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Eu Não Queria Que Fosse Assim

EU NÃO QUERIA QUE FOSSE ASSIM

Observações:

• Não recomendado para menores de 18 anos.

• Esta obra possui vestígios de linguagem informal.

• Baseado em fatos reais. (História de vários anos atrás).

• Todos os direitos reservados.

Prezado Leitor,

Esta obra é fruto de um trabalho árduo e de muito amor. Por esses motivos, dedico a todas as pessoas que me incentivam a escrever todos os dias: minha família e meus amigos. E a vocês, desde já, peço desculpas se houver algum erro ortográfico. Obrigado por sua atenção e divirta-se na leitura com sua imaginação.

Atenciosamente, Mari Sousa.

1° Capítulo-Início de tudo

Minha vida é mais complexa do que se imagina. Meu nome é Maria Alice Silva Rubião, e eu, com vinte e um anos, já vivi e vivo os mais variados problemas. Aos quatorze anos, conheci na escola o amor da minha vida, Benjamim. Todos os dias ele jogava bola na quadra, e eu, já atenta aos seus olhares para mim, ia assistir, às vezes, os jogos na arquibancada com minhas

amigas. Até que um dia, Ben, como era chamado, chegou perto de mim e começou

a conversar. Estava tão tímido, nem parecia aquele cara descontraído na frente dos

amigos. Já eu, sempre com esse jeito séria e de poucas palavras, poucos dias

depois já estava dando altas risadas e grandes sorrisos ao seu lado.

Estudávamos de tarde e eu sempre buscava fugir dos desejos adolescentes que

afloravam. Porém, com ele, não consegui resistir. Embora já tivesse ficado com

outros meninos, o plano de não ter um relacionamento sério com ninguém naquele

momento era certo. No entanto, Ben, me fez conhecer o amor. Com ele, vivi as

paixões mais loucas.

Minha primeira vez foi em um hotel de praia quando viajamos para Lisboa. Eu tinha

acabado de completar dezoito anos. Fizemos amor basicamente a noite toda. Ben

me fez a mulher mais feliz do mundo naquele dia e ali eu tive a certeza que queria

ficar em seus braços para sempre. Amante dos esportes, amante da vida, assim era

ele com seu sorriso espontâneo.

Nas minhas férias da faculdade ou em alguns finais de semana, eu o acompanhava

nas viagens para as competições de Freestyle Motocross no país e até mesmo fora.

A mãe dele não gostava disso, seu pai também não, mas respeitavam sua escolha.

Ele era um dos melhores pilotos das competições. No entanto, em um certo dia de competição, Ben se acidentou gravemente, e eu, assistindo da plateia, vi o amor da minha vida se desequilibrar da moto e cair

brutalmente no chão. Todos ficaram em desespero total e comigo não seria

diferente. O que aconteceu com o melhor piloto naquele dia para se desequilibrar

assim? Todos se perguntaram. Corremos para o hospital. Avisei aos meus sogros e

minha mãe de início, e dez minutos após dar entrada, Ben faleceu. Ouvir essa

notícia foi como se meu coração tivesse parado de bater e eu também não tivesse

mais vida, afinal estávamos noivos há quase dois anos e seu maior sonho era ser

pai. Seu amor pelos esportes radicais era inexplicável e foi praticando o mesmo que

Benjamim morreu. E, a partir daquele dia, tranquei meu coração a sete chaves e não

compartilhei mais nada com ninguém, nem com amigos, nem com meu pai, o Senhor

Edney, que mora em outro estado, nem com minha mãe, a Senhora Elizabeth, mas

conhecida para todos como Beth.

Mas se com dez anos eu tive forças para superar a separação dos meus pais, um

dia eu teria para superar a morte do meu noivo, apesar de serem dores bem

diferentes. Também tranquei a faculdade de psicologia. Na verdade, não tranquei, a

direção permitiu que eu ficasse estudando de casa pois não queriam me ver

perdendo toda a matéria, já que eu sempre tirava notas boas, então, passei quase

dois meses sem ir.

