Mundos Iguais , Épocas Diferentes
O salto entre épocas
Era uma noite fria e chuvosa na movimentada cidade de Chengdu. Mei Lin, uma jovem de 18 anos e estudante do primeiro ano de engenharia, sentia-se derrotada. O exame de matemática havia sido um desastre, e a pressão de se destacar na faculdade parecia esmagadora. Incapaz de lidar com o fracasso, ela decidiu buscar conforto em algo mais forte do que suas lágrimas: um pequeno bar à beira do campus.
Algumas doses de baijiu depois, Mei Lin saiu tropeçando pelas ruas desertas. A chuva torrencial encharcava suas roupas enquanto seus pensamentos rodopiavam, confusos. Foi quando avistou uma enorme poça d’água que refletia as luzes da cidade como um espelho tremeluzente.
Mei Lin
- “E se eu desaparecesse?” murmurou, entre um riso e um soluço. Sem pensar, correu e pulou na poça, mas, em vez de um respingo, sentiu algo puxá-la para baixo. Um redemoinho invisível a envolveu, e tudo ficou escuro.
Quando abriu os olhos, Mei Lin percebeu que estava deitada em uma cama magnífica. Colunas de jade cercavam o quarto, decorado com tapeçarias de seda e mobília esculpida com precisão. O cheiro de incenso flutuava no ar, e as roupas que vestia não eram mais as suas: agora usava um vestido de seda bordado, digno de uma princesa.
Antes que pudesse compreender o que estava acontecendo, a porta do quarto se abriu. Um homem alto entrou, vestindo uma armadura dourada reluzente. Seus cabelos longos estavam presos em um coque impecável, e seu semblante frio parecia esculpido em pedra. Ele parou ao lado da cama e a encarou com olhos negros e intensos, carregados de autoridade.
Yan Cheng ( Imperador e general)
- “Quem é você?” perguntou ele, a voz grave e controlada. “E como ousou invadir o quarto do Imperador?”
Mei Lin
Mei Lin sentiu o coração disparar. Tentou se levantar, mas suas pernas pareciam fracas. - “Eu... eu não sei como vim parar aqui!” disse, desesperada. “Por favor, eu não quero causar problemas.”
Yan Cheng ( Imperador e general)
Ele estreitou os olhos, analisando cada detalhe dela. “Você está no exército imperial da dinastia Xuan, no quarto do Imperador Yan Cheng. Qualquer pessoa que entre aqui sem permissão tem apenas duas opções: responder ou morrer.”
Mei Lin
- " Imperador? Dinastia Xuan?!” Mei Lin olhou ao redor, tentando juntar as peças. “Isso é algum tipo de brincadeira? Eu só estava... pulando em uma poça!”
Yan Cheng ( Imperador e general)
- “Pulando em uma poça?” ele repetiu, com um tom cético e levemente irritado. “Você acha que estou aqui para ouvir bobagens?”
Mei Lin
- “Não é bobagem!” Mei Lin gritou, mais alto do que deveria. Então, percebendo sua ousadia, mordeu o lábio e recuou. “Por favor, eu... eu não sei o que está acontecendo.
Yan Cheng ( Imperador e general)
Yan Cheng a observou por mais alguns segundos, então fez um gesto para os guardas que estavam na porta. -“Coloquem-na sob vigilância até que eu descubra o que fazer com ela.”
Nos dias que se seguiram, Mei Lin tentou entender como havia parado naquele lugar. Era como se tivesse sido jogada em um livro de história, mas as pessoas ali pareciam vivas, perigosas e assustadoramente reais. Apesar de estar sob guarda constante, ela começou a perceber que sua inteligência e conhecimentos modernos eram vistos como curiosidades incomuns.
Yan Cheng, por outro lado, estava intrigado. Ele a mantinha por perto, não porque acreditasse em sua história absurda, mas porque algo nela o fazia questionar sua própria lógica. Ela era diferente de qualquer mulher que ele conhecia ,ousada, inteligente e absolutamente imprevisível.
