NovelToon NovelToon

Essentia: A Aliança da Mudança

A Tempestade do Bosque Alado - Parte 03

...Luca estava em um estado de desespero. Enquanto os passos dos soldados se aproximavam, ele falou com todas as suas forças: “Death.” O nome reverberava em sua mente como um mantra, um desejo urgente de invocar a entidade que poderia mudar o curso daquela batalha. Mas à medida que os passos se tornavam mais altos e a presença dos soldados se tornava inegável, ele repetiu o nome em um tom mais alto: “Death!”...

...Com um impulso de determinação, ele socou o chão, a dor reverberando por seu corpo. O impacto ecoou ao redor, mas não havia tempo para sentir. A adrenalina pulsava em suas veias, e ele podia ouvir os soldados murmurando entre si, as vozes se misturando em um mar de tensão. Um soldado avistou Luca e gritou: “Ali!”...

...O brilho da arma anti-essentia se destacou contra a escuridão da floresta. Luca sentiu uma agonia aguda quando sua mão começou a sangrar, o efeito da pressão que ele aplicara ao socar o chão, misturado ao estresse emocional que sentia. Mas não havia tempo para se preocupar com isso; era necessário agir....

...Nesse momento crítico, Serena e Aurora, recuperando-se da força do impacto do cubo de luz, se levantaram. Serena estava imponente em sua armadura vermelha, o brilho dela refletindo um desejo ardente de lutar. Aurora, por outro lado, mantinha seu rosto escondido na escuridão, com seus braços envoltos em sombras, dando-lhe um ar místico e ameaçador....

...Os dois se posicionaram protetores entre Luca e os soldados. Serena olhou para Jesse e o cubo de luz, uma determinação feroz em seu olhar, enquanto Aurora dirigia seu olhar para os soldados que se aproximavam. “Relaxa, cabeça de vento.” disse Serena, com um sorriso confiante, enquanto invocava uma lança que brilhou intensamente, sua presença intimidante. “Vamos proteger você.”...

...“19... 20... 21... 22 Soldados.” murmurou Aurora, suas palavras quase inaudíveis, mas intensas, como se estivesse contando um alvo. A contagem e a análise do campo de batalha revelavam a mente estratégica dele. Em um tom encorajador, ela disse: “Se concentre, Luca.”...

...Em um movimento repentino, Aurora avançou em direção aos soldados. A cena ao seu redor tornou-se um borrão de ação e intensidade. Os soldados, pegos de surpresa pela velocidade de Aurora, exclamaram: “Cuidado, ele está vindo!”...

...Os dez soldados que se lançaram contra Aurora estavam armados com armas anti-essentia, prontas para fazer valer a força do imperador. Mas Aurora não estava disposto a deixar que suas armas o intimidassem. Ele se lembrou dos princípios do Wing Chun, um estilo de luta que priorizava a eficiência e a fluidez nos movimentos....

...Com uma postura firme, Aurora entrou em ação. Ele se esquivou rapidamente do primeiro golpe, movendo-se para o lado como uma sombra. O soldado, desavisado, se desequilibrou, e Aurora aproveitou a oportunidade, usando um soco direto para desviar a atenção do próximo soldado....

...Os movimentos de Aurora eram uma dança cuidadosa de ataques e defesas. Ele evitava as armas anti-essentia com a agilidade de um gato, seu corpo deslizando como água em torno dos obstáculos. Quando um soldado tentava atacá-lo por trás, Aurora se virou, usando a mão esquerda para desviar o golpe enquanto sua mão direita desferiu um soco rápido e preciso no rosto do soldado, fazendo-o recuar....

...Enquanto isso, mais soldados atacavam. Aurora virou-se e, em um movimento fluido, utilizou um golpe circular com a mão direita, atingindo um soldado na mandíbula. Ele podia sentir a adrenalina aumentando, a euforia da batalha fluindo em seu interior. Um segundo soldado se aproximou com uma estocada, mas Aurora se agachou, deslizando para o lado e aproveitando a força do movimento para levantar a perna, dando um poderoso chute que derrubou o atacante....

...Ele se esquivou de um terceiro soldado que tentava golpeá-lo com uma espada. Aurora se aproximou rapidamente, segurando o pulso do soldado e, em um movimento ágil, fez uma pressão que o fez soltar a arma. Usando a mesma força, ele empurrou o soldado para trás, abrindo espaço entre si e os outros....

...O ambiente estava saturado de caos, mas Aurora se sentia centrado. Ele girava e girava, cada movimento sendo uma combinação de ataque e defesa, usando a força dos adversários contra eles. No entanto, ele sempre mantinha a consciência da presença das armas anti-essentia, evitando-as com maestria....

...Depois de uma série de ataques e contra-ataques, Aurora conseguiu derrubar três soldados em sequência, a energia vibrante da luta pulsando ao seu redor. Ele estava ciente de que precisava ser cauteloso, pois cada soldado caído poderia ser substituído rapidamente por outro. Mas, com cada golpe bem-sucedido, ele se sentia mais forte, mais confiante....

...Serena, agora ao seu lado, usava sua lança com precisão, desferindo golpes e cortes que complementavam os movimentos de Aurora. Os dois estavam em sincronia, uma força poderosa que se levantava contra a opressão. Juntos, eles eram mais do que meros combatentes; eram protetores de Luca, e suas vozes silenciosas se entrelaçavam em um desejo comum de vitória....

...Com um último golpe potente, Aurora conseguiu desferir um soco que atirou um soldado contra os outros, fazendo-os colidir. Ele respirou fundo, o peso do combate ainda em seus ombros, mas agora com a certeza de que a luta não estava perdida. Eles tinham um ao outro, e, juntos, eram uma força a ser reconhecida....

