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Eclipse Vol.1

Notas da Autora

Se você chegou até aqui e está se perguntando: “Onde foram parar os capítulos da história?”, a resposta é simples. Eu os apaguei.

Sim, todos os capítulos anteriores foram removidos porque, como prometido, decidi reescrever a obra e trazer uma nova versão para vocês. Nos últimos meses, estive bastante confusa sobre o rumo que a história deveria seguir. Enfrentei dificuldades para continuar, e, em muitos momentos, pensei até em abandoná-la por completo.

Além disso, sei que nem tudo agradou a todos. E está tudo bem. Escrever é um processo de aprendizado, e é impossível acertar para todo mundo. Mas, apesar de tudo, eu simplesmente não consigo deixar essa história para trás. Ela é muito importante para mim e sinto que devo dar a ela um final digno.

Foi pensando nisso que, nos últimos dias, tomei a decisão de voltar. E de fazer isso aqui, onde tudo começou, com a publicação da primeira versão. Desta vez, porém, estou começando de forma mais organizada, com o primeiro volume completo em mente de um total de quatro volumes já planejados, com roteiro pronto. Além disso, estou desenvolvendo histórias solo para alguns personagens, que vão complementar a trama principal.

A maior novidade? A obra está sendo adaptada para o formato Webtoon! É um processo demorado, eu sei, mas estou muito animada com essa nova etapa. E, quando estiver pronto, vocês serão os primeiros a saber.

Agradeço imensamente a quem decidir me acompanhar mais uma vez nessa nova fase. Obrigada por confiarem em mim e na minha história.

Capítulo 1

...“Quando a luz vacila, a sombra se lembra."...

...~ Provérbio Solariano...

...***...

A noite ainda envolvia Solaria quando Kiran despertou de súbito, como se arrancado de um sonho do qual já não se lembrava. Por um instante, não soube dizer o que o havia acordado — um ruído distante, um pensamento extraviado, ou talvez a sombra indistinta de um pressentimento, daqueles que nascem antes da razão e demoram a mostrar o rosto.

Piscou devagar, tentando se habituar à penumbra. As sombras dançavam pelas paredes, espessas sob a luz que invadia o quarto pela janela entreaberta. A lareira, antes viva, jazia adormecida. Restava uma única brasa, tímida, aninhada entre as cinzas.

O frio da madrugada esgueirava-se pelas frestas com dedos invisíveis, agarrando-se à pele. O ar carregava o cheiro seco da areia e um leve toque salgado que não deveria estar ali, como um fantasma do mar — embora o oceano estivesse a léguas de distância.

Kiran empurrou as cobertas e sentou-se à beira da cama. Sentiu o chão frio sob os pés descalços e bastou esse toque para afugentar o que restava do sono. Por alguns segundos, permaneceu imóvel, apenas ouvindo o silêncio do palácio. Depois, ergueu-se sem pressa e foi até a janela.

Apoiou os braços no parapeito e olhou para fora. O céu ainda era uma vastidão escura, mas no horizonte o dia já insinuava sua chegada. Um brilho discreto tingia o leste com tons de rosa, dourado e azul, como se a manhã se espreguiçasse sobre o mundo. O vento soprava com ternura, levantando redemoinhos de areia no limite do deserto.

As dunas, imóveis como ondas petrificadas, se estendiam em direção ao desconhecido. Mais além, as falésias de arenito se erguiam austeras, sentinelas silenciosas que pareciam observar os dias desde antes da primeira memória.

Abaixo, Uruz despertava devagar. A capital, ainda mergulhada em sombras, ganhava cor e forma à medida que a luz avançava. As casas de madeira e pedra se banhavam nos primeiros raios do sol, e as ruas de terra pareciam respirar junto de seus habitantes.

