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Casamento Da Força Do Ódio Ao Amor( Reescrevendo

Minha volta

Sou Ana, tenho 20 anos e acabei de voltar de Paris.

Quando fui para lá, não foi por escolha própria. Tudo aconteceu depois da morte do meu pai. Sou noiva de Carlos, e esse noivado foi fruto de um acordo feito entre o pai dele e o meu antes de meu pai falecer.

Carlos tem 30 anos, é lindo… e extremamente namorador. Mesmo sendo meu noivo — e sabendo que nosso compromisso só existe por causa desse maldito acordo entre nossas famílias — ele vive se metendo em escândalos. E, claro, eu sempre acabo virando notícia, carregando o título de “a jovem corna”, com pessoas dizendo que nosso noivado é apenas uma farsa.

Eu queria dizer que não me importo… mas me importo. E muito.

Sou uma modelo famosa. Não faço muitos trabalhos, mas os que aceito estão sempre entre os mais bem pagos e comentados, com direito a capas de revista e campanhas de destaque. Para quem vê de fora, minha vida parece perfeita. Mas a verdade é que eu não durmo bem. E, para ser sincera, não sou tão feliz assim.

Bella, minha melhor amiga e assessora, está sempre ao meu lado. Ela namora o irmão de Carlos desde a adolescência. Tem 30 anos, é uma mulher deslumbrante e é como uma irmã para mim.

Carlos e eu quase não nos vemos. Sempre recusei trabalhar para a marca dele de biquínis e lingerie. Ele, por sua vez, adora me mandar áudios com provocações baixas — coisa de vagabundo mesmo — e isso só me incentiva a fazer campanhas para marcas concorrentes. Isso o deixa furioso… e deixa minha mãe ainda mais. Mas eu não ligo. O importante é eu estar feliz. Afinal, sou Ana Campelo, e não sigo ordens de ninguém.

Eu nunca respondo aos ataques dele. Sigo minha vida como se ele nem existisse. Sei que, em algum momento, vou acabar me casando com ele — contra a minha vontade — mas espero que demore. Ele mesmo já disse que vai “acabar com a minha vidinha de modelo”.

Sou apaixonada por ajudar orfanatos e crianças que sonham em desfilar. Também gosto de visitar hospitais e contar histórias. Não permito que a mídia divulgue isso, porque não quero que seja um espetáculo. Ainda assim, vez ou outra, acaba vazando alguma coisa… e isso me irrita.

Hoje, voltei da Alemanha e estou com vontade de aproveitar a noite. Bella e Edu vivem falando de uma balada incrível e dizem que a galera toda vai. É minha chance de matar a saudade — e ainda fazer uma surpresa para eles, já que sempre vieram me visitar, mas eu nunca apareci.

Peguei o celular e liguei para Bella:

— Oiê, Bela!

— Oi, Ana! Tudo bem? Vai na balada ou não?

— Vou sim, fazer uma surpresa para a nossa turminha. Saudade que grita, né?

— Eu que o diga! Vai dançar até perder a linha?

— Claro, né? Mas afasta a mídia, por favor!

— Pode deixar! Até mais, miga.

— Até! Beijo!

Essa sou eu, Ana.

Essa é Bella.

E esse é o Edu… chato, mas sempre grudado com a gente.

Na balada… noite só começando.

Bju

Eu sou Ana

Essa é Bela

Esse é Edu ... chato mais sempre tá com agente ...

Na balada ...

Meu look

De Edu

Bela

Boa curtir a noite ...,

Balada

Carlos

Estava na balada com a Iza quando, de repente, meus olhos pararam. Uma gatinha de shorts, dançando como se fosse dona da pista. De longe, já me ganhou. Vários caras tentavam se aproximar, mas ela recusava todos. Gostei disso. E já imaginei: quando eu chegasse perto, certeza que ia se derreter por mim.

