- A reunião com a empresa Song é sua hoje. - meu pai fala enquanto lia o jornal\, seu óculos estava apoiado na ponta do nariz\, na outra mão ele segurava a caneca com o café fumegante que embaçava suas lentes toda vez que ele bebia\, isso o deixava irritado.

- O senhor tem certeza? - pergunto preocupado.

- E por que não? Você vem assistindo seus irmãos nas reuniões já faz muito tempo\, já está na hora de você dirigir sua própria reunião. - ele me encara através das lentes embaçadas.

- Mas eles tem mais experiência e esse é um grande contrato pai.

- Você consegue querido. - minha mãe estica seu braço atravessando a mesa e coloca sua mão sobre a minha.

- Eu só tenho 22 anos. - digo para mim mesmo.

- Sua mãe era mais nova do que você quando assumiu a empresa ao meu lado\, se você acha que não está pronto\, eu vou. - ele diz sem paciência.

- Eu vou. - digo com pressa. - Eu consigo. - minha mãe sorri para mim do outro lado da mesa me dando confiança.

Terminas o café e eu me preparo a minha primeira reunião.

- Não fique com medo. - minha mãe me ajuda a arrumar a gravata.

- Por que ele é sempre rígido comigo?

- O seu pai te ama\, você sabe disso. Ele só quer que você aprenda.

- Com os outros ele não foi assim.

- Você sabe como o seu pai é\, tem dias que ele simplesmente não acorda bem. - ela revira os olhos.

- Com a senhora ele é sempre o melhor marido.

- Claro que sim\, ai dele se não for assim. - ela abre um enorme sorriso que me contagia\, se ergue na ponta dos pés e me da um beijo carinhoso na bochecha. - Sei que você vai se sair muito bem.

Desço as escadas e vejo meu pai parado de pé ao lado da porta.

- Esses são os papéis e um pequeno resumo da parceria que tivemos com o grupo Song durante todos esses anos. - ele me entrega uma pasta cheia de papéis.

- O senhor não vai comigo? - pergunto encarando a pasta em minhas mãos.

- Não vai ser preciso\, seus irmãos te ensinaram tudo o que eu poderia ensinar e eu sei que você se saíra bem meu filho. - ele coloca uma mão no meu ombro e me olha com seus enormes olhos castanhos\, os mesmos olhos dos meus irmãos\, exceto o de Lin\, Shina e os meus. Seus olhos eram ternos e carinhosos. - É melhor você ir\, já está quase na hora da reunião. - olho preocupado para o relógio no meu pulso. - Ahh mais uma coisa...

- Vamos Anne\, já estamos atrasados. - vejo Luke descendo as escadas as pressas.

- Você precisa levar seus irmãos para a escola. - meu pai abre um enorme sorriso. - Boa sorte no seu primeiro dia. - percebo o tom de diversão na sua voz.

- Andem logo. - grito.

- Anthony\, cade seus pais? Ou algum dos seus irmãos?

- Oi tio\, hoje sou só eu. - eu encaro Lance.

- Tudo bem\,vamos\, eles já chegaram. - ele vai comigo até a sala de reuniões.

- Me desculpem o atraso.

- Chu mandou uma criança para a nossa reunião? - percebo uma mulher me encara. - Claramente eles não respeitam mais a nossa parceria. - ela diz claramente incomodada\, um baixo murmúrio começa a tomar conta da sala.

- Sra Sara\, Chu e Mia valorizam muito a parceria com o grupo Song....

