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Demônio Privado

Um trabalho e um dia Qualquer

Parece que já são às 4 horas da madrugada após uma noite anterior cheio de farra, vícios e muita bebedeira. A Alex ainda dorme pelada sobre o chão frio da sala agarrada a um desconhecido a propósito, essa é a casa dela faz 3 meses que moro por aqui.parece que foi ontem que cheguei e resolvi ficar ter saído da Bahia pra vir para São Paulo não me pareceu uma boa escolha pelo menos não pra mim. A vida aqui é corrida agitada e da onde moro até onde trabalho tenho que pegar umas 3 conduções pra chegar a tempo no serviço. Porém hoje é final de semana o meu emprego só acontece de segunda a demais o meus meu cérebro parece que se acostumou a acordar nesse horário. Tem horas que penso que deveria ter nascido rica e herdeira.mais quem não tem tamanha vontade ter menos nunca foi problema o problema é a vida ser tão difícil e tão complicada que o esforço que fazemos só parece recompensador quando atingimos o objetivo que realmente temos. Detalhe é só vamos descobrir e se realmente é aquilo que queremos quando alcançarmos e experienciarmos o tal objetivo. Ainda vale ressaltar que as coisas mudam o tempo todo assim como eu. Mudo de um emprego a outro por sempre ser um pouco atrapalhada e importar-me demais com os outros enfim.esse é só o começo do ano foi uma virada e tanto em relação ao ano anterior.como sempre prometemos em todo início de ano. decretei a mim mesma que esse seria o ano da vitória. e não é isso que fazemos todo o fim de ano. promessas e promessas que vão ser cumpridas e outras que só serão postergadas por mais uns séculos.e não a nada de surreal nisso faz parte de quem somos.faz parte do nosso próprio eu ser assim prometer e só comprar boa parte das coisas.

No relógio já marcavam se 4:40 do dia seguinte o máximo que poderia sair era as 5:00 pra estar no trampo o mais cedo possível já que o meu horário de entrada é às 8:30 pra iniciar as 9:10 em ponto o atendimento. me levanto da cama e por mais incrível que pareça não temos suíte e tenho que infelizmente passar pela sala e ver a Alex de bumbum de fora e o cara nu ao lado dela olhando de relance e meio rápido até que ela não tem mal gosto. E parece que a noite anterior foi muito boa pra ela ainda bem que o quarto onde fico é forrado e estava bêbada sinal que não ouvi os gritos da destruição. Ela é bem escandalosa quando quer ser, não sei como os vizinhos desse prédio ainda não reclamaram e como o síndico ainda não veio aqui. Essa mulher tem fogo e não e pouco não, segundo ela diz que tenta viver ao máximo o que dá pra viver. E que o fogo dela é eterno e que ainda não encontrou um que o apagasse por completo, eu gostava demais dela mais as vezes a achava muito louca, louca , louca . Kkkk.

Passo por eles mais sem querer eu piso no pé de Alex que sutilmente abre os olhos e diz.

- Anne ? é você?

- Sim sou eu ! , volta a dormir vai tenho que me vestir e cuidar pra ir trabalhar.( Falo sussurrando com voz um pouco baixa)

- Mais já hoje é domingo !

- Não hoje não é domingo é segunda !

- Falta hoje vai, fica aqui comigo .

- Tá loka meu supervisor me põe de suspensão aí adeus emprego não posso pegar mais advertências Alex.

- Tá bom, Tá bom , Só fala mais baixo. Minha cabeça dói.

- Ok. Foi mal , vou seguir aqui é tomar um banho. chegar conversamos. pelo visto foi uma noite e tanto pra você hein.

- É mais ele num é lá essas coisas não ( Disse ela sussurrando) - não falei ela tem fogo demais kkkk.

Não me aguentei e ri bem baixinho ele se virou e abraçou ela e continuou a dormir parecia que ele tinha um sono bem passado.

