🔞 ‼️ AVISO‼️🔞
Deixo bem claro que o livro é para maiores de 18 anos.
Contém conteúdo adulto e assuntos fortes.
** A história está sendo revisada, então me perdoe por erros ortográficos.
Não esqueçam de deixar seu like e comentários.
Sejam bem vindos e uma ótima leitura... 🥰🥰
PS* Comecei a edição dos capítulos, alguns nomes serão alterados. Como Rafaela que agora será Rebeca.
Música referente do livro
Leona lewis - blinding love i
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Ao acordar naquela manhã de março, não imaginei que estranharia tanto a primeira noite na casa nova. A ausência dos barulhos familiares, o silêncio diferente, o cheiro de móveis recém-montados... tudo parecia temporário, como se eu ainda estivesse em trânsito entre duas versões da minha vida.
Levantei-me mais cedo que o habitual, receosa de me atrasar logo no meu primeiro dia como assistente de um dos fotógrafos mais requisitados de Nova York. Era a oportunidade pela qual esperei por meses, e eu não podia — não queria — desperdiçá-la.
Tomei uma ducha rápida, como quem tenta lavar a ansiedade junto com a espuma. Vesti um vestido azul-marinho — discreto, elegante, na altura dos joelhos e com um corte suave que moldava levemente meu corpo. Deixei os cabelos soltos, finalizei com um batom cor cereja para dar um toque de vida ao rosto, e calcei minha sapatilha preferida.
Ao sair do quarto, encontrei o café já pronto sobre a mesa da cozinha. O aroma reconfortante de pão na torradeira e café fresco pairava no ar.
— Bom dia, nova assistente! — disse minha amiga em tom brincalhão, segurando uma caneca fumegante entre as mãos.
— Bom dia. Apesar da ansiedade que me consome... — respondi, tentando disfarçar o nó no estômago enquanto me sentava à mesa e me servia de um copo de suco de laranja.
— Vestido novo?
— Foi o Jimmy quem me deu. Disse que era de boas-vindas.
Ela arqueou uma sobrancelha, com aquele sorriso carregado de segundas intenções que só quem nos conhece bem consegue fazer.
— Amiga, você sabe que desde que éramos mais novas ele só tinha olhos pra você, não sabe?
Por que ela disse isso com essa cara mal-intencionada?
E se ela soubesse que sou louca pelo irmão dela? Como eu queria que ela soubesse...
— Eu nem vou te falar o que penso sobre isso! Ele é meu melhor amigo — respondi, desviando o olhar.
— E...?
— E... que eu não quero estragar nossa relação por causa de... você sabe. — Revirei os olhos, tentando encerrar o assunto enquanto tomava o restante do suco.
— Como você pode ser tão boba, Sthefany?
— Já vou indo, senão vou me atrasar! — disse em tom apressado, levantando-me.
Dei um beijo rápido nela e, antes de passar pela porta, ela me desejou boa sorte com um sorriso sincero.
Dirigi até a cafeteria Grumpy, o velho ponto de encontro meu e do Jimmy, onde dividimos cafés e conversas sobre fotografia, arte e sonhos meio secretos. Pedi dois lattes, um deles com chantilly em dobro — o preferido dele — e segui rumo ao estúdio com o coração inquieto.
Cheguei ao prédio moderno onde o estúdio ficava, respirei fundo e subi até a sala de Jimmy. Ao abrir a porta, ele já estava lá, sentado à sua mesa, como se não tivesse dúvidas de que eu chegaria pontualmente.
— Bom dia! — disse, com um sorriso largo que tentava esconder meu nervosismo.
— Bom dia, Sthefany! — respondeu ele, levantando o olhar. Seus olhos me percorreram dos pés à cabeça, até se fixarem no meu rosto com um brilho sutil. — O vestido ficou perfeito em você.
— Obrigada! — Sorri, sentindo minhas bochechas corarem. — Te trouxe um latte com chantilly em dobro, como você gosta.
Ele se levantou da poltrona em que estava sentado e caminhou até mim. Pegou o copo com cuidado, os dedos longos roçando de propósito — ou não — nos meus.
— Como sempre, você é a melhor!
— Eu... queria te agradecer pela oportunidade. E também pelo vestido.
— Você não precisa me agradecer — disse ele, com um sorriso tímido, enquanto passava a mão pela nuca em um gesto nervoso. — Eu sempre vou te ajudar. Sempre estarei ao seu lado quando precisar, Sthefany.
