NovelToon NovelToon

Eclipse- A Profecia

Melinda

Passado (versão reescrita)

Eu me lembro. Dez anos. Sozinha. Sem rumo.

Todos os rostos que um dia me sorriram agora me olhavam com desprezo. Eu era a criança indesejada. Mas, no fundo, eu os compreendia. Se nem a minha própria loba me aceitara… por que a alcateia faria diferente?

Não lembro muito da minha vida antes do fim. Só sei o que me contaram. Eu nasci durante uma eclipse rara — a Eclipse Sangue de Lobo. E, depois do meu nascimento, nenhuma fêmea da nossa alcateia conseguiu gerar filhos. Nenhuma. A culpa? Jogaram sobre mim. Sobre uma recém-nascida.

— Talvez fosse castigo da Deusa da Lua — diziam.

Mas o que eu tinha a ver com isso?

No nosso país, os lobos vivem divididos em cinco grandes alcateias:

Lua Negra, no topo da hierarquia, comandada pelo Alfa Supremo. São imortais, gigantescos, donos de uma força ancestral.

Guardiões da Lua, abaixo deles, guerreiros natos — os escudos das alcateias.

Garra da Lua, mestres da criação: constroem, cultivam, moldam o mundo.

Vale da Lua, sábios e curadores, aqueles que cuidam dos feridos e aconselham os líderes.

E, por último, Lua Cheia. Minha antiga casa. Somos — ou éramos — farejadores exímios, rastreadores por excelência.

Na Lua Cheia, é tradição que, ao nascer, os pais e a família do alfa sintam o espírito da loba interior da criança. Mas, no meu nascimento… nada aconteceu.

As anciãs da aldeia, sempre disfarçadas de comadres, sussurravam o que ocorreu naquele dia amaldiçoado. Diziam que todos esperavam com ansiedade o nascimento da criança marcada pela eclipse. Nascer sob uma lua especial sempre significava algo. A Deusa da Lua nunca deixava isso ao acaso — dava dons, missões, legados.

Mas eclipse? Não era qualquer lua. Era raro. Era perigoso.

Apenas os filhos do Alfa Supremo tinham o privilégio de nascer sob uma. Por isso, quando a notícia chegou — a filha de um simples soldado ômega nascendo sob a Eclipse Sangue de Lobo — muitos acharam impossível. Errado. Um erro do destino.

O Alfa Delta Omen foi pessoalmente até a casa dos meus pais, Cirrus e Stela Void. Quando chegou, estranhou o silêncio. Nenhum cheiro de loba recém-nascida. Transformou-se em lobo, farejou. Aproximou-se do berço e, com a unha afiada, fez um pequeno corte na sola do meu pé. Meu choro cortou o ar. Mas quando ele levou a gota de sangue à boca…

Nada. Nenhum sinal de loba. Nenhuma conexão.

Em silêncio, ele voltou à forma humana. E antes de ir embora, meu pai, com os olhos suplicantes, perguntou:

— Alfa, pela Deusa da Lua… como será a loba da minha filha?

O Alfa fitou o bebê uma última vez, e respondeu:

— Não sinto nada. Ou ela carrega uma loba tão poderosa que se esconde até mesmo de mim… ou foi punida. E não nasceu com uma.

Seu olhar endureceu.

— Cirrus, você sabe que humanos não podem viver entre nós. Se até os sete anos essa loba não se manifestar, aos dez ela deverá partir. Será rejeitada por todos.

Meu pai só conseguiu assentir, em silêncio.

A partir daquele dia, eles contaram, ele se ajoelhou todas as noites e orava à Deusa da Lua. Implorava. Chorava. Rogava por mim.

Até os sete anos, fui amada. Mimada, até. Todos acreditavam que minha loba apareceria, ainda que tardiamente. Mas meu sétimo aniversário chegou. Uma noite de Lua Cheia. O Alfa e toda a alcateia se reuniram. Eu me apresentei, pequena e ansiosa.

Nada.

Minha loba não apareceu.

O carinho virou desprezo. O afeto virou medo. O amor, desprezo.

Entendi que meu destino estava selado.

Aprendi a me virar sozinha. Acendi fogueiras, pesquei, me curei com ervas. Criança ainda, já era sobrevivente. E quanto mais os dias passavam, mais eu sentia o fim se aproximar.

Então veio meu décimo aniversário.

A aldeia inteira reunida no campo. O Alfa, imponente, me fitou e disse:

— Essa é sua última chance, Melinda. Mostre-nos sua loba. Se a esconder, será rejeitada para sempre.

Eu tentei. Como tentei.

Corri. Gritei. Supliquei. Forcei cada músculo do meu corpo. Implorei à Deusa da Lua. Mas… nada. O vazio. O silêncio. A rejeição.

