Naquele momento, às 10 da noite, numa esquina da cidade, via-se um homem olhando fixamente numa direção.
Nos seus olhos, refletia-se uma ira ardente e uma profunda decepção, ao ponto de conter as lágrimas que ameaçavam escapar dos seus olhos.
"Rik."
O homem virou a cabeça e olhou para o seu amigo sentado no banco de trás.
"Vou ir vê-los, Jo."
O homem, conhecido como Erik, desceu da sua destartalada motocicleta. O seu amigo, conhecido como Jojo, fez o mesmo. Erik dirigiu-se imediatamente ao café que tinha estado a observar, seguido de perto por Jojo.
"Então, é isto que fazes quando sais do trabalho", disse Erik a uma mulher que estava absorta numa conversa com um homem.
A mulher virou-se e, como era de esperar, surpreendeu-se ao vê-lo. "Erik?"
"Porquê? Surpreendida? Sei que estás aqui." Erik aproximou-se e sentou-se na cadeira em frente à mulher.
"Quem é ele, Ken?", perguntou o homem que estava sentado com ela.
"Ninguém importante", respondeu a mulher com aparente calma. "Podes deixar-nos um momento? Quero falar com ele um pouco."
O homem assentiu. Embora o seu rosto mostrasse reticência, parecia entender o que estava a acontecer entre eles. Afastou-se e sentou-se noutro lugar.
Os olhos de Erik abriram-se de par em par ao ouvir a resposta da mulher. "Ninguém importante?", repetiu Erik para se certificar de que tinha ouvido bem.
Sentia um nó no peito. Desejava descarregar a sua fúria nesse mesmo instante, mas conteve-se porque lhe parecia inapropriado desabafar em público.
"E o que queres que responda? Que és o meu namorado? Ja!", a mulher respondeu com outra pergunta que encolheu ainda mais o coração de Erik.
"Se queres que te considere alguém especial, demonstra-me o que te faz tão especial."
Erik ficou sem palavras. As palavras que queria pronunciar pareciam ficar presas na sua garganta. Só podia observar com fúria contida a atitude da mulher que amava com todo o seu ser, sem que ela mostrasse o mínimo remorso.
"Podes zangar-te se quiseres. Mas sabes que estou a dizer a verdade, não sabes? No início da nossa relação, sim, gostava muito de ti. Mas com o tempo percebi que tenho que usar a lógica, Rik. Não posso depender de ti para ter um futuro melhor. Somos demasiado diferentes. Além disso, sabes que os meus pais nunca aprovaram a nossa relação. Percebi que eles tinham razão. Não quero ser pobre, Rik."
Erik continuava sem dizer nada. Era certo que era pobre, mas nunca pensou que Niken, a mulher que no início da sua relação lhe tinha dito que o aceitaria tal como era e que o acompanharia a lutar desde o zero, terminaria por ser como as suas ex-namoradas.
"Mas pelo menos estou a lutar, Ken. É que não vês o meu esforço?", desta vez Erik falou.
"Jajaja...", o riso de Niken soou incrivelmente trocista. "Dependendo do teu miserável salário de porteiro? Achas que com isso se pode viver?"
Niken levantou a chávena de café que tinha à sua frente. "Alguma vez, nos dois meses que levamos a sair, me convidaste para um café como este? Não, certo?"
Erik voltou a ficar calado. Não podia refutar as palavras de Niken.
"Desculpa, Rik, mas terminamos aqui e agora. Esquece que nos conhecemos, entendido?" Niken levantou-se e deixou Erik sentado ali, ainda em silêncio. Ele só pôde observá-la afastar-se com o seu novo parceiro sem tentar detê-la.
"Rik", Jojo, que tinha estado a observar à distância, aproximou-se do seu amigo.
"E então? Por que ficaste calado? Devias ter-lhe dito alguma coisa!". Jojo estava chateado com a atitude passiva de Erik.
"Para quê?", respondeu Erik, surpreendendo o seu amigo.
"Para quê?", Jojo repetiu a pergunta de Erik. "Como assim para quê, Rik? Por Deus!". Jojo não dava crédito à atitude do seu amigo.
Erik sorriu. "Vamos, é melhor irmos embora", Erik levantou-se do seu assento e foi-se embora, deixando o seu amigo perplexo.
"Há um momento parecia que ias explodir. Mas quando a tiveste à frente, ficaste calado como um cobarde", murmurou Jojo, antes de seguir o seu amigo.
