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A Lua dos Trigêmeos Alfas

Capítulo 1

— Você é uma... não digo porque te amo demais para dizer — diz minha amiga Gissel, irritada.

— Ei, me entenda um pouco, isso é um segredo, eu não podia te contar.

— Tudo bem, eu te entendo, mas isso não tira o fato de eu me sentir mal.

Gissel descobriu que sou uma loba, por isso está zangada, diz que não tenho confiança suficiente para contar algo assim, e admito que foi errado, já que ela é minha única amiga desde que cheguei ao mundo humano, e sempre contamos tudo uma para a outra, mas admito que tinha medo que ela não aceitasse essa parte de mim, embora também tenha sido uma bobagem da minha parte, já que Gissel é fã de lobisomens e também é fã das minhas habilidades de loba, embora, claro, ela pensasse que eu possuía essas habilidades porque era uma garota especial, então também entendo que meu medo era desnecessário.

— Bom, isso não importa mais, mas me diga: os lobisomens não viviam em matilhas? — e lá vai ela, querendo saciar sua curiosidade.

— Fomos expulsos da nossa matilha — digo, minimizando a importância.

— O quê? Por quê?

— Porque os malditos Alfas daquela matilha são uns idiotas inconscientes — digo, não consigo controlar minha raiva toda vez que me lembro daqueles lobos desgraçados.

— Ah, então os trigêmeos que você odeia são seus alfas.

— Esses idiotas não são meus alfas, se eu pudesse mataria os três, mas infelizmente são alfas, é óbvio que um soco meu é como cócegas para eles.

— Calma, amiga, dá para ver que você tem muito potencial — eu a olho confusa, não entendo o que ela quer dizer com isso. — Sério que você não percebeu?

— Do quê? — pergunto, ainda mais confusa.

— Hmm, desde ontem à noite, notei que quando você fica brava, seus olhos ficam da mesma cor do seu cabelo. Como você acha que descobri que você não era humana?

Eu a olho ainda confusa, a verdade é que meus olhos nunca mudaram, nem mesmo quando me transformo na minha forma de loba.

~ Bem, Gissel tem razão, Emma ~ fala Liz, minha loba.

— E agora você, do que está falando? — pergunto a ela.

~ Bom, muito em breve saberemos ~ diz ela, indo para o fundo da minha mente.

— Você está me ouvindo? — fala Gissel, com os braços cruzados.

— Desculpa, do que você estava falando?

— Que ontem à noite, enquanto estávamos comemorando seu aniversário, vi que algo em você estava mudando.

— A que você se refere? Não vi nenhuma mudança.

— Talvez você não veja, porque nunca está tão atenta aos pequenos detalhes, Em, mas olhe no espelho, seus olhos ficaram de um verde mais intenso.

Eu me levanto da cama e caminho até o espelho, e começo a observar meus olhos e, de fato, meus olhos ficaram de um verde muito mais intenso do que antes. Como não percebi isso? Olho para meu cabelo, que também mudou, agora está muito mais vermelho do que antes, isso é estranho.

— E além disso, agora que você ficou brava, seus olhos mudaram para vermelho, não sei como, mas sério, estavam vermelhos.

— Isso é uma loucura.

~ Não, não é, eu também senti as mudanças ~ diz Liz.

— Não, não é uma loucura — confirmo a Gissel — acho que terei que falar com a mamãe e o papai sobre isso, pode ser que isso seja por causa das origens da minha mãe.

— Que você quer dizer?

— Mamãe vem de uma família de fadas, bruxas e criaturas mágicas — Gissel abre a boca atônita com o que acabei de dizer.

— É... sério? — pergunta e eu confirmo — Que poderes ela tem?

— Mamãe é Ninfa da natureza, pode controlar a vida nas florestas à vontade.

— Você é filha de uma Ninfa? — pergunta de novo, surpresa, e eu confirmo.

— Você pode dizer para sua mãe me adotar? — eu rio da sua ideia.

— Você já é uma filha para ela. E além disso, mesmo que ela te adote, você não terá nenhum dom — digo e ela faz um beicinho de dissolução.

— Bom, não importa, pelo menos tenho uma amiga com poderes, não?

— Bom, eu não despertei nenhum, mas pode ser que sim.

— Sua mãe ainda conserva seus poderes?

— Hmm, sim, mas faz tempo que não os usa. Desde que meu pai a reivindicou como sua companheira, minha mãe não pôde mais usar seus dons.

— Por quê?

— O alfa daquela época não permitiu, já que minha mãe tinha que renunciar às suas origens para poder ficar com meu pai, e embora meu pai não quisesse que ela renunciasse às suas origens por ele, ela não se importou, só se importava em ficar com meu pai.

— Então esse é o poder do vínculo de casal.