Minha mãe caminhou até mim com os olhos marejados, entregou-me uma mochila com roupas e comida. Beijou minha testa e sussurrou:

— Eu te amo, meu amor. Nunca se esqueça disso.

Meu pai apenas observava. Calado. Derrotado.

E eu, com o peito em chamas, virei-me para todos. Para a alcateia. Para a Deusa da Lua.

— Rezem. Rezem para que a Deusa nunca me dê uma loba. Rezem para que essa eclipse maldita não signifique nada. Porque se um dia… se um dia eu despertar, e vocês precisarem de mim, lembrem-se deste momento. O momento em que Melinda Acrasia se tornou apenas Melinda. A rejeitada. E se um dia eu tiver que escolher entre salvar vocês ou escolher um vampiro… vocês já sabem minha resposta.

Virei as costas.

Corri para a floresta. A chuva caiu. As lágrimas também. Gotas mornas e geladas misturadas no rosto de uma criança abandonada.

Olhei para o céu, coberto de nuvens, e gritei:

— Por quê?! O que eu fiz para merecer isso? Por que me escolheu, Deusa da Lua? Onde está minha loba?! Fale comigo!

Mas o silêncio da noite foi minha única resposta.

Naquela noite, dormi com o estômago vazio, o corpo enregelado e a alma quebrada. E deixei tudo para trás.

Hoje, sou apenas Melinda, a Nômade. Sem casa. Sem raízes. Sempre fugindo. Como se eu fosse culpada por existir.

Mas ouvi dizer que há uma alcateia diferente… que aceita todos — lobos, vampiros, humanos. Uma terra onde ninguém é julgado pela origem. Onde talvez eu possa, pela primeira vez, viver de verdade.

E é para lá que eu vou. Mais uma vez com minha mochila nas costas, pronta para tentar. Ou não.

Noam

Noam Arescco

Sou Noam Arescco, o Alfa Supremo da Alcateia Central, conhecida como Lua Negra.

Diferente das outras alcateias, aqui não vivem apenas lobos — vampiros e humanos também dividem o mesmo território. Criei este lugar com um único propósito: permitir que todos os sobrenaturais coexistam em paz, longe dos caçadores e da ignorância dos humanos. Aqui, ninguém é excluído. Os humanos vivem entre nós, sem sequer imaginar o que realmente acontece à sua volta. Os vampiros, por sua vez, sabem da única regra inquebrável: nunca sejam descobertos. Enquanto eu viver, essa paz será mantida.

Nasci durante a Eclipse da Lua Azul, uma superlua brilhante e rara. Dizem que quem nasce sob essa luz carrega a bênção direta da Deusa da Lua. E, de fato, fui abençoado — ou amaldiçoado, dependendo do ponto de vista.

Ela me deu força, velocidade, inteligência e um lobo gigantesco: Vadon, de pelagem negra como a noite e olhos vermelhos como brasas. Tanto em minha forma humana quanto como lobo, sou impossível de ignorar. Mas… há uma parte de mim que nem mesmo eu consigo controlar. Dentro de mim vive também um Crinos.

Crinos são bestas — 15% homem, 35% lobo e 50% lobisomem — incontroláveis, selvagens, sanguinárias. Ninguém os domina. Nem mesmo eu.

Já vivi 150 anos. E, durante todo esse tempo, nunca encontrei a minha companheira. A minha Luna. Confesso que passei séculos procurando, mantendo-me puro, esperando por ela. Mas, no fim, cansei de buscar o que talvez nunca existiu. Fechei meu coração. Hoje, as únicas que dividem minha cama são amantes ocasionais que me ajudam a suportar a maldição das luas cheias.

Meus conselheiros mais velhos insistem que preciso me casar. Dizem que um Alfa precisa deixar herdeiros. — Tenho vontade de arrancar a língua deles sempre que mencionam isso.

As anciãs, porém, falam de uma profecia. Segundo elas, na próxima Eclipse Sangue de Lobo, surgirá uma mulher rara — uma loba marcada pelo sofrimento. Dizem que seu coração foi partido tantas vezes que, se ela não encontrar seu companheiro a tempo, morrerá… mas antes queimará tudo ao seu redor.

Que tipo de poder é esse?

Quem é essa mulher que até os mais antigos temem?

Será que… ela é minha Luna?

Mas como vou reconhecê-la? Como saberei que é ela?

Essas perguntas não saem da minha cabeça. Já desisti de ter esperança, e não quero abrir espaço para novas ilusões. Não quero machucar a mim mesmo — e muito menos Vadon.

Ao longo dos anos, nossa alcateia cresceu. A vila tornou-se uma cidade. Para o mundo sobrenatural, somos Lua Negra. Para os humanos, somos apenas Máville — uma cidade pacata no meio do nada. Mal sabem eles…

Sou o Alfa Supremo de cinco grandes matilhas:

• Lua Negra (a minha própria),

• Guardiões da Lua,

• Garras da Lua,

• Vale da Lua,

• e Lua Cheia.

