Ordem cronológica dos livros:
Uma Vida Perigosa
Uma Vida Perigosa: O Passado de Thalita
Uma Vida Perigosa: A Escolha Amarga
Uma Vida Perigosa: Agora é Para Sempre? Ou Não?
Spin-off de Uma Vida Perigosa: A Vida de Isabelly
Spin-off de Uma Vida Perigosa: A Princesa Negra
Spin-off de Uma Vida Perigosa: O Italiano Vermelho
PERSONAGENS (Foto do Personagens e logo em baixo o nome)
Thalita Belucci Amarante ( principal)
Luccas Ferrari Marchini ( principal)
Elena Roselle Browser. ( tia/ prima de Thalita)
Brenda Sabreste Amarante ( prima de Thalita.)
Nathyely Amarante Grenapherfer ( prima de Thalita)
Rosangela Homast Magarotti Amarante ( bissa)
Tatiana Magarotti Amarante Villa ( avó t.)
Ana Clara Amarante ( prima doida)
Marcos Conti Marchini
Alana Ferrari Mazza Marchini
Rafael Conti Marchini ( irmão de Lorenzo)
Louis Morelli Marchini ( primo de Lorenzo)
Caroline Villa Amarante Belucci
Afonso Vitale Belucci
Gabriela Amarante Belucci
Carol Villa Belucci ( irmã)
Lara Villa Belucci ( irmã)
Bernardo e Paulo Vitale Belucci ( irmão)
Pedro Henry Roselle Browser ( Primo de Thalita)
Guilherme Barbosa Santos ( Brasil)
Pedro Gabriel Santos ( Brasil)
Rosa Santos Barbosa ( Brasil)
Victor Oliveira Lopez Grenapherfer ( marido da Nat.)
Alice Lopez Grenapherfer ( Filha de Nat.)
Vittorio Moretti
Kevin Fernandez
Miguel Belucci Marchini ( Filho da T.)
Nomes de Todos que serão falados dentro do Livro:
Filhos(as) da Bissá
Bissá/Rosangela - 91 Anos
Abuela/ Tatiane - 75 Anos
Madrinha e irmã/Patrícia - 71
Irmão/Saymon (Morto) - 77 Anos
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Filhos(as) da Abuela(Tatiane)
Tia/Elisabeth - 60 Anos
Tio/Evan - 57 Anos
Tio/Matteo - 55 Anos
Tia/Raphaella - 55 Anos
Tia/ Carmen - 49 Anos
Mãe/ Carolina - 45 Anos
Tia/Juliana - 40 Anos
Tio/Ethan - 40 Anos
Tia/ Paloma - 38 Anos
Tia/ Thayna - 38 Anos
Tio/Adam - 35 Anos
Filha adotiva/ Elena e Pedro- 22 Anos
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Prima/Brenda - 22 Anos
Prima/Nathielly - 22 Anos
Prima/Ana Clara - 20 Anos
Primo/Hugo- 24 Anos
Prima/Sara - 23 Anos
Prima/Liz - 21 Anos
Primo/Matt - 20 Anos
Prima/Alegra- 19 Anos
Primo/Noah- 20 Anos
Primo/Luke- 26 Anos
Primo/Eros- 23 Anos
Prima/Lorena- 23 Anos
Prima/Kiara- 17 Anos
Prima/Pâmela- 22 Anos.
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Família Marchini
Luccas- 27 Anos
Rafael- 25 Anos
Louis - 27 Anos ( Primo )
Alana- 46 Anos
Marcos- 50 Anos
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Família Belucci
Thalita - 22 Anos
Gabriela - 24 Anos
Carol - 15 Anos
Lara - 18 Anos
Bernardo e Paulo - 26 Anos
Caroline - 45 Anos
Afonso - 49 Anos
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Família Moretti
Vittorio Moretti- 28 Anos
Graziella Moretti- 18 Anos
Sasha Moretti- 21 Anos
Nicolau Moretti- 26 Anos
Frederico Moretti- 26 Anos
Alessia Moretti- 26 Anos
Romeu Moretti- 11 Anos
Ginevra Moretti- 49 Anos
Frascesco- 53 Anos
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Família Fernandez
Kevin Fernandez- 29 Anos
Martina Fernandez- 23 Anos
Valéria Fernandez- 21 Anos
Pablo Fernandez- 18 Anos
Santiago Fernandez- 50 Anos
Paloma Fernandez- 47 Anos
Sofia Fernandez Barisov- 22 Anos
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Família Santos
Guilherme Barbosa Santos- 29 Anos
Pedro Gabriel Santos- 05 Anos
Rosa Santos- 44 Anos
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Família Grenapherfer
Nathyely Grenapherfer- 22 Anos
Victor Grenapherfer- 26 Anos
Alice Grenapherfer- 06 Anos
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"Uma Vida Perigosa", de Kaliane Cândido, é uma obra que mergulha o leitor em uma trama intensa e repleta de reviravoltas, onde o destino de Thalita, a protagonista, está prestes a ser moldado por forças que vão muito além de seu controle. A história começa com um chamado inesperado que leva Talita de volta à Itália, onde sua vida tranquila se transforma em um turbilhão de emoções e perigos. Forçada por seu pai a se casar rapidamente, ela se vê em um cenário que mistura tradição, amor e uma obscura rede de intrigas.
Logo ao chegar, Thalita percebe que sua família esconde segredos sombrios. O que deveria ser um simples compromisso se transforma em um labirinto de traições e conspirações. Enquanto tenta se adaptar à nova realidade e compreender os sentimentos que surgem em seu coração, ela descobre que a máfia local está envolvida em um jogo mortal. A tensão aumenta à medida que Talita se vê no centro de uma guerra entre facções rivais, onde cada movimento pode ser fatal.