Lá embaixo, um velho mercador varria a entrada da loja com movimentos lentos. Crianças descalças corriam pelos becos, rindo alto, com os cadernos colados ao peito. No mercado, carroças gemiam sob o peso dos mantimentos, puxadas por burros sonolentos. O cheiro de especiarias secas e pão recém-saído das brasas misturava-se ao barulho dos cabritos teimosos que se recusavam a seguir as carroças. Homens e mulheres cruzavam portas, entregando-se a mais um dia. Do outro lado da praça, o saloon ainda exalava vida adormecida. Um punhado de jogadores terminava a última rodada, dedos trêmulos contando moedas sobre a mesa gasta. Copos tilintavam em mãos cansadas, e o som metálico do martelo do ferreiro já ecoava ao longe, como um prenúncio de rotina.

Kiran fechou os olhos por um momento para absorver aquele curto instante de quietude. O dia já o chamava, e com ele, as obrigações que nunca descansavam.

Então, afastou-se da janela e atravessou o quarto com passos decididos. Vestiu-se em silêncio: camisa de linho, calças firmes, botas gastas de tanto caminho. Ajustou a gola, prendeu o cinto à cintura e, por fim, pegou o chapéu de couro sobre o gancho. Colocou-o com um gesto automático sobre os cabelos rebeldes.

Ao sair, fechou a porta atrás de si. O corredor estava quase vazio, banhado pela luz tênue que filtrava pelas janelas altas. O som de seus passos ecoava pelo mármore, enquanto os criados começavam a movimentar-se nos bastidores do palácio. O ar conservava o frescor da madrugada, mas o calor se anunciava à distância, como uma promessa inevitável.

Ao chegar ao saguão, viu que não estava sozinho. Encostada a uma das colunas, de braços cruzados, estava Ut, a Estrela da Manhã. Seu semblante sereno carregava uma calma que nunca era desatenção. Ela o observou por um instante antes de esboçar um sorriso contido.

— Kiran — disse, inclinando levemente a cabeça. — Um minuto de atraso. Os outros já partiram.

O tom era neutro, quase leve, mas não deixava de ser um aviso. Kiran suspirou, ajeitando o chapéu.

— Alguém precisava de uma entrada memorável. Aparentemente, sobrou pra mim.

Ut não respondeu de imediato. Estendeu a mão e ajeitou com cuidado a insígnia dourada presa à jaqueta dele — símbolo dos que carregavam o sol no peito mesmo quando a noite era longa. Um gesto que dizia mais do que qualquer comentário.

— Está distraído — murmurou, sem acusar.

— Talvez esteja cansado de fingir que não.

Ela apenas assentiu, como quem compreende sem julgar, e tomou a dianteira.

Havia algo nos olhos de Ut — uma paciência antiga, talvez forjada nos mesmos silêncios que os dois aprenderam a dividir ao longo dos anos.

Ut sempre chamava atenção, mesmo sem intenção. O chapéu inclinado, as pistolas à cintura, a leveza do andar. Tudo nela era equilíbrio entre força e elegância. Ao abrir a porta principal do palácio, não precisou esforço. A madeira cedeu com a naturalidade de quem reconhece antigos hábitos.

Do lado de fora, a cidade já respirava. O sol erguia-se no horizonte, dourando os telhados, tingindo as pedras do deserto com reflexos de brasa. Kiran estreitou os olhos e deixou a luz tocar seu rosto por um momento. Havia algo reconfortante naquele calor, como se, por um instante, o mundo dissesse que tudo seguiria em ordem.

Inspirou fundo. Depois, desceu os degraus. Era hora de ocupar seu lugar.

Ser um Guardião nunca fora apenas sobre armas e vigilância. Era, antes de tudo, responsabilidade — a mais solitária de todas. Exigia firmeza, paciência, decisões que ninguém queria tomar. E, com o tempo, transformava-se num peso invisível que não se deixava pôr de lado — e que ninguém via, exceto aqueles que também o carregavam.

...***...

O vento serpenteava entre as pedras, levantando a poeira que girava no ar antes de desaparecer. Era um silêncio antigo, denso como véu abandonado pelo tempo, rompido apenas pelo trotar constante de Ouro, o corcel de Kiran, cujos cascos ressoavam no chão seco como o tique-taque de um relógio distante.