Cada matilha possui seu próprio Alfa. Mas acima de todos, estou eu.

Somos Lycans: 70% lobo, 30% humano. Diferente dos lobos comuns, podemos nos transformar quando quisermos. Mas, no meu caso, sou ainda mais complexo. Carrego o espírito de um Crinos — uma maldição que a Deusa talvez tenha me imposto.

Crinos são monstros. Cabeça de lobo, corpo de homem até os joelhos. Durante a lua cheia, eles perdem o controle e matam qualquer coisa — humano, vampiro, até mesmo outros lobos. Ninguém quer estar por perto quando isso acontece.

Saio de meus devaneios ao ouvir a porta do escritório se abrir. Gael, meu braço direito, entra com a carranca de sempre. Esse lobo precisa urgentemente encontrar sua Luna. Está cada vez mais difícil de aturar.

— O que foi agora? — minha voz sai mais ríspida do que eu esperava.

— Chegaram humanas novas na cidade. Estão procurando trabalho e um lugar para morar.

— E isso é problema meu desde quando?

— Uma delas… a ruiva. Ela disse que só tem uma exigência: quer uma casa no bosque. Mas não muito longe da cidade.

Franzo o cenho. Isso é estranho.

— Elas têm cheiro camuflado?

— Não consegui identificar nada. Pode ser que estejam escondendo algo.

— Fique de olho. Pessoalmente. Uma hora ou outra, elas vão vacilar.

Humanos na floresta são um risco. Ainda mais com a próxima lua cheia se aproximando. Quando estou transformado… não lembro de nada no dia seguinte. Não sou apenas um lobo. Sou uma besta. E nessas noites, alertamos os humanos para que fiquem trancados. É para a própria segurança deles.

Mais tarde, vou até o banheiro. Preciso relaxar. O banho quente acalma os músculos, mas um cheiro no ar me desperta. Baunilha e canela. Uma mistura envolvente e inesperada. Sinto Vadon se agitar dentro de mim. Tento ignorar.

Fecho a janela. Me visto. Deito na cama… e adormeço.

Sonho on

A lua cheia brilha no céu. No meio do bosque, uma menina está ajoelhada, chorando. Os batimentos do coração dela ecoam em meus ouvidos — acelerados, desesperados.

Ela olha para o céu e grita:

— Por favor! Me dê minha loba! Eu estou cansada de sofrer! O que eu fiz, Deusa? O que eu fiz?

Repetia essas palavras como um mantra, sem resposta. Até que, de repente, seus olhos se tornaram vermelhos. Chamas surgiram ao seu redor. O fogo queimava tudo onde seu olhar pousava.

Sonho off

Acordo arfando. Suando frio. O coração descompassado. Passo as mãos pelo rosto, tentando entender o que foi aquilo.

— Que diabos… quem era aquela mulher?

Levanto e vou até a cozinha buscar água. Encontro Ava, minha irmã mais nova.

— Que milagre te ver acordado. O que houve?

— Sonhei com uma mulher…

— Será que… finalmente vai encontrar sua prometida?

— Eu espero que não — digo, seco.

— Já pensou que talvez… ela ainda não era nascida?

A ideia me atinge como um soco.

— Não… não é possível. Não pode ser!

Levo as mãos à cabeça, tentando me controlar. Mas no fundo, algo se agita. E não é só Vadon.

É como se… algo estivesse despertando.

Melinda

Hoje eu completo 19 anos. Isso mesmo… dezenove, e a minha loba ainda não despertou.

Passei noites inteiras implorando à Deusa da Lua. Supliquei, gritei, chorei… mas ela nunca me ouviu.

Por anos, vivi sozinha na floresta. Caçava o que conseguia, comia o que achava. Encontrei uma caverna onde podia, ao menos, me esconder da chuva. Aos poucos, fui me arrastando até vilarejos próximos, e com algumas esmolas consegui deixar meu abrigo um pouco mais habitável. Sobrevivência. Isso era tudo o que eu conhecia.

Com quinze anos, cheguei à vila de Máladorm, onde consegui um trabalho humilde — servindo mesas e limpando chão. O dinheiro era pouco, mas era o suficiente para continuar viva. Hoje, com dezenove, continuo morando na floresta. Construi uma pequena casinha, simples, mas confortável o suficiente só para mim.

Sou ruiva, magra, tenho 1,72m. Meus olhos são escuros como a noite, e as sardas marcam meu rosto com doçura. Sou bonita, eu sei. Mas às vezes, olhar no espelho me machuca. Porque por trás dessa beleza existe um vazio que ninguém vê.

