...SEJAM BEM VINDOS CAROS LEITORES!...
...Vamos conhecer a história de Mateus Alencar?...
...Esse livro é continuação de Sem Volta ( Anne e Vincent)...
Vincent Alencar
Era o primeiro dia do ano, a noite havia sido longa, e me permiti descansar um pouco mais. O vazio na cama me deixava impaciente, o que posso dizer? Eu era dependente dela. Dependente da minha mulher. Desci as escadas, Anne estava colocando uma xícara de café, roubei-lhe um beijo antes de sentar ao seu lado.
— Bom dia vizinha gostosa.
— Bom dia meu amor.
— Onde estão as crianças?
— Sophie os levoupara um passeio.
— Bom dia Vincent e Anne.
Emerson desceu as escadas, e juntou-se a nos.
— Bom dia. - Aperto a mão dele e me sento, sem tirar os olhos da minha mulher, que conseguia estar ainda mais radiante.
— Bom.... - Anne não consegue terminar a frase. A tranquilidade da manhã é interrompida por tiros. Imediatamente nós nos levantamos e ficamos em alerta. Emerson tira o rádio do bolso procurando informações. Alguns minutos depois um dos nossos seguranças, que acompanhava Sophie e as crianças no passeio entra em casa. Ele havia sido baleado, e a sua expressão era de puro terror. Antes que ele dissesse eu já sabia o que havia acontecido. Mas sabia principalmente que quem fez isso estava muito ferrado.
— Senhor, levaram eles, não conseguimos impedir. — finalmente ele diz, com uma mão pressionando o ferimento em sua perna. Emerson e eu nos olhamos, Anne estava em choque.
—Emerson, já sabe o que fazer.
Ele assente com a cabeça, saindo com pressa. Por mais que estivéssemos apreensivos e preocupados no momento isso não importava. O que importava era traze-los de volta para casa, e fazer quem estiver envolvido pagar, e pagar com a própria vida.
— Não podemos ter um dia tranquilo?
— Sabe que vou trazê-los de volta, não sabe? —falo firmemente, por que é exatamente isso que vou fazer.
— Eu sei que vai. — Anne diz, sua voz esta embargada.
— Preciso sair com Emerson. Nós não vamos parar até que nossos filhos estejam seguros.
— Vincent... Não quero ficar sozinha. Me deixe ir.
— Não esta em condições de sair, eu reforcei a segurança na casa, você vai ficar aqui. E logo estaremos todos juntos.
— Por favor...
— Anne...
Nesse momento meu telefone toca. Eu ja sabia do que se tratava.
" Está sentindo falta de algo Vincent Alencar? "
Infelizmente não conseguíamos discernir a voz, que estava alterada por algum programa de computador.
Anne desabou em lágrimas, eu levantei e segui para o escritório onde Emerson já estava, no telefone se comunicando com nossos amigos. Depois de fechar as portas coloco no viva voz.
— Estou, você cometeu o maior erro da sua vida. — Deixo que o odio em cada palavra exale.
— Você pode escolher entre a sua vida ou do seu filho " - É o que ele ou ela diz, logo depois o telefone é desligado. Guardo bem cada palavra, por que farei questão de dizer isso enquanto arranco o coração do maldito.
— Eu conheço esse olhar. — Emerson diz. Claro que conhece. É o olhar de quem não vai deixar pedra sobre pedra, até que eu tenha os responsáveis por estragar o meu dia em minhas mãos. E eles vão sofrer. Ah como vão. Isso eu garanto.
— Então já sabe o que eu quero. Eu quero todos param qualquer coisa que estiverem fazendo. Todos devem ser mobilizados. Quero respostas Emerson, eu quero saber quem fez isso.
Emerson tinha tanta motivação quanto eu, afinal Sophie e Elisa foram levadas também. Ele sai apressadamente. Eu eu volto para sala, onde Anne estava agarrada a blusa que Mateus havia deixado no sofá.
Ao longo da minha vida colecionei muitos inimigos, faz parte do ofício. A maioria deles não existe mais, e nesse momento não conseguia pensar em ninguém com tamanha audácia. Estávamos vivendo dias tranquilos. Mas o meu pai costumava dizer que geralmente as ondas calmas vem antes de um tsunami. Esteja sempre pronto e um passo a frente.
Olho para a mesa, uma foto da nossa família. Desenhos do Mateus espalhados pela casa. Eu faria tudo que estivesse ao meu alcance para protege-los.
— Não vou suportar perde-lo.
— Não vamos perde-lo Anne. Vamos passar por isso juntos. Eu preciso sair, e eu preciso que fique aqui, e fique bem, que seja forte, como eu sei que é.
— Traga-o de volta.