...Serena e Aurora estavam determinados a acabar com o restante dos soldados que cercavam Luca. Com a confiança renovada, eles avançaram, cada um em sua missão de proteção e ataque. Serena, em sua armadura vermelha reluzente, liderava o caminho, enquanto Aurora a seguia, suas sombras envolvendo-o como uma segunda pele....

...Jesse, observando o avanço deles, estendeu a mão para frente, e o cubo de luz começou a se transformar, a superfície sólida se moldando em uma ponta afiada que mirava diretamente em Serena. Ele lançou a luz pontuda em direção a ela, um projétil veloz e mortífero que cortava o ar....

...Aurora, percebendo o ataque iminente, rapidamente interveio. Ele estendeu as mãos, envoltas em completa escuridão, tentando absorver o impacto da luz. No entanto, o poder do ataque era intenso, e a força da luz foi suficiente para elevar Aurora, levando-o para cima em um movimento abrupto. Serena gritou: “Aurora!” enquanto testemunhava seu amigo sendo lançado para o alto, antes de descer rapidamente....

...A luz pontuda fez com que Aurora fosse arremessado para longe, caindo pesadamente em uma área mais distante do bosque. A luz, então, retornou ao cubo, como se estivesse sendo puxada de volta à sua origem, deixando Serena com um crescente sentimento de preocupação....

...Sem hesitar, Serena correu na direção onde Aurora havia caído, mas antes que pudesse alcançar seu amigo, os restantes dos soldados, enfurecidos, começaram a disparar tiros de armas Anti-Essentia em sua direção. A chuva de projéteis cortou o ar, mas Serena estava focada e determinada. Ela desviou de um dos tiros, avançando ainda mais....

...Com um impulso poderoso, Serena saltou, seus pés se afastando do solo enquanto ela empunhava sua lança. O impacto de sua arma ao atingir o chão criou uma pequena cratera, a força da lança fazendo com que o solo se partisse e sacudisse. Os soldados, pegos de surpresa pela repentina explosão de energia, perderam o equilíbrio e foram arremessados para trás....

...“Saiam do caminho!” Serena gritou, sua voz ecoando no bosque. Ela estava inabalável, cada movimento seu expressando a urgência de proteger seus amigos e derrotar os inimigos. A determinação em seus olhos refletia o desejo ardente de salvar Aurora e, ao mesmo tempo, lidar com os soldados que ainda permaneciam de pé....

...Serena, com a determinação renovada, correu atrás dos soldados que ainda permaneciam de pé, mas, de repente, uma força poderosa irrompeu do céu e a atingiu com uma intensidade avassaladora. Ela foi arremessada para o chão, o impacto fazendo-a sentir cada fibra de seu corpo estremecer. A dor era intensa, quase paralisante, e ela ficou deitada, tentando recuperar a compostura....

...Mais à frente, Aurora lutava para se levantar, sua armadura pesando em seus membros e seu corpo exausto pela batalha. Luca, observando a cena, sentiu um frio na espinha ao ver seus amigos em apuros. Um desespero cresceu dentro dele, e ele sabia que precisava agir. Ele fechou os olhos, respirando fundo, permitindo que a adrenalina o consumisse. Quando abriu os olhos, a determinação brilhava neles: "Death!!"...

...A entidade, uma presença ameaçadora e poderosa, surgiu instantaneamente, direcionando-se para o céu onde o arauto Lin estava voando. Lin, sentindo a presença da entidade, reconheceu o perigo iminente e desviou rapidamente, mas não antes de ser atingido por um chute devastador de Death que o fez cambalear....

...Jesse, observando o desenrolar da luta, lançou o mesmo ataque que havia usado contra Aurora, um projétil de luz cortante que se dirigia a Luca. Mas, antes que o golpe pudesse atingi-lo, Death apareceu, protegendo Luca com uma barreira de escuridão e quebrando a luz em pedaços. Jesse ficou incrédula, os olhos arregalados de surpresa....

...Enquanto isso, um soldado, ainda atordoado com a reviravolta, disparou um tiro anti-Essentia em direção a Death. No entanto, o projétil atravessou a entidade sem causar efeito, como se ela estivesse além das limitações do mundo físico. Death, então, iniciou sua ofensiva, movendo-se com agilidade e eficiência, desferindo golpes mortais que cortavam e desmembravam os soldados restantes sem que eles sequer tivessem a chance de reagir....

...Luca, percebendo que o momento era crítico, começou a correr em direção a Aurora, que ainda estava caída e lutando para se recuperar. Death pegou Serena, rapidamente teleportando-as para longe do campo de batalha. Luca, determinado, agarrou o braço de Aurora, ajudando-a a se levantar, e começou a correr em direção à segurança....

...Death reapareceu, segurando Serena, e então, com um movimento rápido, os quatro desapareceram, deixando para trás um campo de batalha em ruínas....

...Ao aparecer na casa de Luca, ele estava extremamente ofegante, seus músculos tensos de esforço. Seus amigos estavam com a Essentia desativada, caídos no chão, sem vida aparente. A visão era angustiante, e a adrenalina de Luca começou a se dissipar, deixando-o exausto e vulnerável. Sem conseguir suportar mais, ele perdeu a consciência e caiu de cara no chão....

...Enquanto isso, Lin voou em direção a Jesse, seu semblante carregando uma mistura de frustração e preocupação. "Eles sumiram." informou ele, insinuando que tinha tentado localizá-los, mas sem sucesso....

..."Droga..." Jesse respondeu, sua voz baixa e frustrada. O boneco de madeira, observando a cena, interrompeu com uma análise clara: "Death, né?"...