— Mesmo assim, eu quero agradecer — insisti.
Ele apenas sorriu novamente, com aquele jeitinho meio desajeitado que, honestamente, eu achava encantador.
Tenho que admitir... ele é lindo.
Jimmy é mais alto que eu — cerca de 1,84 —, tem olhos esverdeados que mudam de tom conforme a luz, cabelos castanhos levemente bagunçados e uma covinha que aparece sempre que sorri. Aquela covinha era um problema. Um sério problema para minha sanidade.
— Vai ser um dia cheio — comentou, ainda me observando de maneira que fazia tudo ao redor sumir.
Assenti com um pequeno sorriso, tentando disfarçar a bagunça emocional que ele causava dentro de mim. Mas, por mais que eu tentasse manter a compostura, o coração já começava a me trair. Estava jogando contra mim.
— Bom, temos uma sessão de fotos com um casal no Central Park às 9h30. Até lá, preciso que você me ajude com alguns materiais que vamos levar — disse ele, enquanto organizava o cronograma no tablet.
— Tudo bem, chefe. Mais alguma coisa?
— Tenho sim. Não me chame dessa forma. Não precisamos de tanta formalidade entre nós. E... isso me incomoda bastante.
— Está bem, eu só estava brincando — respondi, tentando aliviar o clima.
— Mesmo assim. Não sou seu superior, sou seu amigo, ok?
— Você é muito doce, Jimmy.
Ai, eu disse isso em voz alta?
O silêncio entre nós durou um segundo a mais do que o normal. Ele me lançou um olhar divertido e sorriu, antes de voltar à sua mesa.
A manhã e a tarde passaram de forma leve e produtiva. Jimmy me envolveu em várias tarefas técnicas e criativas que, além de me desafiarem, revelaram o quanto ele confiava em mim.
Quando eu estava prestes a sair do estúdio, já ao entardecer, ouvi uma voz atrás de mim:
— Ei... Sthefany!
Ao me virar, vejo Rebeca vindo em minha direção. Ela corre com aquele sorriso largo estampado no rosto, como se a noite tivesse começado só porque me encontrou.
— Oi... o que está fazendo aqui? — pergunto, surpresa.
— Calma! — diz ela, ofegante, encostando-se a uma pilastra. — Deixa eu recuperar o fôlego!
— Não me diga que você... — Tento adivinhar, mas ela me interrompe com os olhos brilhando.
— Vim te buscar pra comemorarmos sua formatura!
— Mas...
— Sem desculpas! A gente não teve chance de celebrar como devia, por causa da sua mudança.
— Você veio com sua moto?
— Vim de táxi. E trouxe um vestidinho preto pra você. Básico, mas arrasador. — Ela me entrega uma sacola com um sorrisinho vitorioso. — Na sacola também tem uma sandália que combina. E antes que você reclame, eu sei seu número.
Ela pensou em tudo. E por mais que eu tentasse resistir, Rebeca sempre sabia como me vencer.
— Você me conhece demais, amiga.
— É por isso que você me ama. — Ela faz uma pose exagerada. Eu reviro os olhos, rindo, já entregue.
— Tá bom... me dá essa sacola. Vou ao banheiro da recepção me trocar e retocar a maquiagem.
— Enquanto isso, vou ver como o Jimmy está.
— Você não vai... chamá-lo, né?
— Claro que não. — Ela pisca. — Hoje é noite das garotas.
Sigo em direção ao banheiro com um sorriso no rosto e uma leveza no peito que eu nem sabia que precisava sentir.
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Rebeca Sanderson
— Oiiii! — abro devagar a porta do escritório de Jimmy, mostrando só o rosto. — Posso?
— Olha só quem apareceu. Achei que tinha esquecido dos velhos amigos.
— Impossível esquecer de você. Mas, na verdade, vim buscar a Sthefany pra uma noite de comemoração.
— Ai... essa doeu. — Ele leva a mão ao peito, fingindo estar magoado.
— Para com o drama, Jimmy! Você sabe que eu te adoro.
— Mas a Sthefany já saiu.
— A gente se encontrou na porta do estúdio.
— E vocês vão pra onde, se é que posso saber?
— Le Bain. Noite de garotas. E antes que pergunte: sim, ela topou.
— Eu bem que queria passar lá, mas tenho trabalho acumulado.