De súbito, o som cessou.

Ouro estacou, tenso. Os músculos rígidos, as orelhas empinadas, os olhos escuros voltados para o nada. Farejava algo que Kiran ainda não via, mas já sentia. Não era medo, era o instinto.

Kiran se endireitou na sela. O deserto à frente parecia o mesmo de sempre: dunas imóveis, pedras dispersas, arbustos retorcidos pelo sol. E ainda assim, havia algo errado. Uma pausa no ar. Como se o mundo tivesse prendido a respiração.

Então, o céu escureceu.

Não foi o avanço lento das nuvens, mas uma queda abrupta de luz, como um pano lançado sobre o firmamento. Uma sombra espessa, de tempestade, tomou o azul e o transformou em cinza sujo, quase negro. O calor se desfez num golpe seco, substituído por um frio repentino, sem cheiro de chuva.

O vento uivava agora. Soprava com raiva, carregando areia e sussurros que pareciam vir de todos os lados e de lugar nenhum.

Kiran sentiu o arrepio subir pela espinha. Apertou os joelhos contra os flancos do cavalo e puxou as rédeas.

— Vai!

Ouro respondeu de imediato, rompendo o silêncio com o galope. O chão vibrava sob seus cascos enquanto avançavam em direção ao vilarejo mais próximo, que despontava adiante, pequeno e vulnerável contra a vastidão do deserto.

Mas ele soube, ainda antes dos primeiros gritos, que chegariam tarde demais. As ruas já estavam em desordem. Portas batiam com violência. Pessoas corriam, tropeçando umas nas outras. Soldados tomavam posição nas vielas estreitas, espadas e rifles em punho, olhos arregalados diante do inimigo conhecido.

E então elas vieram.

Sombras com forma de gente, mas deformadas. Corpos de um brilho escuro, olhos que ardiam em amarelo, como brasas no escuro. Não se moviam como homens, oscilavam, como fumaça com peso. Tinham garras, dentes, e uma ausência de alma que o fazia lembrar a guerra.

Kiran sacou a pistola e disparou. A sombra atingida se desfez no ar, como fuligem soprada.

Mas outras tomaram seu lugar.

Ele atirava sem pensar, os sentidos tomados pelo instinto. Cada tiro era um recuo, cada criatura derrubada era sucedida por outra. Era como tentar conter o mar com as mãos.

Ouro empinou quando uma sombra se aproximou demais. Kiran largou a pistola para não ser lançado, e em seguida puxou a faca do cinturão. Girou a lâmina num golpe rente, cortando o pescoço da criatura. Ela se desfez num sussurro, sem sangue, sem corpo.

O combate se espalhava como fogo em palha seca. Os soldados disparavam à distância, os tiros misturando-se ao vento. Havia alguma ordem, frágil, desesperada. Nenhum treinamento preparava para aquilo.

Kiran desmontou. Os pés cravados no chão, os olhos varrendo o entorno. Um corpo tombou perto. Quando virou o rosto, viu os olhos imóveis de um garoto — talvez com idade para ser soldado — agora vidrados, perdidos no vazio.

— Príncipe!

A voz o arrancou do torpor.

Hamal surgia entre a fumaça e a areia, o rosto suado, a barba por fazer. Os olhos fundos denunciavam noites mal dormidas. Na mão direita, segurava uma pistola que ainda não havia disparado.

— Achei que estivesse na capital — disse Kiran.

— Vim reforçar o Portal. Trouxe uma tropa comigo.

— Quantos?

Hamal hesitou.

— Menos do que deveríamos.

Um grito rasgou o ar à esquerda, seguido por uma explosão abafada. A terra tremeu, e um jato de areia ergueu-se aos céus. Kiran cerrou os dentes e apertou o cabo da arma.

Não havia tempo.

— Cuide dos civis. Eu vou ao Portal.

— Príncipe—

Mas Kiran já montava Ouro. O cavalo respondeu sem hesitar, os músculos prontos para avançar.

Atrás dele, a batalha se desfazia num borrão de fogo, poeira e gritos.