Nos últimos dias, as perguntas voltaram a me atormentar: quem sou eu? De onde vim?

E hoje, ao ver o filho do antigo Alfa passar pela vila, o medo voltou a me sufocar.

Sem pensar duas vezes, comecei a arrumar minhas coisas. Mais uma vez, fugindo.

Será que algum dia terei paz?

Será que algum dia deixarei de viver como se devesse algo ao mundo?

Saio dos meus pensamentos ao ouvir batidas na porta. Caminho lentamente até ela… e me deparo com Safira.

— Veio se despedir? — pergunto com um leve sarcasmo.

— Na verdade, não. Vim para ir com você. Não aguento mais essa cidade. Vai ser bom recomeçar. Posso ir com você?

— Você sabe que eu não tenho rumo, né?

— Sei. Mas eu quero ir com você, Melinda. Por favor. Você sabe que eu também não tenho ninguém. — Ela junta as mãos e me olha como um cachorrinho perdido.

— Tudo bem… pode vir comigo.

Ela salta nos meus braços, me enche de beijos e agradece como uma criança feliz.

— Vamos, já está na hora. Temos que pegar o ônibus pra Máville.

Entramos no ônibus, cada uma com apenas uma mochila e alguns trocados no bolso.

Não sabíamos onde iríamos morar, muito menos trabalhar. Mas, pela primeira vez na vida, eu me sentia… confiante.

Era como se o simples nome daquela cidade — Máville — despertasse algo em mim.

Algo dentro da minha alma sussurrava que lá era o meu lugar. Que, enfim, eu iria me encontrar.

A viagem foi longa. Horas e mais horas naquele ônibus cansativo.

Parávamos de tempos em tempos para ir ao banheiro. Comemos uns biscoitos que Safira trouxe na bolsa.

Ao olhar pela janela, finalmente vejo a cidade cercada por bosques, com uma placa grande anunciando:

“Bem-vindos a Máville.”

Vejo Safira ao meu lado, empolgada.

Nunca contei a ninguém como nos conhecemos… mas a verdade é que ela salvou minha vida.

Eu estava com dezesseis anos. A comida estava escassa, eu comia, no máximo, uma vez por semana. O corpo doía pela fome e pela exaustão.

E as marcas que a vida me deixou… eram profundas demais.

Fazia exatamente um ano que fui estuprada.

E aquele trauma ainda me consumia como veneno.

Naquela noite, eu decidi que seria a última.

Fui até o bosque, com uma faca nas mãos. Cortei meus pulsos, e assisti o sangue escorrer pela minha pele branca. A visão começou a escurecer…

Foi quando vi Safira. Ela correu até mim, mesmo quando pedi para que fosse embora.

Ela me ignorou, cuidou de mim, me levou para sua casa…

E desde então, vivemos praticamente juntas.

Safira nunca me perguntou sobre o meu passado. E por respeito, eu também nunca perguntei sobre o dela.

Aprendi algo vivendo assim:

Todos carregam cicatrizes.

Todos temos memórias que doem.

Lembranças que nos calam.

— Melinda? Melinda, tá me ouvindo? — grita Safira, me puxando de volta à realidade.

— Me desculpa, me perdi nos pensamentos…

— Vou perguntar onde podemos arrumar um trabalho e um lugar pra morar, tá?

— Consegue ver se tem algo perto do bosque?

— Claro. Volto já.

Fico observando a cidade. Máville é linda. Não é grande, mas é rodeada por montanhas e bosques. O clima é seco, mas agradável.

Lembro das histórias que ouvi na infância sobre um lugar assim — onde sobrenaturais e humanos viviam em paz. Um lugar que acolhia.

Uma lágrima escorre pelo meu rosto.

Se um lugar assim sempre existiu… por que me abandonaram? Por que me rejeitaram como se eu fosse um monstro?

— Melinda! — Safira vem correndo, eufórica.

— Eu achei! Um lugarzinho pra gente morar! E o moço disse que tem uns bares precisando de garçonetes. Ele vai levar a gente depois de mostrar a casa.

Sorrio diante da empolgação inocente dela.

— Que ótimo, vamos ver.

Chegamos à casa. Pequena, aconchegante. E o bosque a envolve como se a protegesse.

Sinto algo em mim se aquietar. Uma paz que eu não sentia há muito tempo.

— Melinda, tá tudo bem? — Safira se aproxima, enxugando com o dedo uma lágrima que escorreu sem que eu percebesse.

— Me desculpa… é que essa casa me lembrou algo. Mas não importa. Ela é linda.

Moço, vamos ficar com ela.

— Tudo bem — diz o homem. — Agora vamos ver onde vocês podem trabalhar?

Nem sei o nome dele. Não prestei atenção em nada que disseram até agora.

Tudo o que consigo sentir… é que estou onde deveria estar.

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!