— Isso mesmo, o vínculo de casal faz com que você ame seu companheiro ou companheira tanto que não possa viver sem ele ou ela.

— E o que acontece se forem rejeitados?

— Em alguns casos você pode morrer e em outros pode sobreviver e talvez encontrar sua segunda oportunidade, embora tenham sido vistos poucos casos de rejeições, então são poucas as vezes que isso acontece.

— Ok, o que acontecerá se você encontrar seu par?

— O mais provável é que eu vá para a matilha onde ele vive.

— Ou seja, você vai me deixar.

— Não, quem sabe um lobo também chegue e te reivindique como sua — digo, fazendo com que seu rosto se ilumine.

"Emma! Querida, desça um momento, precisamos conversar com você", diz mamãe pela ligação mental.

"Já vou, mamãe."

— Vamos.

— Que, aonde?

— Mamãe está me chamando.

Capítulo 2

— Me chamavas, mãe? — perguntou quando chegou à sala com Gissel.

— Sim, querida, sente-se — faço o que me dizem, confusa — e você também, Gissel — minha amiga senta-se ao meu lado, tão confusa quanto eu.

— Querida, não sei por onde vamos começar, mas o que quero é que fiques tranquila, por favor — diz papá, assustando-me.

— Os trigêmeos alfas nos contataram — a mansão desses lobos faz meu sangue ferver. Como se atrevem? — Querem que nos reunamos com eles na alcateia.

— O quê? — levanto-me de repente — Não aceitaram, certo?

— Ainda não, querida, primeiro queríamos te contar e saber o que pensas.

— Penso que são uns descarados e que não penso em voltar a essa alcateia — digo, sentando-me de novo. Mamãe e papá se olham e entendo o que querem fazer.

— Filha, sabemos o quão ressentida estás com a alcateia Lua de Ouro e te entendemos, já que nós também estamos, mas acho que devemos ir — diz papá, tentando persuadir-me.

— Não quero ir, papá. Se quiserem, podem ir vocês dois, mas eu não. Não tenho nada para fazer lá e sei que só de ver os trigêmeos minha raiva vai aumentar e não quero cometer um erro.

— Querida, devias ir para ver se encontras o teu companheiro e assim ver se, estando com teu companheiro, podes mudar — diz mamãe, deixando-me pensativa.

Normalmente, os lobisomens mudam aos dezesseis anos, menos os alfas, eles mudam aos catorze anos, mas no meu caso não foi nem uma coisa nem outra, já que obtive meu lobo, mas não consegui mudar. Meu corpo não suporta. Os lobos mudamos no nosso aniversário de dezesseis anos ou em cada lua cheia que passa a cada dois meses e, bem, desde que não consegui mudar no dia do meu aniversário de dezesseis anos, não consegui mudar nenhum outro dia.

— Tens um lobo bastante forte, demasiado para que teu corpo suporte a mudança sem a ajuda do seu companheiro — diz papá.

— Por isso são as mudanças — diz Gissel. Mamãe e papá olham para ela, confusos — Emma, teve mudanças incomuns, seus olhos ficaram de um verde mais intenso, sua cor de cabelo também e seus olhos ficam vermelhos cada vez que se irrita — mamãe e papá olham para mim, surpresos com a informação que Gissel acabou de lhes dar.

Viro-me para olhar para minha amiga, que me dedica um sorriso de desculpa. Tentei não ficar zangada para que mamãe e papá não vissem o dos meus olhos.

— Agora que vejo, tens razão, Gissel. Mas o que é isso dos olhos vermelhos? — pergunta papá.

— Bem, quando estávamos no quarto de Emma, mencionei os trigêmeos e então ela ficou zangada e foi quando a cor dos olhos dela mudou — explicou Gissel.

Mamãe olha para mim com emoção e vira-se para olhar para papá, que não entende de onde saiu sua emoção.

— Querida, deves estar prestes a obter teu dom, que emoção! Devemos ir à alcateia e tentar procurar para ver se encontramos teu companheiro e assim ele te ajuda a mudar e depois passamos a visitar minha família para que minha mãe ou minha avó te ajudem a desenvolver teu dom. O que dizes?

Gissel olha para mim com evidente emoção e implorando-me com o olhar para que aceite, e sim, devo admitir que gostaria de conhecer meu companheiro para que me ajude a mudar e, se ir à alcateia me ajudaria a encontrá-lo, por que não ir? Além de que posso visitar a família de mamãe e assim desenvolver meu dom, mas por outro lado, ir e dar de caras com os trigêmeos faz meu sangue ferver. Não quero ir e dar de caras com eles e nem com nenhum membro dessa estúpida alcateia. Nenhum foi capaz de ajudar meus pais, ao contrário, me fizeram a vida difícil quando vivia lá só porque nasci fraca como um humano ou muito mais que um humano.