Yan Cheng ( Imperador e general)
Uma noite, enquanto discutiam mapas e estratégias militares — algo que Mei Lin havia aprendido em jogos de tabuleiro e livros de história —, Yan Cheng a observou com mais atenção. -“Você não é daqui,” disse ele, quebrando o silêncio. “Mas, ao mesmo tempo, parece mais à vontade neste mundo do que deveria.”
Mei Lin
Mei Lin parou e o encarou. - “Você acredita em mim?”
Yan Cheng ( Imperador e general)
- “Não. Mas quero acreditar,” admitiu ele, com um tom surpreendentemente honesto. Ele se aproximou, inclinando-se para mais perto dela. -“Você desafia minhas certezas, Mei Lin. E isso me fascina.”
Mei Lin
O coração de Mei Lin acelerou. -“Eu não quero ser um problema para você, Yan Cheng. Eu só quero... descobrir como voltar para casa.”
Yan Cheng ( Imperador e general)
Ele riu, mas não havia alegria naquele som. - “Voltar para casa? E se este for o lugar onde você deveria estar?” A mão dele tocou o queixo dela, levantando-o delicadamente para que seus olhos se encontrassem. - “Você veio até o quarto do Imperador. Agora está no meu mundo, sob meu olhar. Não acha que isso é destino?”
Mei Lin
Mei Lin corou, desviando o olhar. -“Destino ou não, eu não pertenço a este lugar.”
Yan Cheng ( Imperador e general)
- “Talvez,” ele respondeu suavemente, mas com determinação. -“Mas, até que descubra como sair daqui, você pertence a mim.”
A relação entre eles se aprofundou entre estratégias militares, confrontos de vontades e momentos de vulnerabilidade inesperada. Mei Lin começou a ver além do semblante frio de Yan Cheng, descobrindo um homem marcado por batalhas e pela solidão do poder. E Yan Cheng, por sua vez, encontrou em Mei Lin um calor e uma esperança que ele nunca soube que precisava.
O destino os unira de forma improvável, mas o amor que florescia entre eles seria testado por intrigas políticas, guerras iminentes e o segredo de Mei Lin sobre o mundo do qual ela veio.
O Enigma de Mei Lin
Mei Lin acordou com o som de passos do lado de fora do quarto. Por um momento, pensou que tudo foi um pesadelo. Talvez o baijiu tivesse sido mais forte do que imaginava. Mas ao olhar ao redor, viu o quarto luxuoso e desconhecido, os tecidos finos e os móveis esculpidos à mão. Não estava mais em Chengdu.
Antes que pudesse refletir mais, a porta se abriu. Uma mulher de aparência rígida entrou, trajando roupas que exalavam autoridade. Era elegante, mas severa. — "O Imperador ordenou que você se vestisse adequadamente. Ele quer vê-la na sala de audiências."
Mei Lin
- “Audiência? Por quê?” Mei Lin perguntou, ainda atordoada.
A mulher a ignorou, entregando-lhe um conjunto de roupas — outra peça de seda luxuosa, mas mais simples. — “Não faça perguntas tolas. Apenas se prepare. O Imperador não gosta de atrasos.”
Ainda confusa e relutante, Mei Lin vestiu-se sendo escoltada até a sala de audiências. O ambiente era imponente, com pilares de jade decorados e um trono elevado, onde Yan Cheng estava sentado. Ele parecia ainda mais intimidador à luz do dia. O seu semblante frio era como uma máscara, e os seus olhos a observavam com uma mistura de desconfiança e curiosidade.
Yan Cheng ( Imperador e general)
— “Mei Lin,” ele começou, a sua voz ecoando pela sala. — “Passei a noite refletindo sobre a sua presença aqui. Diz não ser uma espiã, mas sua história é absurda. Uma poça? Outro mundo? Por que eu deveria acreditar em você?”
