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Einnar

O visionário

Toda grande era é marcada por um guerreiro, cujo poder parece ter sido forjado nas chamas dos deuses. Um guerreiro capaz de inspirar o respeito e o temor necessários para ascender ao trono. Mas em helten, nem todo Rei se torna um herói. O poder neste reino é uma lâmina afiada, cortando igualmente aqueles que ousam empunhá-la e os que se opõem. No mar de ambições que é helten, a ascensão de um homem pode significar a queda de muitos.

ONZE INVERNOS ATRÁS

O salão de pedra do Vale dos Leões era frio como o vento do norte, e as tochas mal conseguiam afastar a escuridão que se agarrava às muralhas. O eco da voz de Azinar rugiu como um trovão entre os pilares esculpidos pelos ancestrais.

— Eu, Azinar, filho de Odrek, senhor do Vale dos Leões, desafio o rei Rob para um combate até a morte!

O silêncio caiu como uma lâmina. Os homens ali presentes sabiam que tais palavras não podiam ser retiradas. Eram seladas pelo destino, tão certas quanto o nascer do sol sobre os fiordes.

— Eles nos acorrentaram. Nos trancaram nesta terra esquecida. Mas eu, Azinar, os farei lembrar.

Ele golpeou o chão com sua espada, o som reverberando como o rufar de um tambor de guerra.

— Eles pensam que os leões estão domados. Mas nós ainda caçamos.

A multidão prendeu a respiração. Então, uma voz hesitante rompeu a tensão.

— Ele realmente pode romper as fronteiras?

— Nenhum homem pode enfrentar os deuses. — murmurou outro, sombrio como a morte.

— Azinar não é apenas um homem. — sussurrou uma terceira voz. — Ele foi escolhido pelos deuses. E, se há alguém capaz de desafiar o destino, é ele.

Azinar ergueu sua lâmina, e os olhos dos guerreiros refletiram a chama do impossível.

— Hoje, forjamos uma nova era. A era dos que ousam. Lutaremos por glória... ou morreremos tentando.

O PRESENTE

O pátio de treinamento ressoava com o som de espadas se cruzando. O cheiro de suor e ferro impregnava o ar. Mas nada abafava a voz afiada de Aysha.

— Você mal consegue segurar um escudo, Einnar. Como espera se tornar um guerreiro?

Einnar sentiu o golpe antes mesmo de sua pele tocar o chão.

— Cale a boca! — ele rosnou, a raiva queimando seus olhos. — Só porque tem uma armadura feita por mamãe acha que é melhor?

Aysha sorriu, mas seus olhos continuaram frios como o mar no inverno.

— E me diga, Einnar, como pretende gravar seu nome nas canções se nem mesmo pode levantar uma lâmina?

Einnar rangeu os dentes.

— Eu não precisarei de uma espada para me tornar uma lenda.

Ele investiu contra ela, mas Aysha era rápida. Seu escudo encontrou o rosto de Einnar com um impacto seco. Ele tombou, sentindo o gosto de sangue nos lábios.

Antes que pudesse se erguer, Edwin, o mais velho, surgiu como um lobo entre os cordeiros. Seus olhos carregavam mais desapontamento do que fúria.

— Não se iluda, Aysha. O fato de Einnar ainda estar aprendendo não te faz melhor do que ele.

Aysha se virou para encará-lo, surpresa com as palavras do irmão.

— Eu nunca disse que era melhor.

— Não com palavras. — Edwin replicou. — Mas sua postura diz o contrário.

Einnar se levantou, limpando o sangue com as costas da mão.

— Não preciso que me defendam, Edwin. Sei do meu próprio destino. Sei que serei lembrado.

Edwin suspirou, cruzando os braços.

— Einnar, você fala como um homem, mas luta como um garoto. Se quer ser um guerreiro, precisa aprender a respeitar seus limites.

Então, num piscar de olhos, Edwin se moveu. Rápido como um relâmpago, sua mão encontrou o peito de Einnar, e o jovem caiu mais uma vez.