K.C.C. constrói personagens complexos e cativantes. Thalita é uma jovem forte e determinada, mas também vulnerável às circunstâncias que a cercam. Sua luta interna entre seguir as ordens do pai ou buscar sua própria felicidade é palpável e ressoa com qualquer leitor que já enfrentou pressões familiares. Ao longo da narrativa, encontramos aliados inesperados e inimigos disfarçados, cada um com suas próprias motivações e segredos.
O ritmo da história é eletrizante. Cada capítulo revela novas camadas da trama, mantendo o leitor ansioso para descobrir o que vem a seguir. Em meio a encontros clandestinos e revelações chocantes, Talita não apenas busca entender sua nova realidade, mas também luta pela própria sobrevivência. As situações perigosas em que ela se encontra desafiam sua coragem e inteligência, fazendo com que ela evolua de uma jovem submissa para uma mulher decidida a tomar as rédeas do próprio destino.
Além da ação emocionante, "Uma Vida Perigosa" também aborda temas profundos como lealdade, amor verdadeiro e a busca pela liberdade em um mundo dominado pela opressão. A relação entre Thalita e os personagens ao seu redor revela nuances sobre confiança e traição, enquanto a história se desenrola em um cenário vibrante da Itália contemporânea.
A habilidade de K.C.C. em criar uma atmosfera rica e envolvente transporta o leitor para cada local descrito: desde as ruas movimentadas das cidades até os esconderijos secretos da máfia. A autora utiliza descrições vívidas que fazem cada cena ganhar vida na mente do leitor.
No final das contas, "Uma Vida Perigosa" não é apenas uma história sobre uma jovem presa entre obrigações familiares e desejos pessoais; é um convite para refletir sobre as escolhas que fazemos e as consequências que elas trazem. É uma leitura imperdível para quem aprecia histórias emocionantes repletos de ação, mistério e drama humano.
Se você ainda não leu essa obra intrigante, prepare-se para uma jornada eletrizante cheia de emoção! E não esqueça de compartilhar essa dica com seus amigos! 😊
O começo de tudo foi marcado por uma profunda dor e esperança. Em uma era onde o sofrimento era a realidade para muitas meninas, surgiu a história de uma mulher importante da família Amarante, a primeira a quebrar as correntes dessa tradição opressiva. Em 1001, iniciou-se uma prática cruel: os casamentos arranjados transformavam as jovens em simples trocas comerciais para os negócios de seus pais. No ano de 1183, uma jovem mulher completou 15 anos e foi entregue a uma família rica no sul da França.
Apenas três dias depois, ela se casou, sem escolha, sem voz. Aos 16 anos, deu à luz suas duas primeiras filhas; aos 18, veio a terceira; e aos 22, mais duas. A pressão constante por um herdeiro homem pesava sobre seus ombros. Após uma última gravidez arriscada, o médico confirmou que ela não poderia mais ter filhos, um golpe doloroso e desolador.
No mesmo dia em que seu marido saiu para trabalhar, ela fez a escolha mais corajosa de sua vida: fugiu com suas cinco filhas para Brest, uma pequena cidade na França. O peso da traição se abateu sobre ela quando descobriu que seu marido havia tido um filho com outra mulher e que havia mentido para todos, dizendo que ela e suas filhas haviam morrido. Cada revelação era uma ferida aberta em seu coração já machucado.
Enquanto trabalhava para Francine Magarotti Amarante, uma viúva rica e respeitada, a jovem encontrou um novo propósito. Inicialmente tratada com frieza, Francine começou a admirar e confiar nela à medida que o tempo passava. Após um divórcio doloroso, ela casou-se com João Paulo, o filho de Francine, e teve um filho, Joaquim. A sobrevivência do parto foi um verdadeiro milagre, considerando os riscos envolvidos.
Com o apoio de Francine, ela entrou no mundo do crime e fundou a Máfia dos Masked. A organização
prosperou, ganhando respeito e sucesso por seu profissionalismo. A Máfia tornou-se um símbolo de
igualdade, onde mulheres e homens eram tratados com o mesmo respeito, refletindo a visão de sua fundadora.
Sua vida se transformou em uma história de redenção e conquista. Ela construiu um império, garantiu uma vida digna para suas filhas e encontrou paz. Seu ex-marido, que perdeu todas as suas riquezas e enfrentou a rejeição até da nova esposa, tentou reconquistá-la, implorando por perdão. Ela o perdoou, mas decidiu seguir em frente, distante de quem a feriu.
Hoje, a Máfia dos Masked está sob a liderança de Thalia Amarante, a princesa dos Masked. O futuro é
incerto, mas a determinação em avançar e enfrentar os desafios permanece firme. A jornada dessa mulher é um testemunho de força e coragem, transformando dor em um legado de igualdade e respeito.
— Então quer dizer que Laiane fez de tudo pelos seus filhos? — pergunta a pequena Tainá, com os olhos
cheios de curiosidade e esperança.
— Sim, meu amor — confirma a mãe, sua voz embargada pela emoção. — Agora, é hora de vocês irem para a cama. Já está bem tarde. Venham, deitem-se. — Ela os coloca na cama com um carinho que reflete todo o amor e a proteção que sente, beijando a testa de cada um com ternura e um leve sorriso.
Ao sair do quarto, Isabelly se depara com seu marido no corredor. A tensão entre eles é palpável, um peso silencioso no ar.