..."Uma Essentia extremamente perigosa." Lin concordou, olhando fixamente para o boneco, sua expressão séria. Ele sabia que a situação estava além do que eles poderiam imaginar. "Kane, temos que avisar ao Daimyo."...

...Kane, percebendo a urgência na voz de Lin, assentiu. Era o que precisava ser feito, mesmo sem saber como essa história se desenrolaria a partir daquele ponto....

...Kane, que observava a cena de longe, percebeu a urgência da situação. Ele rapidamente se dirigiu ao carro, abrindo a porta e entrando com determinação. “Para a frente do bosque alado." ele ordenou ao motorista, sua voz firme e decidida. O veículo acelerou, cortando a distância entre ele e o local onde Jesse e os outros estavam....

...Enquanto isso, Lin, usando suas habilidades, voou em direção ao coração imperial, determinado a informar o Daimyo sobre a situação. Ele chegou primeiro ao grande edifício que simbolizava o poder e a autoridade. Ao aterrissar, Lin se aproximou de um dos seguranças que vigiava a entrada. Com um tom autoritário, ele perguntou: "O Daimyo está presente?"...

...O segurança, percebendo a gravidade na voz de Lin, respondeu rapidamente: "Sim, Superior." Sem hesitar, Lin entrou no majestoso salão onde o Daimyo estava sentado em sua cadeira, cercado por um ar de respeito e autoridade....

...Ele bateu na porta antes de entrar, sempre mantendo um semblante sério. "Licença, Mestre." anunciou Lin, respeitosamente....

...O Daimyo, que estava concentrado em um documento diante dele, levantou os olhos, fixando seu olhar em Lin. A expressão em seu rosto tornou-se grave ao perceber a inquietação do jovem. "O que traz você aqui, Lin?" perguntou ele, sua voz baixa, mas cheia de peso....

...Lin respirou fundo antes de continuar: "Estamos com problemas... Vitalis está incomodando a paz do nosso senhor."...

..."Vitalis?" O Daimyo repetiu, sua expressão tornando-se ainda mais séria. Lin acenou afirmativamente, sentindo a pressão da situação....

..."Três Vitalis." ele prosseguiu, "mas só temos o reconhecimento de um." O Daimyo se levantou lentamente, a gravidade da situação evidente em sua postura. Lin continuou: "Os outros dois estavam escondendo o rosto. O que sabemos é que o que foi identificado possui uma Essentia problemática."...

...O Daimyo franziu o cenho, ponderando as implicações. "Para que você, Deus do Céu, mencionar que há uma Essentia problemática? Deve ser extremamente perigosa, certo?" Sua pergunta não era apenas retórica; era uma declaração da seriedade com que levava a situação....

...Lin assentiu, sentindo o peso das palavras. "Sim, Mestre."...

..."Irei resolver isso." disse o Daimyo, sua voz ressoando com autoridade. "Envie-me informações sobre quem sabemos quem é." Lin fez uma reverência, acenando mais uma vez antes de responder: "Certo, mestre." Ele se virou e saiu do local, sentindo a tensão no ar....

...O Daimyo ficou parado por um momento, pensativo, observando a porta pela qual Lin havia saído. "Uma Essentia perigosa..." murmurou ele para si mesmo, ciente do que isso poderia significar para a paz de seu domínio. A responsabilidade de agir pesava em seus ombros, e ele sabia que deveria ser cuidadoso em suas decisões....

Mudança nos Corredores

...Quatro anos atrás, após Aurora e Serena se tornarem amigos, a rotina na escola parecia prestes a mudar drasticamente. Naquele dia, durante o intervalo, os alto-falantes soaram com um anúncio importante, capturando a atenção de todos os estudantes....

...A voz da diretora ecoou pela escola com um tom grave e autoritário: “A partir de hoje, qualquer briga, insulto ou provocação resultará em castigo severo para os Vitalis.”...

...Aurora e Serena, que estavam juntos no pátio, trocaram olhares, ambos atentos. A diretora continuou: “Essa é uma ordem de Vossa Alteza, o Imperador do Mundo.” Ao ouvir isso, Serena ficou intrigada e se virou para Aurora, com uma expressão de dúvida. "Será que isso é bom?" perguntou ela, mas Aurora continuou em silêncio, ouvindo com atenção....

...A diretora então anunciou outra mudança inesperada: “A enfermaria da escola foi ampliada e melhorada. Além disso, a partir de amanhã, uma reforma será feita nas salas de aula para acomodar todos os alunos de acordo com novos parâmetros.” Serena levantou uma sobrancelha, ainda mais confusa. “Reforma?” sussurrou ela para si mesma, ainda processando as informações....

...A diretora fez uma pausa antes de continuar, deixando o pátio em suspense. Então, com um tom firme, disse: “Os alunos Vitalis e Nox passarão a estudar juntos a partir de amanhã.” Nesse instante, houve um alvoroço. Murmúrios surgiram de todos os lados, com Vitalis e Nox trocando olhares preocupados e até hostis....

...Até aquele momento, a escola era exclusivamente de Vitalis. Os Nox, conhecidos por possuírem uma natureza sombria e habilidades contrastantes com as dos Vitalis, geralmente mantinham uma relação tensa com eles. Embora nem todos os Nox odiassem os Vitalis, era fato que uma grande parte nutria ressentimentos profundos. Essa mudança, portanto, trazia apreensão para os Vitalis, que agora temiam pela segurança e tranquilidade que antes tinham....

...Enquanto os alunos ainda discutiam o impacto da novidade, a diretora concluiu: “Esta decisão foi tomada diretamente por Vossa Majestade, o Imperador do Mundo. Vocês estão dispensados por hoje. Amanhã, as listas serão divulgadas para que todos saibam quem permanecerá nesta escola e quem será transferido. Nos vemos amanhã.”...

