Assim que vi o chão se aproximar, ouvi a voz do Ryan, tensa e urgente:
— Agora pula, Fernanda, e corre. Não olhe para trás.
— E você, Ryan? perguntei, apressada.
— Vai! Agora!
Abri a porta do helicóptero e me posicionei. Não havia jeito certo de pular sem me machucar; ele ainda não estava muito perto do chão. Olhei para ele uma última vez e saltei. Assim que pisei no solo, senti algo atingir meu tornozelo, mas não podia ficar ali — Ryan já não conseguia mais manter o controle. Se eu ficasse perto, ele poderia cair em cima de mim. Mesmo com dor, corri o mais rápido que pude.Então senti o calor do fogo. O helicóptero havia pegado fogo. Virei o rosto para ver as chamas consumirem o helicóptero; precisava me afastar ainda mais, porque parecia que iria explodir. O Ryan... o Ryan estava com o corpo já inerte. Se eu não me protegesse, morreria também. Não sei dizer o que me fez correr tão rápido o medo ou a adrenalina mas antes de conseguir me colocar a salvo houve uma explosão. Fui lançada para frente com violência; meus ouvidos começaram a zunir e a visão a falhar. Desmaiei.
Já próximo dali, vozes se moviam pelo mato:— Vamos, Félix, Juca.
— O comando quer que a gente leve os humanos vivos para a vila?
— Isso é loucura, senhor.
— Eu sou o comandante, mas também sigo ordens, Juca.
— O senhor acha que alguém sobreviveu a isso?
Eles se aproximaram do que restou do helicóptero.
— Se algum deles pulou, foi por milagre.
— Deve estar ferido... ou morto.
Foi então que um deles apontou, e todos se viraram para onde eu jazia, arremessada num canto: meu corpo coberto de poeira e sangue. Eles se aproximaram com cautela.
— Bem... parece que ela foi a única sobrevivente.
— Olhem como está o corpo dela
disseram, surpresos com os ferimentos.
— Como ela pode estar viva?
— A gente a vai leva- la para a vila; lá o comando decide o que fazer.
Eu não sabia como, mas senti um corpo encostado no meu; alguém me ergueu com cuidado. Não consegui abrir os olhos.
— Juca falou alguém preocupado vá à frente, e verifique se não há ninguém por perto.
— Mas por quê, comandante? Não vamos levá-la direto para o comando?
— Não me questione. Faça o que eu mandei.— Tudo bem...
— O que você está fazendo, Luke?
perguntou outro.
— Até você, Félix?
respondeu ele.
— Sim, até eu. Ela é prisioneira, não um brinquedo, Luke.
— Eu sei.
— Então por que você quer levá-la para casa? _ pra que ninguém veja? Eu quero entender por que ela estava em nosso território.
— O caminho está livre, comandante Luke.
Eles carregaram meu corpo e entraram na casa de Luke. Quando acordei, já não estava na floresta estava numa casa. Deitada em um sofá, o som distante do fogo ainda me queimava a memória. Ouvi uma voz:
— Finalmente você acordou.Olhei para o dono daquela voz e meu coração acelerou. Na minha frente estava um homem alto e forte; o que mais chamava a atenção eram as orelhas pontudas e a calma potente que emanava dele.
— Você é... tentei dizer.
— Sim. Sou um homem-lobo, e esta é a minha casa
ele falou com firmeza.
— Estou na vila dos lobos... eu não deveria estar aqui? murmurei, confusa e assustada.
— Realmente não deveria, mas ele é o chefe. — Outra figura entrou: outro homem-lobo igualmente alto, igualmente imponente.
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Atualizado até capítulo 46
Comments
Suel Helen Moraes
imagino que vai ser muito bom
2025-10-15
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