Entre 5
INFO PERSONAGENS
Jae-Hyun
Kim Jae-hyun é um jovem artista de 21 anos, nascido e criado em Seul. Trabalha como pintor e fotógrafo, seus pais não veem sua profissão como "um trabalho de verdade", o que acabou gerando conflitos. Solteiro e dono de um humor ácido, Jae-hyun costuma rir das dificuldades enquanto transforma seus sentimentos em inspiração.
Quando tinha 10 anos, caiu de uma árvore e ganhou uma cicatriz no abdômen, que ele chama de sua "marca de aventura". Apesar do distanciamento com a família, mantém contato com sua irmã mais nova, trocando mensagens por celular.
Byeong (Mais novo)
Byeong tem 19 anos e é o irmão mais novo de uma família grande, sendo filho de outro homem com a mãe dos seus quatro irmãos. Apesar de ser um jovem gentil e calmo, Byeong ainda está na fase de se descobrir e não tem pressa em seguir o caminho tradicional. Criado em casa, ele não estuda nem trabalha no momento, preferindo aprender por conta própria, no seu próprio ritmo.
Quando tinha 9 anos, quebrou um vaso de plantas na cabeça do entregador de jornal, e ele faz questão de lembrar disso como uma das suas travessuras. Sem pressa de crescer, Byeong tem uma personalidade tranquila e uma abordagem única para a vida, procurando encontrar seu próprio propósito sem a pressão dos outros.
Iseul (Do meio)
Iseul tem 22 anos e é o filho do meio, gêmeo de Haneul. Ele sempre foi apaixonado por hóquei e pelo frio, algo que ele sente no sangue e adora sempre que pode. Embora não jogue profissionalmente, costuma se reunir com amigos da vila para partidas casuais.
Quando tinha 15 anos atacou um ladrão que invadiu a mansão de sua família com o bastão de hóquei.
Haneul (Do meio)
Haneul tem 22 anos e é o irmão do meio, gêmeo de Iseul. Seu gosto por motos antigas e música o faz se destacar pela vibe mais tranquila e focada. Ao contrário de seu gêmeo, Haneul é mais fechado e prefere se manter reservado. Ele trabalha como entregador, o que mantém sua rotina simples e direta.
Além disso, Haneul tem o hábito de fumar cigarro e ervas, buscando na solitude desses momentos um refúgio para sua mente.
Min-kyu (Do meio)
Min-kyu tem 25 anos e é o irmão do meio. Ele sempre teve uma atração por fogo e bebidas alcoólicas, dois interesses que acabam mostrando sua personalidade intensa e imprevisível. Quando era mais jovem, com apenas 12 anos, sua rebeldia veio à tona, ele colocou fogo na cadeira do colégio depois de ser reclamado por não ter feito a lição.
Essa atitude, embora extrema, mostra seu temperamento impulsivo e uma tendência a agir de forma explosiva quando se sente desafiado.
Hwan ( Mais velho)
Hwan tem 28 anos e é o irmão mais velho da família. Ele é um amante da leitura e da escrita, o que o levou a seguir a carreira de professor, lecionando tanto no colégio da vila quanto em outra escola. Além disso, Hwan também é responsável por ensinar seu irmão mais novo, Byeong, em casa.
Quando era mais novo, Hwan demonstrou um comportamento impulsivo e obsessivo, tendo agido de forma agressiva ao bater no marido de uma professora por ficar obcecado por ela.
Moon-Jo (Irmã mais nova de Jae-Hyun)
Moon-Jo é a irmã mais nova de Jae-hyun, com 17 anos. Ela é extrovertida, cheia de energia e sempre disposta a se jogar em novas experiências. Apaixonada por música e arte, ela compartilha algumas dessas paixões com o irmão, mas se destaca por sua sociabilidade e independência. Gosta de estar rodeada de pessoas e de explorar o mundo ao seu redor. Sua curiosidade e espírito aventureiro a tornam uma presença cativante, sempre buscando algo novo para viver.
