•°"Amargo e Doce"°•
-O Doce Problema- -Cap:01-
Caio observava o relógio no canto da sala de aula. Cada segundo parecia se arrastar enquanto ele tentava manter os olhos no professor. Mas era impossível. Duas fileiras à frente, Lucas ria de algo que um amigo dizia. O riso dele parecia ecoar na mente de Caio como uma trilha sonora constante.
Ele suspirou, encostando o queixo na mão.
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Por que logo ele? Por que o garoto mais doce do mundo tinha que ser filho de confeiteiros?
Ana: "Você tá encarando de novo, né?"
Caio quase caiu da cadeira ao sentir o bilhete de Ana ser jogado em sua mesa. Ele olhou para ela, que estava no canto da sala, e revirou os olhos antes de escrever de volta:
Caio: "Não tô, para de inventar."
Ana: "Tá, sim. Você tá babando igual quem acabou de ver um bolo de chocolate."
Caio: "Péssima analogia, Ana. Você sabe que eu odeio chocolate."
Ana segurou a risada, devolvendo o bilhete com mais uma provocação.
Ana: "E mesmo assim, tá apaixonado por alguém que praticamente vive de açúcar."
Caio amarrotou o papel e jogou na mochila, fingindo prestar atenção na aula.
O sinal finalmente tocou, e Caio fez o possível para sair rápido da sala. Não queria correr o risco de Lucas notar qualquer coisa estranha. Mas, como sempre, o universo tinha outros planos.
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Caio! Espera aí!
*Lucas chamou, correndo até ele*
O coração de Caio disparou.
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💭Por que ele tem que ser tão simpático? Por que ele tem que sorrir tanto?!
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Ei, meus pais estão organizando uma degustação de novos doces na confeitaria amanhã. Você tá livre pra passar lá?
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Degustação. Doces. Amanhã.
Caio travou. Não queria parecer mal-educado, mas a ideia de passar uma tarde cercado por bolos, tortas e biscoitos o fazia querer sumir no chão.
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Ah… Eu… Bom, eu…
*Ele gaguejava, tentando desesperadamente inventar uma desculpa*
Lucas ergueu uma sobrancelha, claramente esperando uma resposta.
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Tá tudo bem?
*Lucas perguntou, inclinando levemente a cabeça*
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Sim! Sim, claro.
*Caio respondeu rápido demais*
Eu só… Não sou muito fã de doces.
Lucas piscou, surpreso. Então, para alívio de Caio, ele sorriu.
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Sério? Que diferente. Mas tudo bem, não precisa experimentar nada. Só aparece pra gente conversar, vai ser legal.
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Ah… Tá bom, então.
*Caio murmurou, já se arrependendo*
Lucas acenou animado antes de se despedir. Caio ficou parado no corredor, tentando processar o que acabara de acontecer.
Ana apareceu do nada, apoiando o cotovelo no ombro dele.
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Então, como foi?
*ela perguntou, com um sorriso malicioso*
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Ele me chamou pra ir na confeitaria amanhã.
🐰▪︎𝔸𝕟𝕒▪︎🐰
E você aceitou?!
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Eu não consegui dizer não!
Ana riu, dando um tapinha nas costas dele.
🐰▪︎𝔸𝕟𝕒▪︎🐰
Relaxa, Caio. Talvez seja a sua chance de mostrar que você gosta dele, mesmo odiando o mundo açucarado dele.
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*Caio revirou os olhos*
Fácil pra você falar, Ana. Você não vai ser torturado por uma sala cheia de doces amanhã.
E assim, com o estômago revirado (por nervosismo, não por açúcar), Caio se preparava para enfrentar o desafio mais difícil da sua vida: conquistar Lucas sem ser vencido por bolos e tortas pelo caminho.
-Entre Bolos e Borboletas no Estômago- -Cap:02-
O sino da confeitaria tocou quando Caio abriu a porta, hesitando antes de entrar. O ar estava saturado com o cheiro de baunilha e chocolate, quase doce demais para ele. As vitrines brilhavam com tortas impecáveis e bolos decorados como se fossem obras de arte.
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Caio!
*Lucas acenou de trás do balcão, o sorriso brilhando mais que qualquer cobertura de açúcar*
Caio engoliu em seco, tentando não parecer um completo idiota enquanto acenava de volta.
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💭Respira, Caio. É só um lugar cheio de doces. E do Lucas...
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Que bom que você veio!
*Lucas saiu de trás do balcão, andando até ele com um avental sujo de farinha*
Meus pais estão super animados.
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Ah, sério?
*Caio murmurou, torcendo para que os pais de Lucas não esperassem que ele provasse alguma coisa*
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Sim! Eles adoram quando eu trago amigos pra cá. Só um aviso… minha mãe é um pouquinho intensa
*Lucas riu, pegando a mão de Caio e puxando-o para mais perto das vitrines*
O toque foi rápido, mas suficiente para o coração de Caio disparar.
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💭Ele nem percebeu que me tocou... ou percebeu?
A mãe de Lucas apareceu com a energia de um furacão coberto de confeitos.
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Ah, então você é o Caio!
*Ela disse, analisando-o como se fosse um cliente especial.*
Lucas fala muito de você.
Caio sentiu as orelhas esquentarem. Lucas tossiu, parecendo desconfortável.
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Mãe, exagero.
*Ele revirou os olhos, claramente tentando evitar que a situação piorasse*
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Exagero nada!
*Ela riu, voltando a atenção para Caio*
Bem, espero que você goste de doces, porque temos muita coisa nova pra testar hoje!