...Assim que o sinal tocou, um burburinho se espalhou pelo pátio e pelos corredores. Muitos alunos saíam conversando sobre o que acabaram de ouvir, demonstrando expressões de preocupação e surpresa. Para muitos Vitalis, a notícia era quase um pesadelo se tornando realidade....

...Serena e Aurora saíam da escola, andando lado a lado em silêncio até que Serena, pensativa, disse: “Vários Vitalis vão para outra escola... Provavelmente vão dividir os alunos, mandando metade dos Vitalis embora para dar espaço aos Nox.” Seu olhar estava fixo no caminho à frente, mas sua mente estava imersa nas possíveis mudanças....

...Aurora, calado e introspectivo, apenas observava Serena enquanto caminhavam. Serena, ainda sem resposta, continuou com uma leve frustração na voz: “Mesmo com essas novas regras, a diretora só mencionou punições para os Vitalis... quer dizer que os Nox vão ficar livres disso? Parece injusto.”...

...Aurora respirou fundo e respondeu com um tom calmo: “Provavelmente. A guerra acabou faz três anos, mas desde então o Imperador tem mantido certas ‘ordens de paz’... isso inclui regras mais rigorosas para nós.” Ele olhou para Serena, percebendo o peso da situação refletido no rosto dela....

...Serena abaixou a cabeça, um pouco desanimada, continuando a andar ao lado de Aurora. “Vai ser difícil...” murmurou ela, sua voz carregada de preocupação. Era um novo mundo que estava se formando, mas a incerteza e o medo do desconhecido ainda pairavam sobre eles....

...Na manhã seguinte, Aurora e Serena chegaram à escola, percebendo o ambiente já diferente. Havia muitos Nox circulando pelo pátio e corredores, alguns em pequenos grupos, outros observando os Vitalis com um olhar de desconfiança. Apesar da mistura inusitada, o clima ainda parecia calmo, com ambos os lados atentos, mas mantendo uma distância cautelosa....

...Entrando pela entrada principal, Serena e Aurora começaram a caminhar pelos corredores, onde folhas de papel com listas de nomes estavam coladas em cada porta. Eles paravam em cada uma, procurando suas novas turmas. Depois de alguns minutos, finalmente encontraram a lista onde ambos estavam na mesma sala. Serena deu um leve sorriso e sussurrou animada, levantando o punho discretamente: “Isso.” A satisfação era visível em seu rosto, e Aurora observa o entusiasmo contido dela....

...Eles entraram na sala, que já estava parcialmente cheia, com Vitalis e Nox sentados de forma dispersa e cautelosa. Escolheram dois lugares no meio da sala, próximos um do outro, onde se sentaram. Serena olhava ao redor, analisando o ambiente, enquanto Aurora permanecia calmo, esperando para ver como as coisas se desenrolariam. A tensão era sutil, mas perceptível, enquanto todos esperavam o início das aulas e o primeiro contato entre os dois grupos que, até então, tinham permanecido separados....

...Serena olhou para Aurora, pensativa, enquanto a sala de aula começava a ganhar vida com as conversas dos alunos. “Parece o início do ano letivo. Mas, só estamos em maio." disse ela, com um leve sorriso. Então, um pensamento a atingiu e ela acrescentou: “Ah, Aurora.”...

Aurora virou-se para ela, curioso. “O que foi?”

^^^“Eu nunca vi você com mais ninguém desde que veio para cá. Você tem algum amigo além de mim?” A pergunta era simples, mas carregada de uma curiosidade genuína.^^^

...Ele balançou a cabeça, um pouco desapontado. “Não.”...

...Serena franziu a testa e perguntou: “E na outra escola?”...

...Aurora também negou com um movimento de cabeça. “Não.”...

...“Uau.” disse Serena, surpreso. “Falando na sua outra escola, você foi expulso porque brigou, né?”...

...Aurora assentiu. “Sim.”...

...Ela arqueou uma sobrancelha. “E foi tão feio assim para uma briga você ser expulso logo de cara?”...

...Aurora hesitou por um momento, lembrando-se do que aconteceu. “Não foi só uma briga…” A resposta soou como um peso, e Serena percebeu que, em poucos meses do início do ano letivo, Aurora já teria se envolvido em várias confusões....

...Nesse momento, o professor entrou na sala com um “Bom dia!” vibrante, chamando a atenção dos alunos, que rapidamente silenciaram para ouvir a aula. A conversa entre Serena e Aurora foi substituída por anotações e discussões sobre o conteúdo. Os dias se passaram, e a interação entre os Nox e os Vitalis começou a parecer normal, embora a tensão estivesse sempre presente em alguma medida....

...Serena e Aurora continuavam a se encontrar todos os dias, conversando, estudando e fazendo suas rotinas normalmente. Um dia, quando o sinal tocou para o intervalo, o barulho da sala foi substituído pelo som de alunos se levantando e saindo. Serena e Aurora saíram juntos, o ar fresco do pátio recebendo-os....

...“Bom, o trabalho ficou para casa…” disse Serena, enquanto caminhavam. Ela começou a pensar em voz alta. “Vamos fazer na sua casa?”...

...Aurora hesitou, depois respondeu: “Hoje não posso… tenho algumas coisas para fazer. Mas, pode ir amanhã, já que é sábado e não tem aula.”...

...O rosto de Serena iluminou-se com a proposta. “Certo!” disse ela, animada....

...Mais tarde, quando Aurora chegou em casa, ele percebeu que a casa estava silenciosa, como era costume. Sua tia não estava, o que significava que ele teria um tempo tranquilo para si mesmo. Ele subiu as escadas lentamente, seus passos ecoando no corredor vazio....

