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O Pecado Mora Ao Lado

capítulo 1

Me chamo Elena Mendonza, tenho vinte e sete anos e uma vida, digamos, sem muitas emoções. Acordo bem cedo como de costume, faço minha higiene pessoal e me arrumo para o trabalho, tenho uma casa de moda e nela posso me desligar um pouco da minha querida vida tediosa.

__ Vamos logo Elena, não tenho todo tempo do mundo para você. — Gregório, meu marido grita lá de baixo.

Não sei porque ele se casou comigo, realmente não entendo como uma pessoa que jurava amor eterno pode mudar tanto em apenas dois anos.

Ou talvez até entenda, foi tudo pelo dinheiro, o sobrenome Mendonza fez dele quem é hoje.

Em dois anos de casamento, seu status, sua vida social e pessoal subiu mais do que em toda a sua vida de solteiro.

Desço inconformada com sua falta de respeito já pela manhã, seu mau humor começou cedo hoje.

Moramos num condomínio de luxo por opção de Gregório, pois um apartamento simples me bastava, mas nem toda a comodidade e vida boa que leva só por estar ao meu lado é suficiente para me tratar bem.

Era o mínimo, não?

Estávamos na entrada de casa prontos para sair quando vejo um caminhão estacionando na casa ao lado, vizinhos novos.

Ótimo!

Só espero que sejam melhores que os anteriores, pois a senhora Jones era odiosa. — Penso comigo mesma.

Olho para a casa vizinha disfarçando ao máximo para que não percebam o meu interesse, os óculos escuros ajudam muito, não sou do tipo curiosa, entretanto depois dos Jones gostaria muito de saber quem são nossos vizinhos.

Já estava quase no carro quando olho de relance novamente e vejo apenas um homem se ocupando de toda a mudança. Tento evitar olhar, mas não sou de ferro. Quem nunca não? Ele é tão alto, forte e musculoso. Bem atraente por sinal.

— Bem atraente o escambau, ele é um espetáculo. —Minha cabeça responde aos meus pensamentos.

Ele sorri para mim, e me embaralho toda.

Merda!

Será que ele percebeu o meu interesse em analisar os seus bíceps incríveis?

Tento ao máximo disfarçar, só que aqueles olhos já estavam tão fixos em mim que não sei nem explicar o que aconteceu, apenas não consigo fazer com que os meus deixem os dele.

__ Qual problema Elena não acordou ainda? — Gregório bufa sem nem ao menos perceber que estou mais acordada que nunca.

__ Anda mais sonsa que nunca. — Completa a sua belíssima frase me humilhando mais uma vez.

Só que pra mim já deu.

__ Quer saber que Gregório vá sozinho, cansei de você por hoje. — Respondo já cheia de sua falta de respeito comigo.

Ele não diz nada, apenas entra no carro e sai.

Gregório sempre foi tão confiante e dono de si e de mim, seu ego era tão gigantesco. Na sua cabeça e doce ilusão ele achava que meu amor era incondicional e eterno, sempre fez questão de deixar claro que nada nem ninguém no mundo me tiraria dele.

Só que ninguém é insubstituível, e o mais importante, nada nem ninguém dura para sempre. Tão pouco um amor que eu senti sozinha.

E estava prestes a descobrir isso.

Aqueles olhos penetrantes iriam me despertar para vida e também seriam a minha perdição.

É, o meu pecado mora ao lado!

🍃 Stefan 🍃

Me chamo Stefan, tenho 30 anos e um passado conturbado. Morei por muitos anos em Madri com minha falecida esposa, que morreu devido a uma trágica doença.

Ela se foi tão rápido que mal pude me despedir, mas me deixou um presente, uma linda menina que se parece tanto com ela que as vezes chega ser difícil olhar, pois seus olhos sempre me lembraram os de Kate.