Claro que Erik estava furioso. Mas sabia que a sorte não estava do seu lado. Encontrava-se sempre com mulheres que só eram doces no início.
"Vamos beber alguma coisa?", perguntou Jojo, o único amigo que estava sempre ali para Erik, acontecesse o que acontecesse.
Talvez porque partilhavam um destino semelhante, os dois homens pareciam entender-se mutuamente. A sua amizade tinha-se forjado há pouco tempo, quando Erik defendeu Jojo de um caso de assédio laboral.
"Não, estou cansado."
"De acordo."
Desta vez era Jojo quem conduzia a motocicleta.
####
No dia seguinte, como de costume, Jojo e Erik preparavam-se para a sua jornada laboral como porteiros. Já tinham recebido a atribuição das zonas do escritório que deviam limpar.
"Erik", chamou-o o chefe de limpeza.
"Sim, senhor", respondeu Erik obedientemente.
"Como é a primeira vez que te é atribuída a limpeza do escritório do diretor, espero que o faças bem."
"Sim, senhor, farei tudo o possível para cumprir com o meu dever."
"De acordo, confio em ti", disse o homem de uns 40 anos.
"Com a sua permissão, senhor."
Erik foi-se embora rapidamente com as suas ferramentas de limpeza. Não se importou com os olhares desdenhosos de alguns dos seus colegas de trabalho. Ignorou-os, embora soubesse que o olhavam com ódio.
"Temos que atuar rápido, chefe. Para que esse rapaz saiba quem somos."
"Calma. Hoje mesmo atuaremos. Já sabem o que têm que fazer, certo?"
"Claro que sim!"
"Bem! Vamos fazê-lo agora, enquanto o escritório ainda está vazio."
Os três homens riram-se em uníssono enquanto observavam Erik afastar-se.
Em pouco tempo, Erik chegou ao último andar do edifício onde trabalhava. Com o coração a bater-lhe com força, entrou no único escritório que havia nesse andar.
"Uau!"
Assombro foi a expressão que se desenhou no rosto de Erik ao entrar no escritório do dono da empresa.
"Que escritório tão impressionante", murmurou.
Erik sabia que o dono da empresa costumava chegar ao escritório por volta das oito. E o seu trabalho devia estar terminado às sete e meia. Então, pôs mãos à obra enquanto observava cada detalhe da sala.
"Mas isto é...", disse Erik enquanto limpava a secretária do diretor. Os seus olhos captaram um anel. "Por que se parece tanto com o meu?"
Erik tirou o colar que levava posto. "São exatamente iguais."
Pegou no anel e comparou-o com o que pendurava do seu colar.
"O que estás a fazer aí? Eh!"
Uma voz estrondosa sobressaltou-o.
Ao ouvir o grito, Erik rapidamente recolocou o anel no lugar e segurou firmemente o colar que usava.
"Senhor?" Ao se virar, os olhos de Erik se arregalaram ao ver o chefe do lugar onde trabalhava parado na frente da porta do quarto dentro do quarto.
"S-senhor, me desculpe, eu estava limpando este quarto", respondeu Erik gaguejando, seu rosto empalidecendo instantaneamente.
"O que você está escondendo na sua mão?" O homem de cerca de 42 anos olhou para Erik com desconfiança. Seu olhar era tão intimidador que Erik se sentiu aterrorizado.
"Não é nada, senhor, é apenas um pertence pessoal", respondeu Erik sem ousar olhar para seu chefe que caminhava em sua direção.
"Você acha que vou acreditar em você? Me mostre o que você está escondendo", a voz do homem ficou mais forte.
Erik não teve outra escolha. Lentamente, a mão que ele estava escondendo atrás dele se moveu e então se abriu.
Os olhos do dono da empresa se arregalaram repentinamente e seu rosto ficou ainda mais furioso.
"Que audácia!", gritou o homem. Ele rapidamente pegou o colar com a mão esquerda, e sua mão direita se moveu rapidamente, dando um tapa no rosto de Erik.
"Ladrão!"
Pah!
Os olhos de Erik se arregalaram. "Eu não..."
Pah!
"Isso pertence a..."
Pum!
"Ah...!" Erik foi arremessado para trás, colidindo com a mesa e cambaleando para a esquerda. Desta vez, ele não recebeu um tapa, mas sim um chute.
"Que desculpa você tem? Como você ousa roubar no meu escritório!"
Pum!
"Ah!
O dono da empresa estava tão furioso que chutou Erik no estômago novamente.
"Senhor, eu não..."
"Saia daqui, rápido! Neste exato instante, você está demitido!"
