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O Motorista Da Ceo

Capítulo 01

Valentina era uma CEO poderosa e renomada, liderando com maestria a empresa que um dia pertenceu ao seu pai. Aos 28 anos, estava no auge de sua carreira, fechando contratos bilionários e consolidando seu nome no mundo corporativo. Mas por trás de todo esse sucesso, havia um passado marcado por traumas. Diagnosticada com depressão precoce aos dez anos, ela superou a doença com o tempo, mas as cicatrizes emocionais nunca desapareceram completamente. Essas marcas moldaram sua personalidade: forte e inflexível por fora, mas, no fundo, uma mulher sensível e com um coração generoso.

Apesar de sua postura rígida no trabalho, Valentina era extremamente apegada à família. Ela fazia questão de estar presente em todas as datas comemorativas, priorizando momentos com o pai, Lucca, e o irmão mais novo, Davi. Aos 18 anos, Davi já era um homem robusto e maduro, apesar da diferença de idade, criando uma relação de amizade e cumplicidade com a irmã.

Na internet, porém, Valentina lidava com a sombra de uma reputação injusta. Falsos boatos a acusavam de conquistar contratos importantes através de envolvimentos amorosos com sócios. Essas mentiras, alimentadas pela inveja e pelos tabloides, nunca refletiram sua ética impecável ou sua dedicação incansável ao trabalho.

Naquela manhã de terça-feira, Valentina foi despertada pelo som insistente do despertador. Embora desejasse permanecer na cama, sabia que o dia seria longo, começando com uma reunião importante com os acionistas. Após sua rotina matinal, ela vestiu um terninho impecável de alfaiataria e desceu para encontrar a família na cozinha.

— Bom dia, família! — cumprimentou enquanto se sentava.

— Bom dia, filha! Que carinha é essa? — perguntou Lucca, atento.

— Caiu da cama, com certeza! — brincou Davi, arrancando um olhar repreensivo de Alice, a matriarca da família.

— Não caí da cama, só estou um pouco cansada — respondeu Valentina, levando a xícara de café aos lábios.

— Você tem trabalhado demais, filha. Precisa de férias — disse Lucca, preocupado.

— Seu pai tem razão. Você precisa descansar — reforçou Alice.

— Eu sei, mas não consigo parar. Há sempre algo para resolver — justificou ela.

— Isso me lembra alguém de 18 anos atrás... — provocou Alice, lançando um olhar debochado para o pai.

— Trabalhamos para viver, Valentina, não vivemos para trabalhar — disse Lucca com seriedade.

Com um sorriso de despedida, ela encerrou a conversa. O dia exigia sua atenção, e ela não podia se dar ao luxo de atrasar. Sem motorista desde a demissão do último, dirigiu sozinha para o trabalho, mentalizando que precisava delegar ao pai a busca por um novo profissional.

Na empresa, Valentina seguiu para seu elevador privativo e, ao chegar no andar de sua sala, a atmosfera de descontração dos funcionários mudou imediatamente. Conversas paralelas cessaram, e todos fingiram estar atarefados.

— Giulia, venha à minha sala, por favor — ordenou com firmeza.

Giulia entrou, sentindo o olhar frio da chefe, mas acostumada com a postura rígida de Valentina.

— Senhora?

— Ligue para o meu pai e peça que encontre um motorista para mim.Esqueci de fazer isso.

— Claro. Algo mais?

— Não, por enquanto.

Quando Giulia estava quase saindo, lembrou-se de um detalhe.

— Ah, os acionistas já estão aguardando.

— Ainda faltam dez minutos — respondeu, conferindo o relógio. — Mas avise que já estou a caminho.

Com sua pasta em mãos, Valentina se dirigiu à sala de reuniões, onde cumprimentou os presentes e iniciou a reunião com sua habitual segurança. Por trás da fachada imponente, carregava as marcas de sua história e o desejo de, um dia, encontrar equilíbrio entre o sucesso e a felicidade pessoal.

Capítulo 02

A reunião durou cerca de duas horas, exaustivas como sempre. Assim que terminou, Valentina caminhou para sua sala e se jogou no sofá de couro. Por mais que fosse uma CEO implacável, reuniões intermináveis eram algo que ela definitivamente não apreciava.

— GIUUULIA! — gritou do sofá, e sua assistente logo apareceu à porta, um pouco assustada.

— O que deseja, senhora? — respondeu Giulia, sempre cuidadosa com o tom de voz.