Mandei a Iza sumir. Ela já sabe como funciona — é treinada para isso. Continuei bebendo, só observando aquela mulher dançar. Fui chegando mais perto… até ver Edu e Bela. Mas não dei bola para eles. Meu foco estava na beleza que me hipnotizava.

E, para minha surpresa… era a minha noivinha mimada.

— O que você quer? — ela perguntou, me lançando um olhar cortante.

— Vim ver minha noivinha dançar de perto.

— Fala sério, né? Me chamando de gatinha… ah, sei. Aposto que me confundiu, noivinho querido. Quer dizer… se é que vou casar com você. Não quero entrar numa fria. Até depois.

Ela virou as costas e saiu como um furacão.

— Volta aqui, agora! — ordenei.

Mas ela fingiu não ouvir.

— Edu, Bela… vou vazar pra outro lugar. O seu cunhado inseto tá no meu pé — disse Ana.

— Calma, Ana — tentou Bela. — Ele tava com a Iza, achamos que não ia te ver.

— Deve ter me confundido com alguém… ou não me reconheceu. Me chamou de gatinha, sendo que só sabe criticar tudo em mim. Ódio que cresce! Idiota, otário. Eu não tenho nada a ver com a empresa, muito menos manter padrão e casar com ele só por conveniência.

— Muito ódio pode virar amor — brincou Edu.

— Amor? — ri com desdém. — Como vou amar uma magrela feia dessa? Só tem olho e cabelo.

— Queridinho, olha direito… — retrucou Ana, erguendo o queixo. — Sou a mulher mais linda do país. Não viu nas capas de revista? Quer que eu te mande? Baba, baby. Até breve!

— Vai pra casa, amiga? — perguntou Bela.

— Vou beber — respondeu Ana.

— Que engraçado… eu também — provoquei.

Ela entrou no carro e saiu.

— Irmão, você é chato pra caramba. Acabou com a noite — reclamou Edu.

— Vamos pro nosso apartamento, amor — disse Bela.

— Até mais. Vou beber também… — ironizei. — Te amo, irmão. Obrigado pelo carinho.

Ana

Cheguei a um barzinho da vila. Sofisticado, calmo, com música ao vivo. Meu tipo de lugar. Pedi uma bebida e me deixei levar pela melodia e pelos pensamentos.

Carlos

Entrei no mesmo bar. E, adivinha? Lá estava ela. Não ia embora. Não sem me divertir um pouco.

— Noivinha, me esperando? Demorei?

— O que você quer, garanhão da meia-noite?

— Nada. Só achei engraçado te ver sentada aqui.

— Era só não me seguir, né?

— Pior que não te segui, sua chatinha. Eu gosto desse lugar.

— Olha… podemos deixar pra fingir outro dia? Tô de TPM, irritada, e não bebi o suficiente pra te dar atenção. Só bêbada mesmo. O que você tem de gato, tem de insuportável. Então, se toca.

— Calma aí, não quero nada com você. Tô indo embora.

— Ótimo. Vaza.

— Pensa bem antes de falar comigo assim. Não vai ter próxima vez. Posso acabar com você.

Sentei na cadeira ao lado dela.

— Lembre-se de usar uma roupa decente e nunca mais falar comigo desse jeito. Outra coisa… eu posso sair com quem eu quiser. Você, não. Não quero ser chamado de corno. Tenho uma posição e não posso perder.

— Você tá delirando.

— E vamos antecipar nosso casamento. Um mês. Não quero reclamação nem conversa fiada. Me ouça calada. Ah… adorei ver você, viu?

— Ficar muda? — ironizou.

— Entendeu?

— Uhum — respondeu, virando o copo inteiro e levantando.

A segurei pelo braço.

— Como você ousa fazer isso comigo, garota?

— Seu nojento!

— Nunca nenhuma mulher me tratou assim.

Ela me olhou nos olhos. Respirei fundo.

— Anda, fala alguma coisa…

Ana

Esse olho é lindo. Pena que pertence a um ogro… Mas que ele tem um corpo lindo, ah, isso tem.

