"Estou doente. Mas não se preocupe. Trabalhe bem sem pensar na minha condição. Confie em mim! Eu consigo cuidar de mim mesmo, querida!"

Um suspiro foi ouvido de uma garota de 24 anos com olhos verdes que acabara de entregar duas porções de massa pedidas pelos clientes a um garçom. Seu humor piorou repentinamente, embora o dia agitado estivesse apenas começando. Ela se sentia inquieta ao saber que seu amado estava doente e, portanto, não foi trabalhar hoje.

"Diana, o que foi?" repreendeu o chefe de cozinha ao ver uma de suas subordinadas, que trabalhava como chef de sauté ou cozinheira especializada em molhos, parecendo sonhadora. Embora a cozinha não estivesse muito agitada porque o restaurante tinha acabado de abrir, o chefe de cozinha ainda se sentia estranho ao ver a cena à sua frente. Diana Steel sonhando no horário de trabalho? Não pode ser. Isso não era nada a cara de Diana.

Até onde o chefe de cozinha sabia, Diana era a pessoa mais entusiasmada. A pessoa mais fervorosa, que quase não conhecia o cansaço. Além disso, Diana era a favorita de todos, pois sempre conseguia espalhar energia positiva para todos.

"Não é nada, Chef", respondeu Diana sorrindo. O celular que tinha sido seu foco o tempo todo, ela rapidamente colocou de volta no bolso da calça.

"Há algum problema? Ou algo está acontecendo?"

Diana balançou a cabeça. Tentando mentir, mas parecia que sua expressão facial não estava disposta a cooperar.

"Você quer pedir para ir para casa?"

"Posso?" Inconscientemente, Diana respondeu com entusiasmo. Para ser sincera, se fosse permitido, ela só pediria licença por duas horas. Apenas para visitar seu noivo e trazer comida e remédios. Depois disso, ela voltaria a trabalhar e até estaria disposta a fazer horas extras.

O chefe de cozinha riu ao ver a reação ingênua de Diana. Era assim que ele conhecia a garota. Sempre direta sobre seus desejos e sentimentos.

"Desculpe, Chef!" Percebendo que estava muito animada, Diana rapidamente pediu desculpas.

"Relaxe, Di! Se quiser pedir para ir para casa, fique à vontade! Mas, termine primeiro os 4 pedidos que estão na fila", disse o chefe de cozinha, apontando para os 4 papéis com os pedidos que estavam colados em frente ao local de recebimento de pedidos.

"Sim, Chef!" respondeu Diana, saudando o chefe de cozinha. O homem de olhos azuis apenas riu alto. Levantou os dois polegares antes de sair para supervisionar o trabalho dos outros chefs.

Com dedicação, Diana começou a preparar o molho de espaguete e rapidamente o serviu perfeitamente. Embora estivesse ansiosa para surpreender Gerald, Diana ainda se esforçou para se concentrar e garantir que o sabor da comida que servia aos clientes ainda fosse delicioso e apetitoso. Além disso, o chefe de cozinha sempre elogiava o molho feito por Diana.

******

Chegando ao apartamento de Gerald, Diana entrou direto, pois a porta nunca era trancada por Gerald quando ele estava em casa. O sorriso de Diana se alargou ao ver a comida que ela trouxe em um saco plástico que carregava. No entanto, Diana parou bem em frente ao quarto de Gerald ao ver o homem trocando suor com uma mulher que Diana conhecia muito bem.

"Ah...Ah...Ah...", aqueles ******* selvagens enchiam os sentidos de Diana. A garota quase vomitou o conteúdo do estômago de tanto nojo.

Vanya, a melhor amiga de Diana, era a mulher que estava com Gerald. Sem pensar duas vezes, a comida que Diana trouxe foi jogada com força nos dois seres humanos que estavam cobertos apenas por um fino lençol. Ambos ficaram imediatamente surpresos ao ver Diana ali, olhando para eles cheia de dor e ódio.

"Di?" murmurou Vanya com os olhos arregalados. Gerald pulou rapidamente pegando sua calça que estava jogada embaixo da cama. Enquanto isso, sua amante só podia apertar o lençol cobrindo seu corpo que não vestia nada.