Mei Lin
Mei Lin respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas. — “Eu sei que a minha história parece loucura. Para ser honesta, nem eu acredito completamente no que aconteceu. Mas não sou uma ameaça. Sou só uma estudante comum que acabou... aqui, de alguma forma.”
Yan Cheng ( Imperador e general)
Yan Cheng inclinou a cabeça, os olhos avaliando cada “nuance” da sua expressão. — “Se é verdade que veio de outro mundo, prove. Mostre algo que somente alguém de lá saberia.”
Ela hesitou. Como provar? Não tinha nada consigo, nenhum objeto que pudesse comprovar a sua origem. Então lembrou-se de algo.
Mei Lin
— “Eu conheço números e técnicas que talvez você não conheça. Algo chamado álgebra... ou estratégias militares modernas. Posso mostrar?”
Yan Cheng ( Imperador e general)
Ele arqueou uma sobrancelha, interessado, mas cauteloso. — “Continue.”
Mei Lin pediu um pincel e papel. Com mãos tremulas, começou a desenhar padrões e explicar conceitos matemáticos que aprendera na escola, incluindo sistemas que poderiam melhorar a organização dos exércitos. Apesar de não ser uma especialista, ela sabia o suficiente para impressionar os conselheiros presentes, que murmuraram entre si.
Quando terminou, Yan Cheng caminhou até ela.
Yan Cheng ( Imperador e general)
“Você é inteligente, sem dúvida. E ousada. Mas isso não prova a sua origem. Apenas confirma que é... incomum.”
Antes que ela pudesse responder, um soldado entrou apressado na sala, ajoelhando—se diante de Yan Cheng. - “Majestade, temos notícias urgentes do norte. Um ataque foi relatado nas nossas fronteiras.”
Yan Cheng ( Imperador e general)
Yan Cheng voltou a sua atenção para o soldado, a sua postura endurecendo. — “Quantos homens?”
“Cerca de mil, liderados pelo general rebelde Han Yi.”
Yan Cheng ( Imperador e general)
Yan Cheng fechou os olhos por um momento, A premissa é inegavelmente verdadeira? ponderando. Então, voltou-se para Mei Lin. - “Você diz ser boa com estratégias. Agora é sua oportunidade de provar.”
Mei Lin
Mei Lin arregalou os olhos. — “Você quer que eu ajude... numa guerra? Eu sou só uma estudante!”
Yan Cheng ( Imperador e general)
— "No entanto, você parece mais preparada do que muitos dos meus conselheiros,” respondeu ele com frieza. - “Se quer minha confiança, mostre que é útil.”
As próximas horas foram intensas. Mei Lin viu-se cercada por mapas e comandantes, todos olhando-lhe com ceticismo. Com base no que sabia da sua vida anterior — e um pouco de improvisação —, sugeriu uma emboscada num terreno elevado, usando o conhecimento básico de geografia e táticas de distração.
Enquanto os comandantes discutiam as suas sugestões, Yan Cheng permaneceu em silêncio, observando. Por fim, ele levantou a mão, silenciando a sala.
Yan Cheng ( Imperador e general)
- “Seguiremos o plano dela.”
Yan Cheng ( Imperador e general)
Houve protestos imediatos, mas Yan Cheng os cortou com um olhar. — “Se falhar, ela será punida. Se tiver sucesso, todos aprenderão a respeitar a sua inteligência. É simples.”
Mei Lin engoliu em seco. Ela não tinha certeza se o seu plano funcionaria, mas sabia que não tinha escolha.
Naquela noite, sozinha no seu quarto, Mei Lin mal conseguiu dormir. O peso da sua situação era esmagador. Como poderia sobreviver num mundo que não era o seu? E por que Yan Cheng parecia tão... impossível de decifrar?