— Uma hora você vai ter que contar tudo a eles — ele diz com um tom grave, cheio de preocupação.
— Eu sei, mas simplesmente não consigo — Isabelly responde, seus olhos fixos na grande janela que revela a escuridão da floresta lá fora. — Sinto que nunca vou conseguir o perdão por aquilo.
— Você não pode ter certeza disso.
— Meu pai ainda carrega a dor da perda da minha mãe. Se ele ainda sofre, por que eu não posso ser a
culpada? — Ela fecha os olhos, sentindo o peso da culpa e da tristeza. — Cada vez que vejo nossa filha Tainá, vejo um pedaço da minha mãe nela.
— Tainá tem a cara da sua mãe — ele diz, puxando-a para um abraço reconfortante. — Mas algo me diz que você não me contou tudo sobre o que aconteceu.
— Não é nada — Isabelly diz, tentando esconder a dor, mas os olhos dela brilham com lágrimas não
derramadas. — Vamos deixar isso para lá.
— Está tarde. Precisamos ir dormir — ele diz, começando a se dirigir ao quarto do casal, mas para ao notar que Isabelly não o acompanha.
Ela permanece parada, com o olhar perdido na floresta, perguntando-se se sua mãe estaria orgulhosa dela.
— Me perdoa, mamma — ela sussurra, a voz tremendo com emoção contida, antes de se virar e caminhar em direção ao marido. — Eu preciso enfrentar e resolver esse trauma. — Ela dá um beijo suave em seu rosto, seu coração partido pela dor da separação iminente, e começa a seguir na direção oposta.
— Volte, Sã e viva, Isabelly! Não posso viver sem você. VOCÊ É MINHA CASA! — ele grita, a voz cheia de desespero e amor enquanto ela se afasta, cada palavra uma súplica desesperada.
Ela sai de casa, dirigindo-se ao aeroporto com uma determinação silenciosa, jogando fora seu celular e
pegando os documentos falsos do carro. Ao subir as escadas do aeroporto, com os olhos cheios de lágrimas, murmura com um aperto no coração:
— Se algum dia eu falhei com vocês, lembrem-se apenas das coisas boas que compartilhamos. — As lágrimas escorrem por seu rosto, a dor e o arrependimento visíveis. — Você estava certa, mamma, quando disse isso para mim.
— Ela sempre estava certa — uma voz masculina ressoa atrás dela, carregada de emoção e urgência. — Lembra de mim, irmãzinha? Precisamos de sua ajuda.
(Futuro)
"Se você conseguir enfrentar o medo e a angustiante sensação de estar à beira do desconhecido, descobrirá que coisas maravilhosas e inimagináveis podem surgir."
Ass: Isabelly Amarante
A pior coisa me aconteceu!
O que você faria se tivesse que voltar ao local em que você deixou para trás? Onde deixou todos aqueles que nunca se importaram com você?
Pois bem, estou voltando para lá.
“Estou voltando”, pensou eu, sentindo o peso daquela afirmação como um fardo inescapável. Após dezessete anos longe da Itália, agora estava prestes a pisar novamente na terra onde passou seus primeiros anos - aqueles anos repletos de traumas infantis que não poderia simplesmente apagar da memória.
Ter que voltar para a casa de meus pais, a qual deixei a 17 anos atrás, quando eu ainda era pequena sendo mandada para à casa da minha querida Abuela, a minha avó em Paris. Depois que fui mandada para França, nunca mais voltei para a Itália, mas hoje eu terei que retornar. Desde que eu nasci até meus 5 anos de idade morei na Itália, passei por traumas e brigas até meus 3 á 5 anos de
idade.
O sol começava a se pôr no horizonte de Paris, lançando um brilho dourado sobre as ruas cobertas de folhas outonais. Olhei pela janela do quarto enquanto pessoas passavam por locais familiares que despertaram memórias há muito adormecidas. Os cheiros e os sons da cidade faziam seu coração disparar com uma mistura de ansiedade e nostalgia.
* Thalita!!- Abuela me chama tirando dos meus pensamentos
* Estou no quarto- digo me levantando da penteadeira
* Está atrasada Princesse- Ela fala entrando- Já mandei os empregados levar suas malas lá para baixo.
* Já estou indo- digo a olhando- Obrigada
Olho a mulher que me criou desde os 5 anos de idade, uma mulher de 75 anos, com bastante energia e alegria. Seu corpo que parece de modelo, cabelo curto loiro com platinado e sua pele bronzeada.
* De nada meu anjo, sua irmã está te esperando na sala- diz saindo e dou um sorriso
Olho todo o quarto e o closet para vê se não esqueci nada, depois de ter visto tudo, termino de me arrumar e fecho o quarto.
Quando vou descendo a escada e agarro o cordão em meu pescoço, ele era de ouro com algumas estrelas e uma aliança, essa é uma lembrança de uma pessoa muito especial.
* Pensei que não vinha mais- Gabriela fala
* Vou me despedir e já vamos para o aeroporto pegar o avião- digo a ela que assentiu logo depois.
Vou direto para a cozinha para despedir de minha avó e da bisa.
* Bom dia mulheres da minha vida!- digo ao entrar na cozinha
* Você me viu agorinha Thalita- diz ao me vê
* Nossa! A senhora me magoou agora- falo fazendo o meu drama- Mas vim me despedir de vocês duas e
se possível voltarei logo.- digo dando um beijo na testa das duas e logo a bissa me puxa para um abraço e diz:
* Estarei aqui se precisar meu anjo, me ligue- diz no meu ouvido e logo se afasta dando um beijo na
minha bochecha.