Ela diz, limpando as lágrimas do rosto, me puxando para um abraço. Me levanto e sigo para o quarto, arrumo e deixo uma pequena mala feita, precisava estar de prontidão.
Anne continuava abraçada com uma roupa do nosso filho, guardo bem a cena, pois quem esta fazendo ela chorar sofrerá por isso.
— Anne, vou buscar nosso filho. - Ela coloca a roupa novamente em seu lugar e corre para meus braços.
— Voltem para mim. Para nós. - Ela me olha com aqueles lindos olhos cor de mel.
— Sim senhora Alencar. - Dou um beijo nela e saio. Emerson já me esperava no carro. — Vamos busca-los.
— Com certeza. - Emerson da partida e nós seguimos para nossa base. Todos já estavam a postos, e fazendo o que precisava ser feito, análise das câmeras, dados, levantamento de suspeitos. Somos os melhores no que fazemos.
— Que fique claro que ninguém sairá desse lugar. Não sem termos o que eu quero. Meu filho, Sophie e Elisa.
A atenção de todos estava em mim, o ambiente estava tenso. Segui até a minha sala, esmurrei o quadro a minha frente.
— Merda! — Ando de um lado para o outro, até que o meu telefone toca novamente.
— Sabe, isso foi quase perfeito. Queria Anne Schneider, fazer dela a minha put*, diante dos olhos do seu filho. Mas me contentarei com o que está em minhas mãos.
— Você se julga inteligente? Se fosse, deveria saber que o caminho que escolheu seguir não tem volta. Se me conhece sabe que deveria ter ficado longe.
—Ameaças, ameaças e ameaças. Apenas isso.
— Não sou homem de ameaçar. Essa é sua sentença. Esteja ciente disso.
— Nos vemos em breve Vincent Alencar.
Ouço essa conversa inúmeras vezes. Procurando um único vestígio de falha. Fecho os olhos e me atento em Vincent Alencar. O padrão, a forma que ele diz isso, um leve sotaque, quase imperceptível devido ao programa que usou.
— Chefe, ja temos as imagens das cameras. Estavam todos de capuz, placas modificadas. — Emerson diz, entrando na minha sala.
— Coloque as fotos no mural. Eu tenho uma suspeita. E se for, é um fantasma do passado.
— Ele ligou novamente?
— Sim, e algo me diz que nos veremos em breve.
Sophie Turner
Nós estavamos na esquina de casa. Três seguranças nos acompanhava em nosso passeio, a muito ja havia me acostumado a ter sempre alguem vigiando tudo que fazia. Essa era a minha vida agora. Não estou reclamando, mas ainda estava me acostumando.
Mateus e Elisa estavam alguns passos a minha frente, jogando bolas de neve um a nossa frente, os outros dos lados, nos impedindo de correr. Um quarto carro surge atrás, agarrei Elisa e Mateus, ao ouvir tiros dois dos homens que faziam a nossa escolta caíram, a porta do carro que estava a atrás é aberta por um homem armado e encapuzado, nos forçando a entrar.
— Por Deus, não...
Eu não consegui terminar de falar, um pano úmido é colocado em meu nariz e eu perco a consciência. Eu estava novamente dentro de um pesadelo.
Quando finalmente acordei estava num barco, com as mãos e pés amarrados, Elisa e Mateus também estavam desacordados um pouco mais a frente. Mateus estava com uma marca vermelha no rosto, provavelmente ele havia reagido a algo. Era feroz, característica herdada do pai. Eu estava com muito medo, de repente tudo aquilo que vivi a anos atrás veio a tona, dessa vez ainda pior, por que eu não estava sozinha, eu temia pela vida das Elisa e Mateus.
A porta abre e fecha, escuto no corredor ele dizendo que havia acordado, e uma outra voz mandando que ele me levasse até ele.
Fui arrastada pelo braço, e ao me debater levei um choque entre as costelas. Me arrastando até a cabine.
— Não deveria ser você. — diz, antes de levantar e vir na minha direção. — Eu queria Anne Schinnaider. Mas precisamos trabalhar com o que a vida nos dá.
— Por favor... Nos deixe ir embora.
— Sophie, seu nome é esse não? Mulher do carrasco do Vincent. Não imaginava que um homem tão bruto gostava de coisas frágeis. — Diz, apertando o meu pescoço e me fazendo encará-lo, sua aura é pesada, sua fala carrega desprezo e ódio. — Não posso deixa-la ir. Não teria graça alguma Sophie. Eu estou me preparado para isso há muito tempo.
— Deixe-os ir então. — Disse, quase sufocando.
