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Sangue Assas e Agarras

A Queda dos Céus

Era uma época de intensa turbulência nos céus, onde anjos e demônios travavam uma guerra sem fim. As nuvens eram campos de batalha, e o som das espadas celestiais ressoava por todo o céu. No meio desse caos, eu, um arcanjo, caí do céu, deixando para trás a luz e a pureza de meu lar. Quando atingi o solo, tudo o que conhecia se apagou, e a escuridão me envolveu. Fui resgatado por uma família bondosa, que me acolheu durante um momento de necessidade. Eles me levaram para uma vila simples, onde cuidaram dos meus ferimentos e me ofereceram um novo lar.

Contudo, à medida que os dias passavam, começava a questionar: essa família era realmente confiável?

A vila era serena; as noites eram iluminadas pelo suave brilho da lua, e a brisa fresca trazia um alívio inesperado ao meu coração cansado.

Contemplava a paz ao meu redor, mas meu pensamento estava sempre com minha amada, uma humana fora do meu alcance, pois, sendo um arcanjo, eu era proibido de amá-la. O amor por ela permanecia, forte e indomável, alimentando meus sonhos e minhas esperanças.

Em uma dessas noites, enquanto a lua iluminava meu caminho, um vazio crescente se apoderou de meu peito, até que uma dor aguda no meu pescoço me fez desmaiar. Quando recobrei os sentidos, percebi que estava aprisionado em uma gaiola, cercado por estranhos que sussurravam ao meu redor.

Uma sensação de desamparo me dominava, como se o mundo tivesse desaparecido.

Foi durante aquelas longas horas de solidão que ele apareceu, um homem enigmático que me observava com um interesse profundo e inquietante.

De longe, eu mal conseguia distinguir seus traços. Sua figura era um borrão em meio à escuridão, mas algo nele me chamava, algo que despertava uma curiosidade quase insuportável. Quando ele se aproximou, pude perceber melhor os detalhes de seu rosto e os olhos azuis que pareciam enxergar através de mim. Mas ainda havia uma névoa sobre minha visão, que não me permitia ver com clareza o que estava à minha frente. Eu sentia sua presença de uma maneira que ia além da visão, algo que preenchia o espaço entre nós.

Ele vinha todos os dias, e eu o observava em silêncio. Sua presença me trazia conforto e confusão, e eu me perguntava o que ele pensava de mim. A distância entre nós parecia amplificar minha incapacidade de ver completamente. Quanto mais ele se aproximava, mais os contornos de seu ser se tornavam claros, mas as dúvidas ainda pairavam sobre o que ele sentia, o que ele queria de mim. Eu ansiava por mais, mas ao mesmo tempo me sentia inseguro, como se minha visão limitada fosse um reflexo das barreiras que existiam entre nós.

Com o tempo, sua ausência se tornou uma dor aguda, e o vazio que ele deixava era quase insuportável.

A expectativa do seu retorno se tornava um ritual, mas ele não aparecia. A solidão me envolvia como uma névoa densa, e cada dia sem ele me fazia questionar se ele havia se esquecido de mim. Os momentos que passei relembrando o que pude sentir de sua presença tornaram-se meu único consolo. A ideia de ser apenas um objeto de sua admiração me inquietava. Quando, finalmente, o dia chuvoso chegou, sua entrada iluminou meu mundo. A emoção tomou conta de mim enquanto ele se aproximava, seus traços agora mais nítidos, seu olhar mais profundo.

Naquele instante, ele percebeu a urgência de se conectar, suas lágrimas estavam repletas de histórias não contadas e da dor guardada. Quando ele me tocou pela primeira vez, foi como se o tempo parasse, e as barreiras entre nós se desvanecessem. Seu toque caloroso fez com que eu sentisse sua dor e sua angústia, conectando nossas almas de maneira inexplicável. O desejo de entender o que o atormentava crescia dentro de mim, e cada segredo não revelado nos aproximava mais. Reflexões sobre o que significava realmente a nossa união começaram a surgir, e eu me perguntava, ansiosamente, o que o futuro poderia nos reservar.

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Estou revisitando esta obra pois desejo que ela se torne mais aprimorada e melancólica. Pretendo transmitir a dor e o anseio presentes nela. Assim, espero que aprecie esta modificação. A narrativa permanecerá centrada na relação entre Muriel e Renato; no entanto, apenas alterei a forma de redigi-la.☺️

Continua...

