Eu Sou a Morte.
Eu, Yren.
Yren
Yren, eu não acredito que você falhou de novo.
O garoto falou baixo enquanto observava ao redor.
Estava coberto de manchas, sinal de que sofreu alguma agressão ou mesmo teve luta.
Yren é um garoto com uma missão na vida. ninguém sabe na verdade que missão é, já teve várias vidas e ele sempre acaba a morrer de repente e acorda em outra vida. Costumava lembrar de tudo, mas desta vez, essa é uma nova vida mesmo, não lembra de nada.
Agora, ele está deitado no chão olhando ao redor tentando perceber onde está agora e o que faz no momento.
O bom é de que, sempre que ele ganha nova vida, ele tem as informações sobre o seu novo personagem.
Mas nesse personagem, ele não precisa receber as informações. Ele já tem...
O que nunca muda é o próprio Yren, nada muda nele, o seu corpo continua o mesmo, sua voz, seus olhos, tudo.
Yren
Não sei o que faço aqui, nem consigo enxergar direito, como eu teria tempo para ler?
Yren levantou-se do chão e viu que tinha dificuldades para levantar então ficou no mesmo sítio.
Yren
O que terá havido comigo? O meu corpo dói.
O mesmo ouviu passos rápidos vindo à sua direção e ficou na mesma posição ainda.
Melia
Meu pobre filho, eu peguei pesado? Não, não acho.
Yren
(hum, agora lembro. minha mãe me bateu, de novo.)
A mulher virou o rapaz e olhou bem nos olhos do mesmo e soltou um riso raspado.
Melia
Não sei o porquê deixei-te crescer. Você é um saco no meu pé.
Melia
Eu estava cega naquele tempo, pensei que tendo a sua guarda conseguiria manter o seu pai na cidade, mas olhe só, você só me faz gastar... o seu pai nem se importa.
Um pouco de explicação: essa senhora casou-se com um homem pobre, não por amor e sim por não ter outra alternativa, visto que ele amava ela e conseguia fazer qualquer coisa, por ela. Então ela aceitou, em troca de que ele a daria a melhor vida. Assim foi, o homem conseguiu crescer na vida e ter um negócio estável, Melia engravidou e teve Yren. Nos primeiros anos de vida do menino, notou-se que ele era muito quieto, silencioso, nem chorava tanto. Nem chegou de engatinhar, sendo confirmado que o rapazinho tinha problemas de vista.
Como esperado, a vida de um homem de negócios não é fácil e só aparecia em casa as vezes, mas, ele dava amor possível para a mulher e o seu filho.
Chegou num tempo em que a mulher assumiu não amá-lo mais e decidiram se divorciar, claro, ela acabou tendo a guarda do menino.
Anos depois, ela arrependeu-se. Ela não achava o menino algo útil, as vezes nem dava comida para ele, estudava graças ao dinheiro que o pai sempre mandava.
Pelo menos ele conhecia o pai e ficava bastante animado quando era visitado, mesmo que o seu rosto não demonstrasse.
Melia
Hoje é seu aniversário, 12 de Novembro. O dia da minha desgraça.
Yren
( a voz dela, é tão irritante. )
Melia
Você está me ouvindo, não se finja de mortinho aí! Levante antes que eu repita o que fiz.
Desta vez, Yren não sabe que está numa nova vida. Ele não lembra de nada e já está envolvido neste personagem.
Yren
( só eu posso me matar. )
Levantou com dificuldades e abriu os seus olhos, quase vazios.
Melia
Vá para o seu quarto, porque me olhas?? Tsk.
O rapaz foi lentamente até a porta, abriu e assim seguiu reto até uma porta e abriu.
Yren
( Essa sempre foi minha pior data. )
autora
desejem feliz aniversário para o Renren!!!
Yren tem 15 anos, 1,70.
Olhos verdes/azuis.
Seu cabelo original é loiro, mas as vezes pinta de preto ou mistura ficando castanho.
É inteligente, é o melhor na sua escola.
Ele pratica esportes, quase todo o tipo.
Já recebeu várias bolsas de estudo, mas nunca aceitou.
Yren não tem tantos "amigos", conversa com o psicólogo da escola as vezes e nunca colaborou nas aulas (falar)
autora
Verão o resto no andar dos capítulos.
Suspirou pesado depois de um banho bem gelado, e sempre passava mal. Mas com o tempo acostumou-se.
Yren deitou na cama e dormiu olhando para o teto.
Melia
Por causa dessa peste, eu consigo ter dinheiro.
Falou sozinha enquanto descia as escadas e se direcionou até a porta, abriu e recebeu um homem bem alto e forte.