— Sua filha e o filho do miserável? Oh, você realmente acha que esta em posição de fazer alguma exigência? De implorar alguma coisa? Você é o dano colateral mais satisfatório disso tudo. Eu realmente estou me divertindo com o seu desespero. Mas vamos deixar algo claro aqui Sophie... Você não vai sair daqui, sua filha não vai sair daqui, e aquele bastardo muito menos. E você vai colaborar, ou vou mostrar a você como eu trato as pessoas que cruzam o meu caminho.
Quando soltou o meu pescoço cai no chão, enquanto tossia fui arrastada novamente dessa vez para outro quarto, gritei e bati na porta implorando que me levasse até Elisa, foi quando a porta abriu, e eu recebi outro choque, cai no chão.
— Quieta vadia.
Gritou, e trancou a porta novamente. A sensação de não poder fazer nada era horrível, tudo que me restava é esperar. Esperar que Emerson e Vincent nos encontre.
Ouvi os gritos da Elisa, ela estava chorando e me chamando, escuto barulhos altos, pancadas. Eu grito pedindo que ela de acalme, que eu estava aqui.
— Não encoste neles!
Grito, mas é em vão. A porta abre novamente e Mateus é jogado ao meu lado, com outro machucado no rosto. Corri em sua direção.
— Meu Deus, o que foi isso?
— Eu estou bem tia Sophie. Levaram Elisa, eu tentei protegê-la, mas não consegui. Falei que ela deveria ser acalmar, nos vamos sair daqui.
Não, ele não era uma criança comum, herdou o gênio do pai e inteligência da mãe, e estava mais calmo que eu.
— No nosso meio costumamos dizer que não devemos fazer promessas que não poderemos cumprir. — Novamente aquele home entra no quarto. Mateus o encara, como se não quisesse perder nenhum detalhe daquele homem. — O que tanto olha moleque?
— Meu pai disse que devemos lembrar nos nossos inimigos. E você definitivamente é um rosto que eu vou lembrar.
— Você tem muito do seu pai. Mas o jogo está contra ele dessa vez.
— Meu pai faz seu próprio jogo.
— É o que veremos.
— Não tenha tanta certeza disso. Já que não estará aqui para ver.
— Você é formidável garoto. Vejo que seu pai esta te ensinando bem. — Da risada e sai em seguida.
— Onde está Elisa? — Grito.
— Não eleve o tom de voz Sophie, Elisa esta comigo. Para garantir que você se mantenha na linha. Eu não quero machucar você, mas se for preciso eu vou, e o que poderia machucar você mais do que ferir a garotinha?
— Se encostar nela eu te mato! Seu desgraçado! — Me levanto indo em sua direção, pronta para atacá-lo.
— Uma leoa afinal. — Sorri, e me puxa para ele. — Isso me excita Sophie... — Sussurra em meu ouvido. — Eu gostei de você.
Pisca, antes de me soltar e deixar a sala.
Eu nunca me envolvi no mundo do Emerson, hoje me arrependo de ter recusado as aulas de defesa.
Sentei-me na cama novamente, ouvia Elisa choramingar, Mateus estava sentado e concentrado como se esperasse o momento de agir. As horas estavam passando e um dos capangas entra no quarto, e coloca dois pratos de comida ali, não comemos, não iríamos correr esse risco.
— Eu não envenenei a comida. Considero esse um método arcaico.
Disse, e depois mandou que um dos capangas que estava com ele levasse Mateus.
— Tome cuidado com esse vermezinho, ele está de olho na sua arma. Deixe—o com as mãos presas. — Disse. Ele se aproxima e eu me encolho, a maldade exala de seus olhos. — Não Resista Sophie... — Sorri, enquanto avança e rasga a minha roupa.
— Não... por favor não! Tire as mãos de mim! — Grito em desespero.
— Mas eu nem comecei. — Disse, agarrando meu pescoço e colocando uma mão em cima dos meus seios. Seu capanga tira fotos, enquanto tento me desvencilhar dele.
— Pronto? - ele pergunta para o homem a sua frente.
— Sim senhor.
— Envie para eles, para eles saberem que estamos nos divertindo bastante. Não é Sophie?
Quando ele me solta, procuro pelas roupas rasgadas no chão, não tinha para onde correr, e meu desespero parecia divertir esse homem perverso. Vulnerável. Era assim que me sentia.
E a maior tortura em meio a isso era ouvir Elisa chorar e não poder amparar, ela estava perto. E ao mesmo tempo tão longe. Cada vez que me chamava meu coração ficava dilacerado.
Vincent Alencar
A tensão era palpável. A nossa frente uma foto da Sophie com a roupa rasgada e alguém a segurando.
— Eu vou arrancar as bolas desse desgraçado e fazer ele comer.