— Fica pra próxima. Mas... me conta: como foi o primeiro dia da Sthefany?
— Você conhece ela. Brilha em tudo o que faz.
— Será que não é você que está vendo com olhos apaixonados?
— Que exagero, Rebeca...
— Acorda, Jimmy. Tá na cara que você é caidinho por ela. — Faço um coração com as mãos, provocando.
— Está viajando...
— Olha, vou te dizer como mulher e amiga: não perde tempo. Se você sente algo por ela, fala. Porque quando perceber... pode ser tarde demais.
— Tá dizendo isso por quê? Ela está com alguém?
— Está vendo como você se entregou agora?
— Não é isso... — Ele baixa o olhar, hesitando.
Nesse momento, Sthefany entra na sala. E Jimmy, por um segundo, congela. O olhar dele se fixa nela como se cada palavra não dita estivesse engasgada.
— Oi, gente. Estavam falando sobre o quê?
— Só disse ao Jimmy que, se a gente não corre atrás do que quer, a vida passa. E a oportunidade... some.
— Concordo. — Ela sorri. — Seja lá qual foi o contexto, ela tem razão. Às vezes, a gente deixa passar coisas que não voltam.
— Ela tem? — Jimmy pergunta, confuso.
— Claro que tem. — Ela o encara. — Se você não se mexer, alguém mais vai. É assim com tudo na vida.
Ele parece engolir seco. O silêncio entre eles carrega mais do que palavras poderiam.
— Vamos, garota! Se demorarmos mais, perdemos a pista! — digo, quebrando o momento e puxando Sthefany pelo braço.
— Até amanhã, Jimmy.
— Boa noite, meninas. Divirtam-se.
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Sthefany Miller
Enquanto Rebeca me puxava porta afora, algo no olhar de Jimmy ficou preso em mim. Como se ele quisesse desesperadamente me dizer algo, mas a voz falhasse.
— Sobre o que estavam conversando? — pergunto assim que entramos no carro.
— Sobre a vida, gata.
— Ele está bem?
— Está, sim. Por quê?
— Não sei... ele parecia estranho.
— Estranho como?
— Como se tivesse algo entalado. Como se quisesse falar... mas não soubesse como.
— Vai ver ele tem mesmo algo pra te contar.
— Rebeca, se você sabe de algo, me fala agora!
— Calma! Não sei de nada. Só estou dizendo que talvez ele ainda não esteja pronto pra se abrir.
— Mas você está suspeitando de quê?
— Ai, garota... chega de teorias. Vamos curtir! — Ela liga o pendrive e a batida de "Irreplaceable", da Beyoncé, preenche o carro.
"You must not know about me,
You must not know about me..."
Cantamos aos gritos, como sempre fazíamos. Era o nosso momento, a nossa cápsula de liberdade entre o passado e o que ainda viria.
— Chegamos! — digo, ao ver a movimentação em frente à boate. — Tá lotado.
— Perfeito! — Ela esfrega as mãos, animada.
— Você sabe quem toca hoje?
— Não faço ideia. Mas hoje é nossa noite.
— Eu trabalho amanhã, lembra?
— E hoje você vive. Relaxa, mulher!
Entramos. O ambiente pulsa. As luzes, o som, os corpos — tudo vibra como se o tempo tivesse deixado de existir.
E então vejo o nome da banda no telão: RedPath.
— Meu Deus... é a banda do seu irmão!
— Jura? Eu nem sabia que eles tocariam aqui hoje!
— Vamos beber algo?
— Claro. O que vai querer?
— Vodka com tônica.
— Perfeito. — Me aproximo do bar. — Me vê uma tônica com vodka e uma cerveja, por favor.
Assim que as bebidas chegam, Rebeca vira a dela de uma vez e já some em direção à pista.
— Você não vem?
— Daqui a pouco.
— Então me encontra lá!
Fico no bar, mexendo distraidamente no copo. O gelo dança no líquido, refletindo as luzes da boate. E então, uma mão quente toca minhas costas.
— Sthefany...
A voz é familiar. Dolorosamente familiar.
Me viro devagar. E lá está ele.
— Rick? — digo num sussurro quase sem ar.
Três anos. Três longos anos. E ainda assim, a visão dele faz meu mundo tremer.
— Não esperava te encontrar aqui. — Ele sorri. Aquele mesmo sorriso que tinha o poder de desmontar tudo em mim.