Jie-Kitsu ( Pai de Jae-Hyun e Moon-Jo)
Jie-Kitsu é o pai de Moon-Jo e Jae-hyun. Conhecido por seu temperamento difícil, ele é um homem rígido e autoritário, sempre exigindo o máximo de seus filhos, sem nunca demonstrar muita afeição. Sua postura crítica e sua tendência a ser um verdadeiro "pé no saco" fazem com que ele seja uma presença desconfortável na vida de seus filhos. Jie-Kitsu tem uma relação distante com eles e é visto como alguém que espera que tudo seja feito do seu jeito, sem espaço para questionamentos.
Kae-Ah ( Mae de Jae-Hyun e Moon-Jo)
Kae-Ah é a mãe de Moon-Jo e Jae-hyun. Ela é uma mulher carinhosa e atenciosa, que ama profundamente seus filhos. Embora seja gentil, sua natureza influenciável, especialmente pelo Jiu-Jitsu, a faz adotar uma postura mais disciplinada e focada. No entanto, seu desejo de agradar os outros e sua vulnerabilidade emocional a tornam suscetível a ser manipulada. Apesar de sua força física, ela se perde muitas vezes nas expectativas alheias, mas sempre busca o melhor para seus filhos, mesmo que isso a coloque em situações difíceis.
Viagem
A NOITE ESTAVA CALMA, MAS JAE-HYUN NÃO CONSEGUIA RELAXAR. OLHOU PELA JANELA, OBSERVANDO AS LUZES DA CIDADE LÁ FORA, A VIDA ACONTECENDO ENQUANTO ELE ESTAVA ALI, PRESO EM PENSAMENTOS. ELE SABIA QUE A VIAGEM ERA IMPORTANTE, PRECISAVA DISSO, DE UM TEMPO LONGE DE TUDO E TODOS. MAS, AO MESMO TEMPO, UM FRIO NA BARRIGA O INCOMODAVA. UMA VIAGEM SÓ, COM O CACHORRO E A MELHOR AMIGA, SERIA UMA BOA CHANCE DE RESPIRAR E TALVEZ ATÉ TENTAR ENTENDER O QUE ESTAVA ACONTECENDO EM SUA CABEÇA.
O PROBLEMA? ELE AINDA NÃO SABIA PARA ONDE EXATAMENTE ESTAVA INDO. APENAS QUERIA ESCAPAR.
A CASA ESTAVA SILENCIOSA, COMO SEMPRE. Não Que Ele Sentisse Falta Dos Pais OU DA BAGUNÇA CONSTANTE DE SUA CASA DE INFÂNCIA, MAS, AO MENOS, A QUIETUDE ALI NO APARTAMENTO PEQUENO ONDE MORAVA, DEPOIS DE SAIR DE CASA POR CONTA DA ÚLTIMA BRIGA COM O PAI, PARECIA SUFOCANTE. SUA ALMA SENTIA UM PESO, E ELE NÃO SABIA SE ERA A SAUDADE OU A RAIVA ACUMULADA. TALVEZ FOSSE OS DOIS. NADA PARECIA FÁCIL, E ELE SABIA QUE, NO FUNDO, SAIR DALI ERA UMA TENTATIVA DE LIDAR COM AS MERDAS QUE SUA VIDA TINHA VIRADO.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Eu ainda não entendo porque você está fazendo isso...— A voz de Naquila cortou o silêncio da sala
SUA MELHOR AMIGA SE ENCOSTANDO NO BATENTE DA PORTA. ELA ESTAVA COM A CARA AMARRADA, MAS JAE-HYUN SABIA QUE ELA SÓ ESTAVA PREOCUPADA, COMO SEMPRE. ELA ODIAVA QUANDO ELE TOMAVA DECISÕES IMPULSIVAS SEM PENSAR DIREITO.
O CACHORRO ERA A ÚNICA COISA QUE PARECIA MANTER A CALMA DENTRO DE SUA MENTE CAÓTICA. NAQUILA CRUZOU OS BRAÇOS E DEU UMA OLHADA DESCONFIADA NO CÃO, QUE ESTAVA ALI, DEITADO COM A LÍNGUA DE FORA. ELA NUNCA SOUBERA SE O NOME DO CACHORRO ERA UMA PIADA INTERNA. DE QUALQUER FORMA, ELA SABIA QUE, COM JAE-HYUN, NUNCA HÁVIA UM PLANO CLARO, MAS ELE SEMPRE DAVA UM JEITO DE FAZER ACONTECER.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Eu só não entendo... A viagem é uma coisa, mas essa história de "sair de casa" tem algo por trás, né?...