— Eu tô falando com você! — insisti.

Ela se soltou, tentando sair.

— Cuidado… pode se queimar brincando com fogo — murmurei.

No estacionamento, esperamos o carro.

— E aí, gatinho? — disse ela para o rapaz do estacionamento. — Pensou bem? Uma proposta dessa, vindo de mim, não pode ser dispensada, né?

— Quero, com toda certeza — respondeu ele, sorrindo.

— Esse é meu cartão. Me liga, gatinho.

Será que um dia me casarei por amor ?

Carlos

Olhei para Ana, desacreditado do que tinha acabado de presenciar. O sangue subiu tão rápido que senti as mãos fecharem sozinhas no volante. Entrei no carro e saí acelerando, cortando a noite como se pudesse deixar aquela cena para trás.

Que merda … garota de meia tigela. Ficar dando moral pra um moleque do estacionamento… não acredito nisso.

Não posso permitir isso de jeito nenhum não vou aceitar esse tipo de coisa.

...----------------...

Na manhã seguinte

— Bom dia, miga — disse Ana, largando o corpo no sofá como se estivesse exausta. — Achei um cara que você vai gostar pra fazer as fotos que precisa. Tem dezoito anos e trabalha no estacionamento de um bar.

— Que legal, amiga. Espero que eu goste — respondeu Bela, sorrindo. — Ah… sua mãe ligou. Disse que o Carlos vai antecipar o casamento pra daqui a um mês e que é pra você ir pra casa.

— Já sabia dessa porcaria. E não quero ir pra casa… aff.

— Se você não for, o Carlos não vai te dar sossego. Aliás… ele quer marcar um jantar pra conversar sobre o casamento. E disse que, se você sair com mais algum “garotinho”, ele te mata. — Bela riu alto. — Kkkk…

— Rsrsrs… morta estou.

— Menina, ele acha que você pega geral! Achei engraçado, porque você nunca nem beijou. — Bela gargalhou.

— Deixa ele pensar o que quiser, esse otário. Ele é que parece um galo garanhão, não eu.

— E aí, marco pra que dia o jantar?

— Não precisa marcar nada. Deixa eles escolherem tudo. Afinal… é só um dia de circo e novela mexicana, né?

— Falo assim pra eles?

— Yes.

— Tá bom, né… Mas e os padrinhos?

— Você e o Edu, pode ser?

— Que honra, amore!

— Pena que não seja meu sonho de menina…

— O noivo não é o do seu sonho, né?

— Ah, sonhava quando era menina… mas era com um príncipe que virou sapo. Não vale mais a pena, amiga.

— Escolhe pelo menos algumas coisas do casamento, amor. Mesmo que não seja de verdade, eu te ajudo.

— Não quero, amiga.

— Tá… vou avisar sua mãe e o Carlos. Até mais!

📞 Ligação de Bela para mim

— Oi, Carlos. Tudo bem? Bom dia!

— Oi, cunhada! Que bom te ouvir. E aí, já trataram tudo sobre o casamento?

— Sim. A Ana disse que não vai escolher nada. Que, como é só um casamento sem laços, ela não se importa com nada e não quer opinar.

— A mídia quer gravar algumas coisas. Seria melhor ela escolher…

— Ela não quer. E eu não vou forçar.

— Então eu forço. Você que sabe…

— Vou tentar convencer ela. Até mais.

— Essa menina me tira do sério até por pouca coisa… — murmurei, desligando.

Carlos E o pior é que ela consegue fazer isso com um simples “não me importo”. Essa mulher vai acabar me enlouquecendo.

Ela me deixa maluco… e eu odeio admitir isso. Eu não queria reconhecer, mas ela acaba comigo. O sorriso dela… tudo nela me desmonta. E ver aquele sorriso todo pro maldito garçom… me deu uma raiva que eu não sei explicar.

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