- Tio\, pode deixar comigo. - ele me olha tranquilo e me deixa falar. - Senhores e senhora. - eu olho diretamente para ela. - Posso ser novo mais fui igualmente instruído como meus irmãos mais velhos que atualmente comando essa empresa junto de meus pais. Me chamo Anthony Fan\, sou o quarto filho da família Fan\, tenho total capacidade de liderar essa reunião assim como qualquer um deles\, posso ser jovem\, mas tenho conhecimento suficiente de toda a situação que envolve nossos grupos e com é o atual contrato que mantém essa união. - me lembro das poucas coisas que Anne e Luke leram para mim no caminho pada a escola. - Você assumiu a empresa no momento que seu irmão se afastou\, você sustentou essa união entre o grupo Fan e o grupo Song quando meus pais decidiram acabar com ela\, espero que você não queira voltar atrás da sua decisão por minha causa. - vejo seu olhar brilhar.

- Vejo que você é mesmo filho dos Fan\, afiado igual a todos eles. - ela abre um enorme sorriso.- Bom\, vamos dar início a essa reunião.

Ao final da reunião eu estava exausto porem feliz por ter conseguido.

- Você se saiu bem. - Sara em elogia. - Vamos revisar os novos termos e daqui dois dias voltaremos a nos ver. - ela sorri e seus olhos verdes brilham. - Como estão seus pais? Seus irmãos.

- Estão bem.

- O casamento de Lia e Lin está indo bem?

- Aparentemente sim.

- Me lembro deles pequenos brincando pela casa quando ia visita-los. Bom\, eu já vou indo. - ela se despede e vai embora.

- Você trabalhou bem. - meu tio me ajuda a pegar meus papeis. - Esse contrato é importante.

- Eu sei\, por isso tive tanto medo.

- Fique tranquilo\, o pior já passou. - ele me tranquiliza.

-Ora, ora, ora. Ele está criando responsabilidade. - Jason me parabeniza. - A Sara não te deixou assustado não?

- Muito. - admito. - Mas eu lembrei de vocês\, então acabei me saindo bem. - dou um sorriso.

- Esse é o nosso garoto. - Lin bagunça meu cabelo.

- E ai meninos\, o que vai ser hoje? - Cloe pergunta.

- O mesmo de sempre? - Jason pergunta.

- Por mim tudo bem.

- Certo. - ela anota os pedidos e sai.

- E ai\, quando vocês vão se resolver? - Lin pergunta a Jason.

- A gente da dando um jeito. - ele sorri.

Observo meus irmãos falarem de suas mulheres, eles pareciam tão felizes e completos, já tinham suas próprias família. Eu me perguntava se algum dia chegaria a esse nível de me apaixonar loucamente por uma mulher e ama-la pelo resto dos meus dias, se teria um relacionamento que duraria mais que uma noite, que seria como meus pais. Me lembro de todas as mulheres que já haviam passado pela minha cama, porem nenhuma delas mexeu comigo.

Passamos algumas horas bebendo, Lin é o primeiro a ir embora, Jason me deixa sozinho e vai para o bar e ficar de olho na Cloe.

- Ah esses dois. - reviro os olhos.

Vejo uma mulher dançando com as batidas da musica, seus cachos negros eram como ondas se movimentando loucamente ao seu redor. Me aproximo dela hipnotizado, de certa forma esse era o efeito que as mulheres tinham sob mim.

- Oi.

- Oi. - ela se vira para mim\, sua voz baixa e mansa estava ofegante devido aos movimentos da dança.

- Posso te pagar uma bebida?

- Tudo bem. - ela sorri e me segue até o bar.

- Acho que nuca vi você por aqui. - digo assim que o barman deixa nossos copos no balcão.

- Sou nova na cidade.

- E você ta gostando?

- Até agora sim. - seus profundos olhos verdes me deixam perdidos\, seus lábios rosados se abrem em um sorriso de canto de boca.

- Essa cidade tem muita coisa para te oferecer. - retribuo o sorriso e vejo seu olhar caminhar entre minha boca e meus olhos.

- To começando a ver isso.

Bebemos alguns drinques, dançamos um pouco, seu corpo emanava um suave aroma de flores misturado ao suor, seus cachos aos poucos grudavam ao rosto úmido.

 - É melhor eu ir. - ela diz.

- Você nem me disse seu nome.