Caio travou, mas antes que pudesse inventar alguma desculpa, Lucas interveio.
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Mãe, o Caio não é muito fã de doces. Ele só veio pra me fazer companhia.
A expressão da mulher mudou de surpresa para um sorriso caloroso.
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Ah, isso é diferente!
*Ela piscou para Lucas*
Bom, qualquer amigo do meu filho é mais do que bem-vindo aqui, goste de doces ou não.
Caio suspirou, aliviado, mas logo percebeu Lucas encarando-o com um pequeno sorriso.
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Você ficou nervoso agora, né?
*Lucas perguntou baixinho*
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Talvez.
*Caio respondeu, desviando o olhar*
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Relaxa. Você vai sobreviver. Prometo que não vou te obrigar a comer nada.
*Lucas deu uma risadinha, tocando de leve o ombro de Caio*
Enquanto os clientes chegavam e os pais de Lucas atendiam o balcão, os dois se sentaram a uma das mesas nos fundos.
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Então… Você realmente não gosta de nada doce?
*Lucas perguntou, curioso*
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Não muito.
*Caio respondeu*
Mas… isso não significa que eu não possa apreciar o trabalho. Tudo aqui parece incrível.
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Meu pai vai adorar ouvir isso.
*Lucas sorriu, descansando o queixo na mão*
Mas, sabe… Não é estranho pra mim. Quero dizer, você é diferente. Isso é legal.
Caio sentiu o rosto esquentar de novo.
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💭Diferente é bom? Espero que sim.
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Diferente como?
*ele perguntou, tentando manter a voz estável*
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Não sei. Você é mais… honesto. Não tenta agradar todo mundo o tempo todo. Isso é raro.
Caio não sabia como responder. Tudo o que conseguia pensar era em como Lucas parecia tão confortável, tão natural.
Antes que o silêncio ficasse constrangedor, Lucas mudou de assunto, puxando Caio para a cozinha para mostrar os bastidores da confeitaria. Entre risadas e histórias sobre bolos desastrosos que nunca chegaram ao balcão, Caio percebeu que estar ali com Lucas era menos assustador do que ele imaginava.
Talvez o problema não fossem os doces. Talvez o problema fosse o quanto ele queria que Lucas o visse como algo mais.
E, pela primeira vez, talvez isso não fosse impossível.
-Uma Pitada de Confusão- -Cap:03-
A tarde na confeitaria continuava em um ritmo calmo, mas dentro da cabeça de Caio, tudo era um turbilhão. Ele seguia Lucas pela cozinha, ouvindo as histórias animadas sobre receitas e ideias para novos sabores. O som da voz de Lucas era mais doce do que qualquer coisa naquelas vitrines.
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E foi assim que descobrimos que açúcar e sal não são a mesma coisa.
*Lucas concluiu uma história, rindo*
Caio tentou acompanhar, mas estava distraído demais. Ele só conseguia pensar em como o sorriso de Lucas parecia iluminar qualquer lugar, até aquela cozinha cheia de formas de bolo e sacos de confeitos.
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Tá prestando atenção?
*Lucas perguntou, inclinando a cabeça para o lado*
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Hã? Sim, claro!
*Caio respondeu rápido, corando imediatamente*
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Tá bom.
*Lucas estreitou os olhos, mas o sorriso continuou*
Você tá muito quieto hoje. Tá tudo bem?
Caio respirou fundo. Era agora ou nunca.
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Tá tudo bem… só… eu queria te dizer uma coisa.
Lucas parou de mexer na tigela de massa que segurava e se virou completamente para Caio.
Caio olhou para o chão, para a tigela, para qualquer lugar, menos para os olhos de Lucas.
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Eu… acho que você é incrível.
*Ele disse rápido, quase engolindo as palavras*
O silêncio que se seguiu foi tão pesado que Caio quase quis desaparecer ali mesmo, no meio das formas de bolo. Mas então Lucas riu. Não uma risada de deboche, mas algo suave e confortável.
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Você tá nervoso por isso?
*Lucas perguntou, sorrindo*
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Claro que tô!
*Caio respondeu, levantando os olhos*
Eu não sou bom com essas coisas, e você… você é tão natural com tudo…
Lucas deu um passo mais perto.
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Não precisa ficar nervoso. Eu também acho você incrível, Caio.
O mundo parou. Ou, pelo menos, foi o que pareceu para Caio.
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Sério? *Ele perguntou, incrédulo*
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Sério.
*Lucas respondeu, com aquele sorriso que fazia tudo ao redor parecer menos importante*
Por alguns segundos, os dois ficaram ali, em silêncio, se encarando. O som distante de clientes conversando na loja era como um fundo quase inexistente.
Então, antes que Caio pudesse dizer qualquer outra coisa, a mãe de Lucas entrou na cozinha com um bolo nas mãos.
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Lucas, querido, precisamos de ajuda com… Oh! Não queria atrapalhar.
*Ela parou ao notar os dois*
Lucas riu, pegando o bolo das mãos dela rapidamente.
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Não tá atrapalhando, mãe. Eu já vou ajudar.
Ela sorriu, mas deu uma última olhada para os dois antes de sair, claramente intrigada.
Lucas colocou o bolo na bancada e virou-se para Caio novamente.
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Melhor a gente voltar antes que minha mãe comece a fazer perguntas.
Caio concordou com um sorriso tímido, mas por dentro, ele sabia que aquele era o início de algo doce,e desta vez, ele não estava falando de bolos.
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