Fui em direção ao banheiro e continuei a me banhar a água estava bem fria foi o jeito pelo visto o aquecedor estava bem danificado e Alex ainda não trouxera alguém que pudesse concertar mais sair fedendo a resseca e a festa não estava nos meus planos me tratei logo de tomar um banho caprichado e seguir para o metrô pois ainda enfrentaria as 3 conduções. com apenas 7 minutos de banho já estava pronta para me vestir e por o uniforme e seguir para o serviço. Como de costume as 5:00 já estava saindo de casa uma andada a pé até a estação de bikes de bike até o metro do metro até o aeroporto de congonhas do aeroporto de congonhas pego o ônibus aeroportuário da companhia ao qual trabalhava e sigo até o aeroporto de Guarulhos.1 hora e meia mais ou menos de ônibus até o destino final.ate que não gasto tanto pois o ônibus que pego é o próprio da empresa e é gratuito aos funcionários e passageiros que vão embarcar no aeroporto. confortável e silencioso.enquanto isso vou escutando uma música nos fones de ouvido olhando pela janela e vendo a vida passar diante dela, vendo como e difícil a vida por aqui para algumas pessoas. O frio que assola as pessoas com pouca condição se eu pudesse ajudar de alguma forma faria. Mais tá difícil até pra mim mesma que estou trabalhando, e mal consigo pagar minhas contas no fim do mês.

Já faziam 5 anos que trabalhava para companhia aérea e ainda. não me acostumei com os desafios diários que a gente enfrenta na aviação.Como combinado as 7:45 já estava se aproximando do aeroporto e as 8:00 já estava caminhando do ponto de acesso até o check in da companhia. no caminho me encontro com Helen minha amiga que entrou junto comigo na seleção da companhia.ela era muito divertida e sempre pra frente .

- Oi Anne, como vai amiga ? - disse ela.

- Oi Helen , tudo bem e com vc ?

-Aff tô um caco ontem a noitada foi muito boa mais a ressaca tá por cima, e pelo visto pra você também.

- Nem me fale.

- E a Alex passou o fim de ano com você?

- Sim , sim foi na casa dela mesmo.resolveu não ir pra casa dos pais dela nesse fim de ano.

- Nossa como ela tem sorte de trabalhar home office e por conta própria

- Ne? , liberdade de aproveitar o feriado universal enquanto nós estamos aqui pra atender e liberar esse voo no horário.

- Com certeza, hoje deve estar lotado temos umas 5 operações no nosso turno todas com 186 pessoas e lotadas até o talo.

- Aff, nem me fale hoje vai ser um dia e tanto Helen!

- Ó se vai !, e como vai !

O meu mundo é esse, uma agente aeroportuária. por mais que fosse cansativo trabalhar de segunda a sexta e cumprir uma carga horária de 6 horas tinha o benefício de estar em casa aos finais de semana. porém tinha gente que fazia 8 horas de trabalho direto de domingo a domingo numa escala 6x1 para 1 domingo por mês mais uma folga na semana. isso sim pra mim era bem cansativo mesmo que pagasse um bom salário. mais tem seus benefícios trabalhar na aviação a chance de conhecer o mundo inteiro e bastante real e meu sonho é um dia se tornar comissária de bordo quem sabe não consigo realizar,estou a evoluir e chegando lá. E isso aí um passo de cada vez em direção ao meu objetivo, como havia dito no começo espero que possa valer apenas cada decisão e escolha tomada até aqui.

_ Amiga vou ali no banheiro me trocar ( Disse Hellen)

- Pode ir lá tô seguindo pro Check-out (Sala de reunião dentro do aeroporto onde as operações e brifienfing acontece)

- Tudo bem então nos vemos lá. - complementou Helen

Ao chegar no Check-out a galera do serviço ainda estava se acomodando no recinto para começar o briefing ( Reunião de alinhamento antes do serviço começar, onde se destaca assuntos pertinentes à operação e serviço a ser executado no dia) o que era diário todo o santo dia ter. Nosso supervisor o Robson já estava prestes a chegar as vezes ele era chato mandava demais mais era compreensível pois dever dele responder tudo o que acontece na operação ao gerente de base o Matt e quer pos sua vez respondia ao regional ao Sr.Connor o responsável regional da região Sul do país cuidava de várias bases para companhia alto de olhos azuis e o melhor de tudo solteiro aparecia aqui na base uma vez por mês para saber o andamento da operações e se tudo ocorria nos conformes por onde ele passava chamava atenção e acabava arancando até uns suspiros da mulherada no local nisso não se podia negar ele era muito elegante e com um corpo bem definido, pra mim parecia um deus grego. em forma de patrão. mais a nossa realidade pra dele parecia um corredor bem distante ele era um homem muito centrado no serviço e ocupado.