Mas, mesmo assim, logo eu, que sonhava em ajudar pessoas com minhas palavras

de conforto e segurança, me dediquei a fazer absolutamente mais nada, só a chorar

o dia todo no meu quarto, trancada olhando minhas fotos com Ben. O tempo

passou-se e quando vi já estava há dois meses sem Benjamim ao meu lado. Decidi

retomar a faculdade, já estava pouco a pouco seguindo minha vida, voltei a

encontrar com meus melhores amigos, Nanda e Murilo, e a falar com outras

pessoas. Fazíamos faculdade no período da tarde e eu um pouco mais conformada

(vamos dizer), fui interagindo mais e mais com pessoas que meus amigos

apresentavam. Certo dia, caminhando para a sala distraída lendo um livro, esbarrei

com um cara distraído no celular. Fiquei sem palavras, olhando no fundo daqueles

olhos azuis tão hipnotizantes:

- Foi mal, eu estava aqui no celular e não te vi, desculpa! - Disse ele calmamente.

- Tudo bem, eu também estava distraída e não olhei pra frente! - Fiquei paralisada

olhando nos seus olhos.

- Você é nova por aqui? Nunca te vi antes.

- Indagou ele.

- Voltei a estudar esses dias, parei a faculdade há alguns meses e agora estou de

volta. (Eu)

- Entendi! E como é seu nome?

- Alice, e o seu?

- Ricardo.

- Prazer em te conhecer! - Abro um grande sorriso.

Nesse momento a sirene tocou e sem mais tempo de falar saí apressada:

- Tchau! Vou para a minha sala! (Eu)

- Você é de qual curso? - Sua última pergunta.

- Psicologia. - Gritei já de longe.

E fui para a sala sem conseguir parar de pensar naquele cara. Olhos azuis, cabelo

escuro, alto, educado, um sorriso mais que lindo.

"Será que ele é solteiro?"

"Como não se encantar por esse rapaz?"

"Como fugir de algum desejo que vier?"

"Como fugir das tesões momentâneas da juventude?"

Fiquei me perguntando.

Ainda bem que para meu coração ninguém poderia entrar nele naquele momento, já

que ainda era recente tudo o que acontecera, mas, no entanto, continuei pensando

naquele rapaz durante toda a aula.

E fui seguindo minha vida, voltando a ficar mais “social” como eu era antes. Não

encontrei com Ricardo novamente. Sumiu da faculdade, parecia que tinha

desaparecido com o vento.

Assim passou-se uma semana [...]

Foi então que sexta de noite Murilo me mandou uma mensagem. Ele me convidou

para uma festa de última hora na casa de seu amigo, chamado Caio. Hesitei de

início, mas, depois de muita insistência, aceitei o convite. Passei na casa de Nanda,

que morava bem pertinho de mim e que também ia para a festa.

2° Capítulo-A surpresa na festa e a carona para casa

- Ei, por que não melhora essa cara? Vamos se divertir e esquecer um pouco dos

problemas! - Nanda sempre extrovertida.

- Não sei se estou fazendo certo em já começar a sair. - Falei sem muito ânimo.

- Você não pode ficar sofrendo assim pra sempre Alice, um dia você vai conhecer

outro alguém, mas isso não quer dizer que você vai esquecer o que sentia pelo Ben,

eu sei o quanto você amava ele, mas você não pode parar sua vida assim, tem que

se alegrar mais um pouco, tentar se divertir! - Sei que Nanda só queria meu bem.

- Eu sei, mas ainda é difícil, fazer o que né?! - Cruzo os braços.

E pegamos um táxi rumo a festa.

Chegando lá, encontramos com Murilo do lado de fora da casa e ele me levou para

conhecer Caio.

Quando entramos na sala, me deparei com Ricardo sentado no sofá conversando

com o suposto Caio.

Eles eram amigos e eu não tive muita reação se não ficar parada olhando.

Então se aproximamos e Murilo começou falando:

- Caio, essa é minha amiga Alice, que te falei. Alice, esse é Caio, meu brother que

nunca tinha te apresentado.

- E aí, prazer! - Caio aperta delicadamente minha mão.

- Oi, digo o mesmo! - Sorrio.

Eu toda tímida enquanto Ricardo não parava de olhar para mim.

- Eu nunca te vi antes, você mora desde sempre por aqui? - Caio perguntou.