...Ao entrar em seu quarto, ele jogou a mochila na cama, mas não se sentou. Havia algo inquieto dentro dele, uma energia que o impedia de relaxar. Aurora se despediu de qualquer cansaço e foi direto para o banho. A água quente escorria pelo seu corpo, ajudando-o a se sentir um pouco mais leve enquanto pensava em tudo que estava acontecendo na escola e em sua vida nova....

...Após o banho, ele se trocou rapidamente, vestindo uma camiseta confortável e calças. Ele respirou fundo, sentindo-se um pouco mais focado. Com um impulso repentino, decidiu sair de casa. Era algo que precisava fazer, uma maneira de escapar das preocupações e da solidão que às vezes o acompanhava....

...Aurora saiu pela porta e começou a andar calmamente, sentindo a brisa suave da tarde em seu rosto. O céu estava claro, e a luz do sol iluminava tudo ao seu redor, mas dentro dele havia uma sombra que o acompanhava. Após algum tempo caminhando, ele chegou a um cemitério. A atmosfera era serena, com árvores balançando levemente e o canto de pássaros ao fundo....

...Ele entrou no cemitério, os passos ecoando suavemente entre as lápides. Quando se aproximou das covas de seus pais, seu coração começou a acelerar, e um misto de tristeza e saudade tomou conta dele. Ele se agachou, ajeitando-se em frente às duas covas, os nomes gravados nelas ainda bem visíveis, e começou a pensar sobre como seria ter eles por perto....

...Os pensamentos fluíam como um rio, e Aurora se lembrava dos momentos felizes, das risadas e do amor incondicional que seus pais lhe proporcionavam. Ele desejava poder compartilhar sua vida com eles, contar sobre suas conquistas, suas lutas e tudo o que estava acontecendo agora. A saudade era uma dor profunda, uma ferida que nunca cicatrizava por completo. Ele fechou os olhos, permitindo que as lágrimas escorressem pelo rosto....

...“Te amo, pai. Te amo, mãe." murmurou, sentindo a energia do amor que ainda os ligava, mesmo que eles não estivessem fisicamente ali. Ele ficou por minutos, ajoelhado, em um silêncio respeitoso e profundo, como se estivesse buscando um conforto nas memórias que tinha....

...Após um tempo que pareceu tanto uma eternidade quanto um mero instante, Aurora se levantou. Com um último olhar para as covas, ele se despediu silenciosamente, levando consigo a esperança de que, de alguma forma, seus pais estivessem sempre com ele. Com o coração um pouco mais leve, ele começou a voltar para casa, os passos mais firmes enquanto a tarde continuava sua dança luminosa ao redor dele....

...Aurora entrou em casa, sentindo a familiaridade do ambiente envolvê-lo. Com um leve suspiro, ele se dirigiu ao quintal, um espaço que costumava ser seu refúgio. Ao chegar, ele avistou o mook jong, uma estrutura de madeira com braços ajustáveis, que estava mais afastado do centro do quintal. Com determinação, puxou o mook jong para o meio do espaço, preparando-se para seu treino....

...Ele respirou fundo, sentindo o ar fresco encher seus pulmões e limpar sua mente. A presença do mook jong era reconfortante; era um símbolo de sua conexão com o wing chun, a arte marcial que havia se tornado uma parte importante de sua vida. Com os pés firmemente plantados no chão, Aurora começou a aquecer, fazendo alongamentos suaves e girando os ombros....

...Então, ele começou a treinar. Com movimentos precisos e fluidos, ele se posicionou em uma guarda baixa, os pés levemente afastados. As mãos estavam relaxadas, prontas para se mover. Aurora executou um golpe de punho reto em direção aos braços do mook jong, sentindo a resistência do impacto, o som da madeira ecoando pelo quintal. O ritmo de seus golpes se intensificou, cada soco e cada chute eram acompanhados por uma respiração controlada, como se estivesse em perfeita sintonia com o movimento....

...Ele alternava entre os golpes, integrando sequências fluidas de socos, palmas e chutes. Cada movimento era preciso, cada golpe tinha um propósito. Aurora se concentrava na técnica, lembrando dos ensinamentos que havia recebido e do respeito que tinha pela arte marcial. Os músculos começavam a arder, mas ele ignorava a fadiga, imerso no fluxo de seu treino....

...O som das batidas do seu corpo contra o mook jong reverberava pelo quintal, criando uma melodia de esforço e determinação. As horas pareciam passar rapidamente enquanto ele se dedicava ao treino, a mente focada, livre das preocupações....

...Nesse momento, sua tia chegava em casa, estacionando o carro na entrada. Ao sair, ela ouviu o som das batidas no mook jong e sorriu, reconhecendo imediatamente o ritmo de seu sobrinho praticando. Com um carinho no coração, ela se dirigiu à porta que levava ao quintal, encostando-se nela para observar....

...Ela viu Aurora em ação, seu corpo se movendo com graça e poder. O sorriso dela se ampliou, apreciando a determinação e a paixão que ele demonstrava. Era um momento de orgulho para ela, ver seu sobrinho se dedicando a algo que ele amava. A presença do mook jong e o som de seu treino a faziam sentir que, apesar de todas as dificuldades que ele enfrentava, Aurora estava se tornando cada vez mais forte, tanto física quanto emocionalmente....

 

Onde Floresce a Amizade, Silenciam as Sombras

...No sábado, Serena acordou cedo, ansiosa para ir à casa de Aurora. Assim que chegou, bateu na porta e foi recebida pela tia dele, que a cumprimentou com um sorriso caloroso. Após uma breve troca de palavras, a tia a convidou para entrar, e Serena respondeu educadamente, agradecendo enquanto atravessava a entrada....