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
... O que você está tentando fazer? Fugir? Enfrentar a vida? Ou você está mesmo só fugindo de novo, Jae-hyun? — Naquila perguntou, mais suave agora, seu tom de preocupação se infiltrando na voz.
Ele revirou os olhos, sabendo que não havia explicação fácil. A verdade era que não sabia mesmo o que queria. Estava cansado das cobranças. Cansado da presença de um pai que, como ele dizia, nunca parecia dar dois centavos para suas escolhas. E a mãe, bem, ela sempre estava do lado de quem parecia mais forte no momento, e Jae-hyun sabia que ela não estava do lado dele em muitas das suas decisões. Ela, em especial, o deixava com a sensação de que ele nunca seria suficiente.
Jae-Hyun
— Não é fugir. Eu só... preciso de um tempo para mim. Isso aqui não tá mais dando certo — ele se sentou no sofá, afundando os ombros para baixo como se a simples decisão de falar já fosse um peso demais.
Jae-Hyun
— Vai ser bom. A gente vai para um lugar isolado, sem ninguém nos enchendo o saco.
Naquila olhou para ele por um momento, parecia que queria protestar, mas, no fim, apenas soltou um suspiro. Sabia que Jae-hyun precisava disso, mesmo que não soubesse o que exatamente procurava.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Só não se afaste de mim, Jae-hyun. Eu sei que você gosta de se isolar, mas você não pode fazer isso comigo também.
Jae-Hyun
* Da um sorriso meio torto, um tanto amargo.*
Era a verdade. Ele sabia que, no fundo, ela era a única pessoa que realmente o entendia. Ela não estava ali para julgá-lo, mas, de alguma forma, sempre o fazia se sentir como se tivesse algo de bom dentro de si. Mesmo quando tudo o que ele queria era se afundar mais fundo.
Jae-Hyun
— Eu não vou, prometo. Agora, vou precisar de uma ajudinha sua.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
*Ela levantou uma sobrancelha.*
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Ai, meu Deus... O que você precisa agora?
Jae-Hyun
*Ele apontou para as malas jogadas em cima da cama, aquelas que ele ainda não tinha sequer começado a organizar.*
Jae-Hyun
— Arrumar isso aqui. Acho que vou ter que levar algumas coisas. Não quero esquecer nada, mas... sinceramente, não tenho nem ideia do que levar.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
*Naquila rolou os olhos, mas foi até a cama e começou a abrir as malas com aquele jeito desajeitado que só ela tinha.*
A preocupação ainda estava estampada em seu rosto, mas ela sabia que ajudar era a melhor coisa que poderia fazer. Jae-hyun não sabia disso, mas ele estava começando a se abrir para um novo começo. Talvez fosse o começo de algo que ele não conseguia entender ainda.
A noite passou num turbilhão de roupas jogadas para dentro das malas, listas feitas por Naquila, e mais uma infinidade de piadas e risadas que aliviaram a tensão que Jae-hyun carregava. Mesmo com a bagunça, com os nervos à flor da pele, as pequenas interações entre ele e Naquila faziam com que a sensação de alívio se tornasse mais palpável. Era como se, ao lado dela, o peso que ele sentia desaparecesse por breves momentos.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Caralho, Jae-hyun, você não pode simplesmente levar todas essas camisetas, né? — Naquila brincou, enquanto dobrava mais algumas peças de roupa.
Jae-Hyun
— Claro que posso, são minhas camisas favoritas. Vou ser estiloso até no fim do mundo — ele respondeu com um sorriso de canto, passando a mão pelo cabelo.
Ela deu uma risada forçada, mas de alguma forma ele sabia que ela não estava apenas implicando. Ela o conhecia bem o suficiente para entender que ele estava tentando não mostrar o quanto estava ansioso. A viagem, a fuga, tudo isso parecia mais pesado do que ele queria admitir.