Ambos foram para o quarto, e.....parece que Yren terá que dormir tentando tapar os próprios ouvidos.
Danke, papa.
O garoto se aproximou da mulher dando-a um papel.
Yren
Bem, o professor disse que os testes deviam ser assinados, mãe nunca quis assinar.
Eu estarei prejudicado.
Melia
Eu mal consigo-te escutar, e eu não vou assinar isso.
Peça ao seu pai!
"Peça ao seu pai!" É sempre o que a mulher respondia, sabendo bem que o pai do menino só aparecia as vezes, se aproveitava disso.
Yren esticou seus braços e percebeu que estava sonhando, suspirou profundamente.
E sem demora ouviu batidas na porta.
Melia
Levante a rabo daí e saia.
Eu preciso da casa sem você.
De manhã, sempre que dava sete horas, acordava o filho para sair, mesmo que fosse final de semana.
Yren preferia assim, quem gostaria de ver a mãe rodeada de gente nojenta, fazendo coisas impróprias?
Yren
(Eu não gosto desse nome, me traz uma sensação estranha.
Sempre que escuto.)
É o nome que ele sempre tem em todas as vidas, como não sentir isso?
Yren sentou-se em baixo de uma árvore e usou os seus óculos escuros para poder fechar os olhos.
Um senhor estava a passar por perto e observou o menino Ali deitado e aproximou-se.
???
Eu costumava deitar aqui quando era mais novo, fico relaxado ao ver outra pessoa fazendo isso.
Falou baixo, com dificuldades.
Nota-se que era voz de um idoso.
Yren escutou tudo, pois gosta de ouvir vozes baixas, como a dele.
Mateus
Eu sou Mateus, meu rapaz.
Vou fazer-lhe uma companhia hoje.
Como se chama? Aliás.
Senhor Mateus tinha um sotaque português, Yren estava acostumado com tal sotaque, o seu psicólogo falava assim.
Tirou os óculos e olhou para o velho à sua frente.
Mateus
Sabe, não se preocupe tanto com a vida. Ela surpreende-nos!
Vale ficar preparado do que desanimado, entende?
Yren respondeu um sim, com a cabeça, a cada frase dita pelo velho, ele respondia assim.
Mateus
Já passou muito tempo, meu rapaz.
Tomarei o meu caminho.
Yren percebeu uma silhueta ao seu lado, quando virou não viu nada. Mas não era a primeira vez que sentia isso, já era esperado.
Yren
pergunto-me-quando…irá se mostrar.
Levantou e tomou o seu caminho de volta para casa, já era noite e estava a chuviscar e apressou-se.
Bateu a porta duas vezes e a sua mãe não abriu, como esperado.
Então, ficou sentado na porta e abraçou as suas pernas.
Levantou a cabeça e relaxou o rosto assim que viu seu pai.
A seguir, pegou na mão do mesmo e levantou.
Akan
Eu não avisei que viria.
Yren, o que houve?
Minutos depois Melia abriu a porta e deixou que os dois entrassem.
A mesma fechou a cara, nunca gostava das visitas do ex-marido, e desejava que o seu filho nunca voltasse.
Melia
Akan, já disse para você avisar quando estiver vindo.
Esqueceu que está não é sua casa?
Akan pegou no braço de Yren e acompanhou-o até o quarto, fechou a porta sentou-se na cama convidando o filho para sentar junto.
Akan
Yren, feliz aniversário.
Não apareci ontem, mas fiz meu esforço!
*O mais velho abraçou o rapaz e beijou a testa do mesmo*
Yren
Yren fica agradecido por pai aparecer hoje.
*recebeu o abraço assim como o beijo tranquilamente.*
(saudades disso..)
O homem tirou uma caixa do seu bolso, um celular.
Akan
Lembro da vez em disse que eu só podia dar-te presentes pequenos para caberem no seu bolso, acredito que esse cabe.
Yren recebeu e abraçou seu pai novamente, era o primeiro celular que teve.
Akan
Yren está crescendo, fico feliz por isso!
Yren
Danke, Papa. (obrigado, pai.)
Akan
Gern geschehen, mein Junge, du hast es verdient. (de nada, filho. você merece.)
Pai de Yren era Alemão, e Yren gostava de se comunicar assim com ele.
Yren
Pai, porque eu não moro com o senhor? Eu não entendo.
Akan
Não se preocupe, daqui há pouco, você estará morando comigo.
Yren apontou papéis no chão, eram seus testes não assinados.
Levantou e pegou todos pousando na cama e entregou uma caneta para seu pai.
Yren
Faltam algumas semanas para o ano acabar, preciso de notas no livro, né? Assine, por favor, papa.