Erik estava preso. Ele não esperava ser demitido tão rápido. Erik tentou se levantar.
"Vá embora rápido!"
"Sim, senhor", respondeu Erik nervosamente. "Mas..."
"Vá embora agora!"
Erik imediatamente começou a andar rapidamente, suportando a dor no estômago.
"Mas aquele era o anel da minha mãe, e agora o que acontece? O avô vai ficar muito bravo", murmurou Erik em pânico.
Ele queria voltar a entrar, mas Erik percebeu que o chefe da empresa ainda devia estar muito perturbado. Ele decidiu ir embora enquanto pensava arduamente em como recuperar seu precioso objeto.
Enquanto isso, dentro do quarto, o presidente se apressou em contatar seu subordinado encarregado da limpeza para que demitisse imediatamente o funcionário que limpava seu escritório.
"Como ele pôde usar este anel para o colar dele? Que insolente!", murmurou o presidente, enquanto tirava à força o anel e jogava o colar na lixeira.
"Eh, o que é isso?" O presidente se sentiu atraído. Quando estava prestes a recolocar o anel no lugar, descobriu que naquele lugar havia um anel exatamente igual ao que tinha na mão.
"Como podem ser exatamente iguais?" O presidente examinou imediatamente o anel que tinha na mão, e para sua surpresa, seus olhos captaram um nome gravado nele.
"Castillo?" O presidente ficou ainda mais surpreso. "Não será..." O presidente ficou paralisado, lembrando o que acabava de fazer.
Enquanto isso, Erik caminhava com passos vacilantes. Caminhava com a mente confusa.
"Então você é o pessoal da limpeza deste escritório."
Uma voz clara e distinta fez Erik parar bruscamente. Ele se virou para a esquerda e franziu a testa ao ver um homem que se aproximava dele.
"Você se lembra de mim, certo?" O homem falou novamente. "Se você não se lembra, não se preocupe, eu vou te lembrar", ele sorriu com desprezo.
"Pelo menos, depois de ver seu trabalho, acho que Niken tomou a decisão certa."
Assim que o nome de Niken foi mencionado, os olhos de Erik se abriram ligeiramente. "Você..."
"Sim, o homem que estava com Niken ontem à noite", disse o homem com um sorriso zombeteiro. "Eu sou Aldi, gerente de produção de roupa de mulher."
"Oh", respondeu Erik brevemente.
"Eu não imagino que Niken possa ter um namorado faxineiro. Ainda bem que ela percebeu rapidamente."
"Sim, sim, o que você disser. Eu vou indo", disse Erik tentando parecer indiferente.
"Ok, vá em frente", respondeu Aldi. "Mas se me permite um conselho, é melhor você sair com uma garota do seu mesmo nível, entende?"
Erik apenas sorriu. Ele foi embora imediatamente, apesar de se sentir furioso. Erik continuou caminhando, até que uma voz o fez parar novamente.
"Erik!"
Erik não teve outra escolha senão se virar para a origem da voz.
"O que você fez no escritório do diretor?", perguntou o homem que era o chefe de Erik.
"Eu não fiz nada, senhor", respondeu Erik mentindo um pouco.
"Se você não fez nada, por que ele te demitiu?", disparou o homem.
"Eu juro, senhor, foi apenas um pequeno mal-entendido", respondeu Erik honestamente.
"Seja qual for a sua razão, o chefe te demitiu. Você já sabe o que vai acontecer com você se você deixar esta empresa por uma demissão", disse o gerente com firmeza. Erik apenas assentiu.
"Bem, pegue suas coisas e venha me ver." Depois de dizer isso, o homem voltou diretamente para o seu quarto.
Erik respirou fundo lentamente. Seus passos ficaram mais vacilantes ao se lembrar das palavras de seu superior.
Se alguém saísse do Paragon Group por um caso, era certo que essa pessoa teria dificuldades para encontrar trabalho em outra empresa.
Mesmo que seu cargo fosse apenas de faxineiro. Deixar o Paragon Group por um erro ainda representaria as mesmas dificuldades.
Assim que os passos de Erik chegaram à sala especial para o pessoal da limpeza, Erik se surpreendeu com o que ali acontecia.
"Aí está ele, aí vem o ladrão!" Um dos colegas de trabalho de Erik que mais o odiava lançou repentinamente uma acusação que deixou Erik atônito.
Jojo, que estava esperando há um tempo pela chegada de seu amigo, se aproximou imediatamente. "Rik, é verdade que você roubou o relógio de um funcionário?"