Ela pensava nele mais do que gostaria de admitir. Apesar da sua frieza, havia algo magnético nele. Algo que a fazia querer entender o homem por trás da máscara de Imperador.
Quando finalmente adormeceu, sonhou com a poça que a trouxera para ali, e com os olhos penetrantes de Yan Cheng, que pareciam sempre observá-la, mesmo nos seus sonhos.
O plano foi um sucesso. O exército de Yan Cheng derrotou os rebeldes com poucas baixas, e os comandantes ficaram impressionados. Na sala de guerra, ele aproximou-se dela novamente. Desta vez, havia um leve sorriso nos seus lábios, quase impercetível.
Yan Cheng ( Imperador e general)
- “Você provou seu valor,” disse ele, sua voz mais suave do que antes. - “Mas ainda há muito que quero saber sobre você.”
Mei Lin
Mei Lin suspirou, exausta, mas sentiu uma fagulha de orgulho. - “E eu sobre você, Yan Cheng. Porque, apesar de tudo, acho que há mais no Imperador do que apenas um semblante frio.”
Yan Cheng ( Imperador e general)
Ele arqueou a sobrancelha, claramente intrigado. — “Cuidado, Mei Lin. Não se aproxime demais. O meu mundo não é seguro para alguém como você.”
Mas ela sabia que não tinha escolha. Estava presa naquele mundo e, talvez, presa ao homem que começava a ocupar os seus pensamentos.
Entre Ciúmes e Provocações
Dias após o sucesso da sua estratégia militar, Mei Lin começou a notar mudanças sutis em seu cotidiano no palácio. Antes vigiada de perto por guardas e tratada como uma ameaça, agora era saudada com mais respeito, embora muitos ainda a olhassem com desconfiança. Yan Cheng, porém, continuava um mistério. Ele raramente conversava com ela diretamente, mas sempre parecia estar por perto, como uma sombra observadora.
Uma tarde, enquanto explorava os jardins do palácio, Mei Lin foi interrompida por uma mulher que irradiava graça e autoridade. Ela era alta, com um sorriso calculado e olhar afiado.
Princesa Jing (Do rei Qin)
— “Você deve ser Mei Lin,” disse ela, sua voz doce, mas carregada de condescendência.- “Eu sou a Princesa Jing do reino Qin. Tem causado... agitação por aqui.”
Mei Lin
Mei Lin curvou-se levemente, tentando esconder o nervosismo. - “Eu não pretendia causar problemas.”
Princesa Jing (Do rei Qin)
— “Problemas?” Princesa Jing riu, mas havia algo frio naquele som. “O Imperador não costuma manter pessoas tão... incomuns por perto. Você é especial, ao que parece. Mas tome cuidado. Aqui não é um lugar seguro para corações ingénuos.”
Mei Lin sentiu um arrepio. Não era apenas um aviso; era uma ameaça velada. Mas antes que pudesse responder, Yan Cheng apareceu, o seu olhar cortante focado na Princesa Jing.
Yan Cheng ( Imperador e general)
- "Jing Jing" Ele disse, com um tom de autoridade. - “Eu espero que esteja tratando minha hóspede com respeito.”
Princesa Jing (Do rei Qin)
Jing fez uma reverência perfeita, seu sorriso permanecendo intacto. -"Claro, Majestade. Apenas oferecendo conselhos amigáveis.”
Yan Cheng ( Imperador e general)
Yan Cheng não respondeu, mas seu olhar a dispensou. Quando ela saiu, ele se voltou para Mei Lin. - “Ela é astuta. Não confie nela.”
Mei Lin
Mei Lin cruzou os braços, encarando-o. - “E devo confiar em você? Você mesmo disse que este mundo não é seguro para mim.”
Yan Cheng ( Imperador e general)
Ele deu um passo à frente, a intensidade dos seus olhos fazendo-a recuar. — “Eu disse para ter cuidado.Mas enquanto estiver sob o meu olhar, nada te aconlhecerá.”