Quando eu termino de despedir-me, vou direto para o carro.
Sete minutos depois.
Ao chegarem ao aeroporto, Thalita respirou fundo antes de sair do veículo. Gabriela havia sido sua melhor amiga durante toda a vida em Paris; sempre ao seu lado nos momentos bons e ruins. Mas desta vez era diferente; essa viagem significava enfrentar o passado — algo pelo qual nunca se preparara adequadamente.
- O que você está pensando?- Perguntou Gabriela assim que saíram do carro.
- Nada… só tentando me preparar para tudo isso- Respondeu Thalita, hesitante quanto à ideia deste retorno inesperado aos braços da família dela — ou aquilo que restara deles.
Estávamos na área particular do aeroporto para pegar o avião.
* Já está tudo pronto- Minha irmã diz
* Ok, vamos logo- digo
Caminho em direção ao avião com as mãos tremendo, mas sigo firme, porque sinto que algo está por vir e não são coisas boas.
12 horas e 13 minutos.
Pisar no país em que eu nasci foi como se eu estivesse morrendo devagar, estava com um pressentimento ruim no meu peito desde que saí da França e isso não me parecia nada bom.
* Quem vem nos buscar Gabriela?- Perguntou preocupada
* Um segurança de nuestro padre- diz olhando por todo o lado- Lá!- diz gritando e aponta para um cara
que estava segurando uma placa com nosso sobrenome.
* Não precisa gritar né garota!?- digo irritada
* Não precisa de drama caramella- Diz- Agora vamos!- diz e vai andando rápido
Bufo de raiva e vou atrás de Gabriela, e bendito dia que tinha que usar salto.
Do aeroporto até a casa dos meus pais são meia hora de viagem, aproveito esse tempo para olhar a paisagem de Milão a qual não me lembrava mais.
Chegando perto da casa de nossos pais, vimos três carros pretos estacionados na casa e vários homens bem armados vigiando a casa.
* Gabriela- digo olhando para ela- Você sabia de alguma visita?- digo já que minha mãe não avisou sobre visitas nenhuma pra mim.
* Não!- Diz murmurando para mim- Eu nem sabia- Diz e eu assenti.
Quando descemos do carro nos observando para ver se estávamos sem nenhum erro, era nossa mania de olhar se estava tudo certo.
Enquanto caminhava com Gabriela, senti uma mistura de ansiedade e apreensão, sabendo que teria que encarar meu passado e todos aqueles que nunca se importaram comigo.
À medida que nos aproximamos da casa dos meus pais, as lembranças dolorosas da minha infância
começaram a ressurgir, trazendo à tona os traumas e as brigas que eu havia enfrentado quando era apenas uma criança. Eu apertei o cordão de ouro em meu pescoço, buscando forças e coragem para enfrentar o que estava por vir.
Ao entrar na casa, fui recebida por um silêncio gélido. Olhei ao redor e vi rostos estranhos de funcionários, pessoas que eu mal reconheci. O desconforto tomou conta de mim, mas respirei fundo e decidi enfrentar tudo aquilo de cabeça erguida.
Chegando perto da sala ouvimos vozes grossas e caminhamos até a sala, já na porta da sala quando vimos nossos pais, os gêmeos e nossas irmãs com a família Marchini conversando.
Conforme eu estava presente dos membros da minha família, senti o peso da diferença e do interesse em suas palavras e olhares. Mas decidi que não deixaria que isso me afetasse. Eu estava determinada a mostrar a todos que eu havia crescido, mudado e me tornado alguém forte e resiliente.
* Mamma?-pergunto e logo todos olham para mim e Gabriela.
Minha mãe é a primeira em nos comprimentar.
Minha mãe me abraça bem forte, sabe aqueles abraços de ursos bem fortes, então era esse e saiba que nunca fui abraçada por um urso, mas nunca cheguei a receber abraços.
* Mamma tem como me solta?- pergunto tentando tirar ela de cima de mim- Mãe?- Eu chamo ela
* Deixa eu te abraçar Thalita- Resmunga me soltando- Estava com bastante saudade- diz com seu sorriso doce.
* A senhora sabe que podia ter ido me visitar lá na França- Digo a verdade e ela me olha como se fosse
uma estranha
* Cadê minha filha?- Enuncia desviando o olhar para procurar- Afonso Nossa filha não veio, essa não é
você minha filha- diz e olha para meu pai e Gabriela cai na risada- Gabriela!- Mamma adverte ela.
* Tá bom!- Dessa vez quem fala é meu querido pai- Thalita está aqui Caroline, só que ela cresceu- diz
para ela. Sua voz me dá nojo só de ouvir
* Mamma e mio padre- digo- Quanto tempo!- Anúncio com sorrindo falso olhando em volta- E vejo que
não mudaram nada- falo com a maior cara de pau
E quem começou a rir dessa vez foi Rafael Marchini que logo levou um tapa da mãe dele.
* Minha filha- Meu pai diz com uma voz carinhosa, mas de carinhoso não tem nada- Precisamos
conversar- olha para mim esperando minha resposta.
* Claro!- digo puxando Gabriela para sentar ao meu lado no sofá de couro preto- Pode falar- Falo
* Como você sabe muitas meninas da famiglia tem que se casar aos 18 anos de idade, e como vocês
estavam longe por causa dos conflitos que aconteciam muito na organização, tivemos que mandar vocês para um lugar de segurança e mandamos vocês duas que são meninas e as mais velhas na época para que não acontecesse nada e sem mais enrolação- fala e eu assenti logo- Você e sua irmã vão se casar- Diz como se fosse algo simples e Gabriela que estava bebendo água engasgou logo depois de ter ouvido o que nosso pai disse.