Diana não respondeu ao chamado. Sem pensar duas vezes, ela rapidamente se aproximou da mulher que ela amava como uma irmã e então desabafou sua extrema decepção.

"Vadia! Como você ousa!" disse Diana com raiva enquanto puxava o cabelo comprido de Vanya.

"Perdão, Di! Não me machuque", disse Vanya em lágrimas. A mulher se sentia perdida. Queria soltar a mão de Diana de seu cabelo, mas ainda tinha que manter o fino lençol que era sua única cobertura para o corpo.

"Eu sempre te considerei como uma irmã, Vanya! Eu até te deixei morar na minha casa de graça durante todo esse tempo. Mas qual é a recompensa, hein? É assim que você agradece a uma pessoa que te ama?"

Plak! Um tapa de Diana atingiu a bochecha da mulher que sempre parecia inocente. Mesmo até este momento, o rosto inocente de Vanya ainda estava perfeitamente exposto.

"Pare, Diana! Não machuque Vanya!" disse Gerald enquanto empurrava sua futura esposa com força para defender sua amante. O homem que tinha acabado de conseguir vestir sua cueca boxer então arrastou Diana para fora do quarto e jogou o corpo de sua noiva no chão frio.

Diana não acreditava no que tinha acabado de testemunhar. Gerald aparentemente defendia mais Vanya do que ela, que era a noiva do homem. Além disso, o casamento dos sonhos deles aconteceria em um mês. No entanto, hoje tudo desmoronou. O sonho era apenas uma memória amarga.

"Hah! Então, você a defende mais do que a mim?" perguntou Diana depois de conseguir se levantar novamente. Seus belos olhos verdes olhavam cheios de raiva. Fazendo com que o amor que Gerald sempre conseguia ver claramente agora se tornasse sombrio.

"Vanya não fez nada de errado, Di. Eu comecei tudo. Eu me apaixonei por ela primeiro." Gerald tentou explicar a situação.

"Então, o que você acha que eu sou, Gerald? Eu sou sua futura esposa, mas você tem coragem de me trair com minha própria amiga? E Vanya, você não é minha amiga? Mesmo que Gerald goste de você, você não tem intenção de recusá-lo ou se afastar dele? Ele é o noivo da sua melhor amiga, Vanya", gritou Diana no final da frase. Vanya ainda ficou no quarto. A mulher ainda não ousava ir a lugar nenhum. Ela até tremia violentamente enquanto o grito de Vanya ecoava gritando sua raiva.

"Você está assustando Vanya, Di! Vá para casa! Vamos conversar sobre isso mais tarde." Mais uma vez, Gerald só pensou nos sentimentos de Vanya. Isso fez com que Diana se sentisse ainda mais destruída. Por um momento, Diana ficou em silêncio. Tentando neutralizar os sentimentos que fervilhavam enquanto olhava fixamente para a sopa quente que acabou derramada na cama porque ela a tinha jogado antes.

"Desde quando?" A pergunta saiu enquanto tentava conter as lágrimas. Já tinha se humilhado o suficiente na frente de um homem como Gerald. Ela não precisava mais de muitas formalidades. Tudo o que ela precisava saber era desde quando essa traição tão cruel tinha sido cometida por eles.

Gerald baixou a cabeça por um momento. "Já faz 6 meses. Desde... você sempre decide trabalhar até tarde e não tem mais tempo para ficar comigo."

Ouvindo a resposta da boca do homem traidor, Diana riu sarcasticamente. "Você esqueceu por causa de quem eu tenho que trabalhar duro, hein? É por sua causa! Se você não tivesse sido enganado por um investimento fraudulento, eu também não estaria constantemente trabalhando até tarde no trabalho para pagar as dívidas que você dizia não ser capaz de arcar sozinho, Gerald. Eu nem me importei quando você disse que não podia mais me ajudar a pagar essa dívida porque sua irmã também precisava de muito dinheiro para as despesas escolares. Eu entendi. Eu entendi muito bem, embora o cansaço tivesse que ser reprimido sozinho. Mas, aparentemente, fui enganada totalmente. Você não queria mais pagar suas dívidas porque tinha aquela mulher barata que você estava financiando. Certo?" gritou Diana em erupção.