Não foi a única foto enviada, Mateus estava com o rosto machucado. O desgraçado queria nos desestabilizar, já haviam se passado três dias desde que Sophie, Elisa e Mateus haviam sido levados. E tudo o que recebemos foi às duas ligações e aquelas fotos.
— Nenhuma possibilidade de ser apenas um sequestro? — Anne perguntou novamente.
— Não. — Disse sentindo o peso dessa resposta. Um sequestro exigiriam dinheiro. Mas nesse mundo? Nesse mundo ha promissórias que só são pagas com sangue. Alguém queria vingança.
Nossa casa nesse momento estava como um exército e como uma ala hospitalar. Anne estava em repouso absoluto seu nível de stress quase a fez perder nosso filho. E eu me desdobrada entre tentar encontra-los e cuidar dela.
Eles receberam apenas aquelas duas ligações e vide-os. Vincent sabia bem, que a motivação disso tudo era vingança. Alguém atrevido demais que precisava ser colocado no seu lugar.
Não havia ninguém aqui capaz de tamanha investida. Nenhuma das informações coletadas levavam a algum lugar. Estávamos no escuro.
Deixei Anne no quarto e voltei para o escritório, eu precisava de respostas. Precisava saber quem foi o desgraçado que teve a audácia de levar meu filho, Sophie e Elisa. Eu só iria sossegar ao ter o prazer de arrancar o coração desses desgraçados com minhas próprias mãos.
Olho o quadro a minha frente, fotos dos carros usados aquele dia. Sento na cadeira e fixo os olhos em cada detalhe. Procurando algo que tivesse fugido aos olhos. Até que algo me chama a atenção na foto da Sophie.
— Emerson!
Abro a porta do escritório, Emerson estava no escritório ao lado, tentando encontrar qualquer coisa que fosse.
— Encontrou algo?
—O desgraçado do Italiano.
— O italiano?
— Olhe para a mão no pescoço dela Emerson. — Uma tatuagem queimada, mas ainda assim visível. Um V e uma estrela.
— Desgraçado. - Emerson cerra os dentes.
— Vincenzo.
— Ele não estava morto?
— Deveria. Mas será um prazer mata-lo.
— O que esta pensando em fazer?
— Primeiramente falar com Dom Geovanne, ver se esse desgraçado esta na Itália. Dar a ele a oportunidade de cooperar. E que Deus o ajude se ele se negar. Entre em contato com ele. Já temos algo para começar. Não estamos mais as cegas.
— Ele vai se arrepender disso.
— Sim. eles vão. Encontre tudo o que puder.
Meu celular toca. Era o desgraçado.
— Tic-tac... a hora esta passando. O temível Vincent ja descobriu quem eu sou?
— Alguém que vai morrer em breve.
— Estou um tantjádecepcionado. Esperava que você já soubesse... Acho que a vida ao lado de uma mulher deixou você frouxo não é?
— O que você quer porra! — Gritei, deixando que ele pensasse estar desesperado. Minha vontade era dizer que eu terminaria o que comecei naquele dia. Mas vou deixa—lo pensar que tem vantagem.
— Eu vou ser o seu pior pesadelo Vincent.
— Vai descobrir que não se deve mexer com monstros maiores que você. — Desligo o telefone. Estava cansado desse jogo. Subo as escadas, Anne estava deitada na cama agarrada a uma foto. Provavelmente chorou até dormir.
— Eu ja sei quem fez isso. —Sussurrei.
Emerson me enviou uma série de novas informações, ele estava obstinado. Precisaríamos viajar quanto antes.
Não poderia acordá-la. Ela não hesitaria em ir junto, e eu não tinha tempo para convencer ela a ficar. E se eu dissesse algo ela ficaria preocupada. Eu iria voltar com noss filho.
Deixei um beijo em sua testa e uma série de recomendações para a governanta. Emerson já estava pronto.
— Eles estão aqui. Nessa ilha.
— Certeza?
—Sim, Pierce conseguiu imagens do carro que foi até o cais e de lá seguiu para essa ilha. Essas imagens são de um drone.
— Parece que não vamos ter o elemento surpresa. Não chegaremos sem ser vistos.
Vincent:Isso vai ser complicado. Não vamos chegar sem ser vistos.
— Mas também eles não terão para onde ir.
— Já esta tudo pronto?
— Sim, apenas aguardando as suas ordens.
— Quero cercar a de ilha de todos os lados. Não quero nenhum ponto cego.
— E quando vamos agir?
— Ainda hoje, ao anoitecer. Vamos mostrar a esses desgraçados como se faz.
Olho para a foto da minha mulher e filho na mesa, e faço uma promessa: Ao amanhecer ela estaria abraçando nosso filho. Quanto a Vincenzo? Ah, ele iria abraçar o capeta.
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