Enquanto ela terminava de arrumar as malas, Jae-hyun ficou deitado no sofá, olhando para o teto, pensando nas palavras da mãe e as preocupações do pai. Ele se perguntava se essa viagem realmente seria a solução, ou se ele estava apenas adiando o confronto com o que estava acontecendo dentro de sua cabeça. Não tinha todas as respostas, mas sabia que precisava ir.
À medida que a noite avançava, Jae-hyun preparou o que poderia ser sua última noite de descanso antes do grande passo. Naquila já estava quase dormindo na cama, seu celular ao lado dela enquanto ela revezava entre checar as mensagens e fechar os olhos. Mr. Vodka, o cachorro, estava em um canto, deitado e imóvel, sem se importar com a bagunça ao redor.
A manhã seguinte chegou mais cedo do que Jae-hyun gostaria. O som do alarme do celular de Naquila o acordou, e ele demorou um pouco mais do que o normal para se arranjar. Ele estava tonto, ainda meio preso ao torpor do sono e aos seus próprios pensamentos. Quando olhou para o relógio, viu que já estava quase na hora de sair, e a ansiedade, que havia tentado ignorar, agora tomava conta de seu corpo.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Acorda, filho da puta! — Naquila gritou de dentro da cozinha, sua voz mais animada do que o necessário para a hora da manhã.
Jae-hyun se levantou com dificuldade e, sem muita cerimônia, começou a jogar o que restava nas malas. Naquela manhã, o apartamento parecia mais vazio do que nunca. Não havia mais aquelas brigas, aquelas conversas sem fim. Apenas a sensação de despedida pendia no ar.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Vamos nessa. — Naquila sorriu, tentando aliviar o peso da situação, e entregou a xícara de café a Jae-hyun.
Ele deu um gole, mas o gosto parecia amargo, como se ele estivesse engolindo um pedaço de café em pó.
Jae-Hyun
— Que café ruim...– Ele falou com uma careta
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Cala a boca.– Ela o ignorou
Jae-Hyun
*Antes de sair, Jae-hyun fez uma última inspeção. *
Olhou ao redor do apartamento. A bagunça, as malas empilhadas, as paredes vazias. Era como se ele tivesse se esvaziado, deixando para trás tudo o que não queria mais carregar.
Jae-Hyun
— Vamos, Mr. Vodka. — Jae-hyun chamou, e o cachorro se levantou instantaneamente, abanando o rabo, como se também estivesse pronto para essa nova aventura.
Quando ele saiu do apartamento, a sensação de liberdade misturada com o medo o envolveu.
Jae-Hyun
— Eu só preciso de um tempo. — Jae-hyun murmurou para si mesmo, enquanto carregava as malas e se preparava para sair.
Eles entraram no carro, o sol ainda fraco, mas já começando a pintar o céu de cores suaves. Mr. Vodka se acomodou no banco de trás, já meio cansado da animação que a viagem prometia.
LaCroix
No carro, estrada à frente, a paisagem começa a mudar lentamente. Jae-hyun, ainda inquieto, tenta desviar o olhar da estrada, enquanto Naquila está totalmente imersa em suas músicas e checando o celular. Mr. Vodka, o cachorro, parece confortável no banco de trás, como se nada importasse.
Jae-Hyun
—... É estranho, né? Eu realmente não sei o que espero dessa viagem. Só... quero que seja algo diferente.
*Solta um suspiro longo, olhando para a janela.*
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Ah, você sempre faz isso. Não quer falar, mas também não para de pensar.
*Olha rapidamente para ele, sorrindo de canto, mas sem desviar os olhos da estrada.*
Jae-Hyun
— É, porque todo mundo fala de como é incrível dar uma pausa e esquecer as coisas. Mas, na real, é só um grande fardo disfarçado de liberdade.
*Sorri sem humor, apertando o banco com as mãos.*
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Fardo ou não, você precisa disso. Você sabe que, se ficasse aí, ia surtar de vez.
*Encolhe os ombros, ignorando o silêncio pesado que envolve os dois.*
Jae-Hyun
— Eu não sei. Só me sinto como se estivesse fugindo de algo... Algo que, provavelmente, não vai me deixar em paz, não importa aonde eu vá.