Eu sabia! Sabia e sabia que tinha algo nessa história toda, quem em santa consciência fala para as filhas
virem porque estava com saudade?
* Calma Gabriela- Aviso a Gabriela batendo nas costas dela tentando fazer ela desengasgar- Tudo bem?- Pergunto a ela que logo levanta o polegar que sim.
* Santa mãe Joana-diz ofegante- Está Falando Mio Padre que eu e Thalita teremos que nos casar-
Pergunta incrédula
* Sim querida- Diz calmo como um mar- Vocês já têm até pretendente- anuncia
Eles podem achar que isso é normal, mas nunca pensei casar com alguém que nunca vi na minha vida, desde quando existe ainda casamento arranjado. O que eu fiz para merecer? Nada. E agora estou completamente ferrada.
Durante minha estadia naquela casa, manterei minha compostura e respeito, mesmo mostrando a frieza e o desprezo que recebia. Percebi que não precisava da aprovação deles para ser feliz e seguir em frente, focando nas minhas metas e no meu próprio crescimento pessoal.
Todos à minha volta pensam que sou uma pessoa completamente normal e que seria uma princesinha de papai, mas não, sou independente e sei o que eu faço ou que eu não faço. Minha vida não podia ser mil maravilhas mas tem seus lados ruins e bons.
* Quem são eles?- Gabriela diz em sussurro
* O seu noivo Gabriela é Vittorio moretti e o da sua irmã o Don Luccas- Fala baixo mas eu e Gabriela
escutamos
* Pronto!- Grita incrédula- Que acabar com nossas vidas?- diz indignada- Pra dizer você acabou com o
resto- Diz saindo para fora da casa e minha mãe ia indo atrás quando a interrompi:
* Eu cuido disso- Digo e vou atrás dela- Gabriela!- grito- Volta aqui!
* Me deixa sozinha Tha- fala quando chego perto e logo a envolto num abraço reconfortador.
* Chora melada- Digo lembrado do apelido que dei a ela.
Ela começa a chorar e me abraçar forte, nesse momento ela estava vulnerável e não foi isso que Abuela nos ensinou, se ela visse metia o pé na nossa bunda ou pegava o chinelo e tacava na nossa cabeça.- ri com a memória
Depois de um tempo voltamos para dentro e quando pisamos na sala todos pararam de conversar.
* O noivado de Gabriela é depois de amanhã e o seu Thalita semana que vem, não vejo a hora de nos
tornarmos família!- Alana a mãe de Luccas fala animada e nós duas dizemos ok e seguimos para os
nossos futuros quartos.
Acho que vou infartar, depois de entrarmos na sala e Alana dizer sobre nosso noivado, levei Gabriela para
seu quarto e logo fui para o meu claramente acompanhada por uma empregada, o quarto estava igual desde que fui para Paris. O quarto era de vista para a estufas de rosas vermelhas, as minha preferidas; olhei em volta reparando tudo, minhas malas estava no closet, as paredes de todo quarto eram cor branca com algumas decorações dourada, a cama decorada com bastante travesseiro e os móveis também brancos com dourado.
Fui para o closet pegar uma toalha e uma roupa casual para descer para jantar. O banheiro era branco com alguns detalhes vermelhos. Qual é o problema do branco? Parece que só gostam de branco, nada contra as pessoas que gostam, mas o meu quarto só tem branco. Desde quando eles arrumaram esse lugar, podia ter trocado também a cor, mas isso não parece um quarto e sim uma sala do hospício.
Vou direto para a banheira prepará- la, depois de pronto, tirando minha roupa e colocando ela direto no cesto, logo vou entrando na banheira. Eu precisava relaxar, pois cheguei de viagem e descobri que eu e minha irmã vamos nos casar e ainda tinha que contar para a Abuela, agora sim eu posso ter certeza que vai ter a 3º Guerra Mundial.
Saindo da banheira e indo para a pia escovar meus cabelos, visto a roupa separada e me deito na cama para relaxar o corpo.
Fiquei exatamente na cama por uma hora, precisava descer uma hora e encarar com a realidade, então me prontifico a me arrumar. Estava vestida com uma jaqueta jeans + calça jeans + blusa preta + rasteirinha.
Quando estou saindo do quarto do cara com Lara.
* Oi- Diz tímida
* Oi- Digo sorrindo- Então faz muito tempo que nos vimos, sempre foi chamada a vídeo ou você ia na
França às vezes.
* É, eu nunca pensei que quando você viesse para cá, teria que ser em pouco tempo- fala triste
* Olha- Falo segurando o queixo dela- Não deixe que o lado ruim da história atrapalhe o bom, porque
sempre que isso acontecer, nunca terá o lado bom!
* Mas qual é o lado bom?- pergunta indignada
* O lado bom, é que vou continuar aqui na Itália, que você poderá me visitar e que não vai ser nem você e
nem Carol que vão se casar!- Falo
* Ok- Diz- Vamos, temos que jantar- fala por fim saindo.
* Tá- digo indo junto com ela.
No meio do caminho para a sala de jantar me sinto tonta, então tento segurar em algo para não cair,
lembranças vem à tona em minha cabeça como se algo se encaixasse na história.
*Flashback*
Já estava de noite aqui em Paris e, eu, meus primos, Abuela e a Bissa estávamos no jardim, Bissa falava sobre como ela se casou e quando teve seu primeiro filho aos 15 anos.