Faz exatamente quatro anos que ela deu à luz e também se foi, pois decidiu deixar a quimioterapia para continuar a gravidez. Apoiei a sua decisão incondicionalmente, afinal, era minha esposa e a minha filha também, acho que esperava por um milagre divino, que Kate desse à luz, levantasse daquela cama de hospital curada e seríamos felizes para sempre.

Porém não podemos ter tudo.

Minha felicidade se foi desde que ela partiu, ela deixou esse mundo e eu morri por dentro.

Nunca mais tive uma mulher de verdade.

Relacionamento? Nem pensar.

Ninguém que cruzou meu caminho desde então foi capaz de despertar o meu interesse, me fascinar, me fazer sorrir.

Até hoje, quando a vi.

Uma bela mulher, que aparentemente tem praticamente a minha idade, Elena deve ser seu nome pois ouvi o homem ao seu lado a chamando assim, com toda certeza o marido.

Um homem que já de primeira impressão odiei.

Uma mulher se trata com ternura, carinho, atenção. Se cativa e cuida bem, logo de cara vi que ele não faz nada disso.

capítulo 2

💞Elena 💞

Volto para casa subindo imediatamente para o meu quarto, me jogo na cama e me pego pensando...

Como foi que vim parar aqui?

Como uma mulher independente, sensata e segura de si como eu, se sujeita a um casamento assim?

Amor?

Não!

Acho que isso já passou a tempo. Amei Gregório um dia sim, só que isso ficou lá atrás.

Virou um costume, uma rotina, dois estranhos sob o mesmo teto.

É difícil de explicar, quando nem eu mesmo entendo. Desisto de ir para a casa de modas já que lá terei que vê-lo e realmente não estou a fim.

Preciso de um dia para mim, um dia para pensar e refletir o que está em jogo, então me afundo cada vez mais sob meu colchão retirando as roupas casuais de serviço e jogando-as em um canto qualquer.

Poxa! Elena quando se tornou fraca assim? — Brigo comigo mesma. A minha vida está passando a cada segundo sem que eu perceba e não estou fazendo nada para mudar isso.

Deixei de sorrir, de sentir aquele frio na barriga sempre que a pessoa chega perto, aquela loucura boa, o desejo de fazer amor após um simples toque, deixei de viver por um homem que se quer me respeita. O que Gregório e eu tivemos não passou de atração.

Simples assim! Aos poucos tudo foi acabando até que não restasse nada.

Olho meu closet que deixei aberto de tanto Gregório berrar lá de baixo me apressando mais cedo, e lá estava ele, meu biquíne que a tempos não uso. Sim, tenho uma casa enorme cheia de luxos que na falta de uma, há duas piscinas tudo isso para um casal distante, sem perspectiva de vida conjugal, e quantas vezes entrei nela. Nenhuma!

Minha vida é trabalho e mais trabalho. Estou farta disso.

Quer saber, que se dane o trabalho por hoje.

Me coloco dentro dele e saio para meu jardim. Hoje sozinha aqui sem ninguém para dizer ou mandar que eu faça algo farei o que eu quiser.

Mergulho de cabeça naquela água que há princípio está fria, só que com o passar do tempo ela se torna morna, tão morna quanto minha relação.

Só que ela me ajuda a lavar a alma.

Quando olho para cima subindo para respirar um pouco após um dos muitos mergulhos vejo uma menininha parada na minha frente, ela é tão doce e serena que chega a dar vontade de ter uma.

__ Kate, onde está? Não é hora de brincar de se esconder. — Ouço uma voz masculina procurando por alguém preocupado.

Saio da água e apenas coloco uma saída de banho.

_ Você é a Kate? — Pergunto para aquela doce garotinha.

__ Sim. — Ela responde cabisbaixa.

__ Acho que o papai está preocupado com você Kate, não deve sair sozinha por aí, é perigoso. — Ela sorri envergonhada.

A doçura e inocência das crianças me encanta, um ser tão inocente que ao mesmo tempo sabe muito, elas enxergam nossa alma e são verdadeiras.

Já viram uma criança mentir?