Akan
Sua mãe?
Ah, deixe para lá.
Vou assinar.
Yren sorriu mínimo e ficou sentado ainda.
Novamente, sentiu alguém atrás de si e não falou nada, podia ser loucura afinal.
Ser coisa da cabeça dele de quê ele nunca esteve sozinho.
O pai terminou de assinar e teve que sair e Yren se encontrava sozinho naquele inferno novamente.
Yren
(Não o entendo o porquê de eu estar aqui, ele me rejeita? )
Dormiu sobre os seus pensamentos, sem comer, sem tomar banho, exausto.
???
É o último dia na escola esse ano, Yren.
Como se sente.
Yren
Sentirei a sua falta, como terei terapia de graça?
Gabriel
Ahhh, Yren.
Pensei que não gostasse de conversar comigo, sou um psicólogo chato.
Yren
Mas não é, Senhor Gabriel.
Não é para mim.
Yren viu uma sombra na janela e correu logo para lá.
Yren negou um "nada" com a cabeça e sorriu meigo antes de sair.
Melia
Chegou? Para o que, Akan?
Akan
Vim levar o meu filho, Melia.
Acabaram as aulas, ele deve passar tempo com o pai.
Melia
Ah!? por favor.
Faz dez anos que eu moro com ele sozinha, e você só visita ele duas vezes por ano.
Como se atreve?
Akan
Não tente fingir de boa mãe na minha frente, está bem óbvio que ele não gosta da sua companhia.
Akan
Como quiser.
YREN!
*Chamou subindo às escadas*
Yren arrumou sua mala apressadamente depois de seu pai ter lhe falado sobre as férias com ele, e ele estava ansioso para ver a madrasta novamente, na primeira vez que viu ela, foi bem tratado. Yren podia não demonstrar, mas estava feliz.
Ele e o pai tiraram fotos no celular novo também, alguns vídeos e Yren sorriu como como se tivesse cinco anos apenas, naquele quarto criou algumas memórias boas, pelo menos..
Melia
Não se esqueça da sua mãe, é só um mês de férias, ano que vem você volta.
Akan
Pare com isso, Melia.
Já disse que ele não voltará!
Melia
É isso que vamos ver! Você só quer que aquela nojenta faça ele esquecer de mim, Akan!
Akan
Pare com isso, está agindo como se eu tivesse traído você com ela.
Melia
Hã, eu nem duvido de você.
Akan
Pois então fique assim.
Yren seguiu seu pai e entrou no carro rapidamente.
Lá atrás, a mãe parecia uma louca gritando, mas Yren não entendia o porquê, afinal ela só maltratava ele e desejava-o sempre o pior.
Akan
Pode suspirar fundo agora, meu filho.
Está livre dessa louca.
Yren contou tudo ao seu pai no dia antes do aniversário.
levara o celular do senhor Gabriel emprestado, o psicólogo.
Então escreveu algumas coisas que passava em casa, o quanto sentia falta do pai e de como queria poder presenciar o crescimento dos irmãos mais novos (a madrasta estava grávida).
Então, quando o pai viu, planeou a mudança do menino e tratou de tudo.
autora
E aí, estão gostando?
Onde está?
A viagem fora cancelada, então seguiria após dois dias. Nisso, Akan decidiu passar mais tempo com o filho, indo á lugares que podiam animà-lo.
Akan
Você não gosta do sumo natural sem açúcar? É o melhor que tem.
Yren
Oh? eu gosto. Só está um pouco gelado, os meus lábios não aguentam isso.
Akan
Acabei a esquecer que tem problemas com isso, então deixe um pouco enquanto descongela.
Akan
Você é mais comunicativo agora, três anos atrás você nem dizia um "sim".
Yren
Alguém ensinou-me a expressar-me.
*disse a olhar diretamente para seu pai*
Akan
Fico feliz que tenha aprendido isso. Mas, falta você conseguir se expressar com gestos, olhe essas fotos. Parece que eu obriguei você a tirar, haha!
Akan mostrou as fotos no celular de Yren e riu do que falou a seguir.
Yren
Verdade, eu vou tentar, papa.
Claro que Melia ligou para Akan, tantas vezes que teve que silenciar o celular.
A mulher teve conhecimento de que aqueles dois iriam sair dois dias depois, e já chegara o dia.
Melia
Você não vai levar esse menino.
Falou para si mesma enquanto dirigia seu carro numa velocidade equilibrada, mas perigosa na via, sendo numa cidade onde tinha muitos veículos na faixa de rodagem.
Akan
Estamos quase chegando no aeroporto, está nervoso?