— Eu... também não.
— Você está... ainda mais linda.
— Obrigada. Você... está bem?
— Melhor agora. Bem melhor do que da última vez que nos vimos.— Ele sorri e tentei não me desfazer em meio ao seu sorriso.
— Conseguiu superar a Micaela? — Questionei tentando parecer desenterrada.
— Na verdade... voltamos. Ela só não veio hoje.
O chão pareceu desaparecer.
— Voltaram? Você... E Micaela voltaram?
— Ela cometeu um erro. Mas eu decidi perdoar. — Rick desliza a mão sobre os cabelos, tentando não parecer um idiota — Ela não é tão ruim quanto parece.
— Hum... E como está o futebol? — Mudo de assunto, não quero parecer impactada demais. — Conseguiu o cargo que tanto queria?
— Ainda não como técnico principal, mas sou assistente. Caminhando.
— Que bom... fico feliz por você.
— E você? Com quem veio?
— Só com a Rebeca. E... não estou namorando.
— Sério?
— Sério. — lhe dou um sorriso amarelo.
— Quer dançar comigo?
Hesito por um instante. Mas não por muito.
— Claro...
E, mesmo sabendo que ele não é mais meu — que talvez nunca tenha sido —, meu coração o aceita. Como sempre aceitou. Porque Rick... sempre foi meu erro favorito.
Rick estende a mão pra mim e, sem pensar, eu a aceito. Me leva pra pista de dança como se aquilo fosse o mais natural do mundo. Cada toque dele é como um curto-circuito direto na minha pele. Meus sentidos entram em combustão.
A boate está lotada, o som está alto, mas… por alguma razão, parece que só existe ele e eu ali.
As mãos dele pousam firmes no meu quadril. A forma como ele segura, como guia nossos movimentos... é impossível não sentir. Dançamos duas músicas inteiras como se o tempo não existisse — e, pra mim, realmente não existia.
Até que uma voz estraga o encanto.
— Ué, Rick? Tá me roubando a Sthefany?
Rebeca surge do nada, com aquele tom meio brincalhão, meio alerta.
— Rebeca! — Rick sorri, mas dá pra sentir a tensão. — Ela disse que veio com você, mas eu ainda não tinha te visto.
— Você é muito cara de pau, sabia? — Ela me puxa pelo braço, me afastando dele como uma mãe protetora faria.
— Amiga... a gente só tava dançando.
— Eu vi o jeito que ele te tocou, Sthefany. Aquilo não foi só dança. E ele ainda tá com a ridícula da Micaela!
— Dá pra se acalmar, irmãzinha? Eu não tava me aproveitando da sua amiga.
— Você pode enganar qualquer uma, Rick, mas com a minha amiga você não brinca.
— Já chega, Beca! — interrompo, antes que isso vire cena. — Rick não fez nada demais, e eu também não sou idiota, tá bom?
Ela respira fundo e me olha nos olhos.
— Vou acreditar só porque é você que tá dizendo. — E me dá um beijo na testa.
— Eu nunca mentiria pra você.
— Eu sei. Desculpa, é que o Rick tem esse jeito... e eu só quero te proteger. Eu te amo.
— Tudo bem. Vem, vamos pro bar. O show vai começar e eu quero ver o Brian tocar.
Rick nos acompanha até o bar. Durante o tempo em que ficamos ali, senti seus olhos colados em mim. Me encarava como se quisesse dizer algo com o olhar, algo que talvez nem ele soubesse por onde começar.
A banda entra no palco. A energia explode no ambiente. Eles tocam o novo CD, e a última música é minha favorita — "That's What I Like". Todo mundo canta junto, e eu me perco completamente naquele momento.
Depois do show, ficamos esperando a banda sair. Uns 15 minutos depois, Rick aparece com o irmão. Brian tá radiante.
— Que bom que vocês vieram! — Ele gira as baquetas nos dedos, todo empolgado.
— Baterista do ano! — Eu digo, rindo, e o abraço.
— Não exagera, Stef! Aí, você sumiu!
— Esqueceu que eu tava em Princeton?
— Puts, é mesmo. E você ainda me deve aquele encontro, lembra?
— Oi?! — Beca acena na frente dele. — Também tô aqui, viu? Flerta com a minha amiga depois.
— Sentiu saudade, irmãzinha? — Ele pisca pra mim.
— Claro! Mas você nunca aparece em casa.