Gerald ficou em silêncio. O homem apenas abaixou a cabeça em silêncio. "E você!" Diana apontou para Vanya que estava parada como uma estátua em frente à porta do quarto. A mulher agora estava usando seu vestido justo, embora sem usar roupa íntima. "Eu fui gentil em te abrigar e te alimentar durante todo esse tempo. Mesmo que você seja preguiçosa para trabalhar, eu não me importo. Mas, é assim que você me retribui? Sua mulherzinha barata!"

Os olhos de Vanya se arregalaram ao ouvir os insultos saindo da boca de Diana. Aparentemente, a mulher com cabelo loiro ondulado estava muito inconformada. Ela então se aproximou de Diana. Tencionava dar um tapa em Diana, mas foi ela quem acabou levando um tapa.

"Pare, Diana!" Mais uma vez, Gerald tentou empurrar Diana. No entanto, desta vez a garota se sentiu mais preparada. Ela não foi empurrada nem um pouco, pelo contrário, ela agarrou novamente o cabelo comprido de Vanya e deu tapas no rosto da mulher repetidamente.

BUGH!

Por estar sobrecarregado em separar, Gerald acabou socando o rosto de Diana inconscientemente. Sua noiva imediatamente deu um passo para trás enquanto segurava o canto dos lábios que estavam rasgados e liberando um líquido vermelho com cheiro de peixe.

"Seu canalha, Gerald!" gemeu Diana que, em vez de parar, ficou ainda mais furiosa. Desta vez, seu alvo não era apenas Vanya. No entanto, seu noivo imbecil também se tornou o alvo de socos que já não eram praticados há muito tempo. Sim, Diana era portadora da faixa preta de Muay-Thai. Então, a questão de bater em pessoas, antes era uma coisa normal para ela.

Depois de quase 15 minutos deixando Gerald coberto de hematomas, Diana terminou sua fúria com um suspiro de alívio. Vanya foi vista encolhida na folha da porta do quarto. Desde então, ela só tentou se salvar sem se importar com a condição de Gerald, que não era diferente de um saco de pancadas nas mãos de Diana. Na verdade, dois dentes da frente de Gerald caíram.

"Você também quer?" perguntou Diana ao ver que o olhar de Vanya parecia aterrorizado ao ver os dois dentes de Gerald que ele tinha acabado de vomitar.

Rapidamente, Vanya balançou a cabeça. Sua pegada na folha da porta ficou ainda mais forte.

"Vocês duas ouçam! A partir de agora, eu não quero mais ter nenhum relacionamento com vocês." Diana olhou para os dois amantes com tristeza. "Você, mulher sedutora!" Apontou para Vanya. "Pegue todas as suas coisas da minha casa imediatamente. E você, homem ingrato", seu dedo indicador se voltou para Gerald que ainda estava encolhido de dor. "A partir de hoje, não temos mais nenhum relacionamento. E, sobre o seu problema de dívida, você vai pagar sozinho a partir de hoje."

"O que você quer dizer com não ter nenhum relacionamento?" perguntou Gerald com os olhos arregalados.

Diana sorriu. "Nosso casamento está cancelado. Eu não estou disposta a me casar com um homem traidor como você."

"Você não tem o direito de decidir sozinha, Di. O que meus pais vão dizer?" Gerald disse enquanto suportava a dor sob sua mandíbula.

"Eu não me importo. Case-se com sua amante."

Afastando-se apressadamente do apartamento de Gerald, Diana já estava a caminho de casa. Não precisava pegar um transporte, pois sua casa não ficava muito longe do apartamento alugado de Gerald. A dor no peito parecia cada vez mais sufocante. A jovem de 24 anos bateu no peito repetidas vezes para aliviar a dor, mas sem sucesso.

"Por que tinha que ser assim?", disse Diana, chorando. As lágrimas que ela havia segurado antes agora caíam novamente. Sim, ela não era tão forte assim. Pelo menos, seu coração não era tão forte quanto seu físico. Diana ainda era uma garota como a maioria. Ainda se sentia arrasada quando o amor a traía e terminava de forma tão triste.