— Basta!

A voz de Lady Brenna cortou o pátio como o aço de uma lâmina.

— O reino está se desfazendo como gelo sob o sol, e vocês brincam de guerreiros.

Ela olhou para cada um dos filhos.

— Edwin, fui convocada pelo Rei. Você ficará no comando enquanto estiver fora. Aysha, seu treinamento continua com o cavaleiro Havel. Einnar... — seus olhos se estreitaram. — Fique no castelo. E, pelos deuses, não cause problemas.

Lady Brenna se afastou, três guerreiros silenciosos a escoltando. Einnar franziu a testa.

— Mamãe parecia... diferente. Não sei se era alívio ou medo.

— Talvez o Rei tenha algo a oferecer a ela. — sugeriu Einnar.

— Você vive em um mundo de sonhos. — Aysha respondeu com desdém.

Edwin observava em silêncio. Então, murmurou:

— Há rumores de uma nova rebelião. Onze invernos se passaram, e o reino ainda está à beira do colapso.

Aysha tentou esconder a tensão em sua voz.

— Mamãe sabe se cuidar. Mas os inimigos... eles se multiplicam nas sombras.

O SALÃO DO REI

O Rei Azinar estava sentado em seu trono, ladeado pelos oito guerreiros mais leais. O peso da coroa parecia dobrar seus ombros, mas seus olhos ainda carregavam o brilho de um líder forjado pela guerra.

Lorde Eratos foi o primeiro a falar.

— Meu rei... Bardok, o filho do antigo rei, está reunindo um exército.

O salão ficou em silêncio. Cavaleira Aiko apertou o cabo de sua espada.

— Ele deseja seu trono.

O Cavaleiro Stenn fixou seus olhos em Azinar.

— Apenas aqueles com sangue nobre podem desafiar Vossa Majestade. Isso significa que apenas dois nesta sala possuem tal direito: Lorde Eratos e Lady Brenna.

Antes que Azinar pudesse responder, a porta do salão se abriu. Princesa Alitta entrou como uma tempestade.

— Se alguém deseja trair o Rei, que o faça agora!

Seu olhar cortava como uma lâmina.

— Vocês juraram proteger este trono. Se necessário, devem estar prontos para morrer por ele.

Os guerreiros se ajoelharam, renovando seus juramentos.

Então, Cavaleiro Enok quebrou o silêncio.

— Bardok não vem sozinho. Ele reúne um exército. Pequeno, mas poderoso.

Lady Brenna ergueu o queixo.

— Que venham. Nós somos o escudo e a lança deste reino.

Cavaleiro Egberto murmurou:

— Onze invernos atrás, qualquer um de nós poderia desafiar o Rei. Agora, a lei é clara. Apenas os lordes têm esse direito.

— Que ela seja respeitada. — Cavaleiro Folki, o Gigante, acrescentou.

A tensão era quase sufocante quando um cavaleiro entrou às pressas.

— Vossa Majestade! Recebemos um pedido de socorro da vila de Montakus.

Azinar se levantou. Seu olhar era o de um homem que já conhecia a guerra.

— Conheço Rob. Ele criará distrações para nos enfraquecer. Não cairemos nessa armadilha.

Ele se virou para Cavaleira Aiko e Princesa Alitta.

— Vocês escoltarão Lady Brenna até seu castelo. Vão e retornem em segurança.

Lady Brenna apertou o punho da espada e partiu, sabendo que cada passo poderia ser o último.

Continua...

Presságio

O caminho de Helten a Montakus deveria ser breve, quarenta minutos de cavalgada, mas para Lady Brenna, aqueles eram os quarenta minutos mais longos de sua vida. Cada batida do coração ressoava como um tambor de guerra, preparando-a para um destino que sempre soubera inevitável.