Ele não olhou para trás.

Capítulo 2

Uma vez, o Astro Rei cansou do mundo mortal, da ganância dos homens e da dor do frio que o consumia. De onde antes só havia silêncio, fez seu próprio lar, um refúgio distante de tudo o que lhe causava sofrimento. Porém, ele não se desconectou completamente daquele mundo; com ele, criou uma passagem, um elo entre os reinos. O Portal de Solaria nasceu assim, sustentado pelo coração fragmentado de uma estrela. Sua luz pulsava entre dois pilares colossais de pedra vermelha, uma energia dourada fluindo como se o próprio sol respirasse dentro daquela estrutura. As inscrições ancestrais, entalhadas na base, brilhavam com um fulgor inquieto, vibrando com o fluxo instável de poder. Sem o Portal, Solaria ficaria isolada. E era exatamente isso que seus inimigos desejavam.

Kiran chegou tarde demais.

O arrepio veio antes da visão.

A areia estava manchada de sangue seco, e os corpos dos soldados solarianos jaziam espalhados diante do Portal, uns ainda agarrados às armas, outros tombados de rosto para o chão, como se tivessem caído tentando proteger a própria sombra.

Os poucos que restavam resistiam como podiam, disparando contra criaturas que escalavam os pilares com garras longas e movimentos sinuosos. Tinham olhos que ardiam como brasas e pareciam farejar não só carne, mas também o medo.

A cada golpe contra as inscrições, a luz do Portal vacilava. Finas fissuras se espalhavam lentamente pelas colunas, e bastou um olhar de Kiran para entender o risco. Se o selo se rompesse, não haveria retorno. Nada restaria a proteger.

Ele puxou as rédeas com força, saltando antes mesmo de Ouro parar. O cavalo relinchou e recuou alguns passos, mas Kiran já se movia.

A pistola saiu do coldre com um movimento sóbrio e prático. O primeiro tiro explodiu no peito de uma das criaturas, reduzindo-a a cinzas. A segunda virou o rosto a tempo de ver o clarão do disparo seguinte antes de desaparecer também.

Mas elas continuavam vindo.

A escuridão ao redor parecia ganhar forma, espessa e cheia de dentes. Mais delas emergiram das sombras, deslizando sobre a areia como predadores que já haviam vencido. E agora todos os olhos estavam voltados para ele.

Kiran avançou. Passou pelos soldados que ainda lutavam, colocou-se diante do Portal como última linha.

Respirou fundo. Sentia o coração pesado no peito, não por medo, mas por algo mais fundo, a certeza de que talvez não voltasse.

A primeira criatura saltou. Kiran atirou no ar, em pleno movimento. O corpo negro se dissolveu no impacto. Outra veio logo atrás. Ele girou, esquivou-se por um triz, rolou pela areia e atirou de costas. Um clarão. Mais cinzas.

Então, um rugido atravessou o vale.

Baixo, profundo, como trovão subterrâneo. E ele surgiu.

Uma criatura maior que as outras, negra como pedra polida, o corpo coberto de fendas incandescentes, como se o calor de dentro estivesse sempre prestes a explodir. Os olhos, dois sóis mortos, amarelos e vazios.

Mas ela não atacou. Não olhou para os soldados, nem para os corpos. Seus olhos estavam fixos no Portal.

Kiran disparou.

A bala cruzou o ar, brilhando como brasa, mas a criatura se moveu com uma rapidez brutal, desviando o corpo num giro seco. No instante seguinte, avançou.

Ele tentou recuar, mas foi tarde.

As garras atingiram seu peito num golpe seco, e o impacto o lançou para trás. Ao cair, Kiran rolou por instinto, evitando um segundo golpe que cravou as garras da criatura no chão, erguendo uma nuvem espessa de poeira.

Lutando contra o peso do próprio corpo, ele se ergueu. A respiração era curta. A dor latejava nas costelas, mas seus olhos estavam firmes.

Esperou.