"O quê? Roubar?" Erik ficou ainda mais surpreso.
No entanto, antes que Jojo pudesse responder à pergunta, um dos colegas de trabalho de Erik lhe deu um soco na cara.
"Maldito ladrão!"
Pum!
"Ai..."
"Toma isso, maldito ladrão!", gritou o mesmo homem.
"Dê uma surra nele, chefe. Ele está dando má fama à empresa!", provocou seu companheiro.
Três homens que odiavam Erik começaram a espancá-lo selvagemente, até que Erik desabou.
"Parem, caras! Não façam justiça com as próprias mãos!" Jojo tentou imediatamente proteger seu amigo.
"Saia da frente, você!"
"Dê uma surra nele também, chefe!"
Os três homens continuaram seu ataque com ferocidade.
"Parem!"
De repente, uma voz trovejante ressoou na sala, fazendo com que todos os presentes voltassem a vista para sua origem.
"Senhor Alex!" Todos pareciam surpresos. Uma das pessoas mais influentes da empresa estava ali, olhando para todos com severidade.
"O que está acontecendo aqui? Por que há tanta confusão?", Alex parecia furioso.
Um dos funcionários deu um passo à frente. "Sinto muito, senhor, mas acabei de perder meu relógio caro no meu quarto. Depois de procurá-lo, encontrei meu relógio no armário desse faxineiro, senhor."
"É verdade, senhor, eu sou testemunha. Eu fui quem abriu à força o armário desse ladrão", respondeu imediatamente um dos homens que havia espancado Erik.
Alex olhou fixamente para os dois homens que se contorciam de dor.
"Muito bem, vou deixar que a equipe de segurança se encarregue deste caso", disse Alex. "Agora, onde está o faxineiro que estava limpando o escritório do diretor?"
"É ele, senhor, o ladrão!"
"O quê?"
"Chamem três seguranças, rápido!", gritou Alex para os três que estavam mais perto.
"Sim, senhor", os três homens que acabavam de bater em Erik imediatamente cumpriram a tarefa ordenada.
Além de obedientes, também pareciam contentes, porque o que haviam planejado estava indo bem e sem obstáculos significativos.
"Parece que nosso plano funcionou, chefe", disse um dos três. "Ninguém suspeita de nós."
"Claro que sim. Tenho certeza de que o Sr. Alex chamou a segurança para colocar esse pirralho em segurança", disse seu companheiro.
"Hahaha... morra, Erik. Você vai apodrecer na cadeia! Hahaha...", disse o homem que chamavam de Chefe, o mais feliz dos três.
Enquanto isso, na sala especial de limpeza, Alex observava os dois jovens sentados aguentando a dor.
Alex olhou para as poucas pessoas que estavam ali. "Vocês dois, levem este garoto para a enfermaria", ordenou, apontando para Jojo.
"Estou bem, senhor", disse Jojo, aparentemente surpreso. "E meu amigo é inocente. Ele não roubou."
"Que a segurança investigue", disse Alex. "Vocês, rápido, levem-no."
"Sim, senhor", responderam dois faxineiros. Imediatamente agarraram Jojo.
O amigo de Erik não pôde fazer muito.
"Não se preocupe, eu ficarei bem", disse Erik, que entendia o pânico de seu amigo.
Jojo assentiu e logo deixou seu amigo.
"É verdade que foi você quem limpou o escritório do chefe?", perguntou Alex assim que seu amigo se afastou.
"Sim, senhor", respondeu Erik, aguentando a dor.
Alex soltou um longo suspiro. Em pouco tempo, chegaram três guardas de segurança com os três que o haviam chamado antes.
"Bom dia, Sr. Alex, podemos ajudá-lo em algo?", perguntou um dos guardas, ao mesmo tempo em que se identificava como o chefe de segurança da empresa.
"Ordene a seus homens que acompanhem este garoto ao escritório do chefe", ordenou Alex. O que disse surpreendeu a todos os presentes.
"Ao escritório do chefe?", perguntou o guarda de segurança para se certificar de que havia ouvido bem.
"Por quê? Há algum problema?", perguntou Alex. "É uma ordem direta do chefe, entendido!"
"Sim! Entendido, senhor!", respondeu o guarda de segurança.
"E também investiguem o roubo do relógio que acabou de acontecer aqui. Investiguem bem. Quando tiverem os resultados, tragam-nos imediatamente ao meu escritório", ordenou Alex novamente.
"Sim, senhor!", o chefe de segurança ordenou imediatamente a seus dois homens que cumprissem a tarefa que lhes havia sido confiada.
