fazenda, Sebastião, que havia sido mandado pelos patrões para receber o neto.
-Boa tarde Doutor! -Diz com a voz grossa.
-Boa tarde, tudo bem? -Diz Arthuro entrando no carro e se sentando no banco de trás do Jeep.
-O seus avós estão muito ansiosos pela sua chegada. Faz tempo que você e o seu irmão não vem vê-los. -Diz olhando pelo retrovisor para ver se ele estava prestando atenção no que dizia.
Arthuro está com o rosto pregado no celular, deixando claro que não queria dar atenção para o rapaz.
Sebastião era filho de um dos empregados mais antigos da fazenda, aos 36 anos, trabalha desde criança para os Navarros, nunca conseguiu terminar os estudos. Hoje é casado e tem uma filha, moram numa pequena casa na fazenda, cedida pelo próprio Sr. Otávio.
Sebastião continua dirigindo pela estrada de pedra como sempre fez de costume, dessa vez com Arthuro como passageiro. Chegam à porteira da Fazenda Casa Blanca, atravessam e seguem em frente por uma estradinha de barro ladeada por palmeiras. Conforme o carro vai correndo, Arthuro admira a imensidão de terras que faz parte da propriedade da sua família. Além das plantações de café, que começam no campo e seguem por colina acima no formato de uma grande escadaria, há criações de gado, da janela ele consegue presenciar toda a exuberância da natureza, uma enorme casa branca estilo colonial, com janelas enormes e uma escadaria extensa que levava até a grande porta de entrada.
Ao redor, havia gramas e flores por toda parte, uma grande variedade delas. Sebastião para o jeep, eu desço e ele continua estacionando.
Olhando para a entrada principal, ele vê um senhor, com um cachimbo na boca e um jornal em mãos lendo as notícias da cidade.
— Boa tarde Vovô. -Diz, analisando para ver se realmente ele estava acordado.
— Meu neto querido, que bom te rever. — Fala o senhor de cabeça branca que anda de braços abertos até Arthuro, para que assim possa abraça-lo.
Sr. José Otávio 74 anos, avô de Arthuro, é dono da fazenda Navarros quem foi herdado de geração a geração, ele é casado até hoje com sua primeira namorada Rosaria 70 anos. Eles tiveram dois filhos Felícia e Rogério.
— Como foi a viagem?
— A viagem foi um pouco cansativa, mas tudo correu bem — Arthuro responde.
— Ah, que bom. Mas vamos entrar. Você deve estar com sede e fome. Está muito quente aqui fora.
Antes que eu possa seguir para dentro, Sebastião abre o carro para que Zeus saia e me acompanhe, já que o mesmo não parava de latir.
— Meu Deus! — Rosaria se assusta esquivando-se para não ser derrubada. — Que cachorro enorme. —Afirma sorrindo, tentando disfarçar o susto.
— Desculpas vovó, a senhora está bem? -Arthuro se aproxima para cumprimenta-la.
-Não se preocupa querido, eu estou ótima. -Assume dando um beijo no seu rosto.
Rosaria 70 anos, era uma mulher bondosa, cheia de vida e muito gentil. Durante a perda da sua filha e o afastamento dos seus netos, ela sente um vazio frequente na sua vida.
Zeus ainda tentando descobrir onde estava, sobe as escadas correndo, como se ninguém pudesse pega-lo.
— Calma aí rapaz! — Diz o homem alto e charmoso desce a escadaria da entrada. Arthuro o Reconhece imediatamente. É o seu tio Rogério.
— O que está acontecendo? De quem é esse cão? — A voz dele é grave.
— É meu. -Afirmo sorrindo para ele.
— Arthuro, meu querido. Que saudades de você! — Fala se aproximando para abraçá-lo. — Caramba como você ficou lindo, você já era, mas agora está parecendo aqueles atores de Hollywood.
Tio Rogério 50 anos, casado com Helena. Rogério é um homem corrupto que quer ter o controle das colheitas de café e ser o dono de toda a fazenda junto com a empresa que fica em Bogotá. É o famoso lobo em pele de cordeiro.
-Como está o seu irmão?
-Ele está bem, formou uma linda família.
-Que bom, é uma pena que tenhamos perdido o contato. Agora se me dão Licença preciso ir ao escritório, tratar de negócios.
A luz do final da tarde filtrava-se pelas janelas amplas do velho casarão, trazendo um calor suave que invadia o coração de Arthuro. Ele estava na sua fazenda, um lugar que foi sempre sinônimo de liberdade e lembranças preciosas.
As vacas pastavam tranquilamente no campo, e os trabalhadores, conhecidos como peões, moviam-se com a eficiência típica da rotina rural. Rosaria, sua avó amada, havia feito questão de lhe mostrar o quarto que ele costumava ocupar na infância. As paredes estavam adornadas com fotos antigas, e o cheiro das flores do pomar trazia à tona memórias ao seu coração.
— Espero que tenha gostado do quarto. Assim que recebemos a sua ligação, corremos para ajeita-lo. - Fala sorrindo.
— Está ótimo vovó. Obrigada. Mas não precisava ter esse trabalho. Tudo aqui é muito bonito. Realmente gostei do lugar.
— Que bom. Caso precise de alguma coisa, fale com Sebastião ou com o pessoal da cozinha. Não se preocupa, logo te apresentaremos todos da fazenda.
Uma batida na porta do quarto interrompe nossa conversa. Rosaria abre a porta para ver quem é.
-Atrapalho? -Pergunta Helena.
-Claro que não querida, entre.
-Como você cresceu sobrinho. -Diz se aproximando para abraça-lo. -Lindo como sempre.
-Obrigada tia.
-Bom, acho melhor deixarmos ele descansando um pouco, a viagem foi longa.
Elas saem, deixando Arthuro sozinho para que descanse. Helena era a esposa do tio Rogério, ela trabalha na empresa junto com o seu marido, ajuda a administrar os negócios da fazenda.
Após guardar as coisas, tomo um banho e coloco roupas confortáveis, porém apropriadas para circular pela fazenda. Me deito e por um momento algo me vem na cabeça, memórias reprimidas, guardadas em minha mente que a muito tempo não lembrava.
Com os cabelos ainda molhados do banho, ele coloca botas curtas, uma regata branca e uma calça sarja. Ele sai do seu quarto para que assim possa conhecer melhor a fazenda. Enquanto está descendo as escadas ele nota que tem uma adolescente na sala de estar abraçando os seus avós e dizendo o quanto o acampamento de férias havia sido divertido.
Continua descendo, os seus avós olham para ele e esboçam um enorme sorriso no rosto.
-Querida quero te apresentar o meu neto. Arthuro, chegou hoje de viagem.
A menina olha para ele de cima a baixo, analisa cada detalhe do seu rosto.
— Prazer, eu sou Aurora. — Fala com a mão estendida para que assim ele possa cumprimenta-la.
— Ola Aurora. — Diz ainda analisando o seu rosto. -Você lembra-me alguém, mas não sei quem.
— Querido, ela é filha da Maribel, você lembra dela?, daquela garotinha de cabelos ruivos, magricela que vivia correndo pela a fazenda com você e seu irmão? — Rosaria diz como se estivesse vendo em sua frente a cena que havia detalhado.
— Uau! Quantos anos você tem? — Pergunta Arthuro tentando entender um pouco mais tudo aquilo.
— Dezesseis! Bom foi um prazer te conhecer, agora eu vou dar um beijo na minha avó. — Fala saindo da sala e indo até à cozinha.
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