*Olha pela janela novamente, mas é como se o que ele visse lá fosse irrelevante, apenas para distrair a mente.*
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Eu só quero ver você relaxar um pouco, cara. Vai ficar tudo bem, você vai ver.
*Olha para ele e põe a mão no volante com firmeza, dirigindo com uma tranquilidade irônica.*
Mr. Vodka ( Cachorro de Jae-Hyun)
*Mr. Vodka começa a se mover no banco de trás, claramente impaciente, provavelmente cansado de estar preso ali.*
Jae-Hyun
*Olha para o retrovisor.*
— Ele quer sair, você já percebeu?
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Ele não está mais acostumado com viagens longas, porra...
*Risos*
— Vai, faz ele dar uma pausa em algum lugar. Não podemos fazer ele ficar maluco também, né?
Jae-Hyun
*Levanta as mãos.*
— Tudo bem, tudo bem. Eu sou o responsável agora, certo?
*Ri, mas é um riso leve e sem energia.*
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Boa sorte, Jae.
*Sorri de canto, aumentando o volume da música para quebrar o silêncio.*
Eles param numa estrada lateral, uma espécie de posto de gasolina abandonado com uma pequena área para descanso. O sol começa a descer no horizonte, tingindo o céu de laranja e rosa. Jae-hyun desce do carro, se alonga, e então vai até o banco de trás para deixar Mr. Vodka sair.
Jae-Hyun
*Surpreende-se ao ver que o cachorro já estava ansioso, com os olhos fixos na porta do carro.*
— Calma aí, cara, vou te dar liberdade de uma vez por todas...
*Sorri enquanto abre a porta e vê Mr. Vodka correr para a grama.*
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
*Olha pela janela do carro, agora se sentindo mais relaxada enquanto observa a cena de Jae-hyun e o cachorro na grama. Ela puxa o celular e começa a rolar as redes sociais enquanto o tempo passa lentamente.*
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
*Olha para Jae-hyun enquanto ele observa o cachorro.*
— Relaxa. A gente vai chegar lá em breve. O que você vai fazer quando chegar?
Jae-Hyun
*Olha para o horizonte, ainda com uma expressão pensativa.*
— Não sei. Sério. Acho que não tem como planejar isso... Sei lá
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Bem-vindo ao rolê da vida, irmão. Tudo o que você pode fazer é ir indo.
*Ela falou com um sorriso, jogando o celular no banco do lado.*
Jae-hyun se sente meio perdido. Ele observa Mr. Vodka, a única constante em sua vida, e sente uma pontada de tristeza misturada com alívio. Nunca soubera o que o futuro reservava para ele, mas, por agora, o presente era o que mais importava. Estava fora de sua zona de conforto, e, talvez, isso fosse exatamente o que ele precisava.
Jae-Hyun
*Murmura para si mesmo.*
— Eu só espero que essa merda faça sentido algum dia...
Eles retornam ao carro, e ambos continuam viagem, já sem muitas palavras. A estrada parece infinita, mas ao mesmo tempo, a viagem parece estar apenas começando. Ele não sabe o que vai encontrar, mas talvez, no fundo, essa seja a única parte boa: o mistério.
O caminho segue sem pressa, com as últimas luzes do dia desaparecendo à medida que eles entram na escuridão. Jae-hyun fecha os olhos por um momento, ouvindo o ronco do motor e o som distante das músicas tocando no carro, e, pela primeira vez em muito tempo, ele começa a se sentir um pouco mais em paz...
O motor do carro já vinha emitindo sons suspeitos há quilômetros, mas ninguém dizia nada. Jae-hyun estava encostado no banco, com a cabeça para trás e os olhos semicerrados, enquanto Naquila cantava junto com a música no rádio, totalmente alheia ao desastre que estava prestes a acontecer.
Jae-Hyun
*Abre um olho e olha para o painel do carro.*
— Você acha que esse barulho tá... normal? Ou a gente vai morrer aqui no meio da estrada?
