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A Pequena Elfa

Entre Sereias e Dragões. os Demônios aparecem (**Prólogo**)

Entre vales e planícies, nos campos ou nas florestas, fazendas ou cachoeiras. Não importava o lugar, o medo se espalhava como um vento gelado que varria cada canto do reino. Todas as raças temiam, pois uma notícia terrível havia sido sussurrada de boca em boca, viajando mais rápido que o som de tambores de guerra: o Lorde Demônio havia finalmente sentado no trono e se levantado com um único propósito — destruir a humanidade.

Nos vilarejos e cidades, homens se preparavam para a guerra, afiando suas espadas e polindo suas armaduras. O clangor do metal ecoava pelos campos, um som tão familiar quanto o bater de corações acelerados. As mulheres, com rostos pálidos e mãos trêmulas, faziam o possível para manter as crianças calmas, contavam histórias de heróis antigos e sussurravam orações aos deuses, pedindo proteção. O clima de tensão era palpável, como uma tempestade que se aproxima, trazendo consigo a promessa de destruição.

Entre os anciãos, as profecias há muito esquecidas eram relembradas, cada palavra carimbada com o selo do temor. Os sábios consultavam pergaminhos empoeirados, na esperança de encontrar alguma forma de deter a calamidade que estava por vir. Mas qual esperança poderia resistir à escuridão que se aproximava? O novo Lorde do Mal, com seus olhos flamejantes e coração de pedra, planejava devastar tudo que encontrasse pela frente, e sua ascensão ao poder era apenas o início de uma era de terror e desespero.

Quais calamidades estariam por vir? Somente os deuses sabiam. Mas o que era certo é que o destino do reino estava à beira do abismo, e apenas os mais valentes e destemidos poderiam se erguer contra a maré de escuridão..

A mãe Ysera

Em uma vasta cidade, fortemente protegida por imponentes muros de pedra, uma abundante população de humanos leva suas vidas em paz. Essa metrópole, vibrante e movimentada, encontra-se ao lado da maior floresta do reino, Ysera, situada a oeste, na direção do pôr do sol. Ysera é um mundo à parte, abrigando uma grande variedade de criaturas. As minúsculas e trabalhadoras formigas de cristal habitam a floresta, enquanto os temíveis lobos da meia-noite, com quase 3 metros de altura e garras afiadas que destroem aço com facilidade, patrulham as sombras. Além desses monstros, a floresta é lar de anões, elfos e fadas, seres que coexistem em relativa harmonia com o ambiente mágico.

No coração de Ysera, encontra-se uma pequena vila de elfos brancos. Essa vila, rodeada por antigas árvores imponentes, é um centro comercial onde as diversas raças se reúnem para negociar e compartilhar seus bens. A atmosfera é sempre efervescente, com risos, conversas e o tilintar de moedas. Nessa pacata vila, vive nossa jovem sonhadora, Katt.

Katt, pertencente a uma família de mercadores, é uma garota curiosa com um desejo insaciável de se aventurar. Ela busca entender o passado e tem um forte instinto para proteger os mais fracos. Seus olhos são de um rosa brilhante, repletos de sentimentos, e seu longo cabelo cor-de-rosa exala um doce aroma, um mistério para todos na vila, já que não há elfos com essas características em nenhum outro lugar do mundo. Sua pele, branca como a neve, destaca-se ainda mais entre os demais elfos.

Por ser diferente, Katt frequentemente enfrenta olhares de julgamento e desprezo de muitos moradores da vila. Esses olhares críticos a deixam desanimada, mas sua determinação e espírito aventureiro permanecem inabaláveis, alimentando seus sonhos e impulsionando suas jornadas.

Em uma bela manhã, o clima estava perfeito. Os raios de sol atravessavam as camadas das folhas, iluminando o chão da floresta com um brilho dourado. Uma brisa suave da manhã soprava por entre as árvores, criando um sussurro sereno que acalmava qualquer alma inquieta. Os rios, escondidos pelo denso arvoredo, refletiam o céu azul salpicado de nuvens brancas e pássaros em pleno voo. O canto dos animais ecoava por toda a floresta, criando uma sinfonia natural que envolvia o ambiente em um clima aconchegante e mágico.

Katt acordou em sua cama, animada com o novo dia. Num salto, correu para abrir a janela e sentir a brisa matinal no rosto, como fazia todas as manhãs. Com olhos fechados, ela inspirou profundamente, deixando o vento balançar seus longos cabelos rosados. Agradeceu silenciosamente por mais um dia de vida, enquanto os pássaros cantavam alegremente, anunciando que a escuridão da noite havia se dissipado e um novo dia havia nascido.