— Está bem, irei com vocês à alcateia Lua de Ouro.

Capítulo 3

Ver o pai dirigindo com grande emoção me diz que tomei a decisão certa, já que não podia ser egoísta com ele, pois desde que saiu da alcateia não voltou a ver sua família e sei que deve ser duro para ele, em compensação, a mãe pôde voltar a se encontrar com sua família depois de estar separada dela por muitos anos.

Ao ser expulsa da alcateia e não ter nenhum vínculo com ela, pôde voltar a se reunir com sua família e eu também pude conhecê-la. Mamãe vem de uma família de fadas mágicas que são chamadas ninfas, a família da minha mãe é muito conhecida, já que nossa família tem as mulheres mais bonitas de toda a floresta mágica, elas se destacam por seu cabelo ruivo e olhos verdes esmeralda, e por sua surpreendente figura física e admito que é o que mais agradeço por ter tirado da minha mãe seu aspecto físico. Na realidade, sou uma cópia da minha mãe, mas todos dizem que a cor dos meus olhos é muito mais intensa que a da minha mãe, igual à cor do meu cabelo.

Agora, voltando ao tema da alcateia. Ontem, depois de terminar de falar com o papai e a mamãe, comecei a fazer as malas. Ao que parece, ficaremos uns dias, e tive que me despedir da minha amiga, pois não posso trazê-la comigo, seria um perigo para ela, já que é apenas humana e, embora eu saiba que é valente, não me perdoaria que algo chegasse a acontecer com ela aqui, além de que todos nesta alcateia são uns idiotas.

Nós paramos na entrada da alcateia, já que vários guerreiros se aproximam para inspecionar que não estamos trazendo nada que possa ser uma ameaça, mandam-nos sair do carro e, aliás, não são nada amáveis. Malditos! Saio do carro para que possam revistá-lo, vejo outro revistando minha bagagem, tirando tudo e desarrumando e jogando também.

—Tenha cuidado, idiota, essa roupa custa mais que sua vida — digo, ganhando um olhar de ódio, o que não me importa — e volte a guardar tudo como estava.

—Isso você fará — diz levantando-se, fazendo com que eu me irrite, me giro e o pego pelo pulso fazendo com que se vire para me olhar.

—Volte a colocar tudo como estava — o homem parece surpreso, o que me faz perceber que talvez meus olhos tenham mudado de cor.

O homem tenta se soltar da minha pegada, mas não consegue, o que me parece estranho, já que é um guerreiro, deve ter mais força que eu.

—Querida, por favor, não queremos problemas, deixe o garoto em paz, ele está apenas cumprindo ordens — o papai vem para que eu o solte, ao ver que não consegue se livrar da minha pegada, o papai me pega pelos ombros e é quando tento relaxar.

—Desculpe-a, está um pouco nervosa — diz o papai quando solto o homem, enquanto este continua atônito.

Voltamos a entrar no carro depois de guardar tudo, e depois de uns minutos vejo a alcateia, as casas e alguns lugares em que estive quando era pequena e ver tudo isso me lembra que voltei à alcateia que tanto tenho odiado, estando dentro desta alcateia me traz lembranças daquela noite, em que estive prestes a morrer e que a única maneira em que podia sobreviver era recebendo tratamento no mundo humano, mas os miseráveis dos reis trigêmeos alfas haviam negado aos meus pais a opção de ir ao mundo humano, já que o ódio que os lobisomens têm aos humanos é demais, a lembrança dos meus pais ajoelhados pedindo que os deixassem ir para poder me salvar não sai da minha cabeça, eles deram a opção de que se fossem não podiam voltar à alcateia e assim foi como meus pais e eu terminamos sendo uns renegados, proibindo-nos a entrada na alcateia Lua de Ouro. E agora, depois de oito anos, pedem aos meus pais para voltar, para quê? Isso saberemos.

Tento tirar essas lembranças da minha cabeça, mas cada vez que vejo o quão perto estamos da casa da alcateia, elas voltam à minha cabeça, já que foi aqui onde meus pais se humilharam para que eles os deixassem ir para poder me salvar e onde esses foram uns infelizes que preferiram expulsar meus pais antes de dar-lhes permissão para ir.

Vejo vários membros parados observando nossa chegada, o papai detém o carro em frente à casa da alcateia onde está Luna Stela que está acompanhada de dois homens e me alegro por não ver os trigêmeos, embora ver Luna Stela também não me alegre, Luna Stela é a mãe dos trigêmeos, seu companheiro era o Alfa Deivis que morreu em batalha, por isso os trigêmeos tomaram o poder antes do tempo, os alfas tomam o poder quando encontram suas companheiras, já que seu par lhes dá força e poder, além de pobre da loba que seja par desses imbecis.

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