Sentindo que não conseguiria continuar trabalhando em uma situação tão devastadora, Diana teve a iniciativa de pedir permissão ao chefe de cozinha para não ir trabalhar naquele dia. O chefe de cozinha chegou a perguntar o motivo, e Diana foi forçada a mentir, dizendo que não estava se sentindo bem. Felizmente, o chefe de cozinha era uma pessoa muito compreensiva. O homem que logo se aposentaria deu permissão e pediu para Diana voltar a trabalhar quando estivesse realmente em forma.

Depois de colocar o celular de volta na bolsa de ombro, Diana voltou a caminhar em direção à casa herdada de seus pais. A garota queria se jogar rapidamente em sua cama, que não era muito macia, mas era capaz de lhe dar tranquilidade. Ela só queria dormir o dia todo. Até que a dor no coração melhorasse gradualmente. Mesmo que não curasse completamente, desde que não estivesse tão devastada, já seria mais do que suficiente para ela. Afinal, não há grande ferida que não deixe cicatrizes, certo?

No meio do caminho, Diana encontrou uma velha vendedora de livros antigos que parecia quase desesperada porque ninguém se importava com ela. A velha abordou repetidas vezes as pessoas que passavam, mas ninguém tinha a intenção de comprar ou mesmo dar uma olhada. Além disso, nos dias de hoje, que jovens ainda se interessariam por livros antigos como aqueles? Especialmente quando já existem dispositivos inteligentes que podem fornecer informações ilimitadas em comparação com livros antigos cujo conteúdo é desconhecido. Incluindo Diana.

No entanto, o lado sentimental de Diana se sentiu beliscado. Era impossível ignorar uma velha tão cansada e lutando para ganhar o sustento. Depois de pensar por um momento, Diana tirou uma água mineral de sua bolsa e se aproximou da velha.

"A senhora quer beber?", ofereceu Diana, entregando a água mineral que acabara de abrir para a velha.

A velha sorriu. Ela ignorou a bebida que Diana ofereceu. Em vez disso, pegou um livro com capa verde e entregou para Diana.

"O-o que é isso?", perguntou Diana, sem jeito, porque não estava preparada para ser presenteada com aquele livro não muito grosso.

"Aquele livro finalmente encontrou seu dono. Compre-o, minha filha! Você e o livro estão destinados a se encontrar."

"Desculpe, vovó! Mas eu não gosto muito de livros", recusou Diana gentilmente. Ela ia devolver o livro, mas a velha recusou.

"O preço é apenas um dólar, minha filha! Por favor, compre! Este livro combina muito com você. O nome da protagonista é o mesmo que o seu, Diana."

"A senhora sabe meu nome?", perguntou Diana, confusa.

"Claro. Está no chaveiro da sua bolsa", respondeu a velha, rindo.

Diana coçou a nuca, que não estava coçando. A velha estava certa. O nome Diana Steel estava claramente exibido no chaveiro retangular de sua bolsa de ombro.

"Mas, vovó...",

"Acredite! Você e o livro são feitos um para o outro. Leia até o fim e você encontrará algo que procura há muito tempo."

Diana pareceu hesitar. Um dólar não era uma quantia muito grande. Além disso, sua intenção não era ajudar a velha? No final, Diana comprou o livro.

"Lembre-se, leia até o fim para saber como lidar com seus problemas", avisou a velha antes que ela e Diana se separassem.

******

À noite, Diana não conseguia dormir. Já era uma hora da manhã e suas lágrimas ainda não haviam parado. Na tarde anterior, Vanya veio buscar suas coisas. Claro, Diana não deixou nada para trás. Todos os pertences daquela traidora já haviam sido embalados em uma mala e jogados para fora assim que a dona chegou para pegar.

Não houve resistência significativa. Vanya apenas permaneceu em silêncio sem se importar com o comportamento rude de Diana. No entanto, o que era surpreendente para Diana era que não havia um pingo de remorso nos olhos de Vanya, mesmo tendo destruído os belos sonhos de sua melhor amiga de forma tão consciente. Ela se afastou com passos firmes. O canto de seus lábios até se curvou sarcasticamente quando Gerald veio buscá-la no quintal da casa de Diana.

Constantemente pensando na traição de Gerald e Vanya, Diana se levantou e pegou um copo de água na mesinha de cabeceira. Ela bebeu tudo até o fim e deitou-se novamente, olhando para o teto. De repente, a imagem do livro com capa verde passou pela mente de Diana. A garota se levantou novamente. Moveu-se para pegar o livro que estava em sua bolsa de ombro da tarde e sentou-se encostada na cabeceira da cama enquanto lia o conteúdo do romance.