Com pouco tempo Robson nosso supervisor avia acabado de chegar, delegou as posições em que cada um se sentaria hoje para atender e o que fariam por hoje. basicamente toda operação se baseia nas seguintes divisões, sei que parece chato essa parte mais juro que vocês vão amar conhecer cada parte e sentir a emoção de cada uma delas aqui. prometo que eu vou detalhar cada parte ok. pois bem basicamente a operação se divide em Check in , Pista, Fila , Desembarque e Documentação. dito isso Robson começou a dividir o turno daquela manhã hoje tínhamos 3 voos um atrás do outro e tudo lotado era início de alta temporada ( mês onde haviam férias e datas comemorativas o fluxo de clientes é maior e vôos costumam ter bastante overbooking) e tinha muita coisa pra acontecer. E divisão de tarefas de funções postas no quadro divididas por Robson ficou assim;

Anne - Check-in

Hellen -Chek-in e Loja atendimento

David - Orange Cap. (Documentação e Balanceamento de bagagens

Rick- Desembarque e Check-in

Mateus - Check-in

Paulo- LL ( Abertura e processos e danificação de Bagagens ) Conhecido setor como Lima-Lima. Onde boas partes dos problemas e reclamações dos clientes Premium e padrões acontecem.

Lucas- Check-in

Fabricio- Check-in

Calisto- Check-in

Após toda a divisão feita no quadro com pincel, Robson complementou.

- Bem gente esta aí, esse é nosso job de hoje é vamos tirar esses voos no horário, não se esqueçam de verificar as bagagens alinhar. com os clientes o destino, para não haver trocas de mala nossa meta está bem a cima de danificações (dpr) e de faltas (Hl). já estamos bem em cima do horário vamos lá. bom trabalho a todos e ótimo atendimento a todos.

e assim seguimos para mais um dia de operação e mal sabia eu que muita coisa estava para acontecer e mudar minha vida naquele dia por completo. assim iniciei meu atendimento.como de costume todos os dias alguns atendimentos são bastante repetitivos hoje fiquei no atendimento dos clientes Premium. Clientes selectos e frequentes que embarcam com a companhias todos os dias. E as horas iriam se passando de num piscar de olhos já era 12:30 era meu horário de intervalo e hora de almoçar como haviam várias lojas no aeroporto sempre comia em locais acessíveis e de comida boa. Esperava por Helen e mais alguns colegas para fazer companhia enquanto outros assumiam o nosso lugar para o tempo de intervalo e descanso.pode não parecer mais olhar pra tela de um computador e ficar boa parte do tempo sentada era muito cansativo mentalmente e visualmente e fisicamente tambem. Mais aquele dia em especial ainda teria muita coisa para acontecer mal sabia eu que meu destino ainda mudaria por completo naquele exato dia em especial. E que minha vida não seria a mesma desde de então.

-

O passageiro Vip misterioso

O relógio marcava exatamente " 13h12 da tarde quando eu e Helen finalmente conseguimos se sentar na praça de alimentação do aeroporto. Entre uma garfada e outra de arroz com frango grelhado e salada murcha, nos duas conversávamos sobre amenidades, rindo discretamente para aliviar o estresse daquela manhã de voos lotados e passageiros impacientes.e de agitação diária que se encontrava aquele aeroporto em alta temporada;

— Você viu aquele senhor que quase surtou por causa da mala que não fechava direito? — comentou Helen, balançando a cabeça.

— Vi sim, e fui eu quem atendeu ele! A mala dele parecia um armário inteiro dentro de um zíper. Quase tive que sentar em cima pra fechar — respondi eu, rindo.

Quando já estávamos quase terminando a refeição, o rádio no meu bolso chiou.

— Atenção, Anne, por favor, dirija-se ao balcão 7. Temos um passageiro da classe executiva que solicitou atendimento imediato. — era a voz de Robson, o supervisor.

— Ah não... justo agora? — ela olhou para Helen, que deu de ombros.

— Vai lá, amiga. Boa sorte com o VIP.

então não tinha o que fazer, me levantei e segui a passos firmes pelo corredor até o balcão 7, tentando me recompor mentalmente. Ao chegar, vi um homem de postura elegante, com terno escuro bem alinhado, um relógio caro e uma mala de mão de couro olhos azuis e cabelos castanhos e sedosos, pele clara como a neve bem musculoso parecia que praticava esporte pois seu corpo parecia bem definido e alinhado ao terno ao qual estava usando. Ele olhava o celular enquanto esperava, mas assim que eu me aproximei , ele ergueu o olhar e me encarou diretamente como se soubesse que o observava atentamente naquele milésimo de fração de segundos.