— Lady Brenna, a voz de Aiko, a cavaleira fiel, cortou o ar pesado. Faltam apenas alguns minutos para avistarmos o castelo. Tenho certeza de que estará tudo bem!

Mas as palavras de conforto eram como folhas ao vento. Brenna sabia que nada estaria bem. Não com Bardok à solta.

— Esse Bardok é tão cruel ao ponto de atacar um vilarejo cheio de inocentes, só para afetar um lorde? Princesa Alitta perguntou, sua voz um misto de incredulidade e fúria.

Lady Brenna lançou-lhe um olhar sombrio.

— Durante o reinado de seu pai, o antigo Rei Rob, Bardok governava com mão de ferro. Os impostos eram absurdamente altos e qualquer um que ousasse desafiar o poder real não saía impune.

— Ele é um guerreiro assustador, Aiko acrescentou com um tremor na voz. Onze anos atrás, ele foi um oponente formidável.

Alitta, no entanto, não era facilmente intimidada.

— Então vamos torcer para que não seja ele. Mas, se for, não temos o luxo de escolher nossos adversários.

— Logo depois dessa montanha, saberemos o que nos espera. Aiko respondeu com uma firmeza que escondia o medo.

Quando a visão do vilarejo devastado se revelou diante delas, as palavras secaram nas bocas. Metade do castelo fora reduzida a escombros, e o vilarejo, uma vez próspero, era agora um cemitério em chamas. Lady Brenna permaneceu imóvel, sem reação, seu olhar fixo na destruição que sabia ser inevitável.

— Eu sempre soube, ela murmurou para si mesma, sempre foi uma questão de tempo. Meu passado voltou para me assombrar. Primeiro Anlaf, e agora meus filhos.

Alguns minutos antes, no pátio de treinamento do castelo...

— Aysha, você viu Einnar por aí? — perguntou Edwin, a preocupação em sua voz evidente.

— Não faço ideia de onde aquele idiota possa estar. Aliás, faço sim. Deve estar com aqueles outros idiotas que chama de amigos.

— É bom ele estar de volta em casa antes do retorno da mam...

Mas antes que pudesse terminar, o chão sob seus pés tremeu. Uma torre desabou, seguida pelo colapso de metade do castelo. Em meio ao caos, o Cavaleiro Havel apareceu, carregando Aysha desacordada nos braços.

— Edwin, a Aysha está bem, apenas desmaiada. Sofremos um ataque, mas não sei de que direção...

O semblante de Havel empalideceu quando Bardok emergiu dos escombros, sua presença avassaladora.

— Havel, preciso que encontre Einnar e vá para aquele lugar! — Edwin ordenou com urgência.

— Mas senhor, permita-me ajud...

— Havel, isso foi uma ordem! Edwin interrompeu, sua voz agora carregada de autoridade inquestionável.

Havel não hesitou. Com Aysha nos braços, partiu em direção ao vilarejo. Mas as palavras de Edwin ecoaram em sua mente, gelando seu sangue.

— Agora sim, não quero distrações durante essa batalha. Quero ver de perto o potencial do Príncipe Bardok.

— Droga, Havel murmurou para si, o que esse cara está fazendo aqui? Que aura assustadora é essa?! Eu preciso encontrar Einnar o mais rápido possível.

Edwin sabia que seu tempo era curto, mas estava determinado a ganhar o máximo possível até que Havel encontrasse Einnar e partisse em segurança.

— Levando em consideração como você falou com seu capacho, creio que você seja Edwin, primogênito de Anlaf, Bardok disse, sua voz um trovão.

— Nos primeiros segundos após toda essa destruição, eu já sabia quem era você, Bardok. Nada silencioso, pouca inteligência e muito músculo.

Um sorriso cruel se formou nos lábios de Bardok.

— Você fala demais para alguém da sua idade, garoto. Vejo que Brenna falhou na sua educação...

— Que rápido! — Edwin mal teve tempo de reagir quando Bardok avançou.