Em linhas gerais, o romance contava a história de uma princesa que, desde que nasceu, foi rejeitada por seu pai, que era um rei poderoso. Não apenas porque era considerada a causa da morte da rainha ou de sua mãe biológica ao dar à luz, mas também porque não possuía nenhum poder mágico, como a linhagem do rei. A garota foi continuamente rejeitada por 24 anos, até que um rei de outro país invadiu e tomou seu reino. De acordo com o acordo, o rei notoriamente cruel ainda permitiria que o pai da princesa governasse sob a supervisão de seu poder. E a princesa rejeitada era obrigada a se casar com o rei invasor. O casamento durou apenas um ano. O relacionamento deles não teve nenhum desenvolvimento. Até mesmo uma terceira pessoa, que era a prima da própria princesa, começou a incomodar e ameaçar sua existência.

O ponto culminante foi que, certa noite, a princesa foi acusada de ter dormido com outro homem. O mentor por trás da acusação foi a própria tia e prima da princesa. A princesa, que sempre teve medo de seu marido, foi incapaz de se defender. Ela só pôde se resignar, mesmo quando foi condenada à decapitação pelo próprio marido. Dor, sofrimento e destruição. Essas emoções pareciam permear Diana ao ler o final da história. Ela se sentiu inaceitável. Mesmo que fosse apenas uma história, Diana não aceitava que a princesa, que tinha um nome parecido com o dela, só pudesse se resignar por toda a vida.

"Você deveria ter lutado, Di! Não ficar se resignando assim", sussurrou Diana, fechando o livro. "Se eu fosse você, eu não ficaria em silêncio. Eu daria uma lição nessas duas cobras e faria aquele imperador cruel se ajoelhar aos meus pés."

********

Sentindo que a luz do sol começava a incomodar seus olhos ainda fechados, Diana finalmente teve que acordar. Ela ignorou a dor de cabeça. Sabia que tudo isso era consequência da falta de sono e de chorar a noite toda. Diana até sentia que suas pálpebras estavam coladas. Era difícil até mesmo abri-las.

"O que é isso?", murmurou ela com os olhos piscando algumas vezes. Talvez por causa do efeito de olhos inchados, tudo em seu quarto parecia estranho. Até mesmo seu quarto parecia muito maior. Quanto mais ela olhava com seus olhos inchados, mais coisas estranhas ela percebia.

Havia algumas pessoas passando com roupas de empregada doméstica em forma de vestidos com blusas brancas e saias pretas na altura do joelho. Havia também um lenço preto na cabeça. E estranhamente, ao ver Diana abrir os olhos, elas se curvavam em sinal de respeito como nos filmes de realeza que Diana costumava assistir.

"Parece que terminar um relacionamento me fez ter alucinações", disse Diana, rindo baixinho.

"Vossa Alteza Princesa Diana já acordou?", perguntou uma das mulheres que se aproximava dela.

"Vossa Alteza Princesa Di-ana?", perguntou Diana com um olhar incompreensível. E...

"Onde estou? Quem são vocês?", gritou Diana com medo ao perceber que tudo ao seu redor havia mudado completamente. Este não era seu quarto. De forma alguma.

"Princesa, o que foi? Você está bem?", perguntou a serva que se aproximou dela.

"Não se aproxime!", Diana advertiu, movendo-se lentamente para fora da cama. Ela olhou ao redor. Tudo era estranho. Absolutamente nada do que ela reconhecia estava neste lugar.

Será que ela foi sequestrada? Será mesmo? Será que isso é obra daquele casal de amantes? Eles querem se vingar de Diana?

Querendo ter certeza de tudo, Diana correu para a saída. No entanto, assim que chegou lá, tudo o que encontrou foi um longo corredor à direita e à esquerda que não se sabia para onde levava.

"Princesa, o que foi?" A serva ainda estava se aproximando dela. Várias outras servas se aproximaram com expressões de pânico.