...A tia de Aurora, carinhosa como sempre, chamou pelo sobrinho em um tom gentil: "Aurora, sua amiga está aqui." Do corredor, veio a resposta de Aurora, calma e direta, convidando Serena a se juntar a ele: "Pode vir, Serena." Serena agradeceu a tia mais uma vez com um leve aceno de cabeça, dizendo "com licença" enquanto se dirigia ao quarto....

...Ao entrar, Serena encontrou Aurora já concentrado no trabalho da escola. Ele estava com alguns papéis sobre a mesa, analisando com atenção as anotações e esboçando ideias para o projeto que tinham que criar juntos. Ela olhou para a mesa, surpresa ao perceber que ele já havia começado. Com uma expressão de leve indignação brincalhona, disse: "Você já começou sem mim... que injusto." Aurora levantou o olhar rapidamente, um sorriso discreto aparecendo em seu rosto, mas ele nada disse, mantendo o foco no trabalho....

...Serena se acomodou ao lado dele, tirando seus próprios materiais da mochila e abrindo cadernos e canetas sobre a mesa. Logo, ela entrou no ritmo e começou a contribuir com suas ideias e sugestões. Aurora e Serena conversavam enquanto analisavam os detalhes do projeto, ajustando e aprimorando cada parte....

...Durante o processo, Aurora se mostrava concentrado e prático, abordando cada ponto de forma metódica, enquanto Serena trazia uma leveza para o ambiente, fazendo perguntas e oferecendo novas ideias. Eles complementavam as habilidades um do outro, tornando o trabalho não apenas produtivo, mas também agradável....

...Duas horas se passaram e o silêncio do quarto só era quebrado pelo som suave da caneta de Aurora riscando o papel enquanto ele se concentrava no trabalho. Serena, após um longo período de dedicação, acabou adormecendo com a cabeça apoiada na mesa, seu corpo exausto cedendo ao cansaço. Aurora, imerso em suas anotações, nem percebeu de imediato que a amiga havia sucumbido ao sono....

...Mais alguns minutos se passaram, e Aurora finalmente completou o trabalho. Ele se esticou, aliviando a tensão nos músculos, quando o movimento fez Serena despertar. Ao abrir os olhos, ela rapidamente percebeu onde estava e, com um pingo de confusão, exclamou: "E-eu dormi?!"...

...Aurora acenou levemente, ainda se recuperando do susto que a despertada dela havia causado. Ela então virou o olhar para o lado, corando ao perceber que não estava em seu próprio quarto....

..."E você não me acordou??!!!" perguntou, um misto de surpresa e indignação na voz....

...Aurora, levantando-se e começando a guardar suas coisas no guarda-roupa, respondeu de forma descontraída: "Eu até pensei nisso..."...

...Serena cruzou os braços, parecendo ainda mais irritada. "E aí? Decidiu só não me acordar?"...

...Aurora olhou para ela, agora fechando o guarda-roupa, e respondeu com sinceridade: "Você dormiu tão profundamente que pensei que você não tivesse dormido direito esta noite..."...

...Serena o observava, sem saber se deveria estar brava ou envergonhada. Então, Aurora fez um comentário que o deixou um pouco sem jeito....

..."E você estava dormindo.. tão bela, parecia um sonho em forma de luz... simplesmente deixei assim mesmo."...

...Ele se virou para ver a reação dela e notou que ela estava corada, olhando para o lado. Percebendo que havia falado algo que poderia ser mal interpretado, Aurora apressou-se em corrigir-se. "A-Desculpe, acho que não pensei direito antes de falar."...

...Serena ainda estava corada, desviando o olhar para o chão, enquanto um silêncio constrangedor se instalava entre os dois. O momento era leve, mas cheio de pequenas emoções que apenas amigos íntimos poderiam entender....

...Serena, ainda corada, levantou-se rapidamente da cadeira e, com a voz trêmula, disparou: “N-n-n-nos vemos amanhã!!!!” Em um piscar de olhos, ela saiu do quarto, seus passos apressados ecoando pelo corredor. Antes de se retirar, parou na sala e agradeceu à tia de Aurora, sorrindo nervosamente: “Obrigada pela recepção!”...

...Assim que ela saiu, Aurora entrou na sala, encontrando sua tia Vanessa acomodada no sofá. Ele olhou para ela com uma expressão confusa e disse: “Acho que fiz alguma coisa errada.”...

...No dia seguinte, Aurora caminhava pela calçada, indo para a escola com seu trabalho em mãos, quando passou por um pequeno beco. De repente, o som de uma lata de lixo caindo chamou sua atenção. Ele virou a cabeça e viu um garoto de cabelos azuis escuros levando uma surra de três rapazes. Aurora fixou o olhar na cena, notando que o único que estava apanhando era um Vitalis....

...“Aurora!!” A voz de Serena o fez virar rapidamente. Ele a viu se aproximando e, sem pensar duas vezes, correu até ela....

...“Leva o trabalho para a escola, já já eu chego lá!” ele disse, entregando o papel para ela....

...Serena olhou para ele, confusa. “Por quê? O que aconteceu?”...

...“Tem três Nox batendo em um Vitalis naquele beco…” Aurora respondeu, com um tom de urgência....

...“Não, não faça isso!” Serena protestou, sua expressão se tornando séria. “Se te pegarem batendo em algum Nox, você vai ser punido…”...

...Aurora balançou a cabeça, determinado. “Eu não vou ser visto.”...

...“E o que você vai fazer, matar eles?” Serena perguntou, exasperada....

...Aurora franziu a testa, não entendendo bem a reação dela. “Não, eu só—”...

...“Se você bater nos Nox, independente de irem ao hospital ou não, eles vão contar a alguém do exército do Imperador sobre você. Não faz isso, ignora e vamos para a escola.”...