Os golpes trocados eram rápidos e violentos. Bardok, com sua clava e escudo, era um oponente formidável, um verdadeiro titã. Edwin, armado com espada e escudo, lutava com uma ferocidade alimentada pela necessidade de sobrevivência. A luta, porém, causava tanta destruição quanto o próprio ataque de Bardok ao castelo e vilarejo.

— Você seria um belo aliado, filho de Anlaf. É uma pena que nossos destinos não estejam alinhados. Técnica suprema, "Clava do Destino".

— É aí que você se engana, seu asno. Nosso destino era estar bem aqui... Escudo celestial, "Bloqueio dos Deuses".

Edwin estava no limite, cada golpe uma luta pela sobrevivência. Mas tudo parecia correr bem, até que uma voz familiar cortou o ar.

— Edwinnnnnnn!

— Einnar, eu preciso que você fu...

A distração foi fatal. Bardok percebeu a abertura e avançou em direção a Einnar. Edwin, movido pelo desespero, conseguiu se interpor, mas sua defesa estava longe de ser ideal. O escudo celestial partiu-se em dois, e Edwin recebeu metade do impacto. Tudo aconteceu rápido demais; a última visão de Einnar foi de seu irmão caindo diante de seus olhos.

— Que velocidade foi essa?! Por um instante, achei que acertaria esse bastardo. Mas agora tanto faz... Vou matar dois coelhos com uma cajadada só!

Antes que pudesse finalizar seu ataque, um golpe flamejante cortou o ar. A Cavaleira Aiko, rápida como um relâmpago, cortou o braço esquerdo de Bardok, enquanto Lady Brenna, com um punho de ferro, o atingiu no estômago.

— Eu não acredito que demorei tanto! Disse Lady Brenna, os olhos ardendo de raiva. Mais um pouco e tudo estaria perdido. Princesa Alitha, cheque a saúde desses dois enquanto eu cuido desse desgraçado.

— Lady Brenna... ele... o Edwin não tem sinais vitais!

Brenna sentiu o chão desaparecer sob seus pés.

— Como assim não tem sinais vitais?! Até pouco tempo eu ainda sentia a aura dele!

Einnar, em estado de choque, não conseguia desviar o olhar do corpo sem vida de seu irmão.

— Eu confesso que me surpreendi com esse garoto, — Bardok zombou. Tão jovem e já usa uma arma celestial. Infelizmente para ele, nem mesmo um escudo celestial conseguiu salvá-lo. Ele demonstrou ser fraco ao tentar salvar seu irm...

Mas Bardok não teve tempo de terminar. O golpe de Lady Brenna foi rápido. Porém, a Princesa Alitha já sabia que aquela vitória havia chegado tarde demais.

— Que golpe foi esse?! Alitha murmurou, sua voz baixa, quase inaudível. Preciso tirar esses dois daqui. Cavaleira Aiko, por favor, pegue o corpo de Edwin. Einnar, precisamos sair daqui, agora!

— Eu vou matar esse maldito, nem que seja a última coisa que faça na vida! Gritou Einnar, sua dor transformada em raiva. Preciso ajudar minha mãe.

Alitha o segurou com força.

— Cala a boca, você é patético como guerreiro. Seu irmão se sacrificou para salvar sua vida. Com esse nível de poder, só vai atrapalhar todos. Se você ama alguém, tem que se tornar forte o suficiente para protegê-los!

As palavras de Alitha eram duras, mas necessárias. A dor de perder seu irmão diante dos seus olhos era apenas mais uma prova do quão despreparado Einnar estava. E assim, carregando o corpo sem vida de Edwin, eles bateram em retirada.

— Parece que você está precisando de uma mãozinha, Bardok, uma voz fria ecoou no campo de batalha. Eu já desconfiava que você não seria páreo para a belíssima Lady Brenna. Deixe-me participar da brincadeira!

Continua...