Diana ignorou a presença delas. Ela voltou para o quarto. O grande espelho no lado direito da sala era o seu objetivo. E, assim que chegou lá, observou atentamente o rosto no espelho. Sim, ainda era o seu rosto. Pele branca, olhos verdes e cabelos castanhos ondulados ainda eram seus. No entanto, o camisão que ela estava vestindo definitivamente não era dela. Além disso, um colar com um pingente de jadeíte verde claro translúcido também não era dela.

"Quem mandou vocês me sequestrarem, hein? Foram Gerald e Vanya?", perguntou Diana ferozmente ao grupo de mulheres que a seguiam desde o início.

"O que Vossa Alteza quer dizer?"

"Não se façam de tolas. Quanto vocês receberam para me enganar, hein? Vocês acham que eu tenho medo de vocês, é isso?"

"Perdão, Vossa Alteza. Não tínhamos essa intenção." Uma das servas respondeu timidamente. Um pouco chocada com a reação de sua Princesa, que sempre foi conhecida por ser taciturna e quase nunca falar. "Não ousaríamos brincar com a Princesa Herdeira do reino como Vossa Alteza."

"E-eu sou quem?", perguntou Diana para confirmar o que acabara de ouvir.

"Vossa Alteza é, obviamente, Sua Alteza Real Princesa Diana, a única filha de Sua Majestade o Imperador Sean." A serva respondeu confusa.

"Hã?"

Diana ficou atônita. Por um momento, ficou paralisada, tentando processar a situação que estava acontecendo.

"Eu sou a Princesa Diana?", perguntou ela, apontando para si mesma.

Todas as mulheres de uniforme de empregada acenaram com a cabeça em uníssono.

"Vossa Alteza deve se preparar imediatamente. Em breve, a comitiva de Sua Majestade o Imperador Ashlan chegará. Sua Majestade o Imperador Sean disse que Vossa Alteza deve se preparar o melhor possível para recebê-lo."

Princesa Diana, Imperador Sean e Imperador Ashlan. Esses três nomes pareciam familiares na memória de Diana. E... Duarrrr!! Como se tivesse levado um choque elétrico, Diana caiu sentada ao perceber uma coisa. Ela havia entrado no mundo do romance que leu na noite anterior. Mas como isso foi possível? O que realmente aconteceu?

"Princesa, Vossa Alteza está bem?" As servas rapidamente se aproximaram de Diana. Tentando ajudar a jovem a se levantar e a levá-la para a cama.

"Beba um pouco primeiro, Vossa Alteza!" Uma delas rapidamente pegou água e ajudou Diana a beber.

"Estou no reino do Leste?", perguntou Diana, tentando ter certeza.

"Sim, Vossa Alteza. Vossa Alteza ainda está no Reino do Leste. E hoje é o dia do seu casamento com o líder do Reino do Oeste. Sua Majestade o Imperador Ashlan", respondeu a serva que lhe deu água.

Diana ainda não acreditava totalmente. Poderia ser que alguém tenha entrado sorrateiramente em sua casa na noite passada e sequestrado Diana. Então, talvez essa pessoa também tenha lido o romance que Diana comprou. A única maneira que ela tinha que trilhar novamente para que sua sanidade não fosse perturbada era garantindo tudo.

Sem aviso, Diana correu para fora do quarto. O grupo de servas que a cercava teve que correr atrás de Diana, que de repente agiu assim.

"Princesa, Vossa Alteza não pode correr assim. É proibido!", disse uma das servas que estava mais perto de Diana.

Diana ainda não se importava. Seu objetivo ao correr agora era o magnífico edifício no lado esquerdo. Ela ignorou os gritos de advertência das servas.

Ela olhou para a esquerda e para a direita e não reconheceu nada. Do corredor que era tão longo, Diana finalmente chegou a um pátio que era tão vasto. Havia uma fonte bem na frente dela. No lado direito, havia um grande jardim de flores. E, no lado esquerdo, havia um magnífico edifício que era o oposto do lugar de onde ela tinha saído. Sim, pode-se dizer que o lugar de onde ela veio era como um lugar de exílio. Muito longe para sair, até fez Diana se sentir ofegante apenas por correr de lá para cá.

"Princesa, temos que voltar. Sua Majestade o Imperador certamente ficará zangado se a vir em um lugar aberto como este", disse a serva novamente.