- Sim, não tive a oportunidade de te apresentar antes e também ultimamente Alice

estava passando por um momento difícil e não estava saindo de casa, mas agora

ela está aqui e veio pra se divertir. Bora lá gente, curtir? - Murilo foi quem respondeu.

- Espera...

Esse é Ricardo, meu mano. (Caio)

O dono da festa tinha que ser amigo logo do cara que eu me encantei com seu

olhar? Olha como é a vida! - Falei isso nos meus pensamentos.

- E aí pessoal! (Ricardo)

- Iaê. (Murilo)

Não sei, mas tenho a impressão de que Ricardo parece ser tão legal, apesar de ter

falado com ele só uma vez. Será que esse é o momento de conhecê-lo melhor? Não!

Melhor não criar expectativas em relação a ele! - Meus pensamentos não param.

- Nós viemos curtir ou ficar só de blá blá blá?

Eu em! - Nanda não via a hora de beber e curtir.

E saímos para pegar bebida. Havia muitas pessoas, mulheres e homens que

dançavam, bebiam e fumavam droga.Alguns casais transavam detrás do jardim ou

subiam para o quarto de cima.

Caio aproveitou de várias maneiras, bebeu bastante, deixou o som bem alto, levou

algumas meninas para o seu quarto...

Seus pais estavam viajando, e ele, com certeza, é aquele jovem "santinho" na frente

deles e por trás, na ausência, é rebelde e irresponsável.

Enfim, o príncipe, a quem eu comecei a chamar nos meus pensamentos, Ricardo

ficou quase todo o tempo sentado no sofá bebendo e eu com Nanda o olhando perto

das escadas de subida.

Em um certo momento, Nanda saiu com seu ficante, Alex, e eu fiquei sozinha no

mesmo lugar.

O príncipe já não me olhava tanto, apenas bebia. Até que em um certo momento uma garota se aproximou dele e começaram a

conversar. Ela era linda, que raiva!

Mas eu também sou, talvez até mais do que ela. Espera aí... Acho que lembro dela de algum lugar...

Ah sim! Na faculdade, já a vi algumas vezes.

Mas eu não sei porque aquilo mexeu comigo, eu não deveria me importar, não

tínhamos nada, só conversamos uma vez e eu nem queria ter nada com ninguém

naquele momento. Também não consegui entender o que senti.

Aff, meu cérebro não ajuda com esses pensamentos intrusivos.

Conversa vai, conversa vem, até que eles saíram rumo ao jardim. Depois disso não

vi mais nada, não tenho certeza o que aconteceu com eles lá, mas devo imaginar.

Depois de um tempo, e eu ainda no mesmo lugar, estava bebendo uma taça de

vinho, a única que bebi naquela noite, quando, de repente, Ricardo apareceu por

trás de mim e falou:

- Não imaginaria te encontrar por aqui! - Ele susurra no meu ouvido.

Me assustei na hora, mas falei:

- Digo o mesmo de você!

E ficamos em silêncio por um minuto.

Ei, eu não te vi na faculdade esses dias, não estava indo? (Eu)

- Estava viajando. (Ricardo)

- Ah! - Apenas falo isso.

- Mora perto daqui? - Ele continuava a puxar assunto.

- Não, é um pouco longe. E você? (Eu)

- Também, mas de carro até que fica mais rápido. (Ricardo)

- Seu carro? - Talvez uma pergunta meio boba, mas tudo bem.

- Não, é da minha mãe, mas ela deixa eu sair pra qualquer lugar com ele. (Ricardo)

Talvez ele estava tentando se exibir para mim e eu boba caía em sua lábia e seus encantos.

- Entendi! (Eu)

- Vamos sentar no sofá? - Acho que o príncipe queria mesmo me conhecer mais.

- Vamos! - Eu não podia falar não.

Sentamos um do lado do outro e por um minuto mais ou menos não ouviu-se uma

palavra, apenas um silêncio momentâneo por parte dos dois, eu bebia minha taça de

vinho e Ricardo bebia uma garrafa pequena de cerveja.

- E sobre a faculdade, você faz que curso?

- Voltei a puxar assunto.

- Administração, comecei a fazer pouco tempo.

Eu morava em Madri com meu pai e voltei há poucos meses pra cá pra morar com

minha mãe, eles são separados e eu fico meio dividido entre um país e outro.