* Antigamente crianças, muitos pais tinha que colocar seus filhos se casarem o mais rápido possível- falou olhando para o céu olhando as estrelas
* Por quê?- Minha prima Lena fala
* Quando a menina da família de meu pai atingia a sua adolescência, ela devia se casar- fala olhando
para todos nós- E eu me casei com 14 anos, tive saymon com 15, Tatiane com 17 e Patrícia com 21 anos. Mas todos um dia vão se casar, pode ser arranjado ou por amor- olha todos a sua volta e sorrir- Uma vida na máfia tem sempre casamento arranjado, mas não se preocupe, se um dia acontecer, vou pegar a neta ou neto e vamos fugir para a África ou para bem longe.- fala fazendo todos sorrirem
* Mas tenha sempre em mente essa frase- Abuela fala- “Transforme sua tristeza em felicidade, sua dor
em arte , sofrimento em frase.” essa frase fez parte da família desde muito tempo.
* Mas as únicas pessoas da nossa família que faz parte de máfia é Thalita e Gabriela- Hugo fala
* Ninguém se sabe Hugo, qualquer um faz parte sem você saber- Abuela fala- Mas não podemos deixar
acontecer com nenhumas delas e ninguém sabe o que está por vim pra vocês- diz e todos assentiram
Abuela deixou a máfia em que era obrigada participar depois que seu marido morreu, e assim ela e Bissa poderiam ser felizes e continuar com os negócios da família. Por isso elas moram na França.
*Flashback off*
Quando a tontura passou, voltei a andar e Lara me olhou preocupada, fiz um sinal mostrando que podia
continuar o caminho sem preocupação. E ao chegar à sala de jantar lá estava a família Marchini, talvez a
Família Moretti e nossos pais com os meus irmãos, Gabriela me olha e fala em silêncio “ Me ajuda!”, e
respondo no mesmo tom “O problema não é meu”, e vou direto para minha cadeira e me sento, a qual todos falam Boa noite para mim e Lara.
* Buona notte- Lara fala na hora em que vai para o seu lugar.
* Bonne nuit- digo e pego a taça de água olhando para Gabriela- Está tudo bem Gabriela?- digo sorrindo
falso e ela me olha com fúria
* Estou petite soeur- fala com vontade de me matar
* O que você disse?- Julio Moretti pergunta
* Eu falei senhor Moretti- Fala sorrindo falso- Estou bem irmãzinha
* Tá, vamos deixar a formalidade para eventos, mas pode me chamar de amor da sua vida, já a partir
desse momento em que estamos noivos- Diz o Moretti com um sorriso de irritar uma pessoa.
E o Rafael cai na gargalhada, atraindo o olhar para ele.
* Tem algo engraçado Marchini?- Pergunto para ele
* Não Senhorita Amarante- Diz recuperando o fôlego
Volto a olhar para a comida sendo servida para todos. Só queria que isso acabasse logo.
Depois do jantar, os homens foram para o escritório do meu pai e nós mulheres ficamos na sala.
* Deve ser maravilhoso morar na França- Diz a senhora Moretti
* E a senhora nem sabe- Gabriela sussurra e eu olho para ela a repreendendo.- O quê? falei algo errado?-
Ela me pergunta
* Gabriela peut arrêter cette crise (Gabriela pode parar com essa birras)- digo e todas que escutaram nos olharam como se não entendessem, já minha mãe entendeu muito bem.
E então alguém chama a nossa atenção, e era o nosso pai.
* Está tudo bem aqui?- Meu pai pergunta.
* Claro!- Mamma responde e Gabriela bigarreia no seu lugar.
As vezes acho que Gabriela deveria ser estudada por alguns médicos, o jeito dela é tão bipolar, mas não é, ela tem um jeito muito difícil e complicado.
* Claro mio padre- digo com maior doçura do mundo
* Estávamos conversando no escritório e resolvemos adiar o noivado de Gabriela, é melhor agora focar
primeiro em Thalita- diz descendo as escadas do corredor para a sala
* Glória a Deus- Fala em português e as pessoas que estavam naquela sala a olhar estranho
* Você sabe falar quantas línguas Gabriela,não sendo muito curioso ?- Dessa vez quem falou foi Louis
Marchini impressionado com ela
* 5 línguas, Italiano, Francês, Espanhol, Portugues e Inglês- fala toda orgulhosa com os olhos brilhando.
* E você Thalita, também sabe?- Faz a mesma pergunta para mim
* 8 línguas as mesma da Gabriela, mas com russo, turco e alemão- Digo- Estudamos desde sempre, a
Abuela nos incentivava sempre no estudo.
* Não sabia disso filha- Mamma diz segurando minha mão.
Viro para olhar ela e tiro sua mão de cima da minha, todos olham estranho por minha reação. Odeio contato diretamente sem eu permitir, agora que voltei acho que isso vai acontecer constantemente
* Está tudo bem?- Alana pergunta
* Está- Digo- Só preciso de ar- Aviso indo para fora
Ao sair para fora de casa, vou direto para a estufa e me sento no sofá que tem no canto da estufa.
Quando foi que eu virei uma pessoa que odeia a doçura e o amor das pessoas.
Quando foi que eu fiquei tão fraca na vida.
Abuela não me ensinou a ser fraca, me ensinou a ser forte.
Aprendi que se eu cair, tenho que me levantar sozinha sem precisar de ajuda.
Mas neste momento estou fraca e sozinha, precisando do consolo da bissa, de uma taça de vinho com Abuela e das risadas dos meus amigos.