"Incrível! O próprio chefe intervém", disse um homem de aspecto corpulento, que havia batido em Erik antes. Assim que Alex saiu da sala, todos os presentes começaram a falar sobre Erik.
"Hahaha... que ele saiba o que é ser vetado na empresa por ter feito algo errado", disse o homem, mais corpulento que seus dois companheiros, que continuava visivelmente contente.
Seus dois companheiros se limitaram a sorrir.
#####
Enquanto isso, no escritório do diretor geral.
"Mas, o que aconteceu?", perguntou o chefe, aparentemente surpreso ao ver o estado de Erik quando este entrou em seu escritório.
"Eu vou explicar, senhor", disse Alex, "levem-no para o sofá", disse aos dois oficiais que flanqueavam Erik.
"Levem-no para o quarto, digam para ele se deitar lá!"
Erik, Alex e os dois guardas de segurança pareceram surpresos ao ouvir a ordem que saiu da boca do chefe.
"Rápido! O que estão esperando!", gritou o diretor geral.
"Sim, senhor", responderam os dois oficiais em uníssono.
Erik estava atônito. Em seus olhos se via uma grande quantidade de perguntas que queria fazer.
"Alex, ligue para o Dr. Inzagi. Diga a ele para vir aqui agora mesmo", ordenou o chefe, surpreendendo Alex mais uma vez.
O chefe seguiu Erik até seu dormitório privado, sem prestar atenção a Alex, que sentia curiosidade por seu comportamento.
"Com licença, senhor", disseram os dois guardas de segurança depois de acompanhar Erik. O chefe se limitou a acenar com a cabeça sem tirar os olhos do jovem que acabava de esbofetear e chutar.
"Senhor, eu..."
"Deite-se e descanse aqui. O médico chegará em breve", disse o chefe, aumentando a confusão no rosto de Erik.
O chefe saiu do quarto, deixando Erik com um monte de perguntas na cabeça. A atitude do chefe era diferente da de antes. Embora continuasse sendo muito fria, agora era mais suave.
"Sei que você está curioso", disse o chefe quando voltou a ver Alex. O homem se dirigiu à sua grande cadeira. "Olhe isto."
Alex se aproximou. Seus olhos se arregalaram ao ver o que o chefe lhe mostrava. "Esse anel?"
"Sim, o anel que encomendei especialmente com você", disse o chefe de sua grande cadeira.
"Então esse garoto..." Alex voltou a deixar a frase pela metade. Mas o chefe entendia o que ia dizer seu homem de confiança.
"Já me certifiquei, Lex. Verifique você mesmo, o arquivo de solicitação do garoto", o chefe dirigiu a tela de seu laptop para Alex, e depois seu olhar para as vistas da cidade que se viam da janela de seu escritório.
"Meu Deus! Então todo esse tempo eles estiveram perto de nós?", perguntou Alex.
O chefe soltou um longo suspiro. "Sim, graças ao que aconteceu. Se eu não o tivesse acusado de roubo, talvez nunca o tivesse encontrado."
"Roubar? Como roubar?" Alex voltou a sentir curiosidade.
O chefe olhou para Alex e contou a história por trás dos dois anéis que estavam sobre sua mesa.
"Meu Deus! Por que ele tem que sofrer a mesma acusação ao mesmo tempo?", disse Alex surpreso.
"O mesmo? O que você quer dizer?", perguntou agora o chefe, surpreso.
"Antes, quando fui à sala de limpeza, o garoto também foi acusado de roubo por alguns de nossos funcionários."
"O quê?! Como é possível?"
"Não sei como foi a história. Quando cheguei, estava sendo julgado por seus companheiros."
"Sem-vergonhas! Quem se atreve a fazer isso no meu escritório?!" O chefe pareceu enfurecer-se.
"Já ordenei à equipe que investigue este caso, senhor. Quanto às pessoas que bateram em Erik, cuidarei delas mais tarde, quando receber os resultados da investigação."
O chefe desviou o olhar, aborrecido.
"Agora que sabe onde estão, o que vai fazer?", perguntou Alex ao ver o chefe em silêncio enquanto acalmava sua ira.
"Eu? Tenho que ver os pais desse garoto."
"Mas, está preparado para as consequências?"
Mais uma vez, o chefe soltou um longo suspiro. Não respondeu à pergunta que saiu da boca de Alex. Mas pela expressão de seu rosto naquele momento, Alex pôde deduzir que o chefe estava à beira da dúvida.
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