Havia algo naquele olhar que me desconcertou. Os olhos eram de um azul profundo, quase hipnotizante, e a forma como ele se expressava era calma, mas firme. Como de alguém que estivesse sempre no controle da situação.logo arrumei um jeito de disfarçar e continuar o bom atendimento já que Robson havia me pedido para ser cortês e gentil mesmo que o tal vip tenha me tirado do pouco tempo de descanso ao qual me encontrava. Estava ali para atender seu pedido e prestar um bom atendimento ao mesmo;

— Boa tarde, senhor. Me chamo Anne, serei responsável pelo seu atendimento. Como posso ajudar? — perguntei eu, mantendo a postura profissional.

— Boa tarde, Anne. Preciso de uma alteração no meu destino final. Era para Paris, mas surgiu um contratempo. Agora preciso ir para Lisboa com urgência. Há alguma possibilidade? — ele disse, com um sotaque estrangeiro difícil de identificar.

Anne digitou rápido no sistema, tentando encontrar opções.mais pela alta demanda estava bem complicado até que uma luz no fim do túnel surgiu e então....

— Senhor, conseguimos remanejá-lo num voo com escala em Madrid, com conexão direta para Lisboa. Posso confirmar?

— Perfeito. Obrigado pela eficiência — respondeu ele, sorrindo brevemente.

Enquanto eu finalizava o atendimento, não conseguia parar de pensar na presença daquele homem. Algo nele me deixava curiosa, como se ele carregasse um segredo, um enigma, um mistério .Ao terminar, ele me estendeu o cartão de embarque e, ao pegar de volta o passaporte, de suas mãos eu notei o nome: Sr.Salvator Dalí

— Senhor Dalí, aqui está seu novo cartão de embarque. Boa viagem.

— Obrigado, Anne. Tenho a sensação de que nos veremos novamente — disse ele, antes de desaparecer entre os passageiros.

Aquilo ficou em minha mente ele se.virou lentamente deu um breve sorriso como quem se confirma-se que isso realmente poderia acontecer.Eu fiquei parada por alguns segundos, como se o tempo tivesse desacelerado. Aquela simples interação não parecia ter sido só mais um atendimento... havia algo além.

Mal sabia Eu que aquele homem carregava uma ligação com algo maior — algo que envolvia sua própria história, escolhas do passado e uma oportunidade de mudar meu futuro. E aquele voo, aquele simples pedido de alteração de destino, seria o ponto de partida de uma reviravolta que nem os meus sonhos mais ousados teriam previsto. Ainda segurava o cartão de embarque dele na mão quando o Sr. Salvator Dalí se afastou. Sim, esse era mesmo o nome dele. Um nome estranho, meio antigo, meio saído de um livro. E eu? Fiquei parada, olhando pro nada por uns segundos, como se tivesse levado um choque suave. O perfume dele ainda estava no ar — amadeirado, leve, elegante. Diferente de tudo que eu já tinha sentido.

Já atendi tanta gente nesses anos todos, mas aquele homem... não sei explicar. Me deixou com a sensação de que alguma coisa tinha mudado. Meu coração acelerou, minha mão suou, um arrepio me atravessou de cima a baixo. E não era só atração, não. Era como se ele tivesse vindo de outro tempo. Ou como se soubesse de algo que eu ainda não sei sobre mim mesma.

Quando a Helen voltou do almoço, me pegou ali, parada, com cara de quem viu um fantasma.

— E aí, tá viva? Te chamaram aqui e você saiu não muito satisfeita e agora tá aí com essa cara ! — ela disse, dando uma mordida no salgado dela.

Olhei pra ela ainda meio aérea.

— Helen, acabei de atender um passageiro muito esquisito... no bom sentido. O nome dele é Salvator Dalí.

— Tipo o artista?

— Igualzinho. Mas não é só o nome. O jeito... o olhar dele. Me deu um arrepio, como se o tempo tivesse parado por um segundo. Foi surreal.Ele era..., não ele era não, ele é muito muito gostoso.Meu Deus que Homem Helen que Homem - indaquei eu.

— Você tá bem? Isso é ressaca do dia anterior com café ruim, certeza.

Ri, mas aquela sensação ainda grudava em mim.