- Vamos deixar assim por enquanto. - ela se aproxima de mim e me beija\, sua língua invade minha boca percorrendo cada centímetro\, com um mordida suave no lábio inferior ela se despede\, me deixando desejando mais.

Anthony acorda. - ouço baterem forte na porta do quarto. 

Me levanto lentamente da cama e me arrasto até  aporta. 

- Mãe? - encaro a mulher furiosa a minha frente. 

- Você está atrasado. - ela me encara. 

- Atrasado para que? - pergunto confuso. 

- Para trabalhar, logico. - ela revira os olhos. 

- Mas o papai ou a senhora, ou algum dos meninos não vão hoje? - pergunto sonolento. 

-Seu pai tem consulta medica, Lia e o Lin estão resolvendo alguns problemas particulares e o Jason tem que cuidar do filho dele, então você vai comigo. Se arrume, temos 20 minutos par chegar a empresa. - ela se vira e vai embora. 

Me arrumo o mais rápido que consigo, desço as escadas correndo, paro na frente da cozinha, minha mãe estava sentada a mesa conversando com minha avo Ama. 

- Bom dia. - cumprimento as duas com um beijo no rosto. 

- já estamos de saída. - minha mãe avisa assim que me sento para comer. 

- Mas e o meu café? - pergunto triste. 

- Deveria ter acordado mais cedo. - ela da de ombros. - Coma quando chegarmos lá. ela se levanta e eu a sigo. 

- A reunião vai começar daqui 10 minutos. - Lance avisa assim que chegamos nas salas. 

- Temos outra reunião hoje? - pergunto confuso. 

- Com o grupo Song, você esqueceu? - ele me encara incrédulo, sinto meu rosto ficar vermelho. 

- Espero que esteja preparado. - minha mãe aconselha. 

- A senhora esta aqui, não pode ir na reunião no meu lugar? - sorriso esperançoso. 

- Estou aqui para te dar apoio moral, você começou com isso, agora termine. - minha esperança se vai.  

Entramos na sala e vejo os representantes da empresa Song, mas Sara não estava mais la. 

- Onde está a Sara? Ela não e de se atrasar. - minha mãe percebe. 

- Peço desculpas. - me viro e vejo a mulher de duas noite atrás, eu a encaro, ela retribui o olhar e abre um sorriso. - Minha tia pediu para que eu terminasse com as negociações. - ela se aproxima de nós. - Prazer, Elis Song. - ela estende a mão para minha mãe que a pega surpresa. 

- Mia Fan. Esse é meu filho, Anthony. - ela diz sem tirar os olhos de Elis. - Perdão, você disse que Sara é sua tia? 

- Sim. 

- Então você é filha do....

- Do Josh. - para as pessoas que não conheciam minha mãe achariam que ela estava apenas distante, mas ela estava claramente surpresa com a informação que acabou de receber, o choque passa por seu rosto na mesma velocidade que a luz preenchia um ambiente. 

- Bom, vamos começar. - ela se senta no local de sempre e permanece calada durante toda a reunião encarando Elis. 

-Muito o brigado sr Fan. - Elis vem até mim e aperta minha mão. 

- Eu que agradeço senhorita Song. - meus lábios se abrem em um sorriso sedutor e minha voz sai baixa. Será que ela lembrava de mim? - Agora eu sei seu nome. - falo baixo. 

- E eu o seu. - ela me olha de forma sedutora e sorri.

Percebo minha mãe conversando em um canto com meu tio Lance, que lançavam olhares preocupados e desesperados na nossa direção. 

- Quer que eu te leve para casa mãe? - pergunto assim que me aproximo deles.

- Você não vai mais lidar com nenhum negocio, documento, ou qualquer coisa que envolva os Song.  -  ela diz brava. 

- Eu fiz algo errado? - pergunto preocupado em ter estragado algo importante.

- Eu não quero você perto dela Anthony, você me ouviu? - ela me olha severa.