__ Você está triste não está? Não gosto de ver as pessoas tristes por isso vim até aqui. — As palavras daquela doce garotinha mostram o quão evidente é a minha amargura.

Sim, eu estou mais triste e perdida que nunca, só que não falaria isso para ela.

_ Não querida, eu não estou! Vamos achar o papai agora, certo?

Ela não desiste.

__ Está sim, o papai sempre fica triste assim como você. — Ela me surpreende, uma menina tão nova falar tão bem sobre tristeza. Ela não tem mais de quatro anos, isso é surreal.

__ Os adultos têm muitos problemas e às vezes parecem tristes, mas só estamos cansados. Agora vamos achar o papai?

Pego sua mãozinha a levando até a casa ao lado, ela caminha comigo sem questionar. O belo rapaz perambulava de um lado pelo outro chamando por Kate, e quando me viu de mãos dadas com ela não conseguiu evitar o olhar, de cima a baixo, fitando tanto aquela situação como o meu corpo todo.

Tento me cobrir um pouco, só que está saída de banho não ajuda.

__ Kate estava preocupado meu amor. — Ele diz quando consegue tirar seus olhos de mim e se voltar para a garotinha, que corre e o abraça.

__ Fui ver minha amiga papai. — Kate me puxa para aquele abraço que passa a ser triplo, nós fazendo rir sem jeito.

Ela não deve ser uma criança travessa, já que o rosto daquele homem demonstra um certo espanto, como se ele estivesse surpreso com tal situação.

__ Ela também pode ser sua amiga, ela é muito legal papai. — Ela finaliza seu pensamento.

__ Pode sim, querida. — Ele a beija ternamente. — Só avise ao papai quando quiser ver sua amiga ok? Você me deixou muito preocupado.

Kate balança a cabeça em concordância.

__ Você deve ter algo muito especial Elena. — Ele fala do nada me surpreendendo.

Como sabe meu nome?

Será que ele ouviu o idiota de meu marido me chamando de sonsa? Que vergonha

_ Eu, especial? Acho que não! — Respondo, ele sorri.

__ Tenho certeza! Kate raramente fala com estranhos, e ela parece uma tagarela na sua presença. — Responde me surpreendendo ainda mais.

Não sei dizer porque sinto-me feliz com isso.

__ Será que você ganhou da Elena a pílula falante igual a Emília? — Ele diz a Kate relembrando uma história infantil.

__ Eu acho que sim papai, a menina responde sorridente. — Ele então faz cócegas nela que sorri desenfreadamente.

__ Obrigado por trazê-la até aqui. — Me agradece quando acaba sua brincadeira divertida. — Prazer me chamo Stefan.

__ Não foi nada. Eu me chamo Elena, mas acho que você já sabia.

capítulo 3

🍃Stefan🍃

Após conversarmos por um longo tempo, o marido de Elena chega. Ela se despede de mim, dá um beijo terno na Kate e segue apressadamente para casa.

Penso que para evitar que ele a veja aqui vestindo tão pouca roupa e de papo com seu novo vizinho.

Aquela saída de praia deixava seu corpo irresistível e atraente tão evidente, tanto que agora ele não sai da minha cabeça.

Aquelas belas curvas que vi perfeitamente por baixo daquela renda fina seria a minha perdição.

Só ainda não sabia disso.

Afasto o pensamento do pecado da casa ao lado e começo a procurar em uma lista enorme uma babá para Kate, parecia impossível mais por um milagre divino encontro os novos contatos de Stela, uma senhora mais velha que trabalhou para meus pais e também para mim quando me casei com Katharine.

Chamada 📱

__ Stela como vai? — A senhora fica em silêncio um minuto.

__ Senhor Stefan é você mesmo?

__ Sim Stella sou eu, será que poderíamos nos ver? — Respondo, ela parece feliz e empolgada do outro lado da linha. Stella foi minha babá por muitos anos e não creio que recusaria ser de Kate, preciso urgente de alguém para me ajudar com ela e não confiaria minha filha a ninguém além dela.