...Aurora parou, pensativo. Ele olhou para baixo, sentindo a raiva crescer dentro de si, enquanto fechava os punhos. “Eu te encontro depois.” Ele começou a andar em direção ao beco....

...“Não, Aurora…” Serena tentou segurá-lo, mas ele se soltou....

...“Eu preciso fazer isso, Serena.”...

...Serena o seguiu com o olhar, preocupada. “Por favor, não faça nada imprudente!”...

...Mas Aurora estava decidido, e seu coração pulsava forte com a necessidade de ajudar....

...Aurora chegou ao beco, seu coração disparando enquanto ele se aproximava da cena. “EI, vocês!!” ele gritou, a voz ecoando entre as paredes apertadas. Os três Nox pararam de bater no garoto de cabelos azuis e se voltaram para ele, suas expressões de surpresa e confusão logo se transformando em desprezo....

...“O quê você quer?” um deles perguntou, avançando junto com os outros em direção a Aurora. Eles tinham um olhar de desdém, mas Aurora sentiu uma mistura de determinação e medo crescendo dentro dele....

...Ele pensou rapidamente: “O que faço? Talvez se eu bater neles e disser que sou Nox, eles não me denunciem…” Mas, à medida que os três se aproximavam, a dúvida começou a se instalar. “Não… isso não vai dar certo. Um Nox normalmente ignoraria o que estava acontecendo aqui… e se isso acontecer, eles poderiam dizer que sou um Vitalis por estar tentando proteger um Vitalis... droga…” O pensamento o atormentava....

...Os Nox estavam agora bem perto dele, um deles, com um olhar desdenhoso, perguntou: “Vou perguntar de novo: O quê você quer?"...

...“Nox ou Vitalis?” outro deles desafiou, inclinando-se levemente para a frente, como se esperasse que Aurora se intimidasse....

...Aurora olhou para o segundo Nox, seu corpo tenso e seus punhos cerrados. Com a voz firme, ele disse: “Vitalis.”...

...Os dois Nox riram, o som escandaloso e cruel se espalhando pelo beco. “Entendi. Você está querendo proteger o outro Vitalis, não é mesmo?” um deles zombou, sua expressão misturando curiosidade e desprezo....

...Aurora cerrou os punhos com força, um sorriso desafiador surgindo em seu rosto. “Eu só vim aqui bater em três bostinhas."...

...Mal teve tempo de terminar a frase quando um dos Nox, com um movimento rápido, desferiu um soco direto em seu rosto. A dor explodiu em sua mandíbula e Aurora cambaleou para o lado, tentando se recompor....

...“Bostinha? Você perdeu a noção do perigo, não é mesmo?” o agressor zombou, um sorriso malicioso nos lábios. Ele se aproximou ainda mais, aproveitando a confusão de Aurora, e, com um movimento rápido, socou seu estômago com toda a força....

...A dor foi insuportável, e Aurora se curvou, o ar sendo expelido de seus pulmões como se fosse arrancado. “Os únicos bostas são vocês Vitalis.” O terceiro Nox, que até então observava, agora se juntava à diversão, preparando-se para mais um ataque....

...A sensação de impotência invadiu Aurora, mas ele se esforçou para se levantar. No entanto, enquanto ele tentava se recompor, um dos Nox, com um movimento brutal, desferiu outro chute em suas costas, fazendo-o desabar completamente no chão frio do beco....

...O garoto de cabelos azuis ainda estava ali, assistindo em silêncio, com um olhar de gratidão e tristeza. Aurora, caído no chão, estava em um mar de dor. Ele respirava pesadamente, o gosto de sangue em sua boca misturando-se com a amargura da derrota....

...Os três Nox cercaram Aurora, rindo e trocando provocações. “Vamos lá, acabem logo com isso!” um deles gritou, seu olhar repleto de desdém, enquanto o grupo se afastava lentamente, deixando Aurora para trás, com o corpo dolorido e a mente confusa....

...“Vai ficar de bico calado agora, Vitalis?” um deles lançou antes de sair, seu riso ecoando enquanto se afastavam, deixando Aurora sozinho, sentindo a frustração e a dor queimarem em seu interior....

...Ele permaneceu ali por um momento, o beco se tornando um lugar de solidão, enquanto a raiva e a tristeza se misturavam em seu coração....

...Aurora, ainda tremendo de dor e frustração, se esforçou para se levantar lentamente. O mundo ao seu redor estava embaçado, mas ele podia ouvir passos se aproximando. Era Serena. “Aurora!” ela exclamou, correndo em sua direção....

...Com um esforço, ela o ajudou a ficar em pé, sua mão firme no braço dele. Aurora apontou vagamente para o garoto que ainda estava no chão. “Ele...” foi tudo o que conseguiu dizer, sua voz embargada pela dor....

...Serena acenou com a cabeça, compreendendo a situação. Sem hesitar, ela se afastou de Aurora e foi até o garoto caído. Ao se agachar ao seu lado, seu olhar se suavizou ao ver o rosto dele todo machucado, as marcas da agressão visíveis em sua pele....

...“Você vai ficar bem." ela disse com um sorriso encorajador, tentando acalmar o garoto. Ela o ajudou a se levantar, colocando o braço dele sobre seus ombros e apoiando seu peso. Aurora observou enquanto Serena, com um gesto gentil e determinado, o carregava e o fazia sentar-se perto dele, onde ele estava encostado na parede....

...“Aqui perto tem uma farmácia.” ela disse, seu tom urgente contrastando com seu sorriso. “E-eu volto logo.” E sem esperar por resposta, ela saiu correndo, seus passos ecoando no beco enquanto se dirigia para a farmácia mais próxima....