— Tô falando sério. Não sei o que foi, mas senti como se ele soubesse de mim, entende? De coisas que nem eu sei ainda.aquele olhar azul avassalador me pegou de jeito amiga.

Antes que a gente pudesse continuar o papo, o rádio da companhia chia alto no cinto.

— Atenção equipe: reforço solicitado na área de segurança, setor internacional precisamos de agentes e pessoas da companhia pra acompanhar o caso . Ocorrência não identificada. Anne, Helen, portão 23 agora já !

Helen já levantou o crachá com aquele suspiro de quem sabe que o descanso acabou.

— Vambora. Lá vamos nós salvar o mundo de novo — ela brincou.

Fomos caminhando rápido pelos corredores. O clima tava esquisito. Segurança indo de um lado pro outro, passageiros olhando em volta. Quando chegamos no portão 23, já tinha uma pequena aglomeração e um passageiro visivelmente alterado. Dois agentes da aviação tentavam acalmar o homem, que insistia que sua mala tinha sido sabotada.

— Disse que tem documentos confidenciais e que foi alvo de alguém da equipe — cochichou um dos supervisores.

Respirei fundo, dei aquele passo à frente e me apresentei com calma.

— Senhor, meu nome é Anne. Eu posso te acompanhar até uma área reservada, onde a gente consegue rastrear a sua bagagem em tempo real e esclarecer tudo. Pode confiar em mim.

A princípio ele respirou fundo, olhou para mim.olhou para o relógio ele tinha acabado de desembarcar e iria fazer outra conexão. Pensou então concordou e decidiu ir até a sala reservada para esse tipo de situação.Levei o homem até a sala reservada com a respiração meio presa. Eu já tinha lidado com passageiro exaltado antes, mas algo nesse senhor me deixava em alerta. Ele falava rápido, os olhos inquietos, repetindo que estava sendo seguido, que sua mala tinha “informações sensíveis” e que aquilo não era uma simples confusão de bagagem.

— Senhor, por favor, me diga seu nome completo novamente e o número da etiqueta da sua mala — pedi com a voz o mais calma possível.

Ele se chamava Sr. Renato França, segundo a reserva. Digitei as informações no sistema e, ao mesmo tempo, sinalizei pelo interfone para que o pessoal da triagem de bagagens revisasse o setor de extraviados com urgência. O homem suava frio e olhava por sobre o ombro como se alguém pudesse invadir a sala a qualquer momento.

— Eu vou resolver isso, senhor Renato. Pode confiar. Seu voo para Santiago já está sendo remarcado para o primeiro horário da manhã. Vou garantir que o senhor tenha uma noite tranquila até lá.

— E minha mala? — ele insistiu, a voz agora um pouco mais baixa, mas ainda carregada de tensão.

— Assim que encontrarmos, vamos chamar o senhor imediatamente. Posso acompanhá-lo até um hotel conveniado da companhia, fica dentro do aeroporto mesmo. Não precisa se preocupar com custos. Está tudo sob responsabilidade da empresa.

Ele me olhou com uma mistura de exaustão e alívio.

— Tudo bem... Mas se alguém mexer naquela mala... — ele começou a dizer, mas parou no meio da frase. E aí, como num passe de mágica, a mudança veio.

— Você é nova aqui?

— Trabalho aqui há cinco anos.

— Hm. Interessante — ele murmurou, como se tivesse acabado de descobrir algo que só ele sabia.

Confesso que fiquei meio desconcertada. Senti um arrepio estranho, a mesma sensação que tive mais cedo com o tal Sr. Salvator Dalí. E por um momento me peguei me perguntando: será que essa confusão era só uma coincidência?

Organizei rapidamente o voucher do hotel e entreguei os dados de contato. Quando fui acompanhá-lo até a saída da sala, reparei que ele estava um pouco mais calmo. Ainda desconfiado, mas mais centrado.

— Obrigado por me ouvir — ele disse antes de sair —. A maioria só me manda esperar. Mas você... você escuta com os olhos.

Fiquei ali parada por uns segundos, pensando naquela frase. “Você escuta com os olhos”. O que aquilo queria dizer? Ou melhor: por que ele me disse isso?

Na mesma hora, a central me avisou pelo rádio: “Anne, mala encontrada. Revisada. Nenhum item irregular. Está sob custódia e aguardando instruções”.