Marcamos na minha casa, ela chega pouco tempo depois e como havia imaginado, ela aceitou.

Kate já viu Stella por chamada de vídeo várias vezes, então se sente confortável com ela. Não demora muito para se soltar e ambas começarem a se divertir.

Agora sim poderei voltar a trabalhar, a minha empresa já estava indo à ruína sem minha cabeça para os negócios e apenas meu sócio no comando. Um sócio que não conheço, pois quem tratou de tudo quando me mudei foi meu advogado.

Sou dono de uma filial de modas que rodeia todo o país, e no Brasil a Dell Ferreira é quem me representa.

Agora resolvido a questão da babá, preciso resolver os negócios.

Ligação 📱 Adolfo ( Advogado)

__ Adolfo, como vai?

__ Até quem fim Stefan, achei que não ligaria nunca.

__ Mais liguei agora, e estou de volta, preciso saber onde encontrar meu sócio, pois desejo voltar a trabalhar. — Quase posso ver seu sorriso do outro lado da linha.

__ Até quem fim. Vou te passar o endereço e também o telefone. — Anoto imediatamente.

Após desligada a ligação, analiso o papel e vejo que se trata do mesmo bairro que o meu, olho novamente e a rua é exatamente está.

Se minha casa é a 376 e a dele 378 quer dizer que meu sócio é o escroto do meu vizinho, o mesmo imbecil que não sabe como tratar uma mulher como a dele.

Me arrumo e sigo até lá, se não pude colocá-lo em seu devido lugar perante a uma briga de casal, que eu não iria intervir, é claro, poderei fazer isso agora pois ele terá que me explicar muitas coisas e não só a mim mais para a sua esposa também, já que pelas minhas pesquisas ela é a dona de tudo. Aguardo ansiosamente para saber oque ele fez com o dinheiro que entrou em nossa empresa neste último ano.

Pois ele simplesmente sumiu.

💞Elena 💞

Quando entro dou de cara com Gregório já dentro de casa.

__ Onde estava? Porque não foi trabalhar Elena — Pergunta.

__ Se está bem da visão pode ver que tirei um dia de folga e estava nadando. — Digo e ele sorrir.

__ Não havia notado. — Responde. — Como se fosse novidade ele notar algo em mim, nem se estivesse nua a sua frente ele veria.

__ Irá jantar hoje? — Pergunto esperando sua negação pois nunca jantamos juntos.

__ Sinto muito querida, vim apenas pegar uma troca de roupas pois preciso viajar por uma semana, negócios, você entende.

Esse é o único momento que ele é gentil, quando precisa me contar de suas supostas viagens de trabalho, e realmente recuso até imaginar o que acontecem nelas.

O ignoro completamente. Já sei como funciona, ele vai pegar sua mala rapidamente e sumir, subo para o banho pois preciso tirar o cloro da piscina do meu corpo, debaixo do chuveiro enquanto a água quente cai em meu corpo meus pensamentos não saem daqueles belos olhos penetrantes de Stefan.

E somente este pensamento me deixa excitada.

__ Que isso Elena? — Digo a mim mesmo evitando pensar nele e em seu corpo maravilhosamente esculpido. Deus e que corpo.

A imagem daqueles músculos desenhados sob seu corpo perfeito tão à-vontade naquele moletom me vem em mente quase que instantâneamente.

E aquele sorriso, céus.

Apresso o banho tentando parar de pensar em meu vizinho gostoso, pois meu corpo todo já está respondendo a estes pensamentos impuros.

Verifico o quarto e vejo que Fernando já se foi.

Já lá em baixo e prestes a ir para cozinha preparar algo para comer já que a natação abriu meu apetite, a campainha tocou.

Mudo a direção e caminho para a entrada.

Quando abro a porta aquele que em apenas um dia conseguiu perturbar meus pensamentos mais que meu próprio marido em anos está aqui diante de mim.

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