(Ricardo)

- Te entendo, meus pais também são separados, meu pai mora em outro estado e só

vem me visitar no fim de ano ou quando tira férias do trabalho, moro com minha

mãe. (Eu)

- Não tem irmãos? (Ricardo)

- Não, infelizmente. (Eu)

- Sorte sua, eu tenho uma irmã mais nova por parte de pai e queria ver você passar

um dia com ela pra ver se vai achar ela chata ou legal.

- Disse ele sorrindo.

- Pelo menos você tem ela pra implicar! - Também sorrio.

- É, nisso você está certa. (Ricardo)

[Risadas]

- E sua idade? (Ricardo)

- 21. E você? (Eu)

- 22. (Ricardo)

Nesse momento Murilo chegou segurando Nanda pelo braço para não cair. A

mesma tinha bebido tanto que mal conseguia ficar em pé e seu ficante já tinha ido

embora há horas. Murilo então falou:

- Alice eu vou chamar um Uber pra levar vocês pra casa, tá bom?

- Se quiserem, eu posso levar vocês. (Ricardo)

- Não precisa, a gente vai de táxi mesmo! (Eu)

Eu só falei isso porque queria evitar mais aproximação com o príncipe dos olhos

azuis. Para mim, começar a evitá-lo era a melhor maneira de afastar algum desejo.

Engraçado que eu estava falando com ele agora a pouco, pois é, nem eu me

entendo às vezes.

- Está com medo? Eu não estou bêbado! - O príncipe exclmama.

- Não é isso, só não quero te incomodar! (Eu)

- Não vai ser incomodo nenhum! (Ricardo)

- Daqui que o Uber chegue vai demorar, é melhor vocês irem com ele, a Nanda

precisa logo dormir. - Murilo respondeu.

"Vocês me pagam Nanda e Murilo!" - A voz da minha cabeça que disse isso me

lembrou aquelas vilãs de novela.

E sem desculpa para inventar, tive que aceitar.

Colocamos Nanda no carro e me despedi de Murilo.

No carro eu apenas dizia o caminho, já Nanda não parava de falar. Coisas de

bêbado.

Quando chegamos na casa da mesma, expliquei aos pais dela o exagero na bebida

e a levaram para o quarto.

Depois voltei para falar com o príncipe e disse que de lá para minha casa eu iria a

pé, já que minha casa era bem pertinho, mais na frente.

No entanto, ele fez questão de dizer:

- Mas eu posso te levar, prometi ao seu amigo que ia deixar vocês na porta da casa!

- Não precisa, sério, aqui está bom! (Eu)

- Deixa eu te levar, entra logo! - "Que príncipe insistente", pensei.

Entrei e seguimos.

Poucos metros depois, chegamos em minha casa.

Desci do carro e ele também:

- Obrigado por trazer a gente, quanto é? - Eu parecia o flash, desci rápido e

apressada.

Ele sorriu e falou: "Não é nada!"

- Sério, quanto é? - Perguntei só pra perguntar mesmo, mas era óbvio que ele não ia

cobrar nada.

- Nada não! - Ele sorrindo e olhando o bairro em volta.

- Tá, valeu mesmo então! - Só queria entrar logo em casa.

E ele puxava conversa:

- Os vizinhos daqui são legais? Mal descemos do carro e todo mundo daqui saiu pra

olhar, principalmente aquelas senhoras.

- Aquelas duas ali são minhas tias e aquelas outras são só fofoqueiras do bairro

mesmo. Na verdade, todas são, até minhas primas, as filhas delas, já são. Só

cuidam da vida dos outros e não olham para o próprio nariz. (Eu)

- Igual as do meu bairro, não olham "pro próprio rabo." (Ricardo)

[Risadas]

- Aquela ali olhando da janela é sua mãe? - Perguntou Ricardo.

- É, como sempre me espionando. (Eu)

- Será que ela é alguma coisa da minha? Porque ela também é assim! - Ele ri.

- Vai saber?! - Não consegui conter o riso também.

Tchau, boa noite! - Abro um sorriso para Ricardo.

- Uma última pergunta, você pode me dá o número do seu telefone? Se você quiser,

é claro! (Ricardo)

- Eu não tenho mais, perdi meu chip. (Eu)

- Que pena! Tchau, até mais! (Ricardo)

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