Diana ignorou. Seu objetivo de correr agora era o magnífico edifício do lado esquerdo. Ela ignorou os gritos de advertência das servas.

"Você... Por que você está aqui?" Uma mulher com um magnífico vestido vermelho bordô, segurando um leque e usando um chapéu redondo na cabeça, exclamou quando Diana entrou na magnífica sala.

"Guardas! Guardas!", gritou a mulher com raiva.

Dois guardas que estavam tentando impedir Diana na frente da entrada correram apressadamente para dentro.

"Como a Princesa Diana pôde chegar aqui? Vocês não conseguem impedi-la, hein?"

Os dois guardas permaneceram em silêncio. Claro que eles não podiam responder nada. Como ele poderia proibir uma Princesa Herdeira de entrar na sala de seu próprio Pai?

"Tia Levrina?", adivinhou Diana depois de observar o que a mulher arrogante estava fazendo.

A Duquesa Levrina arregalou os olhos. Era a primeira vez que ouvia sua sobrinha chamando seu nome sem nenhum medo em sua voz melodiosa.

"Como ousa chamar meu nome, Diana!", rosnou a Duquesa com raiva.

"O que está acontecendo com toda essa confusão?" De repente, o Imperador Sean surgiu de dentro de seu escritório. Instantaneamente, a atmosfera ficou repentinamente silenciosa. Havia uma dor acompanhada pelo batimento cardíaco que aumentava cada vez mais rápido quando Diana viu claramente a aparência do Imperador Sean, que parecia ainda tão viril em sua idade avançada.

Os olhos verdes eram os mesmos que os dela. Mas essa era a única semelhança entre eles. Quando os olhares dos dois se encontraram, Diana derramou lágrimas involuntariamente. A garota nem sequer percebeu que estava chorando apenas por olhar para o homem de meia-idade que parecia ainda tão viril em sua idade avançada. Havia uma saudade que surgia do nada.

"Por que essa criança está aqui?", perguntou o Imperador Sean com um tom plano que parecia frio.

As servas que estavam perseguindo Diana finalmente chegaram. Elas se prostraram imediatamente diante do Imperador Sean com medo.

"Perdoe-nos, Vossa Majestade. A Princesa correu de repente e não conseguimos impedi-la."

"Levem-na de volta para o quarto dela e certifiquem-se de vesti-la bem. Mais uma coisa, certifiquem-se de que essa garota não cause mais problemas ou suas cabeças serão a aposta", disse o Imperador Sean friamente enquanto virava as costas para Diana.

"Pai...", chamou Diana hesitantemente. Não se sabe! Ela nem sequer percebeu que havia pronunciado esse nome.

"O que mais vocês estão esperando? Depressa, arrastem essa garota para longe da vista do Imperador!", ordenou a Duquesa Levrina arrogantemente. Era como se ela não quisesse que a Filha e o Pai se vissem por mais tempo.

As servas assentiram. Elas levaram Diana de volta ao lugar de exílio com um olhar de pena. Uma Princesa que deveria desfrutar do luxo e do poder acabou no exílio e agora estava sendo expulsa suavemente de sua própria terra.

*******

"Vossa Alteza está muito bonita!", elogiou a serva encarregada de maquiá-la.

Não havia sorriso no rosto de Diana. O dia do casamento que ela esperava com seu amante, em vez disso, tinha que acontecer com um homem que ela não conhecia. Pior ainda, esse homem era um líder cruel e impiedoso. O futuro de Diana parecia sombrio. Além disso, ela não sabia para onde fugir e como sair deste mundo paralelo. Além disso, a sombra da morte diante de seus olhos aumentava ainda mais o quão aterrorizante era seu futuro.

"O Imperador chegou. Espera-se que Vossa Alteza vá para o salão de casamento, agora!", disse um guarda para informar.

Diana ainda estava em silêncio com um olhar vazio. Não havia brecha para escapar. Havia 6 guardas homens estacionados pela Duquesa Levrina para que ela não pudesse ir a lugar nenhum.

A Duquesa Levrina era irmã de sangue da falecida Mãe da Princesa Diana. Ainda estava claro na memória de Diana que era aquela mulher astuta que fez com que seu Pai a odiasse ainda mais com os incitamentos que ela lançava dia após dia. Na verdade, foi essa mulher cobra que fez com que ela morresse nas mãos do Imperador Ashlan por causa de suas calúnias cruéis.