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Normalíssimo. Esse é o som clássico de “vou quebrar, mas vou te deixar chegar no próximo posto”. Fica tranquilo.
*Bate de leve no volante, tentando parecer confiante.*
Jae-Hyun
*Levanta uma sobrancelha, desconfiado.*
— Naquila, eu já vi muito filme de terror pra saber que isso é exatamente o que alguém diz antes de o carro explodir ou sermos assassinados por um maluco com uma motosserra.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Para de ser dramático, Jae. Isso aqui é vida real, não é filme.
Como se o universo estivesse ouvindo, o carro começa a tossir, engasgar e, finalmente, solta um som seco antes de apagar completamente. Naquila, ainda segurando o volante, fica em silêncio por um segundo antes de soltar um longo suspiro.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Bom... Parece que a praia vai ter que esperar.
*Larga o volante e olha para Jae-hyun com um sorriso sem graça.*
Jae-Hyun
*Olha para ela incrédulo.*
— Você tava tão confiante há dois segundos! Agora quer que eu acredite que isso é só um pequeno desvio no plano?
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— É exatamente isso que é. Pequeno...Desvio...Agora levanta essa bunda daí e vamos empurrar.
Jae-Hyun
*Cruza os braços, fingindo indignação.*
— Empurrar? Eu? Não fui eu que falei que o carro tava “normalíssimo”.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Ah, ótimo! Então fica aí sentado enquanto eu empurro sozinha. Vou filmar, postar e te humilhar publicamente. Agora anda logo, viado filho da puta!
Relutante, Jae-hyun desce do carro, seguido por Naquila. Mr. Vodka, no banco de trás, olha para os dois como se estivesse julgando suas escolhas de vida.
Jae-Hyun
— Olha isso, até o cachorro tá me olhando com desprezo.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Porque ele sabe que você é inútil....Agora empurra desse lado!
Eles começam a empurrar o carro, mas o terreno é inclinado e cheio de pedrinhas, dificultando o trabalho. Jae-hyun já está suando em poucos minutos.
Jae-Hyun
— Isso aqui não é um pequeno desvio, é um treino militar! Por que diabos esse carro pesa tanto?
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Talvez porque você tá empurrando igual a uma criança de cinco anos! Coloca força nisso, você é homem ou não é?!
O esforço conjunto dos dois faz o carro se mover lentamente, mas não sem reclamações. A cada cinco minutos, Jae-hyun para para respirar, enquanto Naquila o encara com impaciência.
Jae-Hyun
— Tá, chega. Vamos só largar esse carro aqui e virar moradores da estrada. Parece uma vida mais fácil...
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Ou a gente continua empurrando e para de ser preguiçoso.
Depois de mais alguns minutos de esforço, finalmente avistam luzes no horizonte. Uma pequena cidade aparece, com casas simples e algumas pessoas caminhando pelas ruas. Com uma última dose de energia, eles empurram o carro até um canto, estacionando-o com alívio.
*Caindo no chão, exausto.*
— Pronto. Conseguimos. Agora vamos pedir ajuda pra... sei lá, alguém dessa cidade horrorosa...
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Antes disso, vamos procurar um lugar pra comer. Tô morrendo de fome e você sabe que eu não consigo pensar de estômago vazio.
Jae-Hyun
*Olha para ela com sarcasmo.*
— Claro, prioridade número um, sua fome. Porque o carro quebrado e o fato de estarmos no meio do nada é só um detalhe, né?
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Exatamente. Agora levanta. E leva o Mr. Vodka, porque eu não vou carregar ele também.
Enquanto eles entram na pequena cidade, a atmosfera é estranhamente silenciosa, com poucas pessoas nas ruas. Jae-hyun não consegue evitar sentir um arrepio na espinha, mas Naquila, como sempre, parece indiferente, já buscando um lugar para comer.
Os dois finalmente avistam o único local iluminado na vila,um bar pequeno com uma placa envelhecida que pisca de forma irregular escrito " Lafome". Jae-hyun segura Mr. Vodka no colo enquanto Naquila olha para o lugar com curiosidade.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Bom, é isso ou morrer de fome e sede. Vamos lá.