Mei Lin
- “Por quê?” Ela não conseguiu segurar a pergunta. - “Por que você se importa? Sou só... uma garota perdida.”
Yan Cheng ( Imperador e general)
Yan Cheng hesitou por um momento, o seu rosto sempre controlado revelando uma fração de emoção. — “Porque você é a coisa mais imprevisível que já entrou no meu mundo. E isso intriga-me.”
Nos dias que se seguiram, Yan Cheng começou a incluir Mei Lin em mais discussões sobre o reino. Embora muitos conselheiros desaprovassem, ninguém ousava questioná-lo diretamente. Mei Lin usava o seu conhecimento moderno para sugerir melhorias na infraestrutura e na comunicação entre as cidades do império, ganhando, gradualmente, o respeito de alguns.
Porém, entre os momentos de trabalho, havia algo mais acontecendo. Mei Lin começou a notar os olhares furtivos de Yan Cheng. Olhares que duravam um pouco mais do que o necessário. E, para seu espanto, percebeu que também estava a começar a observá-lo de maneira diferente.
Havia uma noite específica que ela nunca esqueceria.
Depois do sucesso da emboscada, Yan Cheng não perdeu tempo. Ele ordenou que Mei Lin fosse enviada ao palácio imperial, um lugar muito mais seguro e controlado do que o acampamento militar. A justificativa oficial era que ela deveria ajudar com questões estratégicas e de infraestrutura, mas, no fundo, Mei Lin sentia que Yan Cheng tinha outros motivos.
A viagem até o palácio foi longa, e Mei Lin mal teve tempo de absorver o que estava a acontecer quando chegou ao seu novo lar. O palácio imperial era ainda mais grandioso do que ela imaginava — corredores intermináveis, jardins perfumados e salões decorados com ouro e jade. Mas, apesar da beleza, Mei Lin sentia-se como um peixe fora d'água, ainda mais deslocada do que no acampamento.
Yan Cheng, por outro lado, parecia perfeitamente à vontade, andando pelo palácio como o soberano que era. Ele pouco falava com Mei Lin nos dias que se seguiram, ocupado com reuniões e preparativos. Ela percebeu que ele era um homem cercado por responsabilidades e, em simultâneo, profundamente isolado.
Uma semana depois da sua chegada, Yan Cheng anunciou que organizaria um banquete no palácio para celebrar a vitória contra os rebeldes e apresentar Mei Lin formalmente à corte.
Mei Lin
- “Apresentar-me?” Mei Lin perguntou, perplexa.
Yan Cheng ( Imperador e general)
- “Você está sob minha proteção agora,” ele respondeu com simplicidade. - “As pessoas precisam entender isso.”
O comentário a deixou desconfortável. Ser protegida pelo Imperador era uma coisa, mas ser colocada sob os holofotes daquele mundo estranho era outra.
No dia do banquete, Mei Lin foi vestida com um traje elegante de seda azul, os seus cabelos arrumados por atendentes que cochichavam entre si sobre como ela era uma “escolha incomum” para estar ao lado do Imperador. Quando entrou no salão principal, ficou ainda mais nervosa. A sala estava cheia de nobres, generais e figuras importantes, todos elegantemente vestidos. Mas o que realmente a incomodou foi ver a Princesa Jing sentada perto do trono de Yan Cheng, vestindo um traje vermelho escarlate que parecia feito para chamar atenção.
A princesa era graciosa e confiante, e sua proximidade com Yan Cheng parecia natural demais para o gosto de Mei Lin. Durante o banquete, princesa Jing frequentemente inclinava-se para falar com ele, sorrindo de maneira que fazia Mei Lin ranger os dentes.
Mei Lin tentou não demonstrar, mas o ciúme era difícil de esconder.
Enquanto os convidados brindavam e conversavam, Jing se levantou, caminhando até onde Mei Lin estava sentada. Com um sorriso doce, ela inclinou-se ligeiramente, mas suas palavras eram como facas.