A traição

O vento frio cortava como lâminas enquanto a Princesa Alitha e a Cavaleira Aiko corriam pelo caminho sinuoso que levava ao esconderijo. Suas respirações eram rápidas, e a tensão entre elas era palpável, mas não proferiram uma única palavra. A chegada foi súbita, como o encontro com o destino inevitável, e ao dobrar a esquina estreita da entrada, depararam-se com o Cavaleiro Havel. Seus olhos endurecidos revelavam a gravidade do momento que se desenrolava à sua frente.

— Precisamos voltar para Lady Brenna disse Alitha, sua voz ecoando com urgência. Se o Rei Rob está determinado a exterminar os lordes, Bardok será apenas o primeiro. Havel, precisamos de você para manter tudo sob controle até voltarmos.

Aiko, mais prática, mais direta, adicionou sem rodeios:

— Havel, certifique-se de que o navio esteja pronto. Se as coisas derem errado... será nossa única chance de sobrevivência.

Havel assentiu solenemente. Que os deuses estejam com vocês. Vida longa ao Rei Azinar.

Com isso, as duas se lançaram de volta ao caos que as aguardava. O caminho de volta parecia mais longo, mais sombrio, como se cada passo as aproximasse do abismo. E, de fato, o abismo as aguardava.

Bardok estava de pé diante de Lady Brenna, o sangue escorrendo do coto onde seu braço estivera. Seu sorriso era uma mistura de desespero e raiva, um reflexo do homem que perdera mais do que um membro naquela batalha.

— Parece que o velho não confia nas minhas habilidades, Lady Brenna. Talvez, se eu voltar com sua cabeça em uma bandeja, ele finalmente reconheça meu valor, disse ele, com uma risada amarga.

— Hahaha! Respondeu Brenna, os olhos faiscando de desprezo. Além de ex-príncipe, agora você se tornou o bobo da corte? Que triste, Bardok, sua profissão está em extinção.

Luke, ao lado de Bardok, observava em silêncio, sua espada pesada descansando contra o ombro. Quando ele finalmente falou, sua voz era uma mistura de respeito e cansaço.

— Digamos que o príncipe Bardok seja um pouco... precipitado, minha Lady. Mas já falamos demais. Vamos ao que interessa.

— Venham, respondeu Brenna, sua voz gélida como o inverno que assombrava aquelas terras. Vou matar vocês dois, de qualquer jeito.

A batalha que se seguiu foi um turbilhão de aço e sangue. Brenna, tomada pela raiva, moveu-se com a velocidade de uma tempestade, focando em Bardok. Sua lâmina cortou o ar, visou o coração do ex-príncipe, mas Luke, sempre atento, interveio, bloqueando o golpe com uma precisão calculada.

— Vou te enterrar viva nos escombros do seu próprio castelo! Clava do Destino... “Enterro Digno” bradou Bardok, sua voz carregada de uma loucura crescente.

— Espere, seu maldito! Vai acabar me acertando também... gritou Luke, tentando conter a fúria de seu companheiro.

Mas Brenna era rápida. Ela se esquivou, ignorando Luke, e, num movimento que mal podia ser seguido pelos olhos, cravou sua lâmina no peito de Bardok. O sangue jorrou, quente e abundante, mas a vitória foi amarga e curta. Bardok, ainda vivo apesar do ferimento mortal, segurou o braço de Brenna enquanto Luke, com um golpe preciso, arrancou seu braço direito.

— Hahaha! Luke gargalhou, segurando o membro decepado. — Parece que a moda aqui é arrancar membros. Vamos ver quanto mais você pode perder antes de cair.

— Eu não me importo, sussurrou Brenna, os olhos fixos no céu. Os deuses estão comigo. Meu destino já está traçado.

Luke, percebendo a resignação em suas palavras, inclinou a cabeça.

— Espero que estejam, minha Lady, pois Lorde Eratos e seus cavaleiros já se alinharam ao Rei Rob, um rei honrado. Não há mais volta para você.

Brenna piscou, surpresa. A revelação pesou sobre ela como um fardo novo e inesperado.