Jae-Hyun
— E se for um daqueles bares de filme onde todos os locais te encaram como se você fosse um alien?
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Melhor ainda, a gente vira a novidade da noite. Anda, drama queen.
Eles entram no bar, e a cena é exatamente como Jae-hyun descreveu: algumas pessoas sentadas, uma música baixa tocando ao fundo e todos virando o rosto para olhar os recém-chegados. Mas o que chama atenção mesmo é a mulher atrás do balcão.
Desconhecida
— Eu já disse pra você sair daqui, velho maldito! Não vou te servir mais nada. Vai pra casa antes que eu te carregue pelos pés!
LaCroix, com seus cabelos loiros, braços incrivelmente definidos e uma camiseta justa que revela um físico atlético, está lidando com um cliente bêbado que aparentemente não sabe a hora de parar. Ela parece prestes a explodir de irritação.
O bêbado resmunga algo inaudível e LaCroix, com um suspiro impaciente, vira o olhar para a porta. Seus olhos pousam em Naquila, e o sorriso descarado que se forma em seus lábios é impossível de ignorar.
LaCroix
— Bom, o que temos aqui?
LaCroix apoia os cotovelos no balcão, inclinando-se ligeiramente para frente, os olhos fixos em Naquila com um brilho divertido.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Vocês têm comida? E cerveja?
LaCroix
— Temos tudo que você quiser, docinho.
Jae-hyun, que estava acomodando Mr. Vodka no chão, quase se engasga com o comentário. Ele olha de relance para Naquila, esperando uma reação, mas ela apenas pisca, confusa.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Docinho?
LaCroix
— É, você. Não recebe elogios com frequência? Aposto que não, considerando que tá acompanhada desse aí.
*Aponta com o queixo para Jae-hyun.*
Jae-Hyun
— Ei! Eu sou legal!Pergunta pro cachorro...
Naquila ri, mas seus olhos continuam presos nos de LaCroix. Pela primeira vez, algo estranho se mexe dentro dela, um tipo de curiosidade que ela não consegue identificar. Ela sente o rosto esquentar, mas disfarça, coçando a nuca.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Só quero a cerveja, tá bom? E alguma coisa pra comer.
LaCroix
— Claro. Mas pra você, eu faço algo especial. Não é todo dia que alguém tão linda aparece por aqui.
*Ela dá uma piscadela, que faz Naquila engasgar levemente.*
Enquanto LaCroix vai para os fundos buscar algo, Jae-hyun cutuca Naquila com o cotovelo, um sorriso debochado no rosto.
Jae-Hyun
— Interessante, hein? Tá toda vermelha.... Parece que alguém tá roubando sua heterossexualidade.
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
*Olha para ele com um misto de confusão e nervosismo.*
— Cala a boca, Jae. Ela só tá sendo simpática.
Jae-Hyun
— Simpática? Naquila, ela tá flertando com você como se fosse uma competição olímpica, da pra sentir o cheiro do couro vindo dela ...
Antes que Naquila possa responder, LaCroix volta com uma bandeja. Ela coloca dois copos de cerveja na frente deles e um prato com algo que parece ser uma torta salgada. LaCroix faz questão de servir Naquila primeiro, com um sorriso que faz Jae-hyun soltar um suspiro teatral.
LaCroix
— Espero que goste. Fiz com minhas próprias mãos. E se precisar de algo mais... qualquer coisa... é só me chamar.
Naquila apenas murmura um “obrigada” enquanto se concentra na comida, tentando ignorar o olhar persistente de LaCroix. Jae-hyun, por outro lado, está se divertindo muito com a situação.
Jae-Hyun
— Isso tá melhor do que qualquer novela que eu já vi...
Naquila ( Melhor amiga de Jae-Hyun )
— Come a droga da torta e fica quieto, Jae.
Enquanto eles comem, LaCroix continua lançando olhares discretos para Naquila, que tenta se manter focada no prato, embora uma pequena parte dela não consiga evitar se sentir... intrigada. Talvez, só talvez, Jae-hyun estivesse certo. Algo estava mexendo com ela, e isso era tão desconcertante quanto o carro quebrado na estrada.
Para mais, baixe o APP de MangaToon!