Um Encontro de Esperança

Em um reino onde a luz dos céus e as sombras do inferno disputavam o mesmo horizonte, vivia um anjo chamado Muriel — não livre, mas aprisionado em mais de um sentido. A prisão não era apenas feita de ferro, mas de lembranças, marcas, e um silêncio que gritava por dentro. Seus olhos — que mal distinguiam formas à distância — viam o mundo como um borrão de luzes e sombras. Mas ali, entre grades e lembranças amargas, ele aprendeu a reconhecer o toque do vento, o peso da saudade e o calor da esperança, mesmo que tênue.

Certa tarde, quando as lágrimas quentes escorriam por seu rosto silencioso, a porta da sala rangeu suavemente. Renato Valieres, filho do rei, surgiu como um raio de sol rompendo uma tempestade antiga. Vestia uma camisa branca, simples, mas justa ao corpo, revelando a firmeza de quem carrega fardos... e também promessas. Seus passos firmes ressoaram no chão de pedra até pararem diante de Muriel, e mesmo com a visão turva, o anjo enxergou algo ali — não só um vulto, mas uma presença. Uma alma.

Renato se abaixou diante da gaiola, o olhar fixo no rosto de Muriel. Os olhos dele — de um azul intenso e vulnerável — eram claros como águas profundas e traziam uma dor familiar, como quem também conhecia o cativeiro, mesmo fora de grades.

— Por que você chora? — sua voz veio baixa, mas firme, como uma canção antiga tentando curar.

Antes que Muriel respondesse, uma mão quente tocou seu rosto e, com delicadeza quase impossível, limpou suas lágrimas. Aquilo... aquilo não era apenas um gesto. Era um sopro de vida, um lembrete de que ainda existia um mundo além da dor.

A cada visita, Renato trazia mais que palavras. Ele trazia presença. Firme. Constante. Sincera. Muriel esperava por ele como se esperasse por sol depois de longos invernos — com o coração apertado e o peito cheio de esperanças que doíam. Não podia falar.

O sangue demoníaco injetado em seu corpo lhe roubava forças e voz. Mas seus olhos diziam. Seus silêncios gritavam. E Renato... ouvia.

Em uma manhã clara, Renato apareceu com roupas festivas e um sorriso atrevido no rosto, carregando pães escondidos e frutas frescas embaixo do casaco. Era uma cena quase cômica, se não fosse tão ternamente desesperada por fazer Muriel sorrir.

— Se não pode falar, escreva pra mim — disse, oferecendo um pequeno caderno e uma pena.

Muriel escreveu devagar. Sua mão tremia. Quando terminou a primeira palavra — "Muriel" — o nome brilhou como se tivesse vida. Renato sorriu, e nesse sorriso havia tudo: admiração, dor, carinho e uma promessa silenciosa. Ali, naquele instante, Muriel se deu conta: alguém finalmente o via. Não como um troféu. Não como um objeto quebrado. Mas como alguém digno de ser amado.

As palavras começaram a jorrar em forma de tinta.

Contou sua história. Sobre a prisão. Sobre a marca que queimava em sua pele e o impedia de voar. Sobre a luz que ele havia perdido. Renato leu cada linha como se fossem versos sagrados. E, com um olhar sério e suave, disse:

— Eu vou te tirar daqui. Você não nasceu pra viver atrás dessas grades.

Muriel sentiu algo inflamar dentro dele. Não era só desejo. Era fome de liberdade. Era sede de toque, de calor humano, de vida real. Sonhava em encostar os dedos no rosto de Renato, entender o desenho daquelas feições. Queria saber como era seu perfume, o som da sua risada de perto. Cada pequeno detalhe importava. Cada aproximação era um milagre.

E Renato… também tremia. Queria tocá-lo mais, envolvê-lo, protegê-lo de todo o mal que o mundo ousasse trazer. Mas se continha. Havia respeito no meio do desejo. E amor… mesmo sem ainda ser dito.

Muriel sabia que o caminho à frente era tortuoso. Mas agora, ele não andaria mais sozinho. Havia um nome ecoando em seu coração, uma promessa feita sob a luz e a sombra.

Renato.