— Honra? Ela cuspiu a palavra, amarga. Você ousa falar de honra, Luke? Não manche o nome de um lorde com suas mentiras!

— Você nunca desconfiou dele, não é? Eratos sempre foi um excelente mentiroso, respondeu Luke, um sorriso frio brincando em seus lábios.

A mente de Brenna girava. "Droga, será que Aiko e Havel também são traidores?" A dúvida corroía sua mente, mas não havia tempo para hesitar. Ela fechou os olhos, buscando força nos deuses, e estendeu o braço restante, mirando o horizonte, onde se erguia o castelo do Reino de Helten.

— Ela vai até o fim com isso... murmurou Luke, percebendo a intenção da guerreira. Não vou deixar... vou arrancar seu outro braço!

Em um instante, Brenna empunhava sua katana celestial. Luke atacou, mas sua lâmina foi bloqueada com um clangor que reverberou no ar frio. Brenna, porém, já havia perdido muito sangue, e seu corpo começava a ceder ao cansaço.

— Fico lisonjeado que esteja levando essa luta a sério, Lady Brenna, disse Luke, sua voz carregada de um respeito relutante. Lutando com uma arma celestial... Você é uma das cinco mais poderosas guerreiras do Reino, sem dúvida.

— Chega de palavras, Luke. Você pagará caro por suas traições...

Mas suas forças estavam no fim. Quando ela tentou atacar, seus joelhos fraquejaram, e Luke não perdeu a oportunidade. Sua lâmina cortou o ar e abriu um talho profundo na cintura de Brenna. A vitória estava próxima.

— Este é o seu fim! exclamou Luke, preparando o golpe final. — “Machado Imponente!”

— Venha com tudo! — gritou Brenna, reunindo suas últimas forças. — “Katana Celestial, Sopro dos Deuses!”

O impacto das técnicas foi devastador. O chão tremeu, e o mar se agitou, como se os próprios deuses tivessem respondido ao chamado de Brenna. O machado de Luke partiu-se ao meio, e ele foi lançado contra os escombros do castelo.

Mas Brenna também pagou o preço. Ela caiu, seu corpo finalmente traído pela perda de sangue, enquanto Luke se aproximava, cambaleante, mas vitorioso.

— Não consigo mais me mover... pensou Brenna, a consciência começando a se esvair. Maldição... estou perdendo muito sangue.

Luke se preparava para capturá-la, sua missão quase completa, quando uma voz ecoou ao longe.

— Milady, aguente firme! Se ele der mais um passo, eu arranco a cabeça dele! — era Aiko, sua espada já erguida, pronta para o ataque.

— ESCUTEM BEM, ESSA É MINHA ÚLTIMA ORDEM COMO LADY! — gritou Brenna, reunindo suas últimas forças. O Rei Azinar foi traído por Lorde Eratos e seus cavaleiros. Aiko, leve a Princesa Alitha e una-se aos outros. Vocês farão da Princesa Alitha a Rainha do Reino de Helten, isso é uma ordem!

— Foi uma honra servi-la, milady. Obrigada por tudo! — respondeu Aiko, sua voz carregada de emoção.

Luke hesitou. Brenna havia jogado sua última carta, e ele sabia que a escolha diante dele era crucial.

— Tenho que salvar Lady Brenna... precisamos traçar um pla... começou a Princesa Alitha, mas antes que pudesse concluir, Aiko a golpeou na nuca, desacordando-a. Sabia que não havia tempo para vacilar.

As duas partiram em direção a Havel, o plano de Brenna agora em suas mãos.

— “Eles não matarão Lady Brenna... mas por quê? E se Havel for um traidor também? Devo proteger a princesa a todo custo.” — pensou Aiko, enquanto corria.

— Então, vocês finalmente acordaram... disse Havel, seus olhos sombrios fixos nas duas mulheres que se aproximavam. É hora de colocar o plano em ação!

Continua...

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