...Aurora permaneceu ali, encostado na parede, seu corpo ainda tremendo, mas agora com a presença do garoto ao seu lado. Ele sentiu um misto de alívio e preocupação, sabendo que Serena estava indo buscar ajuda. As feridas e as dores físicas ainda estavam presentes, mas a determinação dela para ajudar o garoto trouxe um pouco de conforto em meio à confusão que ainda o cercava....

...O garoto olhou para Aurora, sua voz fraca e trêmula: “Eu só estava tentando ativar minha Essentia...”...

...Aurora franziu a testa, sentindo a gravidade da situação. “Não deveria ter feito isso fora de casa... como vai explicar isso aos seus pais?” O garoto não respondeu, seu olhar perdido no chão. Aurora então perguntou, com curiosidade: “Você não tem sua Essentia ativa?”...

...“Mais ou menos...” O garoto respondeu, sua voz ainda baça. “Eu consigo ativar... mas, não sempre. Parece que tem vida própria, e só quer ser ativa quando deseja.”...

...Aurora ponderou por um momento, sentindo a dor aguda em seu corpo. “T-talvez com algum treinamento você consiga controlar sempre que quiser,” sugeriu, tentando encorajá-lo. O garoto olhou para ele, seus olhos cheios de incerteza. “Talvez...” disse ele, quase como um suspiro. Depois, ele perguntou: “Por que você... me... ajudou?”...

...Aurora hesitou, suas palavras saindo em um murmúrio: “Para ser s-sincero, não sei. Talvez eu só odeie injustiças e preconceito... quem s-sabe?” O garoto franziu a testa, confuso, mas ao mesmo tempo grato. “Obrigado...”...

...Aurora não teve tempo para responder, pois logo ouviu os passos apressados de Serena se aproximando. Ela chegou ofegante, o rosto corado pela corrida: “Pronto.”...

...Um tempo passou enquanto eles estavam ali, os dois com alguns curativos e ataduras em seus corpos, tentando se recuperar da situação. Aurora, ainda encostado na parede, ouviu o sinal da escola tocar. “Serena, o sinal.”...

...Ela olhou para ele, determinada: “Não posso deixar você aqui. Faltar um dia não tem problema.”...

...Aurora insistiu: “O trabalho. Eu quero que você entregue por mim, tá?”...

...Serena fez uma careta de chateação, claramente relutante em deixar Aurora sozinho, mas, sem reclamar, ela finalmente saiu dali em direção à escola. Enquanto caminhava, pensou consigo mesma: “Nem pra dizer 'por nós'... que sem graça.”...

...Aurora assistiu enquanto ela se afastava, sentindo-se um pouco culpado por deixá-la levar a responsabilidade sozinha. Ele ainda estava ali, preocupado, mas esperançoso de que, de alguma forma, tudo ficaria bem....

...O garoto, com uma expressão tímida, finalmente se apresentou: “Me chamo Luca.” Aurora olhou para ele e respondeu: “Aurora.” A conversa fluiu naturalmente, mas Aurora logo se preocupou com a condição de Luca. “Consegue andar?”...

...Luca se levantou lentamente, mas logo sentiu a cabeça girar. “N-não muito...” Ele hesitou, apoiando-se em Aurora para se equilibrar. Aurora, percebendo que o garoto estava mais ferido do que ele mesmo, decidiu ajudá-lo. “Aonde você mora?”...

...“Do outro lado da cidade...” Luca respondeu, e Aurora fez uma careta, sabendo que seria uma longa caminhada....

...Com cuidado, Aurora começou a levar Luca para casa. A cada passo, ele se esforçava para não cair, e Aurora mantinha-se firme ao seu lado, ajudando-o. Finalmente, chegaram à casa de Luca. Assim que entraram, Aurora notou que o ambiente estava extremamente escuro e vazio, o silêncio ecoando ao redor deles....

...Ele ajudou Luca a se acomodar na poltrona e perguntou: “Bom, aonde estão seus familiares?” Luca olhou ao redor, a expressão se tornando mais pesada. Com a cabeça abaixada, ele respondeu: “Eles não estão...”...

...Aurora franziu a testa. “Hm. Então, irei esperar.”...

...Luca hesitou, seu olhar carregando uma tristeza profunda. “Isso não é...” Ele começou, mas a voz falhou. Aurora o olhou com mais atenção e percebeu as lágrimas se formando nos olhos de Luca. Enquanto ele se lembrava da dor que sofreu antes, aquelas lágrimas pareciam ser de uma dor mais profunda. Aurora notou como os punhos de Luca se fecharam e tremeram, e, pela expressão em seu rosto, ele deduziu que a família do garoto não estava mais com ele....

...Com um gesto de compreensão, Aurora colocou a mão no ombro de Luca e disse: “Vamos ser amigos?”...

...Luca olhou para Aurora, confuso, ainda com lágrimas nos olhos. Mas, para a surpresa de Aurora, um sorriso tímido começou a surgir em seu rosto. Após alguns momentos de hesitação, Luca finalmente retribuiu o sorriso....

...A partir desse dia, a amizade deles começou a florescer. Aurora contou tudo a Serena sobre o que havia acontecido, já que ela insistiu tanto que ele não teve como escapar. Ele deixou claro que não aceitava a amizade por dó, explicando que não queria que a relação deles fosse baseada na pena que ela poderia sentir por Luca....

...Com o tempo, Aurora e Serena visitavam Luca todos os dias, e a intimidade entre os três crescia a cada novo encontro. Conversas, risos e pequenas aventuras tornaram-se a rotina deles, e, mesmo em meio à dor e às dificuldades, a amizade que formaram trouxe luz e esperança para as vidas que antes estavam tão escuras....

 

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!