— Agora que a Sthefany tá morando contigo, vou dar mais as caras.
— Interesseiro! — Beca dá um tapa no braço dele.
— O Rick contou a novidade?
Todo mundo olha pro Rick.
— Eu ainda não contei, Brian.
— Fomos convidados pra tocar no festival de verão!
Brian tá em êxtase, e eu também fico animada por ele.
— Isso é incrível! — O abraço com empolgação. — Vocês merecem demais.
— Espero que vocês possam ir.
— Claro que vamos! — diz Beca, apertando a bochecha do irmão.
— Vou levar uma galera, inclusive os amigos da Micaela...
"Sério, Rick? Falar da Micaela justo agora?" penso, engolindo seco e tentando manter um sorriso.
Brian aproveita que Rick e Beca se distraem e me puxa pro lado.
— Então... você pode ir no ensaio amanhã à noite?
— Amanhã é meu dia mais puxado no estúdio do Jimmy... Mas vou tentar.
— Se for, depois do ensaio te levo no Trailer. Bora lanchar juntos.
— Isso é um encontro?
— Só se você quiser. Mas, tecnicamente, você me deve um.
— Vamos ver, tá bom?
— Vamos, Sthefany? — Rebecca me chama do outro lado. — Já terminou o grude com o meu irmão?
— Você me liga, Brian?
Ele faz aquela carinha de gato de botas que, por Deus, me desmonta toda vez.
— Ok, eu te ligo!
Nos despedimos, saímos da boate, e a noite já tinha virado madrugada.
— O que tanto você e o Brian conversavam? — pergunta Beca, toda curiosa.
— Ele só me convidou pro ensaio. Nada demais.
— Você acha que ele tá a fim de você?
— Como assim? — faço a sonsa.
— Brian sempre te olha como se fosse seu fã número um.
— Exagero seu. E, sinceramente? Eu nem tô afim.
— Mas se ele quisesse... você namoraria meu irmão?
— Depende...
"Depende do irmão, né. Porque se for o Rick..."
— Depende não é resposta!
— Tô chocada com você! Tentando me empurrar pro seu irmão agora?
— Eu só quero te ver feliz.
— Chega! Não quero. E também não quero que meu primeiro beijo seja com qualquer um! — A frase escapa antes que eu pense.
— O quê?! Você disse que era apaixonada por um cara... achei que já tinham pelo menos se beijado!
— Eu sou apaixonada, sim. Mas a gente nunca ficou. E eu não queria atrapalhar minha vida com um namoro vazio.
Ainda bem que chegamos em casa, antes que a conversa ficasse ainda mais desconfortável. Entrei direto no banheiro, tomei um banho quente e demorado. Depois vesti minha camisola de renda, deitei... e apaguei.
Acordei antes do despertador. Ainda estava escuro. Tomei outro banho, vesti uma blusinha de cetim bege, saia lápis preta e botas que iam até o joelho. Coque bagunçado, batom vinho, um delineado rápido. Saí sem tomar café — Beca ia dormir até tarde.
Passei na cafeteria, comprei dois cafés e alguns donuts. Ao chegar no estúdio, Jimmy ainda não tinha aparecido. Coloquei o café dele na mesa e comecei a preparar tudo pra seção das 9h. Estava tão concentrada que nem percebi quando ele chegou.
— Bom dia, senhorita Sthefany!
Dei um pulo, o coração na garganta.
— Aii... quanto tempo você tava aí?
— O suficiente. Como foi sua noite?
— Incrível. A banda do Brian tocou na boate.
— Que bom. Você merece se divertir.
— Trouxe café pra gente. E donuts!
— Assim você vai me mimar demais.
— Tô só cuidando do meu melhor amigo.
Ele resmunga algo que não entendo.
— Temos tempo até a próxima sessão. Já deixei tudo separado. Então senta e toma seu café tranquilo.
Ele me olha de um jeito diferente. Intenso. Quase... íntimo.
"Será que a Beca tava certa? Será que ele sente algo por mim?"
— Os donuts estão ótimos.
— Estão mesmo.
— Sthefany… queria conversar com você. Você pode almoçar comigo hoje?
O jeito como ele fala, o tom da voz… alguma coisa naquele pedido me faz sentir algo estranho — quente, curioso, inesperado.
E naquele instante, percebo que talvez meu coração esteja mais confuso do que eu imaginava.
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