— Me traga, por favor, um remédio para dor de cabeça. — A palavra "por favor" surpreendeu Giulia, que arregalou os olhos, desacreditada.— Ainda está aí? — Valentina indagou, franzindo as sobrancelhas.

— Já estou indo, senhora! — Giulia respondeu, saindo apressada.

Enquanto esperava, Valentina se levantou e foi ao banheiro privativo de sua sala, lavou o rosto para aliviar o cansaço e voltou à mesa. O remédio e um copo d'água já estavam ali. Ela tomou o comprimido e, sem perder tempo, mergulhou de volta no trabalho. Valentina era movida a 220 volts, sempre correndo contra o relógio.

Mais tarde, o telefone tocou. Era Hellen, sua melhor amiga, estilista e modelo renomada no mundo da moda.

Hellen: Vamos almoçar? Você precisa respirar um pouco! — sugeriu Hellen.

Valentina hesitou, mas acabou aceitando. Almoçar fora era algo raro em sua rotina. Ao chegar ao restaurante, sentiu os olhares dos homens presentes. Seu porte elegante e corpo atraente sempre chamavam atenção, mas ela ignorava esse tipo de assédio com naturalidade. Encontrou Hellen em uma mesa reservada e a cumprimentou com um sorriso sincero.

— Já estava com saudades! Você nunca tem tempo para sair — reclamou Hellen.

— Desculpa, tenho trabalhado demais — respondeu Valentina, suspirando.

— Trabalhado demais! — Hellen brincou, rindo.

— Essa foi a frase que mais ouvi hoje — Valentina disse, chamando o garçom para fazerem os pedidos.

Enquanto esperavam a comida, colocaram o papo em dia. Assim que os pratos chegaram, continuaram a conversa, desta vez entrando em assuntos mais pessoais.

— Então, me conta, você e o Christopher... — Valentina perguntou com um sorriso travesso.

— Ele é meio indeciso, mas eu gosto de estar com ele — respondeu Hellen, pensativa.

— Minha amiga está apaixonada! — Valentina provocou, levando o garfo à boca.

— Ei! Apaixonada, não! No máximo, atraída fisicamente — retrucou Hellen, revirando os olhos.

— Ok, acredito... ou não.

— E você? Como anda sua vida amorosa? — Hellen questionou, mudando de assunto.

— Não anda, pra ser sincera.

— Ah, é mesmo, esqueci que você é apenas a CEO gostosa que, supostamente, dorme com todos os sócios — ironizou Hellen, fazendo referência aos boatos na internet.

— Você não pode estar falando sério — Valentina riu, balançando a cabeça.

— Amiga, você é o combo perfeito para iludir qualquer um.

As duas continuaram a conversa animada até terminarem o almoço. Depois disso, cada uma seguiu para seu trabalho.

Naquela noite, Valentina saiu do escritório quase às dez da noite. Ao chegar em seu apartamento espaçoso, foi direto para o banho. Morava sozinha, mas nos fins de semana, geralmente passava na casa dos pais. A única companhia constante em casa era sua cachorrinha, Mileide.

Após o banho, notou várias chamadas perdidas de seu pai. Pegou o celular e decidiu retornar.

— Oi, pai, estava me ligando por quê? — perguntou, sentando no sofá.

Benjamin: Valentina, pelo amor de Deus! Você tem noção do quanto ficamos preocupados? Tive que ligar para a empresa para saber onde você estava! — reclamou Lucca.

— Desculpa, fiquei sem bateria. Já estou em casa agora.

Benjamin: Não fique sem dar notícias. Ah, e ainda não consegui um motorista para você. Vou resolver isso pessoalmente amanhã. Disseram que tem um candidato muito bom.

— Tudo bem, pai. Só não esquece. Te amo.

Benjamin: Também te amo, filha — respondeu Lucca antes de desligar.

Valentina suspirou, olhando ao redor do apartamento silencioso. Embora tivesse um lar luxuoso, a solidão era inevitável. Gostava mais de estar na casa dos pais, onde sempre havia algo para fazer. Exausta, adormeceu no sofá, com Mileide deitada aos seus pés.

Capítulo 3

Na manhã seguinte, Valentina chegou à empresa com passos firmes, indo direto para sua sala. Giulia, como sempre, seguiu atrás, sabendo que seria chamada assim que a chefe se acomodasse na cadeira.

— Bom dia, senhora. Vai querer alguma coisa? — perguntou Giulia, tentando soar profissional.