Peguei o rádio e respondi:

— Perfeito. Avisem ao Sr. Renato assim que ele estiver instalado.

Voltei pro salão principal e dei de cara com a Helen me esperando com uma marmita na mão.

— Você tá branca, mulher. Que foi?

— Nada demais. Só mais um passageiro achando que é protagonista de filme de espionagem.

Ela riu, mas eu... Eu não conseguia rir. Ainda não. Tava exausta já o dia estava bastante repetitivos em algumas coisas não via a hora de chegar em casa e me deitar na cama ligar a TV e assistir um bom filme comer e dormir.O fim do expediente finalmente chegou. O relógio já marcava 15:12 quando bati o ponto. Peguei minhas coisas, coloquei os fones e fui caminhando pelos corredores enormes de Guarulhos com as pernas quase bambas. O aeroporto tava um pouco mais calmo do que de manhã, mas ainda assim cheio de gente indo e vindo, arrastando malas e histórias. O barulho de voos sendo chamados ecoava enquanto eu pegava o ônibus da empresa, que me levaria até Congonhas. Ainda restavam duas conduções depois disso.

No ônibus, o ar-condicionado estava forte, o banco era confortável, mas minha cabeça não desligava. O rosto do Sr. Salvator Dalí surgia nítido toda vez que eu fechava os olhos. Era como se ele tivesse deixado uma marca sem nem ter tocado em mim. Misterioso, discreto, mas com um olhar que parecia atravessar camadas... Como se tivesse lido algo em mim que nem eu sabia que existia.

Desci em Congonhas e fui direto pra estação de bikes. Peguei uma e segui pedalando até o metrô, onde entrei espremida entre mochilas, cansaços e silêncios. A cidade pulsava, o céu já começava a se tingir de tons alaranjados. Lá fora, gente vendendo fruta no copo, pedintes nas calçadas, e dentro de mim um misto de cansaço, curiosidade e algo mais difícil de descrever.

Cheguei perto das 17h30. Subi os dois lances de escada do prédio, a mochila pesando nas costas e o corpo pedindo banho e cama. Mas assim que abri a porta...

— Ai... ai... porra... mais forte, vai... ai... issooo...Me come seu filho da PUTA ..!!! Me fode gostoso, mais ele é grosso da porra. Delicia!....... ( Ela gemia exaltadamente)

Parada na entrada, tudo que vi foi a Alex, pelada de novo, dessa vez em cima de um cara diferente, gemendo alto como se o prédio fosse dela — o que, tecnicamente, era.

— CARALHO, ALEX! — gritei sem nem pensar.

Ela pulou de cima do cara como um gato assustado, tropeçando no sofá, tentando pegar um lençol jogado no chão. E que membro grande e groso era aquele meu Deus como ela aquenta isso tudo.parecia que ela tava de divertindo até demais não deixei de botar por um segundo.

— ANNE?! Já chegou, mulher?! — ela falou com os olhos arregalados, o rosto vermelho de vergonha.

— Cheguei, né! Tô viva, graças a Deus, mas quase tive um infarto aqui na porta!

O cara, um moreno tatuado, se levantou rápido, vestiu a calça jeans sem cueca e saiu dizendo um “falamos depois” bem sem graça. A porta bateu. E ficou só eu e a Alex na sala, ela se enrolando no lençol, rindo e meio sem graça.

— Desculpa, véi... não achei que ia chegar tão cedo. O cara tava aqui e aí... você sabe, o fogo…

— Eu sei. Teu fogo eterno. Já ouvi esse discurso antes.

Caí no sofá, tirei os tênis e respirei fundo.

— Mas me conta... e o trabalho hoje? Tá com uma cara meio aérea...

— Aérea é pouco — falei, ainda meio longe —. Hoje aconteceu uma parada estranha.

Ela me olhou com mais atenção, os olhos ainda meio desfocados da transa.

— Estranha tipo quê? Cliente surtando?

— Teve isso também. Mas... teve um cara.

— Ahhh, agora entendi esse olhar aí! Teve boy magia no aeroporto!

— Alex, não foi só “boy”. Foi um homem. Diferente. Refinado. Misterioso. O nome dele... acredita? Salvator Dalí.

— Pera, tipo o pintor surrealista?

— Mesmo nome. Mas esse... era real. De carne, osso e um perfume que eu tô sentindo até agora.

— E o que ele fez?