Princesa Jing (Do rei Qin)
— “Então, você é a famosa Mei Lin,” disse a princesa, com uma voz carregada de doçura falsa. — “Deve ser... interessante sair de um acampamento militar e vir direto para o palácio. Deve se sentir tão perdida.”
Mei Lin
Mei Lin respirou fundo, forçando um sorriso. - “É desafiador, mas eu aprendo rápido.”
Princesa Jing (Do rei Qin)
A princesa riu baixinho, como se tivesse acabado de ouvir uma piada. -“Imagino que sim. Mas sabe, para estar perto do Imperador, não basta ser inteligente. É preciso entender seu lugar.”
Mei Lin sentiu a raiva subir, mas antes que pudesse responder, uma voz grave e autoritária interrompeu.
Yan Cheng ( Imperador e general)
— “Princesa,” disse Yan Cheng, levantando-se do seu assento e caminhando até elas. — “Espero que esteja entretendo minha convidada e não a incomodando.”
Princesa Jing (Do rei Qin)
A princesa virou-se para ele, a sua expressão tão impecável quanto o seu vestido. —“Claro, Majestade. Apenas conversando. Mei Lin é realmente... fascinante.”
Yan Cheng olhou para Mei Lin, os seus olhos brilhando com algo que ela não conseguiu decifrar. Então, ele inclinou-se ligeiramente, aproximando-se dela de maneira inesperada.
Yan Cheng ( Imperador e general)
- “Fascinante, de fato,” disse ele, com um tom provocador. — “Mas eu diria que Mei Lin tem algo que a torna única, não acha Princesa? Algo que nem mesmo a mais experiente princesa imperial pode igualar.”
Princesa Jing (Do rei Qin)
A princesa congelou por um instante, mas rapidamente recuperou o sorriso. —“Certamente, Majestade. É sempre bom ter... diversidade no palácio.”
Mei Lin sentiu o rosto queimar, mas não de vergonha. Havia algo no tom de Yan Cheng que parecia uma mistura de provocação e... proteção? Ela não sabia dizer, mas o fato de ele tê-la defendido, ainda que de maneira ambígua, acendeu algo dentro dela.
Quando a princesa Jing se afastou, Yan Cheng permaneceu perto de Mei Lin. Ele inclinou-se um pouco mais, falando baixo para que apenas ela ouvisse.
Yan Cheng ( Imperador e general)
- “Você parece irritada, Mei Lin,” ele murmurou, com um tom que parecia quase divertido. - “Por acaso, estaria com ciúmes?”
Mei Lin
Ela o encarou, chocada. - “Eu? Ciúmes? Não seja ridículo.”
Yan Cheng ( Imperador e general)
Ele sorriu de lado, um sorriso pequeno, mas suficiente para fazer seu coração disparar. -“Então, por que está cerrando os punhos? Relaxe. Jing adora provocar. Não lhe dê essa satisfação.”
Mei Lin
Mei Lin respirou fundo, tentando se acalmar. — “Você parece se divertir com isso,” rebateu, olhando-lhe com irritação.
Yan Cheng ( Imperador e general)
Yan Cheng deu de ombros, os olhos ainda fixos nela. — “Talvez eu me divirta mais do que deveria. Você é muito fácil de ler, Mei Lin. Um livro aberto.”
Mei Lin
Ela cruzou os braços, franzindo o cenho. - “E você é impossível.”
Yan Cheng ( Imperador e general)
Ele riu baixinho, algo raro e inesperado. -“Impossível, talvez. Mas lembre-se, Mei Lin: neste jogo, ninguém toca em você sem minha permissão. Nem mesmo com palavras.”
As palavras dele a deixaram desconcertada. Não sabia o que era mais confuso e o fato de ele sempre protegê-la ou o fato de ela começar a desejar que ele fizesse mais do que isso.
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