Quando a criatura flexionou os membros para atacá-lo novamente, Kiran disparou, uma, duas vezes. A última bala acertou o lado da cabeça da fera, que cambaleou.

Mas não caiu.

Ela rugiu e avançou com mais fúria.

Kiran tentou esquivar-se, mas as garras o alcançaram. Uma mão gigantesca o agarrou pelos ombros com força sufocante. Os dedos apertavam como presas. E então a criatura saltou.Kiran foi arrastado junto.

O Portal reagiu com um clarão súbito, como se todo o seu poder tivesse despertado. A luz envolveu os dois num círculo incandescente. A última imagem que ele viu foi o pânico no rosto de um soldado, e depois, só branco. A luz engoliu tudo.

...***...

Atravessar o portal foi como mergulhar no centro de uma tempestade sem vento. Durou apenas um instante. Mas foi o suficiente para que ele perdesse a noção do tempo, do corpo, do próprio nome.

Quando o impacto veio, foi seco.

O chão o recebeu como pedra. A pancada arrancou-lhe o fôlego, espalhando uma dor aguda pelo tórax e ombros. Ficou ali, imóvel por alguns segundos, tentando reaprender a respirar, sentindo o gosto metálico na boca. O mundo girava devagar ao seu redor, como se tudo estivesse fora de eixo.

Então ouviu o rugido. Grave, próximo, carregado de raiva e dor.

A criatura atravessara o Portal com ele.

Ela surgiu entre os últimos vestígios de névoa luminosa, os olhos como carvões incandescentes cravados em um rosto de sombras. Assim que o avistou, avançou sem hesitar.

Kiran não pensou. O corpo agiu por conta própria. Com esforço, puxou a pistola com dedos trêmulos e, ainda caído, ergueu o braço e atirou.

O disparo cruzou o ar num traço dourado. A bala acertou o peito da criatura, que cambaleou, o corpo tremendo como se por dentro estivesse se rompendo. Rachaduras finas se espalharam por sua pele, revelando um brilho fraco e instável. Em poucos segundos, ela começou a se desfazer em fragmentos escuros carregadas pelo vento.

Quando o último vestígio da criatura desapareceu, o silêncio tomou conta.

Kiran permaneceu no chão por mais alguns segundos. O coração disparava no peito, e sua respiração vinha curta, rasgando a garganta. Tentou se mover. Os músculos protestaram, mas ele conseguiu se apoiar nos cotovelos e erguer os olhos.

O Portal havia sumido.

Não havia mais sinal do deserto de Solaria, nem calor, nem areia, nem céu azul queimando o horizonte.

Em seu lugar, estendia-se um mar vasto e imóvel. As águas refletiam um céu cinzento, completamente estático, sem nuvens, sem luz, sem vento. Não havia som de ondas, nem farfalhar de brisa. Apenas aquele espelho líquido, estendendo-se até onde a vista alcançava.

Atrás dele, os restos de uma ponte colossal se erguiam como uma ruína de tempos esquecidos. A estrutura rompia-se justamente no ponto onde ele havia caído, os arcos despedaçados desaparecendo dentro da névoa distante.

No horizonte, além da névoa baixa, surgia uma faixa de areia clara. Mais adiante, um porto abandonado. Embarcações antigas balançavam lentamente, como se ainda estivessem presas a uma rotina esquecida. Ninguém às guiava. Nenhum som. Nenhuma vela içada.

Um arrepio percorreu sua espinha.

— Onde diabos eu estou? — murmurou, mais para si mesmo do que para qualquer presença invisível.

Levantou-se com cautela. As pernas vacilaram, e o corpo reclamou com dores agudas nos ombros e costelas. Mas ficou de pé. Olhou ao redor mais uma vez, como se buscasse alguma lógica naquele lugar. Nada fazia sentido.

Atrás de si, a ponte despedaçada. À frente, o mar e a faixa de areia. Tudo ao redor parecia parte de algo parado no tempo, como se estivesse preso dentro de um quadro antigo, uma lembrança esquecida pelo próprio mundo.Ficar ali não era uma opção.

Então, deu o primeiro passo.

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