— Nada demais. Só... apareceu. Pediu uma alteração de voo. Foi educado, sereno. Mas o jeito como ele falava comigo... sei lá, mexeu comigo de um jeito estranho. Fiquei curiosa. Como se ele tivesse... me lido. Como se visse além da Anne agente aeroportuária.

Alex arregalou os olhos e puxou o lençol mais pra perto, como se fosse um cobertor de revelações.

— Véi... cê tá apaixonada!

— Não. Não é isso. É outra coisa. Não sei explicar. É como se o ar tivesse mudado quando ele apareceu. Juro. Tudo ficou mais leve. Silencioso. Mesmo com a loucura do aeroporto.

Ela sorriu, mordeu o lábio e disse:

— Isso aí, minha amiga... é o prenúncio de encrenca boa. E eu adoro.

— Só espero que eu veja ele de novo. Preciso saber mais. Descobrir quem ele é. Que história é essa por trás daquele olhar.

— E quando descobrir, me conta. Porque agora eu quero saber também quem é esse Salvador que mexe com o coração da minha baiana favorita.

Eu também quero saber , mais por hora meu corpo pede descanso e tudo o que fiz foi tomar um ótimo banho e descansar ligar a TV e dormir como havia prometido a mim mesma. Mais aquele dia concerteza iria me acompanhar até em meus sonhos. Que dia mais louco u tive em tudo isso.

Desejo Noturno

O silêncio da noite me envolvia como um véu fino. A cidade lá fora ainda respirava, viva, acesa, mas aqui dentro, no meu quarto, era como se o tempo tivesse parado. Estava deitada, com a pele ainda quente do banho e o corpo exausto do dia. Mas o cansaço não era suficiente pra apagar o que estava aceso dentro de mim.O rosto dele surgia cada vez mais nítido. Sr. Salvator Dalí. A voz firme, o olhar carregado de algo que eu não conseguia decifrar, mas que me atravessava como um raio silencioso. O toque suave dos nossos dedos quando ele assinou o documento. A forma como me agradeceu... havia um peso ali, uma intensidade que ficou marcada na minha pele.A mão deslizou pelo meu corpo, não com timidez, mas com desejo. Meus dedos tocaram meus seios, os mamilos endurecidos sob o tecido da camiseta podia sentir ao passar os dedos por cima. Um arrepio percorreu minha espinha, e minha outra mão buscou o calor entre minhas pernas. Já estava molhada, tão molhada quanto se ele tivesse me beijado ali minutos antes.Fechei os olhos e deixei a fantasia tomar conta. Era ele que subia por cima de mim, que abria minha perna com o joelho firme, que me encarava antes de me devorar com a boca. E eu me entregava. Em cada lambida imaginada, minha respiração se tornava mais ofegante. Minhas coxas se contraíam, buscando mais.A palma da minha mão esfregava meu clitóris com força crescente, enquanto dois dedos escorregavam para dentro, quentes e úmidos. Gemei alto, sem pensar. Sem me importar. Me imaginei arqueando o corpo sob ele, sentindo seu quadril contra o meu, entrando fundo, preenchendo como se fosse feito pra mim.

A fricção era urgente, desesperada. Me sentia possuída, e meu corpo respondia como nunca antes. O ventre se contraía, o prazer subia como uma onda prestes a explodir. E quando veio... foi como um terremoto silencioso. Um grito contido, o corpo tremendo inteiro, os músculos tensos. O gozo me invadiu com violência, e por um segundo, quase acreditei que ele estava ali, me assistindo, me tocando, me tomando.Deitada, ofegante, com as pernas ainda abertas, senti lágrimas pequenas escorrerem no canto do olho. Não eram de tristeza, eram confusas. Uma mistura de prazer e espanto. Nunca tinha sentido algo assim. Nunca por alguém que eu mal conhecia.

Olhei pro teto, o coração desacelerando devagar.

— Quem é você, Dalí...?

E o pior: por que sinto que ainda vou descobrir?, não sei o que ele fez comigo mais ele despertou algo em mim que não conseguia compreender será que e só isso o que me espera.fiquei apreensiva pensando no que viria a descobrir. Isso e apenas uma noite qualquer. Breve agarrei no sono e assim com a TV ligada dormi e cai num sono profundamente aguardando para que o dia amanhecese e chegasse logo depois daquele momento meu corpo pode finalmente relaxar e descansar em paz. já que o desejo Noturno tinha se findando por um breve momento.

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