Akan
Entendo.
Sobre a sua mãe, ela terá que ser processada.
Akan
Sim, Yren.
O que você me disse.
Você não quer processar?
Yren
Eu não quero mais ver...
Akan
Gostou do nosso passeio?
Yren respondeu e logo sons de sirenes fizeram-se presentes, soando bem alto! Akan decidiu reduzir a velocidade e tentar afastar o mais rápido possível, mas, um veículo bateu o traseiro do veículo dele que acabou a criar um desequilíbrio. A batida foi bem forte que levou mais um carro junto, os três se encontravam em fumaças e com algumas peças fora, como porta, pneu.
Na única coisa que Yren pensou quando o carro parou de se mexer, foi no seu pai desacordado do outro lado do assento e sangrando pela testa.
Chamou baixo, com a voz trémula ainda.
Sem demora, Yren foi tirado do carro por dois homens e assim se fez com o pai igualmente.
Enquanto afastavam dos veículos, houve uma explosão que fez com que algumas pessoas ao redor caíssem por aquilo.
Abriu os olhos e notou estar deitado, ao julgar pelo cheiro, Yren podia dizer que estava no hospital.
Quando gritou, uma médica apareceu para acalmá-lo, pois parecia abalado e bastante agitado. Sem deixar de lado o facto de quê, foi a primeira que Yren gritou, que tirou a voz fora.
Yren
Não.
diga-me, onde está o meu pai? Eu estava com ele a pouco tempo.
Onde está?
??
Já passaram cinco horas, dormiu por cinco horas, durante esse tempo; o seu pai não acordou e confirmou-se que ele morreu no momento do acidente.
??
A sua mãe também, não resistiu.
??
Sim, o carro que bateu o carro de seu pai, era o da sua mãe.
??
A sua madrasta está lá fora, se quiser vê-la.
Yren
Não, eu não quero no momento.
Yren recebeu alta no outro dia e não perguntou mais pelo pai, nem quis saber da mãe.
Estava em choque ainda e não conseguia discernir tudo aquilo, se estava a sonhar, jogando, simulação...
Os seus pais foram enterrados naquela cidade, não por não houver outro lugar, mas por ser onde a família do pai morava e o país natal da sua mãe.
Enterrados no mesmo dia, partes separadas.
Kily
Querido, Yren.
Como se sente?
Kily
Entendo que esteja abalado ainda, você nem participou do velório.
Kily
Eu gostaria que isso fosse só um sonho… eu nem pude pedir para ter o seu pai enterrado na...
Yren
Não quero mais falar disso.
Kily era a noiva do seu pai, agora grávida de trigémeos.
Sete meses, a sua barriga nem parecia ser de três pelo tamanho. Tinha 28 anos e até parecia irmã do que madrasta.
"Destino, EUA Washington"
Não tinha como ficar mais na Holanda, Kily estava disposta a morar na Holanda por Yren, mas a escolha do menino foi de seguir a madrasta onde ela morava com o noivo recém-falecido.
Kily
Espero que você se acostume com essa cidade, Ren.
Eu sou daqui, mas é difícil dizer que estou acostumada.
Parecia que Kily conversava sozinha, Yren respondia a algumas coisas, com a cabeça.
Yren agora observava o quarto onde seria o dele, era maior que o quarto de Holanda e era mais bonito. Tal quarto fora preparado pelo pai antes de ir buscá-lo, então, havia de tudo que Yren gostava. Principalmente com as Paredes pintadas a preto, alguns objetos castanhos. Sua cama arrumada com um tom verde não tanto carregado. Eram cores que ele conseguia ver bem, e gostava delas.
Kily
Este é o seu quarto.
Se precisar de algo, você pode mandar mensagem para a cozinha, tem um senhor lá que trará o que quiser. Caso você não queira sair do quarto.
Kily
Eu não te perguntei durante essa semana toda.
Você está bem? Como se sente?
Kily
Não precisa responder agora.
Mas pode responder a si mesmo. Também fiquei abalada quando perdi meu pai, depois minha mãe. Mas não foi tanto, pois nenhum deles se importou comigo, nem com os meus irmãos.
Kily
Vou deixa você sozinho agora.
A cada piscada que Kily dava, era visível as tantas lágrimas contidas. Falava fraca, mas continuava firme… pelos seus bebés, por Yren que agora só tinha ela. Para uma mulher que se entregou por amor, sem interesse algum, dói muito. Ainda que era um relacionamento julgado pelo homem ter 40 anos e ela nos seus 28 anos.
Mas não se duvidava de nada, ela era bem rica e não precisa de homem algum para sustentá-la, ela podia, sozinha.
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