Eu queria só voltar no tempo e aproveitar um pouco mais.
Os pensamentos estão muito fortes, não consigo focar em nada é como se tivesse uma flecha em meu peito.
* Thalita- Me chamam
Saio dos meus pensamentos, olhando para a pessoa que está está me chamando
* Oi, aconteceu algo?- Perguntei
* O pessoal já está indo embora, nuestro padre quer que nós nos despedimos- Fala me puxando e
levando nós duas para dentro de casa.
Já era tarde e todos ainda estavam aqui, o que era para ser uma despedida, foi para mais uma longa duas horas de conversa.
Bem que eu podia ter ficado na estufa, se não fosse pela infeliz Gabriela que mentiu dizendo que eles já
estavam indo embora, só para me puxar junto com ela para as conversas mais sem graça.
* Sentir falta dos jantares que tínhamos antes- A senhora Moretti disse
* Que bom que matamos essa saudade- Alana diz
* Foi muito tempo sem um jantar assim ou visitas- Mamma fala.
* A guerra por enquanto cessou, mas temos que continuar em Alerta- Mio padre interrompe a conversas das mulheres lhe falando- Mas não se preocupem com isso.- Fala voltando para conversar com os homens
Alguém pigarreou ao meu lado e vejo que Gabriela não está gostando da conversa.
* Queria que Abuela me tirasse daqui- Gabriela sussurra um pouco alto ou tenta sussurrar porque todos escutam ela
* O que você disse Gabriela?!- Mio padre olha para ela irritado
* Eu- fala apontando para ela mesma- Falei nada não- finge a maior demência
* Tem certeza ou foi que queria que sua avó te tirasse daqui- Diz se levantando irritado
* Mio padre- Digo me levantando- Gabriela fala tudo da boca para fora- tento impedir um assassinato.
* Não- Gabriela fala- Deixa ele falar o que ele quer falar Thalita
* Fica quieta- digo
* Não- grita- Não vou me calar quando alguém estraga minha vida
Sem tempo de eu impedir, meu pai tenta dar um tapa na cara de Gabriela mas não consegue por que ela desvia. Se ela não desviasse teria levado um tapa em frente do seu futuro noivo, bem que ela não está nem aí para isso.
* Chega- Mamma diz- Gabriela para seu quarto
Gabriela sai sorrindo, ela queria fazer isso, ela sabe irritar qualquer um e conseguir o que quiser.
Todos da sala olham estranho para meu pai, que logo Luccas o chama para conversar, padre sai com medo atrás de Luccas, bem feito.
* Vou para meu quarto, tenho que ligar para uma pessoa- digo me levantando e todos já olharam
estranhos- Um bom resto de noite para vocês- desejo a eles e vou em direção ao quarto de Gabriela e logo entro nele.
* Ei- A chamo
* O moretti chamou ele?- Pergunta
* Não, foi Luccas- Respondo- O plano deu certo
* Sabia!- Diz toda sorridente- Viu, eu falei que se fizesse isso alguém ia ser prejudicado
* Você estava certa, agora devemos ligar para Abuela- digo e ela assente
Pego meu celular e ligo para o contato que mais amo.
Ligação
* Olha quem resolveu ligar- Abuela atende
* Estávamos ocupadas
* O que aconteceu aí, vocês duas estão com cara de que aprontaram
* Eu e Thalita vamos nos casar arranjadamente- Gabriela solta de uma vez
* Vocês o que?!?- grita
* É uma longa história- digo- Mas resumindo, quando chegamos a família Marchini estava aqui, depois
disso nosso pai disse que nos casaríamos e na hora do jantar estavam a família Marchini e Moretti.
* Não acredito que aquele bastado fez isso- ouço a voz de bissa aparece na chamada
* E o pior não é isso, eu e Gabriela fizemos algo que vai acabar com nosso pai
* O que vocês fizeram?- as duas dizem em unissom
* Gabriela disse algo que nosso pai ficou bravo, e ele tentou da um tapa na cara dela, mas era pro
Moretti brigar com ele, mas sabe que foi- Digo fazendo suspense e elas resmungam querendo saber- O Don Luccas chamou ele, acho que ele vai colocar o rabinho do nosso pai entre as pernas- falo rindo
* Meninas não foi isso que ensinamos vocês- Bissa diz nos advertindo
* Pode falar pela senhora mãe- Abuela afirma para Bissa- Mas eu ensinei que nunca deixarem elas
abaixarem a cabeça a ninguém, estão escutando meninas, nem para seus futuros maridos entenderão?- Declara pela chamada e longo dizemos sim.
* Bom já está tarde, vou desligar, beijos para vocês ai-
Nos despedimos e desliguei a chamada.
Depois que desliguei a chamada, me despedi de Gabriela e fui para o meu quarto.
Quando entrei no quarto, ele estava escuro e a única luz que vinha era da lua pela janela. Nem liguei as luzes e já fui direto para o closet, entrei já pegando meu baby doll e indo ao banheiro se trocar. Quando terminei de me arrumar para dormir, entrei no quarto e pronta para deitar quando sinto uma presença a mais no local, liguei a luz do quarto e ele estava lá me observando.
Ele me olha com suas íris castanho acinzentada, seu rosto sério mostrando seu poder em qualquer lugar, seus cabelos num corte perfeito e sua barba bem feita mostrava o seu perfil poderoso.
* Vejo que você mudou bastante Thalita, desde a última vez que vi você na França- diz me observando.