"Tudo bem, Diana! Você não é Diana Emerald. Você é Diana Steel. Se você não pode evitar, então apenas enfrente! Mude a história como você quer e não queira ser fraca como Diana Emerald." Diana tentou se convencer com a determinação de não desistir, muito menos morrer jovem. Um trunfo já estava em suas mãos, ou seja, ela conhecia o enredo desta história.

Chegando ao salão de casamento, um homem com um manto preto esvoaçante e uma máscara que ele nunca havia tirado parecia estar esperando por Diana. A garota respirou fundo. O primeiro passo que ela tomaria para evitar a morte era remover seu olhar nervoso e substituí-lo por um olhar corajoso.

"Vocês dois estão prontos?", perguntou Pontifex, o líder máximo do templo real do Leste, quando os noivos chegaram diante dele.

"Estamos prontos", responderam ambos com firmeza e voz alta.

O homem ao lado de Diana pareceu surpreso ao ouvir o quão firme era a mulher que ele sabia ser tão fraca. Pelo menos, de acordo com o informante que ele enviou para descobrir como era a personalidade de sua futura esposa. No entanto, ele não mostrou muito de seu espanto. Além disso, sua máscara ainda estava perfeitamente colocada agora.

Havia muitos rumores sobre o porquê do Imperador nunca ter tirado sua máscara. No entanto, o rumor mais próximo da verdade e que fazia sentido era que o rosto do Imperador foi danificado ao lutar com outro reino quando ele ainda era muito jovem. Mas o quão danificada e grave era a ferida, ainda não havia ninguém que soubesse com certeza porque mesmo as servas do reino do Oeste nunca tinham visto. A única outra pessoa além de seus pais que já tinha visto e até mesmo visto frequentemente o rosto do Imperador era o Cavaleiro Bennett. O guarda e primo do próprio homem. No entanto, infelizmente, o segredo de como era a aparência do Imperador, ainda permaneceria um segredo porque era impossível para o Cavaleiro Bennett revelá-lo sem a permissão de seu Mestre.

Depois que a cerimônia de casamento terminou, o Imperador Sean saiu imediatamente do local sem dar nenhum cumprimento à filha e ao novo genro. O Imperador Ashlan também não parecia se importar com isso. Ele parecia entender que um Rei que tinha acabado de se render não poderia se reconciliar rapidamente com seu inimigo, mesmo que agora eles tivessem se tornado família.

"Cavaleiro Bennett, leve a Rainha Diana para a carruagem. Esta noite, voltaremos para o reino do Oeste", ordenou o Imperador Ashlan a seu ajudante pessoal.

Diana ficou surpresa. Para ser honesta, ela ainda não estava pronta e não era capaz de ajustar nada. De repente, foi imediatamente convidada a ir para o reino do Oeste sem qualquer preparação.

"Não prepare nada. Todas as suas necessidades já estão disponíveis lá." Como se fosse capaz de ler os pensamentos de Diana, o Imperador Ashlan já interrompeu antes mesmo que Diana falasse.

"M-mas...", Diana ainda queria protestar, mas o Cavaleiro Bennett a impediu.

"Apenas obedeça o que Sua Majestade o Imperador diz, Rainha! Será melhor e mais seguro para Vossa Alteza", disse ele.

Diana assentiu resignada. O que o Cavaleiro Bennett disse era verdade. Ela não devia fazer nada que pudesse provocar as emoções do Imperador cruel. Caso contrário, sua vida poderia ser ainda mais curta do que a de Diana Emerald.

Naquela noite, Diana foi com seu marido para o reino do Oeste. E, por alguma razão, embora ela percebesse que o corpo que ela possuía agora não era o seu corpo, a dor no coração porque ninguém estava se despedindo de sua partida parecia tão sufocante. Na verdade, suas lágrimas caíram involuntariamente.

"Por que eu estou chorando? Por que eu ainda estou olhando para trás e esperando que Sua Majestade o Imperador Sean esteja parado ali para me deixar ir? A filha dele não é a Princesa Diana Emerald? Enquanto eu? Eu sou Diana Steel", murmurou ela em seu coração.