No entanto, algo estava diferente. O burburinho na vila revelava que havia um assunto importante em discussão. Um grupo de aventureiros humanos havia chegado à casa de Ulka, o chefe da vila, para tratar de uma questão diplomática. O que eles estariam procurando? O que desejavam? Qual seria esse assunto urgente que os trouxera até ali?

Que voz é essa?

Olhando por sua janela, Katt observa a imponente casa de Ulka. Seu instinto diz-lhe que ali se encontra algo extraordinário, uma aventura esperando para ser vivida. Sem pensar duas vezes, ela corre até a janela e, com um salto ágil, lança-se para fora. Pelos galhos das árvores, ela avançava com movimentos graciosos, saltando de um ramo ao outro com a leveza e destreza de uma felina. Do chão, seus vizinhos observavam com atenção, admirando a bela performance acrobática, mas, ao final de tudo, ainda a julgavam sem conhecer seu verdadeiro potencial.

Ao chegar na casa do chefe da vila, Katt se abaixa, movendo-se silenciosamente como uma sombra até alcançar uma grande janela que dava para a sala de reuniões de Ulka. Com os ouvidos atentos, ela tentou captar o que aqueles homens importantes estavam discutindo. Aproximando-se ainda mais da janela, ela escuta os aventureiros falando de algo terrível que havia surgido no reino dos Demônios. A tensão no ar era palpável. Antes de terminarem a frase, puxaram duas armas, os olhos arregalados e a respiração pesada, e gritaram para que quem estivesse escondido se apresentasse, ameaçando com consequências severas.

Katt prendeu a respiração, o coração disparado, enquanto ponderava seus próximos movimentos. O medo e a adrenalina pulsavam em suas veias, mas a curiosidade e a sede por aventura a mantinham firme em seu lugar. Ela sabia que estava prestes a se envolver em algo grandioso e perigoso.

A Sacerdotisa do grupo dos aventureiros, com uma voz que ressoava pela sala, gritou de dentro do cômodo: "Uma elfa de cabelos cor de rosa está escondida ao lado direito da janela!" Seus olhos brilhavam com uma mistura de autoridade e certeza, como se tivesse acabado de receber uma revelação divina. "Deus me revelou o seu nome..." Continuou, mas antes que pudesse concluir, Ulka bateu na mesa com um estrondo, o som ecoando pelo salão. Os aventureiros trocaram olhares perplexos, tentando entender o que estava acontecendo. Ulka, com a voz trêmula e os olhos arregalados, completou: "Nunca diga esse nome em voz alta..."

Katt, que estava escondida, sentiu o coração apertar. A adrenalina corria em suas veias, e ela não conseguia compreender a gravidade da situação. Quando colocou a mão no rosto, sentiu algo escorrendo. Ao olhar, percebeu que era uma gota de suor vermelha como sangue. O temor a tomou de assalto. Algo muito sério estava acontecendo. Desesperada, ela gritou por ajuda, chamando por Ulka com berros angustiados, mas antes que pudesse fazer mais qualquer coisa, seus sentidos a abandonaram e ela desmaiou.

Em meio à total escuridão, uma luz suave e brilhante apareceu à sua frente. A luz parecia flutuar, emanando um calor reconfortante, e dela emergia um feixe pequeno e pulsante. Katt ouvia, com dificuldade, palavras que falavam sobre um dos quatro generais do Lorde Demônio ter declarado guerra à província de Ryoro, um lugar conhecido por sua abundante agricultura, graças ao solo abençoado pelos deuses.

Enquanto Katt observava aquela luz mística, tentando processar tudo que estava acontecendo, uma voz profunda e imponente, que parecia se assemelhar ao som de muitas águas, começou a falar: "Eu sou o Criador dos Sete Anciãos, aqueles que os seres viventes chamam de deuses. Hoje te consagro com minha bênção para que derrotes o Lorde Demônio e todos os seus generais, e traga a paz de volta à terra." Katt, amedrontada, gritou em desespero: "Eu não sou capaz de fazer isso!" Mas antes que pudesse continuar, foi puxada de volta para seu corpo.

Ela acordou com Ulka sentado ao seu lado, passando um pano úmido em seu rosto. Os olhos de Ulka estavam cheios de preocupação e, talvez, um pouco de esperança. Katt piscou algumas vezes, tentando se situar, enquanto as palavras da voz divina ainda ecoavam em sua mente..

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