* Desde quando você tem me observado na França ?- Digo
* Já tem dois anos que não vou para a França, mas quando íamos via você de longe, seu pai sempre
gostou de te observar quando ia- Conta com um sorrisinho de lado.
* Foi por isso que me escolheu, de tantas dentro da famiglia, logo eu- falo juntando as pecinhas
* Esperta você- diz andando até mim- Mas algo me diz que você fez parte daquela cena toda la em baixo
* Não sei do que você está falando senhor Marchini- digo me fazendo de sonsa
* Finge mais Thalita, você não me engana- diz pegando os meus cabelos e puxando para trás, deixando o meu pescoço à mostra- Seu cheiro é maravilhoso, mas espero que a senhorita não me traga problema para minha cabeça.
* Se não quisesse problema não me escolhesse- falo me soltando e ficando longe.
A única coisa que ele fez foi sorrir e se afastar indo para a porta que ele logo saiu. Soltei a respiração que nem sabia que eu prendia.
Depois que ele saiu deitei sobre a cama e olhei para o teto tentando ao máximo dormir, me virei e revirei
para cada lado. Olhei o horário e era exatamente 03:30 am da madrugada, não conseguia dormir, então me levantei e fui para a cozinha tomar um copo de leite pra vê se volta o sono.
Ao entrar na cozinha fui à geladeira pegar o leite para tomar, quando estava colocando no copo, escutei passos e olhei para a porta encontrando minha mãe.
* Não conseguiu dormir?- perguntou entrando na cozinha
* Não, de uns tempos pra cá não to conseguindo dormir, às vezes um copo de leite sempre ajuda- digo pegando outro copo e enchendo de leite.
* Uma conversa também ajuda- mamma diz aceitando o copo de leite- Mas como estava lá?
* Bem, no começo quando vocês me levaram com Gabriela foi difícil, mas com o tempo me acostumei-
digo lembrando de Paris- Já sinto falta das conversas na casa de Abuelita, os conselhos da bissa e dos momentos que tinha com os meus primos, pode ser só um dia que estou aqui mas já sinto falta.
* Você vai ser acostumar querida- diz- Mas vai ser bom ter você e sua irmã perto de mim
* Talvez eu me acostume, mas vou voltar a dormir, preciso descansar- digo me afastando sem tempo de ela responder.
Do caminho para o quarto eu começo de novo a ficar tonta, as paredes ficam saindo do lugar e como se o chão tivesse me derrubando. Tento chegar logo ao quarto, que logo corro para minha bolsa pegando o remédio que poderia controlar minhas tonturas e crises.
Mas uma vez minha cabeça volta a ter lembranças a tona, não entendia o que estava acontecendo.
*Flashback*
Vozes
Vozes
Mais vozes
Está ficando forte, quero sair daqui
Aonde estou
Cadê a mamãe e o papai, todos sumiram.
Zumbidos
Zumbidos
Zumbidos
* Thalita!- gritam o meu nome- Cadê você minha menina!
* Socorro!Socorro!- Tento ao menos gritar
* Achei ela Sr Belucci- Alguém fala perto do local que estou
* Ela está mal, temos que levá la ao médico urgentemente
Quando disseram isso, logo fui levantada e levada para fora da casa, não conseguia falar e nem ver o que acontecia.
Só lembro que a nossa casa foi atacada por terroristas, estava dormindo quando tudo começou. Me escondi dentro do quarto de pânico, mas o quarto foi explodido , tinha várias bombas pela casa mas muitas foram encontradas. Mas a bomba onde eu estava não. Foi onde tudo aconteceu.
*Fim de Flashback*
Acordo num pulo, acho que desmaiei ao tomar o remédio, porque estava deitada no chão do quarto. Já era de manhã quando acordei do pesadelo.
Vou ao banheiro fazer minha higiene pessoal, que ao terminar, me arrumo.
Estava vestida com um vestido roxo com gola alta com um pequeno decote e uma rasteirinha de laço rosa.
Ao descer da escada já dava para escutar vozes vindo da sala de jantar, ao parar na porta vejo meu pais e meus irmãos ali junto com Luccas e Vittorio sentados na mesa.
* Bonjour- digo ao adentrar a sala de jantar
Todos cumprimentam e logo eu me sento e sou servida.
* Estávamos falando sobre o seu noivado minha filha- meu pai diz
* Que bom- digo bebendo o copo de água
* Por que não toma café, querida?- minha mãe me pergunta e logo Gabriela responde:
* Ela não pode- fala e todos já me olham- Se ela tomar passa mal
* Vou mandar trazer algo pra você então- mamma diz já se levantando e indo em direção a cozinha
Olho para Gabriela com um ódio puro, não gosto de falar sobre isso, é algo muito pessoal e difícil de se dizer o porquê.
* Aqui- minha mãe coloca a xícara na minha frente e logo eu agradeço.
Tomo meu chá e como um pedaço de torta, mas sem vontade nenhuma de comer nada do que está na mesa.
Satisfeita só com o pedaço de torta e o chá, me levanto e saio da sala de jantar indo direto para meu quarto.
Procuro minha bolsa no closet, encontrando logo em seguida pegando o frasco do remédio, já tomando ele para que não houvesse tontura durante o dia.
Coloco o remédio em um local em que ninguém encontre, isso é tudo culpa dele, se não eu não estaria como
eu estou agora.
Só que tem algo errado
Minha cabeça começa a doer muito
Minha boca está seca
O quarto está tudo embaralhado na minha visão
Escuto vozes
Tento me manter em pé
Alguém está me segurando
Tento não adormecer
Mas o escuro me pega
Me levando como se tivesse morrido.
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