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Olá gente, essa história é dentro do mundo da minha outra novel espero que goste pós estou me esforçando

O protagonista, cujo é Muriel , possui 1.70 de altura e é um antepassado do personagem Midgar de outra obra. Ele é um anjo com uma aparência delicada, sempre demonstrando sensibilidade, mesmo vivendo como um prisioneiro. Acredita que nem tudo é negativo, apesar de suas limitações. Sua visão não é muito boa e sua audição está comprometida em 50% devido ao sangue demoníaco em seu corpo, o que lhe causou problemas.

Renato Valieres, com 1.89 de altura, é conhecido por sua elegância e calma. Ele aprecia observar o mundo ao seu redor e se preocupa com a liberdade das pessoas. Renato não gosta de ver alguém privado de sua liberdade e acredita que todos merecem ser livres, evitando usar as pessoas como prêmio. Ele tem muitos problemas com a ideia de alguém ser privado de sua liberdade, o que o incomoda profundamente.

A Libertação de Muriel

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No coração de um mundo etéreo, onde luz celestial e sombras infernais dançavam lado a lado, existia uma prisão sem correntes — mas que pesava como ferro. Nela estava Muriel, um arcanjo envolto por silêncio e cicatrizes, confinado por mais do que grades: memórias, sangue corrompido e uma esperança frágil demais pra se erguer sozinha.

Entre os dias iguais e a dor constante, Renato Valieres surgia como um vislumbre de sol atrás das nuvens escuras. O jovem enigmático visitava aquele santuário não com armas ou ordens, mas com olhos — olhos que enxergavam Muriel além da condição, além da queda. Seus olhares trocados eram diálogos inteiros. Nada era dito, mas tudo era compreendido. E isso... isso era raro demais.

Muriel ansiava por mais. Mais proximidade, mais clareza, mais dele. Até que um dia, movido por um impulso que não conseguia mais conter, Renato se aproximou da gaiola com um olhar carregado de algo denso — uma mistura de ternura e dor antiga. Quando estendeu a mão e tocou a pele de Muriel, o mundo silenciou. Um calor suave percorreu a espinha do arcanjo, e a conexão entre eles explodiu como uma chama acesa em meio ao vazio. Pela primeira vez, Muriel sentiu as dores escondidas de Renato — fardos que jamais foram ditos, mas que pesavam em seu peito.

Então, a verdade caiu como um trovão silencioso: Renato era um demônio.

O coração de Muriel tremeu. Mas não se partiu.

Aquilo que sentia não podia ser apagado por uma revelação. O rótulo de “demônio” não dava conta da bondade que ele via em cada gesto, do cuidado em cada palavra. Renato era mais do que sua origem. E Muriel, mais do que seu cativeiro.

Quando Renato decidiu desafiar seu pai e libertá-lo, Muriel percebeu: não era apenas um ato de rebelião — era uma declaração. Uma confissão muda de amor, coragem e entrega.

O momento em que as grades se abriram parecia irreal. O som metálico das trancas foi como música, e Muriel, trêmulo, atravessou a linha entre o “antes” e o “depois”. O mundo do lado de fora era amplo, quase assustador, mas ele não estava mais só. Renato estava ali. E isso bastava.

Muriel chorou. Chorou como quem renasce.

Seus olhos verdes, sempre turvos pela herança demoníaca que envenenava sua visão, agora podiam enxergar melhor. De longe, Renato ainda era um borrão, mas ali, perto — tão perto — Muriel via tudo: os cabelos ruivos dançando ao vento, o sorriso entre dor e alívio, os olhos que pareciam feitos só pra olhar pra ele.

Mas a alegria logo se misturou a outra coisa. A liberdade recém-conquistada trazia com ela um novo tipo de dor: a de não conseguir expressar, com palavras, o que transbordava em seu peito. O sangue demoníaco ainda o limitava, roubando sua voz quando mais queria usá-la. Queria agradecer. Queria dizer que aquele gesto o salvava todos os dias. Mas tudo que conseguiu... foi chorar.

E foi o bastante.

Renato entendeu.

Sem dizer nada, o envolveu em um abraço firme e quente. Um abraço que dizia: "tô aqui". Que prometia paciência. Que aceitava até os silêncios como resposta.

Ali, no meio de um mundo vasto, novo e assustador, dois corações decidiram caminhar juntos — mesmo com as sombras, mesmo com os medos. Porque o amor que brota da dor é também o que mais floresce, mesmo em solos arrasados.

---

continua....

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