— Que bom que você já está aqui. Me traz uma xícara de café — respondeu Valentina, em um tom frio e indiferente.

— É pra já.

Giulia saiu da sala com uma expressão de desgosto. Ela detestava Valentina, talvez por inveja, já que acreditava nos boatos de que a chefe se envolvia com atores e empresários famosos. Valentina, por outro lado, não se importava nem um pouco com a opinião de pessoas como Giulia. Quando a assistente retornou com o café, flagrou Valentina sorrindo enquanto trocava mensagens no celular.

Com um movimento aparentemente descuidado, Giulia derramou o café sobre a mesa, atingindo papéis importantes. Valentina deu um salto, visivelmente irritada.

— Você ficou louca? — esbravejou.

— Desculpa, senhora, foi sem querer — disse Giulia, com um sorriso falso.

— Você sujou todos os contratos que estavam aqui! — Valentina respirou fundo, tentando se conter. — Saia da minha sala agora!

— Senhora, de verdade, foi um acidente…

— Saia enquanto eu ainda estou boazinha, porque se perder a paciência, você vai sair da empresa! — retrucou Valentina, com um tom glacial.

Giulia saiu da sala com um sorriso malicioso, mas logo encontrou Davi, irmão de Valentina, que vinha se aproximando. Imediatamente, assumiu uma expressão de vítima. Os dois ouviram Valentina gritando lá de dentro.

— Ei, ei, ei! — Davi chamou a atenção da irmã ao entrar na sala. — O que aconteceu aqui?

— Aquela sem noção da Giulia derramou café em cima de três contratos que eu iria revisar — explicou Valentina, massageando as têmporas para manter a calma.

— Meu Deus! Você tem cópias, não tem? — perguntou ele, esperançoso.

Valentina balançou a cabeça negativamente.

— Que droga!

— Vou ter que remarcar uma reunião com os acionistas. Mas isso vai ficar pra outra hora, porque hoje eu estou sem cabeça pra isso — disse Valentina, se jogando no sofá.

— Vou chamar alguém pra limpar essa bagunça. Fique aqui. — Davi saiu rapidamente.

Sentada no sofá, Valentina olhou para o estrago na mesa: três milhões de dólares em contratos arruinados por café frio e sem açúcar. Quando a equipe de limpeza chegou, ela decidiu sair para tomar um ar no terraço, onde Davi a acompanhou para tentar distraí-la.

Depois de alguns minutos, Valentina retornou à sala, agora impecavelmente limpa. Sentou-se à mesa e abriu o notebook. Giulia, por sua vez, manteve-se no devido lugar, mas com uma expressão de vitória. Porém, se achava que Valentina não havia notado a intenção por trás do "acidente", estava completamente enganada.

...[...]...

Enquanto isso, na mansão de Lucca, o pai de Valentina entrevistava os quatro melhores candidatos a motorista enviados pelo chefe de segurança da família. Todos tinham históricos impecáveis e aparentavam ser profissionais, embora nem todos fossem exatamente confiáveis.

— Então, senhores, estou procurando um motorista que saiba algo sobre defesa pessoal. Otávio me garantiu que vocês são os melhores — disse Lucca, folheando os dossiês. Ele então pegou um porta-retratos com uma foto de Valentina e mostrou aos candidatos.

— Esta é minha filha, Valentina. Tenho certeza de que vocês já ouviram falar dela. Está sempre nos trending topics do Twitter — comentou, revirando os olhos. — O trabalho de vocês será ser o motorista dela e, acima de tudo, protegê-la.

Lucca observou atentamente as reações dos candidatos. Dois deles pareciam mais interessados em Valentina como mulher do que no trabalho de protegê-la, e ele os descartou imediatamente.

— Vocês já sabem por que mandei os dois embora, não é? — perguntou aos dois restantes, que concordaram. — Não quero um assediador. Preciso de um segurança, não de um problema.

Ele continuou:

— Apenas um de vocês será o motorista. O outro terá um carro próprio e seguirá Valentina para garantir a segurança dela.

Depois de alinharem os detalhes, Lucca liberou os candidatos para os testes finais. Mais tarde, quando Valentina chegou à mansão, ele a avisou sobre a contratação do novo motorista e como o esquema de segurança funcionaria.

— Espero que ele seja tão bom quanto você diz, pai. Não quero outro problema na minha vida.

Lucca apenas assentiu, sabendo que com Valentina, qualquer erro seria intolerável.

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